※POV Dean※
Nunca pensei que na Califórnia existisse uma floresta tão densa… Estamos quase próximos a cidade de Beacon Hills, ela é toda cercada por uma enorme reserva, Sam pesquisou um pouco sobre ela e viu que os moradores insistiram em preservar tudo aquilo, basicamente ela é a esmeralda dos olhos da cidade. Ele tentou encontrar algo sobre a tal garota misteriosa, mas a única coisa que encontramos foi sobre uma família milionária da Romênia, então descartamos, afinal, duvido que uma princesinha de berço de ouro iria querer por vontade própria morar numa cidade pequena e isolada nos EUA.
— Eu estou curioso sobre a aparência dela, nos só temos o nome, acha que vamos encontrá-la fácil? - Sam me pergunta quando avistamos a entrada da cidade.
— Bem, é só perguntarmos na delegacia, em cidades pequenas os policiais sabem o nome de todos. Veja a Jody, por exemplo. - dou de ombros e contínuo com os olhos na estrada.
— Só vamos precisar de uma boa desculpa, afinal dois estranhos procurando por essa garota pode levantar suspeitas.
— É só dizermos que somos primos distantes e soubemos que ela estava morando aqui e pronto.
— Espero que engulam essa história…
— Eles vão, pode apostar.
Passamos finalmente a entrada da cidade e fomos direto para um pequeno motel chamado Full Moon e nos registramos com nomes falsos é claro. Perguntamos ao atendente onde ficava a delegacia e ele nos deu a indicação do caminho.
Chegamos na delegacia, tudo parecia bem ocioso para um início de tarde. Fomos ao balcão onde tinha uma linda morena toda uniformizada. Oficial Romero.
— Boa tarde, você poderia me ajudar? - dei meu melhor sorriso cafajeste enquanto Sam me olhava com indignação.
— Claro, em que posso ser útil? - a oficial no final da frase desceu com uma pasta bem pesada nos meus dedos enquanto sorria cínica, Sam se segurava para não rir da minha desgraça.
— Mana, trouxe seu almoço… Quem são vocês? - uma adolescente muito parecida com a mulher no balcão apareceu acompanhada de um garoto de cabelos castanhos e cheio de pintinhas.
— Devem ser forasteiros Hayden… Meu pai está Millie? - o castanho questionou a oficial que deu um aceno positivo em resposta, e assim o garoto entrou direto seguindo para a sala do sheriff.
— Obrigada maninha... - a mulher se inclinou no balcão e beijou a testa da garota.
— Não me agradeça, foi a Leilla e o Isaac que fizeram. Mas tenho certeza de que você e o Sheriff Stilinski vão adorar, eles cozinham muito bem! - a garota sorri ao mencionar os novos amigos.
— Agradeça aos Bathory's por mim então, se for voltar pra lá.
— Vou voltar sim, eles chamaram todos pra passar o dia na piscina.
— Com licença não podemos deixar de escutar, mas vocês estão falando da Leilla Bathory?
— Sim, a conhece?
— Ela é nossa prima, viemos aqui para saber o endereço dela, soubemos que ela veio morar aqui em Beacon Hills e decidimos fazer uma surpresa.
— Ah… Hayden, você pode levá-los?
— Sério? - Sammy perguntou a garota que dá um aceno positivo sorrindo — Muito obrigado mesmo.
— Só temos que esperar o Stiles, pois eu vim de carona com ele.
— Me esperar para o que? - o garoto castanho retornou e cruzou os braços na frente do corpo olhando para mim e Sam.
— Stiles, eles são primos da Leilla e vieram a cidade só pra vê-la, então a minha irmã pediu para levarmos eles até a casa dos Bathory's já que vamos voltar pra lá. - o garoto olhou desconfiado, mas deu de ombros.
— Bem, vamos lá então.
Nos entramos no Impala e seguimos o Jeep azul pela estrada. A casa desses Bathory's ficava na floresta, quase fora dos limites da cidade. Entramos em uma estradinha de terra floresta a dentro e saímos numa clareira e… Uau. Tem uma mansão no meio da floresta! O Jeep estacionou no pátio de pedra em frente ao casarão ao lado de um Pontiac Solstice, Bom gosto. Estou começando a achar que eles provavelmente são a família que o Sammy achou na internet…
O filho do sheriff abriu a porta e entrou sendo seguido pela clone da Selena Gomez para os fundos da casa onde se podia se ouvir a música vindo. Observei a sala e nada muito pomposo, mas dá pra perceber que tudo aqui é de primeira qualidade. Seguimos os adolescentes e chegamos na área da piscina onde tinha gente sentada na beirada e nas espreguiçadeiras enquanto 3 garotas, uma morena, uma negra e uma ruiva se requebravam ao som de uma música que eu nunca havia escutado antes, mas era boa.
— Leelah, você tem visitas. - o castanho se sentou do lado de um garoto moreno com o queixo torto? Olhando mais de perto... É torto mesmo! - Disseram que são seus primos. - a garota negra parou de requebrar e olhou para mim e meu irmão. Merda! Deveríamos ter falado que um de nos era ex-namorado ou amigos da família talvez.
— Primos? Tá certo que a família é grande, mas eu nunca vi vocês… e você Damien? - a voz da garota tinha um leve sotaque europeu. O garoto para o qual ela olhou em questionamento também negou com um aceno.
— Somos primos distantes, será que podemos conversar em particular? - Sam falou um pouco nervoso… Passasse os anos e ele não aprende a mentir direito ainda. Francamente...
— Claro, vamos para o escritório. - A garota começa a andar e mas o garoto chamado Damien e um loiro levantam seguindo-a, fomos atrás. Entramos no escritório e ela se recostou na mesa de mogno e sinalizou para que sentássemos nas cadeiras em frente a mesa, nos o fizemos.
— Agora, falem a verdade, sem mentiras ou omissões dessa vez ou... Vamos arrancar a verdade de qualquer jeito. - disse o moreno com o cabelo tão grande quanto o do Sammy sorrindo sádico, ui que medinho!, os garotos se recostaram também na mesa um de cada lado da garota.
— Nosso amigo disse para procurar você Leilla. - Sam despejou logo nervoso, eu dei um tapa na sua nuca - Aí, Dean!
— Que amigo? - o loiro questionou depois de rir.
— Castiel. - sinto um gosto amargo ao pronunciar seu nome.
— Castiel? O anjo Castiel? - a feição dela desmoronou um pouco - O que vocês são? E como conhecem o Cassie?
— Nos somos Sam e Dean Winchester e somos caçadores, Cas é nosso amigo há anos e bem ele disse para te procurarmos caso acontecesse alguma coisa com ele… - se fosse possível, com certeza ouviriamos o estalo na mente dela, a garota mudou a postura abraçando o próprio corpo e os olhos se encheram de lágrimas não derramadas.
— Ele morreu, não foi? - dava pra sentir a dor na voz embargada dela, só confirmamos com um aceno, o loiro a abraçou consolando.
— Mas como? Cassie é um anjo, a última vez que o vimos, ele e o vovô estavam caçando Lucifer que havia fugido de novo, pra variar… - o moreno parecia não acreditar e depois estreitou os olhos desconfiado - E por que devemos confiar em caçadores, huh?!
— Aconteceram muitas coisas depois disso e nos vamos explicar tudo com calma, mas para vocês verem que não estamos mentindo, ele deixou uma carta para mim. - peguei a carta do bolso interno do casaco e estiquei o braço entregando-a, a garota pegou a carta e leu com pressa logo em seguida soluçou e derramou algumas lágrimas de maneira sentida , era de cortar o coração.
— O vovô morreu também Dan, perdemos o vovô e o Cassie…- os garotos a abraçaram tristes também - Como isso aconteceu?
— Com o Cas? Foi o Lucifer, já o seu avô, eu não faço ideia de quem seja. - Sam respondeu enquanto a garota respirava fundo secando os rastros de lágrimas e se recompondo.
— Como não? O Cassie menciona nosso avô na carta também. - o loiro indagou confuso já que havia pego a carta da mão da negra e lido.
— Não, a única pessoa que o Cas menciona na carta além de nos e ele mesmo é o… - Sam arregalou os olhos e ficou pálido — Vocês são netos do Crowley? Tá de brincadeira? Como? Isso é possível? Demônios podem ter filhos?
— Sim, somos netos do Crowley, mas a única que tem o sangue dele, é ela. E sim, demônios podem ter filhos, mas não com humanos. - o loiro respondeu ainda abraçado a negra que fungava mas já havia parado de chorar.
— Vocês são primos ou coisa parecida dela? - questionei intrigado, aqueles garotos pareciam ser leões-de-chacras dela.
— Somos os irmãos mais velhos dela. - Eu engasguei com minha própria saliva e comecei a tossir. - Não precisa ficar chocado com a diferença étnica gritante entre nós, somos adotados.
— Desculpe, é que vocês são bem diferentes… Cheguei a pensar que um de vocês era namorado dela ou sei lá... - falei rindo e dei de ombros, vi a cara de nojo que eles faziam olhando uns para os outros. - Não é nada demais.
— Eca cara, o que você acharia se falássemos que vocês parecem um casal? - olhei para Sam e ele me olhou também, foi automático a cara de nojo um pro outro também. - Viu? Ninguém gosta de ser confundido como o namorado da irmã ou do irmão.
— Certo, foi mal… Mesmo. - me desculpei sem graça.
— E como o vovô Fergus morreu? Onde está o corpo dele? E o do Cassie?- a garota perguntou já calma.
— Ele se sacrificou para conseguirmos prender o Lucifer em uma dimensão apocalíptica paralela. O corpo dele ficou naquela dimensão. Já o Cas, está aqui na nossa dimensão, nos o enterramos. - a garota suspirou e apertou o cenho entre o dedão e o indicador após Sam falar.
— Merda Seanair*… Assim complica as coisas, preciso resgatar o corpo dele, pelo menos vocês não queimaram o corpo do Cassie, como de costume.- ela desencostou da mesa a nossa frente e seguiu para a estante de livros - Me façam um favor? Tragam o corpo do Cassie. Vou tentar descobrir em qual dimensão o corpo do nosso avô está. Isso vai atrasar meus planos para os outros…
— Me desculpe, mas o que você quer com os corpos deles? E quem são os outros? - Sam pergunta curioso assim como eu.
— Não está óbvio? - a garota sorriu irônica — Vou trazê-los de volta e os outros que mencionei são pessoas que morreram injustamente e que também trarei de volta a vida.
— Você pode fazer isso?- Sam estava espantado, não é pra menos, os únicos seres sobrenaturais que sabemos que consegue fazer o mesmo são o Chuck e a Amara — Tipo, é sério?!
— Não só posso, como vou. - ela sorriu orgulhosa de si mesma o que me fez esboçar um sorriso também - Mas pra isso eles precisam querer voltar também, se não, simplesmente só teremos corpos nas mãos.
— Gatinha, o Chuck ou Thanatos não vão reclamar ou retalhar-nós? - o loiro pergunta apreensivo.
- Não, Thanatos sabe que não faço isso atoa e se eu conseguir trazê-los é porque era pra ser, por que Moros escreveu. - Fiquei boiando sobre quem seriam Thanatos e Moros, dei de ombros por fim - E quanto ao Chuck, bem, ele é onipotente e onipresente, se ele não quer que façamos, ele já teria nos dito.
— Espera, vocês sabem quem o Chuck é? E você é grega?- Sam indagou meio chocado, meio confuso, mas confesso que também fiquei meio surpreso com a menção a Chuck.
— Claro que sim, digamos que o conhecemos de forma biblica… - o loiro respondeu sorrindo malicioso e o tal de Damien espelhou o sorriso dele assim com a irmã.
— Isso não é o o que eu to pensando, é? - questionei sorrindo, pois se tem algo que eu entendo bem é um duplo sentido.
— Sim, ele já transou comigo e com eles também. - a garota respondeu sorrindo. - Não, sou brasileira, apesar do sotaque romeno. Sou descendente de gregos.
— Ok, informação demais pra mim - Sam disse erguendo as mãos como se rendesse e todos riram, mas de repente a garota bate com a mão na testa.
— Ah merda, tenho que falar com o Sebastian. Provavelmente ele deve estar cortando um dobrado pra conseguir controlar as coisas no Inferno sem o nosso avô… - ainda não acredito que o Crowley é avô e um bom avô, deduzi isso pela forma como ela fala dele com tanto carinho.
— Quem é Sebastian? E o que significa Seanair?- Sam perguntou quando a garota sacou o celular e ligou para o tal dito cujo.
— Sebastian é nosso kuroshitisuji pessoal - disse o loiro risonho fazendo referência algo que desconheço, mas ao que parece Sam faz ideia do que seja, pois riu e olhou cúmplice para o cacheado. - E Seanair é avô em gaélico escocês ele ensinou a ela e a ele a chama-lo assim há quase 12 anos atrás, normalmente chamamos o vovô Fergus assim.
— Ok… Continuo sem entender, o que significa esse tal de kuro-alguma-coisa que você falou? - Olhei para eles esperando uma explicação.
— Kuroshitsuji é japonês, significa mordomo sombrio, literalmente. Zac fez referencia a um anime onde o mordomo também é um demônio - a garota disse voltando para o centro do círculo se juntando aos irmãos olhando para nos.
— Sebastian está com a Leilla desde os 5 anos de idade dela. Foi quando o vovô descobriu a existência da nossa mãe e da nossa irmã. - Damien disse cruzando os braços rindo. - ele é o guardião da Princesa do Inferno.
— Princesa? Porque Crowley se dizia rei? - Sam diz com um sorriso cínico, o que não acho ser uma boa ideia não...
— Não, - a garota cruzou os braços abaixo dos seios, e que seios, encarando Sammy com um olhar duro e o maxilar trincado. - por que meu avô é realmente o rei, o melhor rei que o inferno já teve! Aqueles demônios burros que só sabem falar de Lucifer, não perceberam que nosso avô visava o melhor para o futuro do inferno enquanto Lucifer sempre cagou e andou pro próprio. - a garota bufa irritada e respira fundo fechando os olhos e quando os abre eles parecem tomados por uma densa névoa carmesim, olhos iguais aos do Crowley - Mas não tem problema, vou mostrar como o clã MacLoud pode governar com mãos de ferro também…
— Você realmente vai assumir o controle de lá? Por que simplesmente não fecha os portões do inferno e… - Sam começou a falar mas logo foi cortado pela capirotozinha que o olhava com tédio ainda com aqueles olhos vermelhos.
— Olha só Samuel, eu não posso fazer isso, o inferno precisa continuar funcionando, faz parte do equilíbrio. Além do mais, sabe quantos demônios são invocados hoje em dia? Eu não conseguiria prender todos lá nem se quisesse, as pessoas os procuram. Só vou colocar algumas leis em vigor e jogar algumas maçãs podres fora… - ela sorriu ladina olhando pra mim e um arrepio cortou minha espinha - nessa parte vocês poderiam nos ajudar, não acha meninos?
— Claro, por que não? - me remexi nervosamente com aqueles olhos vermelhos focados em mim.
— Ótimo… Tragam suas coisas para cá e o corpo do Castiel também, amanhã vou começar a procurar a dimensão… Apocalíptica, não é? - concordei com um aceno, os olhos dela retornaram ao verde habitual e ela se virou para os irmãos — Meninos preciso que distraiam nossos convidados e nosso irmão quando eu for procurar o corpo do nosso Seanair, afinal ainda quero manter a surpresa.
— Vou precisar daquela garrafas de vodka… Nada entretem melhor adolescentes do que álcool e ver o Isaac bêbado - o moreno apontou para o loiro — é impagável, lembra da última vez?
— Como esquecer?! Ele correu pelado por Constanza dizendo que era um espírito livre da natureza e que não íamos pegá-lo com vida e ficamos correndo atrás dele por quase 1 hora para pôr, pelo menos, uma calça nele. - a morena soltou uma gargalhada gostosa e eu ri ao imaginar essa cena enquanto o loiro fazia bico ficando vermelho. - Se perseguir um lobisomem já é difícil por natureza, imagina um que movido a álcool, fica mais veloz que o Flash?
— Pera aí? Ele é um lobisomem? - Eu e Sam praticamente pulando das cadeiras puxando as facas de prata e apontando para os adolescentes. Fodeu! Viemos parar numa toca de lobos...
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