História My teacher - Larry Stylinson - Suicide

Pov Louis 

Trouxe Harry no Hospital, sempre que o trago eu fico conversando com Cameron. Hoje em especial, Cameron está mais otimista, as chances de Gemma duplicaram, pois o coração dela está reagindo bem a medicação. 

Harry voltou do quarto da irmã, um pouco intrigado e dizendo que a mesma gostaria de me ver, não questionei e nem me opus, pois acho infantilidade esse ódio que ela alimenta por mim, então, simplesmente fui. 

Ao entrar no seu quarto, ela estava a minha espera, pra ser mais específico, estava encarando a porta. Eu adentrei o ambiente e esperei ela se pronunciar. 

— Louis, que bom que veio... — Ela diz suavemente. 

— Por que não viria? Até acho que deveria ter vindo antes. — Digo sincero e sento em uma poltrona perto de sua cama. 

— Sabe, não precisa ter pena de mim. — Ela diz irritada. 

— Não tenho. 

— Não? Eu sou a coitadinha que vai morrer a qualquer instante, pois o coração vai parar e a fila de espera está enorme. — Ela diz com deboche. 

— Esqueceu da parte " tão jovem, uma vida inteira pela frente". Mas, não me chamou aqui pra se lamentar, não é mesmo? 

— Não... Eu queria falar coisas, que não tenho  mais certeza se fará sentido... — Ela diz pensativa. 

— Tente. 

— Olha, Harry é só uma criança, claro que não fisicamente, mas ele se entrega de cabeça a uma relação e as vezes é intenso demais. Ele entrega a própria vida, sem pensar nos riscos. Eu já vi isso acontecer uma vez e não gostaria de ver novamente. Nem sei se ele aguenta... Eu não posso deixar ele correr o risco de se machucar, por isso sou contra a relação de vocês. Você só está usando esse amor que ele diz sentir por você... — Ela diz olhando em meus olhos. 

— Eu entendo, mas não seria capaz de fazer mal a ele, feri-lo é o mesmo que ferir a mim. Eu jamais usaria ninguém. 

— E é isso que me irrita! Você se mostra muito certinho e pessoas assim não existem, o que me leva a crê que você é uma farsa. 

—"Mas a perfeição é uma coisa complicada, porque assim que você percebe a menor das falhas, tudo se perde" — Citei o livro "Os Magos" e vi surtir efeito. Ela suavizou a expressão de raiva. 

— Se eu te pedisse pra se afastar dele, você se afastaria? Levando em conta minha condição. 

— Não. — Digo simples. 

— Foi o que pensei... — Ela senta na cama e me observa — No início, eu achei que te odiava, pois você iria destruir meu irmãozinho. Você iria quebra-lo de uma forma irreversível e essa idéia me apavorou ao ponto de achar que te odiava. Mas, nunca foi ódio... Foi inveja... Você deu a ele tudo que não pude dar e é por isso que fiz minha escolha. 

— Gemma, talvez você me odeie e só sinta ciúmes do seu irmão, mas eu te asseguro que ele está bem. Eu vou cuidar dele até você ficar bem, talvez até depois disso, mas nunca vou tira-lo de você. 

— Eu definitivamente não te odeio. 

— Bom, então, você aceitaria meu coração? 

— NÃO! Não, não, não... Eu não estava preparada pra isso! — Ela força um sorriso - Eu não quero nada seu, quanto mais seu coração. Isso não é certo. 

— Tem muita burocracia, mas a lei não impede... Até já pesquisei sobre, e estava decidindo se daria entrada nos papéis logo, e por enquanto, estou tentando sutilmente fazer Harry ter lembranças felizes. 

— Está brincando, não é? — Ela pergunta incrédula. — Olha, você não pode abdicar da sua vida por mim. Harry precisa de você, eu também preciso, preciso que cuide dele por mim. Não quero que ninguém morra pra que eu possa viver e por essa razão eu escolho suicídio assistido. 

— Você não seria tão egoísta a esse ponto. Não é só sobre você. Já pensou nas pessoas que gostam de você? Como elas ficariam? — Bufo levantando e tentando manter a calma. 

— Falou o que ia se matar pra pagar de herói. 

— Eu não ia pagar de herói... Vou trazer a felicidade pro meu namorado. 

— Felicidade? Você vai quebra-lo e fala que ele pode ser feliz!? Irônico. Ele não precisa de mim, precisa de você, não percebe? 

— Já te ocorreu que ele não precisa escolher? 

— Sabe, tudo cai por terra quando o assunto é Harry. Ele é tudo que tenho e não quero que ele perca a vida dele aqui nesse hospital, aguardando um milagre que talvez nunca venha. O que sugere? 

— Pare de ser egoísta e egocêntrica e esqueça essa história de suicídio. — Digo exasperado. 

— O mesmo pra te. 

— Ok. Ninguém se mata, tá bom pra te? — Digo ainda nervoso. 

— Ótimo. Só não posso garantir de me manter viva, a morte se faz mais presente a cada dia. Mas tentarei fazer esses dias valerem a pena, não quero ser lembrada por meus últimos momentos terem sidos horríveis até para os funcionários.  — Ela suspira, deixando o olhar repousar sobre sua perna, que apenas noto agora que minha mão está por cima. Ela encara minha aliança. — Eu sei que nem importa, mais estou feliz por ele estar bem e... desculpe por ter sido tão mesquinha com vocês. 

Apenas assinto. Toda essa história de suicídio me deixou atônito. Minha irmã Felicité sofreu um acidente e isso lhe custou a capacidade de andar, a levando a cometer suicídio. Já faz tempos que isso aconteceu, mas só de ouvir essa palavra, vários sentimentos ruins são despertados em mim. Fico vagando em lembranças e isso me deixa cada vez mais atordoado, como se minha cabeça pudesse explodir nesse exato momento. 

— Amigos? — Pergunto a Gemma, querendo encerrar a conversa e sair o mais rápido possível desse hospital. 

— Ainda não... Tenho que superar certos sentimentos que tenho por você. 

— Me odeia tanto assim? — Pergunto realmente surpreso. 

— Não diria assim...  mas prefiro não comentar nada sobre o assunto. 

Sorrio e aceno, me despedindo. Estou péssimo com toda essa situação e tudo que preciso é relaxar e esquecer que um dia a palavra suicídio existiu na minha vida.