CAROLINE'S POV
Eram oito da manhã e meu celular vibrou com uma mensagem de Stefan.
"Acredita que encontrei com Rebekah? Vamos sair qualquer dia desses!"
"Vai sair vivo? Ela parece uma pessoa legal, mas também meio louca."
"Vou descobrir e te conto. Boa sorte com o outro Mikaelson."
"Obrigada."
Comecei o dia rindo da situação: primeiro eu me enrolo com um Mikaelson; agora o Stefan se enrola com a irmã dele. Elena me parou no meio da cozinha para perguntar o quer estava acontecendo, mas não quis falar para que Stefan pudesse fazer as honras.
- Vamos logo? - apressei Elena - Tenho aula em vinte minutos.
Cheguei na sala e tomei uma forte olhada de Jennifer. Depois que olhei para o quadro, vi que Gallagher havia remanejado os lugares e Enzo e eu sentaríamos lado a lado. Agora, eu não fazia nem muita questão disso.
- Bom dia. - cumprimentei Enzo com um sorriso
- Bom dia. - retribuiu - Jennifer não está nada feliz com isso.
- Não posso fazer nada.
A aula passou rapidamente e ganhei meio ponto por responder corretamente a uma questão difícil.
Corri para o escritório de Hills, temendo estar atrasada. Para a minha sorte, só Klaus estava lá.
- Oi!
- Oi. - ele sorriu - Estamos sozinhos.
- Ótimo! - dei um beijo nele - Tem muita coisa para fazer hoje?
- Vai me ajudar com algumas coisas.
- Aurora não vai ficar com ciúmes? - dei uma provocada
- Quem falou dela? - ele me puxou até nossos corpos colarem - Somos só em e você aqui.
Começamos a nos beijar novamente. Nos exaltamos um pouco e fomos parar na mesa do escritório, com Klaus me botando sentada em cima dela e quase deitando em mim.
- Klaus, aqui não. - disse rindo e batendo no ombro dele - Alguém pode chegar.
- Tem razão. - ele parecia procurar outro lugar para nos beijarmos
- Chega. - pulei da mesa e me ajeitei - Vou começar a fazer as coisas.
Ele me puxou para mais um beijo e assim que nos separamos Jennifer entrou na sala como um raio. Enzo veio logo atrás com uma cara de poucos amigos. Estava na cara que eles haviam tido uma briga.
- Jennifer, Hills separou uns processos para que você organize. - Klaus apontou para uma pilha - Enzo, você pode procurar uns registros telefônicos do dia vinte de janeiro na planilha que fizemos para o processo 03367.
- E ela? - Jennifer se referiu a minha pessoa
- Caroline vai me ajudar com o caso dos Salt.
- Todos nós estamos envolvidos. Quero estar no caso também. - Enzo rebateu
- Você está no caso, mas não é a pessoa que tem o álibi e que pode ser a única a saber mais coisa do que todos nós juntos.
- E você sabe de alguma coisa? Está no mesmo barco que a gente. Não vai conseguir usar a Caroline para pegar informações.
- Minha intenção não é essa. O que eu quero é...
- Vamos logo fazer isso? - interrompi a discussão que só aumentava - Por favor.
Empurrei Klaus para a outra ponta da mesa enquanto fomos observados até o fim do percurso. Rezei para que não notassem nada estranho na minha relação com ele.
- Vai fazer alguma coisa depois do almoço? - ele me perguntou com cautela, como se estivesse debatendo algo comigo
- Não. - apontei para qualquer coisa no papel - Tem algo em mente?
- Pensei em te levar lá para casa. Minha irmã quer te conhecer melhor.
- Que horas quer que eu esteja lá?
- Duas horas está bom?
- Perfeito.
Demos um sorriso idiota um para o outro.
[***]
Damon estava no sofá esperando Elena terminar de estudar para que pudessem sair. Eu estava pegando a minha bolsa para ir até o apartamento de Klaus.
- Elena me disse que esse cara tem uma ex chata que trabalha com vocês.
- Tem mesmo, mas eles não têm mais nada.
- Ele te confirmou isso? Você está indo de cabeça numa coisa incerta. O cara é da minha idade e sei como eles pensam. Já passei muito por isso e não quero que fique chorando pelos cantos depois.
- Sei o que estou fazendo.
- Você veio até aqui para provar ao seu ex que é o suficiente e agora está com outro. Não da para te entender.
- O Klaus é diferente, mais maduro e me entende de um jeito que o Enzo nunca entendeu. Até o jeito que os dois me olham é diferente.
- Deixa ela, Damon! - Elena me defendeu - Klaus é um cara legal e a Care está curtindo ele.
- Só estou avisando. - deu de ombros - Boa sorte.
- Divirta-se.
- Obrigada.
Quando cheguei no apartamento de Klaus, ele me recebeu com um sorriso tímido. Nunca tínhamos ficado juntos na frente de alguém e isso parecia incomodá-lo um pouco. Pelo silêncio, vi que ele estava sozinho. Alegou que Rebekah havia saido por alguns instantes e que logo chegaria.
- Tem prova por agora? - caímos no sofá
- Só duas na semana que vem. - respondi
- Não estou atrapalhando os seus estudos?
- Claro que não. - observei um porta retrato na prateleira - Sua família? - fui até a fotografia para enxergar melhor
- Sim. Meus pais, Kol, Freya e Elijah. - apontou para cada um - Rebekah você já conhece.
- Você é muito parecido com seu pai. Tem os olhos dele e o sorriso da sua mãe.
- Todos falam isso. E falam também que sou o mais bonito da família.
Eu ri igual a uma idiota. As vezes ele tentava puxar brasa para o lado dele e adiantava. Não resisti e começamos um beijo tranquilo, que logo foi se tornando cada vez mais quente. Enquanto suas mãos estavam indecisas entre minha cintura e costas, algumas inseguranças começaram a tentar ganhar espaço em meus pensamentos. Será que Damon estava certo?
- Klaus... - separei-me dele
- O que foi? - os olhos azuis esverdeados me encaravam esperando uma resposta
- Não sei. Você tem certeza do que está fazendo?
- Não estou fazendo nada. - levantou os braços - Você que começou a me beijar.
- Desculpa. - passei as mãos no rosto - É que as vezes não me reconheço. Mudei tanto desde que pisei em Boston que não me reconheço mais.
- Se isso for bom, estou feliz por você. Mas por que está falando isso?
- Eu estou meio perdida. Você apareceu e fez uma bagunça em tudo. Pensei "Nossa, esse cara é legal. Talvez ele seja um bom amigo." Eu vim aqui para provar que posso ser uma pessoa inteligente e tentar fazer com que Enzo me visse com outros olhos, só que tem você.
- Está com raiva de mim?
- Sim! Quer dizer, não. Estou com raiva de mim, por ser tão estúpida ao pensar que pude gostar de um cara como o Enzo tendo você. Desde quando nos beijamos só consigo parar de pensar em como conseguir o Enzo e pensar no assistente do meu professor. Isso é louco! Só que esse tal assistente tem uma ex meio psicótica que não foi com a minha cara.
- Você tem que parar de pensar nos outros. Foda-se se a Aurora descobrir, sabia? Amanhã vou falar com ela para esquecer qualquer tipo de reconciliação. - ele disse decidido - E você? Vai parar com essa loucura de provar que é boa o suficiente? Não precisa provar isso para um idiota.
- Vai falar com ela? - arregalei os olhos - Não mencione meu nome. - escondi meu rosto em seu pescoço - Eu vou parar com essa neura, ainda mais agora que achei alguém que sabe do que sou capaz.
- Vai estar sã e salva.
Escutamos um barulho e voltamos nossa atenção à porta principal, por onde Rebekah entrava. Segurava umas sacolas de comida - que logo identifiquei como tailandesa - que perfumavam o ambiente.
- Desculpe, mas Klaus é uma negação na cozinha. - levou a comida para a cozinha - Eu também, mas podemos deixar isso de lado.
- Então temos isso em comum.
Rebekah foi simpática e começou a puxar assunto comigo, deixando o irmão de escanteio. Ela era uma pessoa legal, não havia nada que parecia deixá-la para baixo. Aproveitou também para me falar algumas coisas de Klaus, apostando que ele não iria me contar. Contei também algumas coisas que já havia dito a ele, como a minha situação com meus pais e minhas novas amizades.
- Stefan tem sido um grande amigo para mim. - falei
- Ele parece ser uma boa pessoa. - Klaus
- Nik, pode pegar mais um copo d'água para mim? - Rebekah pareceu querer despachá-lo
Ele se levantou na mesma hora e foi pegar o que a irmã havia pedido.
- Você ficaria chateada se eu saísse com o Stefan? - ela me perguntou
- O quê? - perguntei assustada - Claro que não. Stefan é realmente uma ótima pessoa, acho que deve investir nisso.
Ela acabou me explicando rapidamente como haviam se encontrado e eu dei, novamente, todo apoio para que eles saíssem.
Já passavam das quatro quando decidi ir embora. Klaus teve muito sucesso marcando o almoço para que eu e Rebekah nos conhecêssemos melhor.
[***]
Mais um dia de escritório. Isso significava olhar para Aurora e Jennifer mais uma vez e garanto que era um saco. O pior era que seria a primeira vez que eu ia encarar os cabelos de fogo depois de ter ido ao apartamento de Klaus.
- Bom dia. - Hills sentou-se - Temos uma outra audiência marcada para daqui a cinco dias. E vamos reler tudo de novo, desde a primeira página do processo.
- John, isso é desnecessário. - Aurora se manifestou - Precisamos ler tudo novamente? - ela perguntou para mim
- O quê? - tomei um susto - Quer dizer, é sempre bom se informar mais sobre o processo. - dei de ombros - Mas o álibi não está ai, já li umas quinhentas vezes.
- Caroline, estamos chegando num ponto que você vai ter que abrir a boca. - Nathan
- Esperem até a próxima audiência. - Klaus - Tenho alguns novos questionamentos sobre o exato momento do acidente.
- Quais? - Enzo ia tomar nota
- Meus questionamentos. Tenho algumas teorias que só posso confirmar depois das perguntas.
Depois disso, cada um focou no que tinha que fazer e o silêncio tomou conta do ambiente. Pouco tempo depois, senti meu celular vibrar. Era Klaus.
"Vai fazer alguma coisa depois daqui"
"Estudar para a prova de amanhã. E devolver o seu livro"
"Pode passar lá em casa, se quiser"
"Por que não passa na minha? Elena vai gostar de te conhecer"
"Vamos juntos?"
Eu olhei rapidamente para a frente e para os lados, para ver se ninguém prestava atenção no que estávamos fazendo. Eles não pareciam ter percebido que trocávamos mensagens por cinco minutos.
"Não temos como. Assim que eu sair vou direto para meu apartamento. Te espero na porta"
"OK ❤"
Eu estava louca ou ele realmente havia mandado um coração num sms? Queria dar um beijo nele, mas a circunstância não permitia. Apenas sorri e deixei o aparelho de lado, tentando me concentrar nas coisas que fazia.
Assim que acabamos as tarefas, recolhi minhas coisas e zarpei. Entrei no carro e logo já estava em casa. Corri para trocar de roupa, arrumar algumas coisas espalhadas e gritei para Elena que receberia visita.
- O que esse cara vem fazer aqui? - Damon
- O que você está fazendo aqui? - taquei uma almofada nele - Por favor, se comportem.
- Tudo bem, mas acho que você está um pouco alterada. - Elena me abraçou - Fica calma, não é o fim do mundo.
Respirei fundo e a campainha tocou. Abri a porta com um sorriso enorme e Klaus retribuiu. Apresentei Damon a ele e já ficaram conversando, o que me fez ficar feliz. Elena e eu fomos até a cozinha esquentar o que tinha de comida, que era de ontem - ninguém precisava saber.
- Eu queria fazer Economia também, mas desisti para fazer o mestrado. - Klaus respondeu a uma pergunta anterior de Damon - Sempre quis fazer essa faculdade?
- Não, não. Eu nunca quis fazer nada, essa é a verdade. - arrancou risos - Meu irmão que me incentivou. Acho que se eu não estivesse aqui, estaria em algum canto da Itália aproveitando a vida.
- Tenho que agradecer Stefan por isso. - Elena
- O almoço está na mesa. - ofereci uma garrafa de cerveja para eles, que aceitaram
Estava bem estanho almoçar como se fosse um double date, mas aquilo era meio que um encontro e tudo estava indo muito bem. Pensei que Damon fosse usar todo seu estoque de ironias para cima de Klaus, mas foi ao contrário. Elena também não deixou que ele se sentisse deslocado, mantendo os assuntos e me incluindo neles a cada minuto.
REBEKAH'S POV
Eu trocava mensagens com Stefan há dois dias. Ontem, ele resolveu tomar a iniciativa e me chamar para dar uma volta na cidade. Pediu para que o encontrasse no Public Garden, uma espécie de Central Park. Tentei não me empolgar muito para não exagerar na roupa e nem na maquiagem. Assim que cheguei no local, ele estava bem aonde disse que estaria. Aproximei-me com cuidado, pois ele estava de costas e não queria assustá-lo.
- Oi. - foi o que saiu e me bati mentalmente por ter começado assim
- Oi. - ele me deu um beijo no rosto - Desculpe não ter ido te buscar, mas só saí do hospital tem uns cinco minutos.
- Tudo bem, não tem culpa.
- Já conhece o parque?
- Só de nome. Meu irmão já me falou dele, mas como não estou sempre aqui nunca tive a oportunidade de vir.
- Então vamos andar que vou te falar um pouco sobre o lugar.
Quando ele falou isso, era como se eu estivesse sendo protegida por um príncipe em seu cavalo branco. Nunca havia saído com caras do tipo dele, só com babacas que te usavam para passar a noite e não te ligavam no dia seguinte. Por causa disso, fiquei com medo de magoá-lo com a forma que trato as coisas. Sou meio fria e ele parece se importar muito com tudo, até com as coisas mais banais. Tiro isso por Caroline ter me contado durante o jantar algumas coisas e tal fato me fez dar uma chance ao meu coração, para ver se ele volta a ser quente.
- Teve uma vez que vim com meu irmão aqui e uma família de patos estava passeando tranquilamente. - ele riu e me fez rir junto
- Patos? Acho que nunca vi um pato na minha vida, só pela televisão.
- Está falando sério? Então vamos ficar aqui até eles aparecerem.
Ele me puxou para perto do lago que havia ali perto e botou seu casaco na grama para que eu sentasse. Ficamos observando o lago até que três patos apareceram na outra ponta. Ele apontou e eu me senti igual a uma criança vendo o mar pela primeira vez. À medida que eles foram se aproximando, fui levantando e tirando fotos.
- Você realmente nunca tinha visto patos. - ele me zoou
- Só porque estou tirando fotos? - cruzou os braços - Você já viu um coala?
- Nunca tive a oportunidade de ir para Austrália.
- Vou te mostrar. - caçei a foto na galeria - Isso foi ano passado.
Fui tagarelando sobre a minha viagem e sobre várias coisas que ele me perguntava. Fazia tempo que não me sentia tão bem e tão relaxada com uma presença masculina em relação a assuntos amorosos. Podíamos estar ali e não dar certo, ser apenas amizade ou ser o começo de algo novo e maravilhoso. Após tomarmos um sorvete, o tempo começou a fechar e decidimos ir embora para não correr o risco de pegar chuva.
- Obrigada. - sorri e fiquei esperando uma ação dele
- Você é uma ótima companhia. - ele sorriu de volta
- Acho melhor eu ir antes que caia a chuva. - abri a porta meio frustrada - Você também é uma ótima companhia.
Assim que entrei em casa, mandei uma mensagem para Caroline. Ela era a única pessoa que podia me ajudar no momento, mas não me mandou resposta.
CAROLINE'S POV
Klaus e Damon pareciam velhos conhecidos. Só pararam de se falar quando Elena viu que já estava em cima da hora da sessão deles. Quando eles saíram, peguei meu celular e vi uma mensagem de Rebekah. Na hora que eu ia responder, Klaus tirou o celular da minha mão e me beijou.
[***]
- Ele o quê? - quase gritei na mesa do restaurante
Só li a mensagem de Rebekah mais tarde e marcamos de nos encontrar num restaurante próximo. Assim que ela chegou, já desabafou tudo e eu dei o grito, surpresa.
- Pois é. - ela estava desanimada
- Ele só falou "você é uma ótima companhia"? Eu vou bater nesse garoto assim que cruzar com ele.
- Fiquei com medo de tentar alguma coisa e passar uma imagem ruim e... Sei lá.
- Quem tinha que tomar a iniciativa não tomou. - eu já estava furiosa com Stefan - Ele vai se arrepender.
- Caroline, não quero parecer a chata. Não precisa fazer isso, sério.
- Ele não costuma agir assim. - pensei alto - Alguma coisa tem e eu vou descobrir.
Rebekah logo depois me perguntou sobre Klaus e pareci uma tagarela falando como havia sido o dia e tudo mais. Ela estava gostando de ouvir as coisas boas que eu falava do irmão dela e parecia que já esperava tudo isso. Ele realmente era assim e fiquei feliz de saber que estávamos no caminho certo.
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