História Naipes - Paus

“Criatividade · Inspiração · Motivação”

Mais uma dia começa com o brilho do sol invadindo o quarto e iluminando meu rosto fazendo-me acordar. Deitado sozinho na enorme cama, começo a pensar em várias coisas até que alguns minutos depois me levanto e vou até a janela. Olho pelo vidro e vejo o parque com seu exuberante tom verde e a Torre Eiffel ao fundo formando uma belíssima vista.

Sou Oliver Trèfles, um jovem pintor parisiense de 21 anos, branco, estatura mediana, cabelo cacheado e castanho, e olhos azuis. Moro com meu namorado Valentin numa bela casa no centro da cidade, bem próxima de um enorme e verdejante parque. Olhando para a maravilhosa cena que está na minha frente, sinto-me ser tomado pela inspiração e decido pintá-la, então, mais que depressa, pego uma tela, minhas tintas, ponho meu avental e dou início a mais um quadro. Algum tempo mais tarde, ouço a porta da sala sendo aberta e minutos depois Valentin aparece na porta do quarto.

—Oi amor! Como você está?- pergunto.

—Um pouco cansado. Eu estava resolvendo alguns assuntos da galeria- ele responde e me dá um beijo na bochecha. —Mas tirando o cansaço eu estou bem. E você?

—Acordei com o sol brilhando no meu rosto, depois me levantei e comecei a pintar- digo sem tirar os olhos da tela.

Valentin troca de roupa, deita-se na cama e continuamos a conversar até que ele chega num assunto que me preocupa, a exposição dos meus quadros. Apesar dele ser o dono de uma galeria de artes muito famosa, nunca pedi para que expusesse meus quadros, pelo contrário, era ele quem me pedia. Eu sempre recusei seus convites para expor os quadros, mas três dias atrás ele acabou me convencendo.

—A exposição é nesse fim de semana.

—Nem me fale!- digo preocupado. —Estou muito nervoso.

—Fique tranquilo, eu vou estar ao seu lado- ele fala e isso me faz sentir melhor.

—Obrigado!

—De nada! Mas não precisa me agradecer, faço qualquer coisa para te ver feliz- ele diz e sorrimos um para o outro.

O tempo vai passando e quando olho as horas, noto que já está na metade da tarde. Depois de dar os últimos retoques com o pincel, o quadro finalmente fica pronto.

—Terminei!- digo empolgado e quando olho para trás vejo que acabei acordando Valentin, que devia estar dormindo por causa do cansaço. —Desculpa ter te acordado.

—Tudo bem, lindo! Apesar da demora valeu a pena- ele diz se espreguiçando e logo em seguida olha para tela. —É muito lindo! Até parece de verdade!

—É mesmo!- falo olhando para a tela.

—E você se negava de expor seus quadros- Valentin diz, não perdendo a chance de me dar uma alfinetada.

—Eu tinha meus motivos, ok?!- digo me aproximando dele.

—Ainda bem que não tem mais.

—Mas ainda tenho minhas dúvidas.

—Vem cá, que eu vou tirar essas dúvidas de você- Valentin diz me puxando e acabo caindo em cima dele.

—Para Valentin, vai sujar sua roupa e a cama.

—Deixa sujar!- ele diz e começa a me beijar.

Um beijo calmo e sem pressa é o que seus lábios proporcionam aos meus. Valentin sabe o jeito certo de como me desarmar e me fazer feliz apenas com um único beijo. Aos poucos a intensidade do beijo vai aumentando e só nos separamos quando começamos a sentir a falta do ar. Deitamos um de frente para o outro, um pouco ofegantes, e ele olha bem no fundo dos meus olhos e começa a acariciar meu rosto.

—Eu te amo- ele diz de uma forma sedutora.

—Eu também te amo- falo e mostro-lhe um enorme sorriso.

—Agora, que tal limpar essa bagunça?

—Bagunça que você fez!- digo sorrindo.

—Você me pegou. Eu me rendo!- Valentin diz levantando os braços em sinal de rendimento.

—Agora vai tirar essa roupa suja!- digo e em troca recebo um beijo antes dele ir para o banheiro.

Enquanto Valentin está no banheiro, eu tiro meu avental e começo a arrumar os pincéis e as tintas. Alguns minutos depois, ele aparece na porta do quarto só de boxer e com a roupa suja na mão. Pego sua roupa, ponho dentro da máquina de lavar, ligo ela e a deixo fazendo seu trabalho, e quando volto para o quarto encontro Valentin deitado na cama jogando no celular.

—Mocinho, o que pensa que está fazendo?- pergunto tirando o celular da sua mão.

—Jogando?!- ele responde tentando tomar o celular de mim. —Dá pra devolver, por favor?

—Não! Só vai ter seu celular de volta depois de tomar banho pra tirar essa tinta do corpo.

—Ok!- ele diz e vejo um sorrisinho surgir no seu rosto. —Mas você vai junto.

—O q…- antes que eu terminasse de falar, Valentin me agarra, me põe sobre seu ombro e começa a me levar na direção do banheiro. —Você sabia que eu tenho pernas?

—Mas assim é muito mais divertido- ele diz rindo.

Ao chegarmos no banheiro, Valentin finalmente me põe no chão, e quando penso que estou livre, ele começa a me fazer cócegas. Segundos depois, o banheiro é preenchido pelo alegre som das nossas risadas, que só para quando começamos a sentir a falta do ar. Me aproximo dele, dou-lhe um beijo e vou preparar a banheira para tomarmos banho. E pelo o que vejo, esse vai ser um banho bem demorado.