História My Wolf - Laços

06:30 a.m

Uma garota olhava atentamente para as árvores, tentando se concentrar em qualquer som que pudesse captar. Segurava firmemente uma kunai enquanto tentava esticar seus sentidos, era um pouco mais difícil do que imaginara. Ela tentou farejar o ar, em busca de um aroma de seu inimigo, o que lhe daria sua localização. Mas estava espalhado, em todos os lugares.

Um galho se quebrando lhe alertou do inimigo, se virando bruscamente pôde avistar um vulto passando, com um sorriso de lado ela jogou sua kunai no vulto e correu na direção oposta.

- Você já era! – retirou mais duas kunais de seu casaco e as jogou em direção do vulto, sorrindo um pouco mais com o som das kunais cravando ali, ela pegou impulso e deu-lhe uma voadora, ficando por cima do corpo enquanto cravava suas unhas grandes e afiadas sobre o pescoço. Mas seu sorriso morreu quando percebeu que era um saco de pancadas, com um rosto desenhado – Mas o que…

- Te peguei! – a garota sentiu a ponta de cinco garras em sua nuca, dando um suspirando derrotado.

- ok, ok. Eu me rendo. – ela suspirou novamente sem entusiasmo, levantando os braços e encolhendo as unhas lupinas olhou para o inimigo. – Mas quase te peguei. – ela tentou se consolar enquanto apontava para seu tio.

- Quase, mas você sabe onde foi seu erro? – o mais velho indagou enquanto cruzava os braços, dando um sorriso preguiçoso vendo os olhos da garota abaixando enquanto raciocinava.

- Me precipitei no ataque? – ela perguntou erguendo os olhos.

- Esse é o melhor que pode fazer?

- Bem, eu fiquei muito concentrada em te achar, seu aroma estava em todos os lugares, então quando vi um vulto eu me precipitei e ataquei. – ela disse, entortando a cabeça um pouco.

- Sim. O que você fez com as kunais foi ótimo. O seu erro foi não ter descoberto seu verdadeiro inimigo. Ao invés de já sair atirando kunais a qualquer um, e podendo acertar um aliado, verifique seu perímetro, se não pode usar o olfato, use a audição, se não puder, use sua visão. Você tem toda a floresta a sua disposição, se camufle, faça um plano. E então, identificando o inimigo e suas armadilhas, parta pra cima. – disse enquanto observava os olhos um pouco sem foco, sabendo que ela estava absorvendo tudo.

- Certo tio Sasuke, da próxima vez eu vou usar tudo o que você disse e vou chutar a sua bunda! – Maya sorriu envergonhada, mas determinada. – Mas qual foi a do saco?

- Distração. Assim, eu poderia me esgueirar por trás, ou laterais e te acertar para fora da luta. O saco era o que eu tinha a disposição. Quando se foca no aroma de seu inimigo, as pessoas tendem a esquecer dos outros sentidos. – Sasuke sorriu mínimo enquanto ia até o saco, puxando uma kunai ele sorriu um pouco mais vendo a fenda. – A propósito, o saco é do Naruto. Ele vai fazer uma cena quando ver os rasgos. Ah! Tome um banho antes de ir pra escola, se não sua avó vai nos fazer dormir com os cães.

- Hai! – ela entoou feliz fazendo uma continência – Vai ficar na delegacia hoje à noite?

- Não, seu avô vai ficar. Eu irei fazer ronda com Naruto e Shikamaru. Sua mãe voltará em dois dias, e disse pra você ligar pra ela. E Itachi irá se atrasar em dois dias. – o Uchiha avisa parando na porta da casa e pondo o saco de pancadas na varando, escondendo os rasgos. Ele abriu a porta deixando Maya entrar primeiro – voltamos! – anunciou sua chegada para a Mikoto que saia da cozinha.

- Como foi o treino? – a morena sorriu beijando a face do filho, e abraçando Maya.

- Legal, fui enganada por um saco de pancadas. – Maya sorriu irônica. – Mas eu quase peguei ele vovó. – ela socou a palma da outra mão.

- Cuidado com seu tio. Ele gosta de trapacear para ter vantagem. – Mikoto sorriu olhando a troca de línguas dos dois. Ambos deveriam ter a mesma idade. – Agora, eu irei te dar dez minutos de vantagem para tomar um banho e se arruma para a escola. Fui clara? – Mikoto observou quando a garota balançou a cabeça obedientemente.

- sim vovó. – ela correu para as escadas, e logo sumiu de vista.

- Já tomou café? – Mikoto perguntou ao filho, enquanto iam para a cozinha. – Seu pai já está na delegacia. Ao que parece houve um furto em duas lojas vizinhas, roubaram algumas coisas. Parece que uma delas é da família Yamanaka. – sorriu pondo algumas coisas em frente ao filho.

- Que tipo de coisas? – Sasuke parou a xícara de café próxima aos lábios.

- Algumas plantas dos Yamanakas, e na outra o dinheiro do caixa. – Mikoto observou o filho, o modo como sua mão mexeu um pouco rápido demais, ou a forma como reposou a xícara de café na mesa.

- Não deve ser muito, é estranho que roubem flores. As colhidas sempre duram uns dois ou três dias. Kakashi deve estar com com ele, Jiraya também. – Sasuke disse – Eu o dispensei ontem após a reunião com os outros alfas.

- Espero que não seja muito mesmo. – Mikoto se sentou a frente do filho. – E o Mestre Jin? Alguma noticia?

 - Não, nada. Disseram-me que ele foi a Suna. Ainda parecia ter esperança sobre a ‘profecia’ e o ‘escolhido’ – Sasuke aspas com uma mão, um leve tremor no canto do lábio mostrava seu descontentamento. – E enquanto isso Orochimaru conquista fronteiras, cria mais renegados e mata mais dos sobrenaturais.

- Ele irá parar Orochimaru, nosso dever é proteger os nossos. – Mikoto segurou a mão do filho, ele não sabia que estava cerrando o punho. – E Itachi?

- Ele demorará mais dois dias, parece que surgiu uma nova pista sobre um dos esconderijos de Orochimaru. – o moreno observou a mão de Mikoto sobre a sua, como um simples toque de sua mãe poderia acalmá-lo tanto? – O que ele pode encontrar vai ser perda de tempo, o tempo que não temos. Vai estar vazio como sempre. – ele soltou gentilmente sua mão do aperto de Mikoto, enquanto tomava um pequeno gole de café. – Ao que parece todos preferem acreditar em uma historia infantil.

- Eu não acho. – Mikoto falou suavemente, fazendo Sasuke lhe olhar. Ela pegou os cereais que Maya gostava enquanto organizava os pensamentos conflitantes. – Às vezes eu sinto que… - ela parou novamente, repousando a mão no peito, sentindo seu coração bater. Desde que ‘ressuscitou’ há 75 anos atrás, aquela havia sido uma sensação de paz e purificação única, que ela nunca entendeu. – Há coisas no sobrenatural mais antigas que os deuses, se Mestre Jin acredita que algo irá surgir, ele tem o direito de se agarrar a isso. – Mikoto olhou para o filho – Não fique frustrado.

- Ainda me incomoda se há esses seres antigos, que devem ser sábios, por que não ajudam? – Sasuke olhou para a mãe.

- Porque nem tudo é tão simples. – ela sorriu mínimo. – Mudando de assunto, como foi o encontro com a filha do Teuchi? – o sorriso de Mikoto deu lugar a uma sobrancelha elegantemente arqueada.

Sasuke deu um suspiro enquanto repousava o queixo na palma da mão. Ino arrumou-lhe um encontro com Ayame, esperando que fosse diferente, mas foi igual. Sempre era igual. Era um pouco irritante.

- Legal, a gente quase não tinha assunto, e não aconteceu nada. – ele estava mentindo para Mikoto, fazendo-há cerrar um pouco os olhos.

- Hum… - ela o olhou mais um pouco antes de quebrar o contato visual enquanto se concentrava nas louças. – Você podia arrumar algumas namoradas. Até Itachi trouxe algumas antes de encontrar Izume.  – ela soltou uma risadinha ao ouvir o bufo de indignação de Sasuke – Que tal a Karin? Parece ser uma boa menina.

- Não tenho tempo para namoradas, nem marcadas. E Karin é apenas uma colega. – ele estava mentindo novamente, mas Mikoto não tinha certeza, ele estava ficando bom em mentir, e acabava não refletindo no seu olhar. – E também há o meu dever com a alcateia, tenho que ajudar na delegacia com meu pai e ainda ir atrás daquela cobra peçonhenta. Irei deixar o assunto para quando tiver uns… 227 anos, no máximo . – sorriu sarcasticamente para Mikoto, que revirou os olhos.

- Você quem sabe! Mas, eu tenho certeza que vai pagar com a língua! – ela sorriu por cima do ombro enquanto ouvia Maya descendo as escadas. – Busca Maya pra mim? Preciso ir ao mercado. – ela pediu pondo uma tigela na frente de Maya e prendendo seu cabelo.

- Claro, vou ter que concertar o portão da floresta com Neji, acaba que vai ser caminho. – Sasuke sorriu mínimo enquanto se levantava.

- Tudo bem então, eu já vou indo! – Mikoto sorriu retirando o avental – Maya, seu lanche está no balcão e leve um casaco, pode esfriar. – ela beijou a testa dos dois – E Sasuke, pense no que te falei, só quero a sua felicidade. – ela desapareceu enquanto revirava a bolsa.

- O que ela te disse tio? – Maya perguntou levantando olhos de cachorrinho.

- Nada. Cuidado para não se sujar.  – Sasuke beliscou o nariz da garota enquanto mandava uma mensagem a Naruto.

SU: Ichiraku às 22h, não se atrase dobe.

NUi: Até parece! E devolve meu saco de pancadas teme!

SU: Maya fez dois olhinhos nele, só falta um sorriso.

NU: É bom arrumar ele! Acabei de comprar!

SU: À noite eu te devolvo. Confirme com Shikamaru, vou levar Maya na escola.

NU: O.K. to doido pra ver o velho te quebrar por causa da Ayame.

SU: Idiota!

- Acabou? – o moreno perguntou desviando sua atenção para Maya.

- Quase. – Maya sorriu para ele – Tio Sasuke? – chamou trazendo a atenção dele para ela de volta. – Eu estou pensando em ter um namorado também… 

Sasuke podia sentir seu sangue evaporando das veias, ele odiou ter que passar pelos quinze anos, e odiava o fato de que ela também estava passando. Em uma adolescente comum, era normal. Eles mal tinham vida até morrer, mas em uma lupina era completamente diferente. Ele pensava em porque ela não podia ter ficado como um bebê para sempre?

- Primeiro, é falta de educação escutar a conversa dos outros. Segundo, não fale isso para seu pai, se não ele vai abrir mais covas do que há em um cemitério, e eu ajudo! Agora para de besteira e vamos embora! – Sasuke saiu da cozinha antes da menina.

…

Um par de olhos negros vagueava pela floricultura destruída, prestando atenção nos mínimos detalhes, alguns vasos de plantas estavam caídos e outras com as flores intactas, embora o que lhe mais chamava a atenção eram o fato de que as maiorias dos vazos caídos não tinham uma única raiz das flores.

- Fugaku! – Kakashi chamou passando por baixo da fita da policia. – Na outra loja roubaram apenas algumas velas e o dinheiro do caixa. Deduziram que podem ser apenas vândalos. – se aproximando do local, seus olhos já vagueando assim como Fugaku.

- Sente o cheiro? – perguntou vendo o Hatake cheirar o ar – Não há cheiro. Quer dizer que não foi humano. Pegaram algumas velas e flores, Ino disse que são mais comumentes usados para feitiços de cura ou camuflagem.

- Provavelmente se feriu e veio procurar uma cura, uma vez que se revelou para nós com as raízes. Provavelmente um feitiço dos dois tipos. – Kakashi disse distraído enquanto passava por entre as prateleiras, ele iria falar algo quando notou marcas de areia branca. – Quem quer que seja veio da praia. Passarei por lá para ver se descubro algo. – Kakashi sinalizou para Fugaku onde a marca de areia estava. Por mais que seje um caso de polícia era melhor deixar qualquer coisa do mundo sobrenatural com a alcateia.

- Ok, qualquer coisa me liga.– Kakashi assentiu ainda da floricultura. Fugaku iria seguir o albino até que, olhando pelo reflexo da porta pode ver algo luminoso o fazendo olhar novamente. Percebendo que havia uma tábua com terra em cima. A parte que brilhava era um metal pequeno. Limpando a terra com um pincel que tinha no bolso ele percebeu ser uma corrente que segurava um anel simples. Estreitando os olhos e pegando a corrente com uma caneta a pondo em um saquinho de evidencia para guarda na alcateia mais tarde e logo saiu do local.

- Ei Fugaku! – Jiraya acenou para o Uchiha, que caminhou até eles, notando a presença de Minato ali. – Kakashi me contou o que houve, mas receio que não poderei ajudar terei que fazer uma viajem de urgência.

- Para onde? – Fugaku arqueou uma sobrancelha elegante para o homem.

- Reunião de família em Kyoto. – era de conhecimento mútuo que Jiraya perdera a esposa e o filho, mas havia boatos que ele tinha uma irmã mais velha humana por parte de mãe, só que ninguém nunca a viu. – Minha sobrinha vai fazer aniversário e preciso estar lá. Sabe como são os humanos…

- Ah! Claro! Tudo bem, Kakashi foi à praia procurar pistas sobre o roubo.

- Se acontecer algo a gente te liga. – Minato estendeu a mão para Fugaku que a aceitou, logo o loiro se despediu dos dois.

Fugaku e Jiraya repassaram o que sabiam do caso mais um pouco até que Jiraya teve que ir.

Konoha era uma cidadezinha pequena de seis mil habitantes, em que metade dela era composta por lobos, bruxos e alguns outros seres sobrenaturais que escaparam das garras de Orochimaru, ou de seu extermínio.

Havia o centro que era onde a população humana vivia, e a floresta circuncidante que era propriedade da alcateia da folha, poucos humanos se aventuravam na floresta, a maioria era companheiros dos lobos.

Fugaku se aproximava da entrada da floresta quando viu Neji guardando algumas ferramentas na caixa. Neji era um Hyuuga, um membro do clã de bruxos com o dom da visão. Mas infelizmente foi uma das vítimas de Orochimaru, Neji foi encontrado ainda criança com sua prima Hanabi, que na época era um bebê. Ambos não conseguiram desenvolver sua magia, ou o dom. Fugaku tinha noção de que Neji era mestiço de lobo, graças a sua mãe, o que o fez ser aceito na alcateia da folha. Hoje em dia os dois vivem juntos na companhia de Tenten que é marcada de Neji.

- Ei, Neji – Fugaku acenou da janela do carro para o garoto. – O portão ficou bom.

- Sim. Se estiver procurando o Sasuke ele acabou de sair para buscar Maya na escola.

- Ok, você não vai buscar a Hanabi?

- Tenten se ofereceu. Soube o que houve com os Yamanakas, será que foi um renegado? – as sobrancelha se ergueu em pensamento enquanto Neji parava de arrumar suas ferramentas.

- Acho que não, renegados se curam com o sangue, mas há possibilidade. Pode ser outra coisa, ou alguém. – Fugaku respondeu lentamente – Vai participar da ronda hoje?

- Agora eu vou. – Neji sorriu fechando a caixa de ferramentas e vestia sua jaqueta. – Me dá uma carona até em casa, senhor? – Neji se aproximou um pouco do carro. Fugaku balançou a cabeça permitindo fazendo Neji entrar no carro e sumindo nos arbustos.

…

- Olha, não querendo ofender, mas que casinha furreca essa aqui. – um garoto retirou um lençol de cima de um sofá antigo – Tem certeza que não quer ir pra um hotel? Consigo uma reserva em poucos minutos.

- Não Sai! Tem que ser sigiloso! Karui já deve estar voltando com as coisas, vocês precisam ir antes do anoitecer.

- Me sinto tão amado. – Sai ironizou olhando para baixo por um minuto – Enfim, você sabe onde nos achar? – ele observou enquanto a mulher derretia algumas velas e logo se virando ascentindo com a cabeça. – E a outra já ta na rua? Essa sim gosta de bater perna.

- Ela precisa viver um pouco, sempre permanece dentro de casa. Fora que esta coletando algumas informações para nós. Ninguém nos conhece, deve ser bom por enquanto. – a mulher sorriu mínimo para Sai – Ela está com Karui, e-

Ela foi interrompida pela porta bruscamente aberta, onde uma ruiva visivelmente cansada estava parada ali.

- Ela… sumiu… a Sakura sumiu! – Karui podia sentir pontos negros em sua visão, quando viu que um par de olhos perolados aumentando de tamanho.

- Fudeu! – Sai sentiu seu sorriso aumentando – Se eu morrer, quero que meu caixão seja rosa todo trabalhado na lantejoula.-Sai parou por um momento e colocou a mão no queixo- se bem que não seria nada mal levar umas palmadas do velho delícia- ele inclinou o ombro, logo tomando um semblante mais serio – Como você a perdeu?

A pergunta era inocente, mas com o tom de voz de Sai, Karui não tinha tanta certeza.

- Eu não sei! Estávamos roubando as lojas como você mandou, e fomos para a floreta. Então eu pisquei e ela sumiu! – Karui levantou as mãos em rendição, sua respiração mais fácil.

- Tudo bem… está tudo bem! Vamos manter a calma, o plano ainda está funcionando, só tenho que achá-la antes que eles saibam e descubram que não estamos no local marcado. - Hinata voltou sua atenção para a mesa cheia de frascos de poções. Ela quase não tinha certeza do que estava fazendo, pondo o resíduo da cera em uma tigela e algumas ervas.

- Eu só digo uma coisa – Sai se moveu para perto de Hinata pondo a mão em seu ombro. – Se você não a achar, nem desfaça das malas. – ele saiu do lugar com Karui deixando Hinata com suas poções.

- O que você está fazendo garota?- sussurou para si mesma.

…

- Seu namoradinho está vindo. – Maya sorriu para Hanabi, que desviou a atenção para ver o grupinho de Konohamaru vindo em uma direção oposta a elas. Quase fazendo com que Hanabi se arrependesse de terem saído da sala. – Ele vai olhar em cinco, quatro, três, dois, um! – Konohamaru desviou sua atenção para as duas, focando em Hanabi.

- Ele não é meu namorado! – Hanabi revirou os olhos pálidos. – Você fala de mim, mas flerta com Tashi, só não se assumem porquê não querem.

Konohamaru, Udon, Moegi e Tashi eram lobos da folha, e sempre andavam juntos, desde crianças. Ela gostava um pouco de Konohamaru, mas ela não admitiria a Maya, que era um pouco diferente, com Tashi sempre a provocando por ser a mais fraca dos lobos transformados recentemente.

- A última coisa que eu faço é gostar dele, no máximo quero que ele caia e quebre o braço. – Maya cruzou os braços, enquanto inflava as bochechas – Vamos antes que eu voe na garganta dele e cometa um assassinato. 

- Tão fofos! Um belo casal! – Hanabi sorriu enquanto apertava as bochechas da morena, Maya a olhou feio dando-lhe um tapa em sua mão. – pra que tanto ódio jovem?

- Pare antes que quem morra é você! – as duas sorriram uma para a outra retomando sua caminhada em direção ao portão. Sasuke e Tenten acenaram para elas logo retomando sua conversa. – Olha lá. – Maya quase apontou para onde uma ruiva ia em direção a Sasuke.- vai começar a baixaria e olhe que ainda é 12:20!

Karin Uzumaki, prima de Naruto Uzumaki, coordenadora da escola e uma loba. E de quebra um passatempo de Sasuke, em que a ruiva insistia em dizer que era um relacionamento sério, ela sorriu abertamente a Sasuke tentando puxar assunto com ele enquanto ignorava Tenten.

- Ele não havia saído com Ayame? – Hanabi perguntou arqueando uma sobrancelha. – É a primeira que sai da casa dele e meses, desde Karin.

- O tio Sasuke é legal, responsável, líder e o que mais quiser. Mas ainda é um homem, e um que gosta muito de um par de seios. Minha avó o repreendeu hoje, mas parece mais que ele é um lobo solitário. – Maya entortou a cabeça quando olhou para a ruiva com seu tio. Fazendo Hanabi dar de ombros.

- Oi Tenten! – Hanabi sorriu compartilhando um soquinho e pegando o capacete da moto.

- Vamos, antes que a vela que estou segurando vire um candelabro – a Mitashi sorriu dando um soquinho com Maya.

- Imagino. – a Hyuuga abraçou Maya com um braço, se preparando para subir na moto. – Boa sorte soldado! – ela sorriu ainda mais para a careta de Maya, a perdendo de vista enquanto Tenten acelerava a moto.

- Tio, vamos? – ela perguntou se pondo na frente de Karin, recebendo um olhar agradecido do tio.

- Quase, tenho que terminar um assunto. Pode ir entrando no carro. – Sasuke pôs uma mão em seu ombro, apertando levemente.

- Não demore, por favor. – ela entrou no carro com olhos de cachorro.

- O que você queria Karin? – Sasuke cruzou os braços para Karin, vendo a mesma delinear seus músculos com a ponta do dedo.

- Queria saber se podemos sair alguma hora. Pra compensar o outro encontro que não foi muito bem. – Karin sorriu tímida arrumando os óculos.

- Parece que Konoha deu pra saber com quem eu saio agora! – o moreno suspirou pesadamente – Não tenho tempo para isso, tenho mais deveres com a matilha esses dias. – ele a olhou interrogativamente.

- Mas você não pode abrir uma exceção para mim? – Karin perguntou se fazendo de tímida enquanto ela fez um bico.

- Eu posso acabar pensando… - ele murmurou – Mas só como amigos. – a cara que ela fez foi incrível.

- Tudo bem querido. – Karin puxou o moreno para si, fazendo-o a beijar. Ela sorriu por entre o beijo. – Até logo.

Sasuke a observou indo embora, o cabelos balançando levemente as suas costas. Ele balançou a cabeça enquanto entrava no carro, ignorando Maya que o encarava.

- O que foi?

- Eu não vou dizer é nada!. – ela virou o rosto para a janela, observando os outros carros do estacionamento. –só acho engraçado que se fosse eu beijando um garoto, você o atropelava umas cinco vezes. Ainda bem que ninguém viu aquela ceninha ridícula. – Maya bufou na janela, fazendo seu hálito se condensar no vidro.

- Não exagere. Iria ser três vezes. Tem que sobrar algo para o enterro.

- Eu estou falando sério! Não gosto dela, eu tenho certeza qie ela virou coordenadora só pra falar com os pais, e sempre te chama com a desculpa de que tem que falar ao meu respeito. E quase nunca é nada.

- Da ultima vez não foi ‘nada’. Você pôs cola no suco do Tashi… - Sasuke murmurou.

- Eu avisei que caiu cola no suco dele. Só que foi depois que ele bebeu. – ela sorriu com a lembrança do garoto indo para a enfermaria.

- Karin é apenas a minha amiga. E eu acho legal ela se preocupar com a sua educação. – Sasuke tentou persuadir a sobrinha, mas sabia que isso não surtiria efeito.

- Só porque você é meu tio, porque sempre que ela te vê ela se esfrega no senhor praticamente tirando a roupa.

- MAYA!

- ue, to mentindo?- a garota virou procurando um vacilo no olhar do tio.- agora chega desse assunto! Sou muito jovem pra ter rugas.

…

Passos suave ecoava pelo corredor vazio do templo, um olhar calmo passando pelas paredes enquanto encarava a porta que se aproximava inevitavelmente. Quando a porta se abriu, a mulher parou de andar momentaneamente, logo se aproximando de Jin.

- Tsunade! – Jin sorriu para a mulher – Soube que me procurava algum problema? – ele seguiu caminhando com a mesma, desta vez para outro lugar.

- Não senhor, apenas soube que voltou de Suna e queria saber como foi sua viagem. – Tsunade o observou cuidadosamente, vendo como sua linguagem corporal passou de angustiada, para frustrada e voltou a ficar calma.

- Não deu em nada, Ainda! – Jin esperou os guardas abrirem as portas do jardim. – Mas sinto que não é por isso que veio atrás de mim Tsunade. O que houve? – Tsunade piscou para ele, voltando sua atenção para alguma flor aleatória.

- Queria sua permissão para viajar para Kyoto. Uma grande amiga minha irá se formar e gostaria da minha presença lá. – Tsunade observou Jin se sentar nas panturrilhas na frente de um pequeno lago no jardim. Havia karpas ali?

- Vai haver uma festa? – ele perguntou olhando-a, os olhos brilhando de excitação.

- Acho que sim. Sempre há uma festa depois de formaturas. – Tsunade pensou.

- Me traga alguns doces. – Jin a olhou com o brilho dos olhos aumentando.  – Não aguento mais a comida daqui, só me dão comida de coelho. – ele sussurrou para a loira, ela se curvou para ele saindo do jardim. Fazendo-o suspirar – Guardas!- dois homens apareceram ao seu lado.- Não guardem minhas coisas, vamos para Konoha.

…

19:40 p.m

Os olhos azul encheram-se de lágrimas, enquanto uma mão ia para o coração e a outra parava em seus lábios. Podia sentir seu coração batendo rapidamente contra as costelas, a respiração sendo prendida nos pulmões sem sua autorização.

- COMO VOCÊ PÔDE? – gritou correndo e agarrando a forma coberta por um pano, sentada ocasionalmente em uma cadeira. – Você é um monstro! – sussurrou – Escutou-me? Um monstro. – uma lágrima caiu de seus olhos.

- Naruto, é apenas um saco de pancadas. – Neji e Sasuke estavam sentindo vergonha alheia da situação, vendo o loiro chorando por cima de um saco de pancadas rasgado.

A ideia era esperar os outros do lado de fora do Ichiraku, mas depois de ver um saco de pancadas sentado em uma cadeira de sua mesa habitual, Naruto não resistiu e entrou correndo na lanchonete, apenas para causar uma cena vendo o estrago que Maya havia feito.

- Não é só um saco de pancadas! Era o meu bebê! – o loiro passou a mão contornando os "olhos" com o indicador, vendo a areia vermelha vazando sempre que empurrava um pouco mais. – Você acha que ele merecia isso? Uchiha maldito! – Naruto balançou a cabeça enquanto sentia o saco esvaziar mais.

- Naruto, já deu! Eu lhe compro outro. – o Uchiha irritado suspirou, debatendo os prós e contras de acertar o loiro.

- Ele não é subs-

- Eu te deu o que você quiser! – Sasuke quase gritou.

- Foi bom enquanto durou. Mas todos temos que partir não é mesmo? – o loiro olhou para o saco de pancadas com pesar que logo foi arremessado ao lixo. – Quem mais vem?

- Kiba e Shikamaru. – Neji disse prendendo o cabelo, daquela forma que Tenten achava fofa. Com um coque no alto da cabeça, algumas partes ficando de fora, por ser muito curtas. – Shikamaru deve chegar atrasado, se não pegou no sono.

- Quem vai chegar atrasado? – Shikamaru perguntou enquanto soltava o grampo do cabelo de Neji, o fazendo cair em uma cascata em suas costas.

- Ainda não dormiu? – Neji retornou a prender o cabelo.

- Na verdade, ele veio me pedir uma carona e dormiu o caminho todo. – Kiba sorriu enquanto Shikamaru bocejava.

- Ainda não fizemos os pedidos. Vão querer o mesmo? – após terem balançar a cabeça ele sorriu – Estou esperando ver Teuchi quebrar a cara do teme! – o loiro sorriu docemente enquanto se sentava.

O grupo sorriu para Sasuke, enquanto Naruto se levantava novamente.

- Vou pegar umas cervejas. Já volto! – ele cantarolou indo para o balcão novamente. – Oi Ayame!

- Oi. A seu pedido eu já sei. O que o resto vai querer? – ela apontou para a mesa ocupada no canto.

- Só mais cervejas, e umas batatas. – Naruto sorriu. – Teuchi vai demorar?

- Não muito. Aqui. – ela pôs as cervejas e as batatas em uma bandeja.  – Ele vai querer algo diferente? – ela apontou discretamente para Sasuke. Naruto deu uma risada nasal sabendo do suplo sentido em que a moça se referia. – Não.

Ele se encaminhou para a mesa, olhando bem nos olhos de Sasuke enquanto abria a tampa de sua cerveja com a mão.

- Você é lamentável!

- Não enche! – Naruto deu de ombros voltando sua atenção para Neji e Kiba que jogavam baralho e Shikamaru usando os braços como travesseiro.

- Ei! – ele sentou enquanto cutucava o rosto de Shikamaru levemente com a cerveja. – É verdade que Jiraya saiu da cidade? – observou levemente o moreno levantar a cabeça e pegar a garrafa já aberta.

- Dizendo meu pai, sim. Parece que é um aniversario, ou algo assim.

- Aposto que foi uma desculpa para ir às fontes termais. – o loiro deu um gole em sua cerveja, observando levemente como a mão de Sasuke contraiu. – Ei, aquela não é a Ino? – os outros se viraram, vendo a Yamanaka atravessando o estacionamento, e logo entrando no loca. – Ei Ino! – ele acenou para ela, que foi até eles.

- Oi rapazes. Fazendo ronda? – ela se sentou, dando um peteleco na orelha de Shikamaru, que debatia silenciosamente e voltou a dormir.

- Sim, e você? – Kiba perguntou completando seu baralho.

- Vim esfriar a cabeça um pouco. – ela juntou os lábios em uma linha fina.

- Alguma noticia do roubo? – Neji perguntou, examinando minuciosamente seu baralho, algo não estava certo.

- Não, fiz um feitiço de busca depois que se foram. Mas não detectei nada. – ela bufou. – O suspeito conseguiu quebrar a barreira de segurança que Kurenai fez. É difícil quebrar aquilo.

- Falei com Fugaku mais cedo. Poderia ter sido um renegado ferido, mas foi descartado. – Neji retornou a fala deixando de analisar seu baralho – Aliás como o suspeito conseguiu passar pela ronda de ontem? – as cabeças olharam para Sasuke.

- Não olhem para mim, meus guardar disseram que nada passou pela floreta. – ele bebeu um gole de cerveja. – Ou ele deu um jeito no olfato e visão de um lobo, ou é de dentro. – Sasuke disse pensativamente, levando o resto a um silêncio, todas as possibilidades passando por suas cabeças.

- Outra porção de batatas fritas e um rámem com carne extra para Naruto, por conta da casa! – Ayame chegou sorrindo depositando as comidas na mesa, quando ia saindo Ayame deu uma piscadela por cima do ombro para Naruto, quando Ayame se distanciou o grupo riu.

- E aquele ditado, chorando por um e sentando em outro! – Ino cantou.

Sasuke soltou uma risada pelo nariz enquanto tomava de sua bebida, foi quando um cheiro o atingiu, fazendo tudo ao seu redor ficar em câmera lenta, a não ser o aroma que lhe invadia o nariz e os pulmões. Seus sentidos ficaram mais aguçados, podia sentir suas garras crescendo e um tinha e leve noção de que rosnava baixo. Fazendo os outros se calarem.

- Sasuke? – Ino perguntou com cuidado, vendo-o arranhar a mesa, suas presas crescendo pouco a pouco pelos lábios pouco separados. Ela agradeceu que eles escolheram uma mesa ao fundo. – Se controle Sasuke!

- O que esta acontecendo? – Kiba segurou os ombros de Sasuke com cuidado, o impedindo de se mover.

Eles tentaram chamar sua atenção, mas a mente de Sasuke estava longe deles. Ele viu uma mulher segurando um bebê o embalando enquanto ele dormia lentamente, um homem que escrevia em um caderno, vendo lascas de grafite voando da ponta do lápis, uma concha que Teuchi usava para por o caldo do rámem em uma tigela. Para então seus olhos se firmarem e sua mente focar no sino que tocava acima da porta, e uma mulher usando um capuz vermelho encobrindo seu rosto, o que era irônico devido as circunstâncias.

Viu-a caminhar até o balcão sentando no mesmo, e seu coração falhou uma batida quando ela retirava o capuz, revelando um rosto angelical, por assim dizer. Os olhos verdes como esmeralda que encaravam Ayame, e o cabelo rosa, como flores de cerejeira balançavam enquanto ela o retirava da capa. Era a mulher mais linda que já havia visto.

- Sasukeee! – Naruto chamou um pouco nervoso demais lhe dando um tapa na cabeça. Sasuke piscou rápido entendendo o que havia acontecido, normalizando a respiração e se concentrando para que suas garras voltassem a serem unhas e suas presas tivessem o tamanho normal de caninos. – O que houve? Você quase se transformou! – o sussurrou foi urgente, o fazendo olhar para os amigos com um olhar confuso, mas logo tratou de voltar a sua atenção a quem realmente o interessava naquele momento, o que logo o pegou de surpresa.

Mas as pequenas esmeraldas o encaravam com curiosidade, o que de certa forma o deixou feliz por ter a atenção dela. O rosto da garota se voltou para frente enquanto era atendida por Ayame.

- Ela… ela aconteceu. – ele sussurrou, fazendo todos voltarem as atenção para a garota de cabelos rosas. Neji piscou levemente compreendendo rapidamente o que acontecia. A respiração descontrolada, os olhos o dobro do tamanho, a sensação do coração quase sair do peito.

- Sua marcada! – o sussurro foi entusiasmado, mas urgente.  Ele notou que Sasuke ainda olhava para a garota, vendo com seus olhos pálidos que todos começaram a compreender.

- É. – Sasuke concordou, pegando sua cerveja e a virando. – Parece que eu paguei com a língua.- e se perdeu em um sorriso tombando a cabeça enquanto a garota mordia os lábios enquanto olhava o cardápio.

O que Sasuke não sabia e que aquele seria o início de noavos desafios e novas descobertas.

Continua...

Leiam as notas finais