História Namorado por Sete Dias - Jikook - Dia 5 - O primeiro passo

Naquela manhã, ás nove horas, Jeongguk já estava acordado. Fazia calor e o sol entrava forte pelas frestas da cortina da sala e foi em parte disso que fizeram Jeon acordar. Ao contrário do que pensou, ele estava mais disposto do que nunca para quem dormiu apenas seis de suas oito horas de sono. Jeongguk estava animado, estava alegre e nem por um segundo o sorriso saiu de seu rosto. Grande parte disso era causada pelo simples fato de ter adquirido um pouco de conhecido sobre relacionamentos, mesmo que fosse com Yoongi, o primo mais odiado. Mas se ele aprendeu algo que não fosse poucos conselhos amorosos, era que mulheres sabiam sobre relacionamentos. E ele iria atrás de mulheres para entender o que fazer com Park Jimin.

Bom, Jeon sabia que Jimin não conversaria com ele tão cedo, e daria o espaço necessário para que Park se acalmasse, na verdade, ele esperava que esse espaço necessário durasse até a noite daquele mesmo dia ou a manhã do dia seguinte, pois realmente não teria muito tempo, o casamento de JiHyo seria em exatos dois dia.

Pela primeira vez em muito tempo, Jeengguk optou por colocar uma bermuda branca, uma camisa de manga curta azul com pequenos detalhes, e um tênis all star. Ao se olhar no espelho, lembrava vagamente de sua adolescência. Quando saia com seus amigos, era de costume usar roupas daquele porte, ou melhor, em qualquer lugar. Porém, seus amigos sempre zombavam de suas roubas, lhe chamando de ‘filhinho da mamãe’, mas, somente agora Jeon percebia que, se ‘filhinho da mamãe’ significa parecer rico e comportado, então sim, ele era um grande ‘filhinho da mamãe’.

Assim que pegou sua carteira e saiu do quarto, a primeira coisa que foi vista era a camareira, uma senhora com seus 53 anos, saindo de um quarto com algumas toalhas sujas e seu carrinho no corredor. Um sorriso de lado se formou em seus lábios e sem pensar duas vezes se aproximou da senhora.

— Uh, bom dia, senhora. — Se reverenciou, com um sorriso nos lábios.

— Bom dia, senhor Jeon. — Fez o mesmo, retribuindo o sorriso. — Posso ajudar? Precisa de algo?

— Na verdade, sim. Meu namorado está no quarto, dormindo, provavelmente irá acordar ás dez e meia, ele teve um dia bastante agitado ontem. Se for possível, eu queria que a senhora levasse o café da manhã na cama para ele, eu não vou estar aqui, então... — Coçou a nuca, sem graça.

— Oh, claro, sem problemas. — Acenou levemente a cabeça, sorrindo. — Ele tem bastante sorte por ter você.

— Acho que é ao contrário. — Riu baixo, se afastando.

A primeira coisa que Jeongguk fez ao descer as escadas, foi avistar JiHyo, ao telefone na recepção, parecia estar irritada. Ela caminhava de um lado para o outro, enquanto SunHee terminava de assinar alguns papéis. Yang-Mi e Chul viam alguma revista, Jeon deduziu que fosse algo relacionado ao casamento. Todos estavam ali, menos Yoongi, que provavelmente estava em seu quarto, se lamentando.

Certo, todos pareciam estressados, ou melhor, JiHyo estava estressada, e mesmo que estivesse resolvendo coisas de seu casamento, ela poderia deixar aquilo para outra pessoa que resolvesse mais rápido, ou melhor, o próprio Jeon Jeongguk.

Com um sorriso no rosto, Jeon se aproximou de JiHyo e rapidamente tirou o celular de suas mãos, colocando em seu próprio ouvido, se afastando da irmã que tinha um olhar furioso sobre si.

— Olá, aqui é o irmão da noiva, eu gostaria de saber sobre o que se trata esse assunto. —

— Oh, olá, você deve ser o senhor Jeon Jeongguk. — A voz do telefone parecia sorridente e nervosa. Provavelmente já sabia da fama de Jeon. — Eu sou da confeitaria onde sua irmã encomendou o bolo...

— Certo, e qual o problema? — Jeongguk arqueou a sobrancelha.

— Uh, bom... O nosso chefe, que estava encarregado de fazer o bolo, estava de férias até ontem, mas não ainda não voltou, disse que voltaria apenas na semana que vem, senhor Jeon.

— Ok, mas ainda não entendi o problema. — Disse simples.

— Sem o confeiteiro não podemos fazer o bolo, senhor Jeon. — Disse nervosa.

— Certo, eu quero dizer uma coisa e só vou dizer uma vez, tudo bem? — Suspirou, fechando seus olhos. Jeon odiava quando não davam o que sua irmã desejava. — Se você sabe o meu nome, se você sabe quem eu sou, acho que sabe que o meu trabalho e sabe que eu posso ferrar com essa confeitaria com um discar de telefone. Eu quero esse bolo pronto em dois dias, e que seja entregue antes do casamento, me entendeu?

— S-Sim, senhor.

— Ótimo, então estamos resolvidos. — Sorriu. — Tenha um bom dia, espero não ter que ligar de novo.

— Bom dia para o senhor também, não teremos mais problemas com isso...

E por fim, desligou.

Jeongguk novamente se aproximou de JiHyo e colocou o celular no bolso de seu fino casaco, sorrindo convencido, enquanto via o olhar curioso e bravo de sua irmã.

— Resolvido. Tem algo a mais que você precise fazer hoje e que eu tenha que resolver no seu lugar pra finalmente a gente poder sair e conversar? — Disse em um tom esperançoso, juntando suas duas mãos.

JiHyo franziu o cenho e cruzou os braços, olhando desconfiada para o irmão. Não era costume de Jeongguk querer sair consigo, a menos, claro, que queira algo em troca.

— Ok, o que você quer?

— Eu quero conversar, só isso.

— Hum... — Concordou com a cabeça, ainda desconfiado. — Tudo bem, vou pegar minha bolsa e a gente pode tomar café da manhã em algum lugar.

Jeongguk não pode evitar um sorriso.

[...]

O cheiro de café forte era possível ser sentido do lado de fora, atraindo ainda mais as pessoas para o estabelecimento. Lembrava um pouco, ou talvez muito, a cafeteria onde Jimin trabalhava e era exatamente por isso que Jeongguk decidiu tomar seu café da manhã ali. Mas ao contrário da cafeteria de Seul, nenhum garçom lhe agradava ali, nenhum garçom era Park Jimin, nem ao menos tinha seu jeitinho gostoso de ser.

Era impressionante como naquela hora havia tantas pessoas na rua. Crianças até mesmo estavam tomando sorvetes e varias mulheres corriam acompanhadas de seus pequenos cachorrinhos, que mais pareciam bolas de pelos ambulantes. Jeongguk se perguntava se nunca haviam pisado em algum deles sem querer.

— Jeonggukie, sobre o que você quer conversar exatamente? — JiHyo chamou sua atenção, bebericando seu café americano. — Você não costuma me chamar para sair...

— Bom, pessoas mudam... — Abriu um sorriso falso, segurando a xícara de café em sua mão. JiHyo arqueou a sobrancelha. — Certo, me desculpe. Você é minha irmã e eu te amo, e me desculpe não ter tempo pra você, mas eu realmente preciso de conselhos urgentemente.

A garota arregalou seus olhos e deixou seu café sobre a mesa, abrindo um sorriso largo após alguns segundos sem expressão.

— Jeon Jeongguk quer conselhos da sua irmã caçula, é isso mesmo? Oh meu deus, eu sempre soube que esse dia chegaria! — Riu alto.

— Não exagera, é só que... Mulheres sabem disso melhor do que eu, ou melhor, qualquer um sabe disso melhor do que eu...

—Ok, ok, então diga, o que a caçula aqui pode fazer pro irmãozão dela? — Riu baixo, voltando a bebericar seu café.

Jeongguk suspirou e olhou para o café de sua xícara, colocando a língua contra sua bochecha, nervoso. Ele não diria a verdade, mas tentaria fazer soar como se fosse.

— Certo, eu e o Jimin brigamos. Eu não sou bom com relacionamentos, ainda sou novo nisso. E eu sei que mulheres são boas quando se trata de relacionamentos e dicas, então eu preciso de ajudar... — Ergueu o olhar até sua irmã.

—Preciso avaliar melhor... — Pensou. — Qual o motivo da briga?

— Bom, talvez eu tenha ferido os sentimentos dele dizendo que o nosso relacionamento era como um jogo... — Desviou o olhar, pressionando seus lábios.

— O que?! Não! Não! Não é possível que você seja tão tonto assim, Jeon Jeongguk! — Se exaltou, olhando surpresa para o irmão. — É sério mesmo que disse isso? Você disse no calor do momento, não é? Não é verdade, ou é?

— Claro que não, JiHyo! Não sou tão idiota a ponto de usar os sentimentos do Jimin como se fosse uma peça de um jogo. Eu realmente... gos— Amo ele. — Coçou a garganta.

— Ótimo, já disse isso pra ele?

— Ele não quis me ouvir... — Suspirou. — Ele foi embora, irritado.

— Claro, quem ficaria feliz depois disso... — Murmurou, desviando o olhar.

— Foi sem querer! Eu sou impulsivo! — Se defendeu, bufando.

— Eu sei, Jeongguk-ah. — Riu baixo, voltando a olhar para o irmão. — Eu vou te ajudar.

— Sério?

— Claro. Bom, vou dizer o que tem que fazer, mas quero que você adapte para o que você achar melhor, entendeu? Todo mundo gosta de algo inovador, como se fosse você próprio que tivesse criado, então inove tudo o que eu disser, entendeu? — Jeon assentiu, sorrindo. — Certo, vamos começar com...

E então, durante duas horas e meia os irmãos ficaram conversando ali. Jeongguk tentava anotar todos os conselhos de JiHyo mentalmente, sem deixar de inovar a ideia. JiHyo contava algumas situações que aconteceram entre ela e SunHee, e a cada vez que isso acontecia, Jeongguk percebia que realmente sua irmã havia escolhido a pessoa certa para se casar. Ele tinha em mente se acertar com Jimin, claro que tinha, mas não podia passar o casamento inteiro de sua irmã sem ao menos se preocupar com ela e a sua decisão. JiHyo era sua irmã do meio, não podia simplesmente esquecê-la de sua vida. Estava orgulhoso dela e de tudo aquilo, e se fosse um pouco mais sentimental, tomaria coragem para dizer tudo aquilo. De qualquer jeito, ele diria um pouco daquilo no discurso do casamento que foi lembrado pela garota, deixando Jeongguk completamente nervoso.

Além de conquistar Jimin novamente, ele teria de fazer um discurso para JiHyo e SunHee, e nem ao menos estava sabendo daquilo, bom, ele tinha que arrumar um jeito de fazer os dois. Seu futuro namoro estava em jogo e os sentimentos de sua irmã também. Mas como um homem de negócios, Jeon Jeongguk era capaz de fazer os dois em apenas dois dias.

O resto do dia Jeongguk e JiHyo passaram juntos. A garota queria ver novamente seu vestido, se precisava de algum ajuste e então, ambos foram até a loja. JiHyo havia comprado o vestido, queria que sua ‘filha’ (se tivesse uma) também usasse em seu casamento. E realmente, o passeio não parou apenas na loja onde JiHyo havia comprado o vestido, ambos passaram em várias lojas e Jeongguk não aguentava mais parar em cada vitrine onde havia produtos de maquiagem ou lingeries. Até mesmo teve que opinar sobre um conjunto que JiHyo havia comprado.

Por mais que se divertisse com sua irmã, Jeongguk não via a hora de voltar para casa e conversar com Jimin. Nem ao menos seu celular vibrou com alguma mensagem, porém Jeon agora podia entender que Park, quando estava bravo, realmente não queria conversa. De qualquer jeito, ele reconquistaria o platinado.