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História Não existem coincidências - Maldito carma


Escrita por: nenosuns

Notas do Autor


It ain't my fault ... que eu não postei cap semana passada... (quem leu cantando levanta a mão \O/ )

Gente, desculpinha por não ter postado. Como eu havia dito aquela semana foi minha recuperação e fiquei a semana inteira estudando, ou seja, sem tempo para escrever cap ;-;

Mas agora eu terminei esse capítulo e, para falar a verdade, eu realmente estou começando a ficar entusiasmada com essa fic. Não me julguem mal, mas quando comecei NEC eu estava tão animada com essa temática (o texting) e a resposta inicial dos leitores foi incrível. Mas com o passar do tempo e a inclusão dos capítulos narrativos eu comecei a ter problemas para escrever de um jeito que ficasse como eu gostaria, a inspiração não queria ajudar e comecei a me desesperar porque não sabia o que fazer.
Foi somente a partir do capítulo 18 ("Hoseok quer um namorado") que comecei a realmente me firmar nessa trama e saber exatamente o que eu queria para a fic e para o desfecho dela. Foi somente nesse ponto que minha escrita começou a deslanchar novamente e acho que até mesmo as respostas dos leitores foram melhores sobre esses capítulos e me deixaram mais motivada.
Eu realmente espero que continue assim por um bom tempo, não só com essa fic, mas com meus futuros trabalhos também ^^

Mas estou enrolando demais vocês, até porque sei que muitos nem leem as notas iniciais e finais :')
Sem mais delongas, mais um dos capítulos mais amorzinhos que escrevi para NEC! <3

Boa leitura.
Nos vemos lá embaixo!

Capítulo 21 - Maldito carma


Fanfic / Fanfiction Não existem coincidências - Maldito carma

Segunda, 28 de agosto de 2017

 

Jungkook estava confuso.

Mas como não estaria? Havia acabado de descobrir que seu melhor amigo na verdade nutria uma paixão escondida por si. Mais irônico ainda, aquela informação lhe foi revelada justamente pela pessoa por quem era apaixonado há meses, e que era, nada mais, nada menos, que o próprio irmão de seu amigo.

Bem, era como dizia sua avó: “carma é uma coisa filha da puta que todo mundo tem e ninguém quer aceitar”.

As coisas começaram a desandar depois que Jimin simplesmente soltou que seu dongsaeng se sentia assim sobre si. Mas não foi o fato em si que o desconcertou àquela hora, e sim o desespero do ruivo em tentar se retratar imediatamente após perceber o que havia dito. Foi uma caminhada longa e entorpecente de volta à sua casa depois disso, mesmo que ela não fosse assim tão longe do café, e mesmo que o Park o tivesse acompanhado o caminho inteiro para se certificar que chegaria bem. Os dois não trocaram muitas palavras depois de saírem do estabelecimento, os pensamentos de Jungkook encontravam-se conflitantes demais para tal e ele mal tinha concentração para responder a qualquer comentário fútil que o menor fizesse para tentar quebrar aquele clima estranho.

Até que desistiu e só abriu a boca novamente quando chegaram à habitação do moreno, fazendo ambos assustarem-se do quanto a trilha pareceu curta. Despediram-se brevemente, mas com uma sensação quente no peito que ambos entendiam bem, apesar de tudo. Era um sentimento de realização de que nada dali em diante seria igual, no bom e no mal sentido. No bom porque sabiam que sua ligação havia ficado muito mais forte após terem se encontrado realmente e aprendido tanto um sobre o outro nas poucas horas que passaram juntos. E seriam apenas as primeiras descobertas, as primeiras horas de muitas que se seguiriam. No mal porque após aquela revelação arrebatadora sabiam que ambas as relações já conturbadas com Jihyun só ficariam piores.

Ao entrar no local mal se importou com os comentários obscenos que sua progenitora lhe dirigia por mais uma vez ter saído de casa sem sua permissão e possivelmente ter transmitido AIDS à algum pobre garoto enganado por sua lábia por aí (palavras dela, não dele), passando diretamente para seu quarto e fechando-se mais uma vez naquela semana em seu casulo particular. Seu cérebro parecia ter entrado em pane, era muita informação para processar ao mesmo tempo, mas sabia que não conseguiria fazê-lo em tão pouco tempo assim, nem tão tarde da noite quando seus olhos já levantavam bandeira branca em sinal de desistência e seu corpo pedia arrego.

Fosse o que fosse as coisas se resolveriam com o tempo. Ou, ao menos, assim esperava.

 

*****

 

Não teve outra escolha a não ser dar as caras na escola na manhã seguinte. Mas tinha de admitir, olhar para Jihyun após a confissão do Park mais velho na noite passada não estava sendo tarefa fácil, e o menor não conseguia parar de pensar que algo estava terrivelmente errado.

Era um desafio ignorar o melhor amigo, principalmente porque este sentava atrás de si durante a aula e não pensava em parar de cutucá-lo com a ponta borrachuda do lápis até que o Jeon abrisse a boca e revelasse o que tanto lhe incomodava. Pior ainda foi na hora do intervalo. Jungkook correu para encontrar Taehyung no corredor do segundo ano antes que Hyun percebesse que não estava realmente no banheiro. O ruivo, por incrível que pareça, já estava a par de tudo, lógico. Afinal, havia dado a informação ao sunbae sobre a localização de seu dongsaeng mesmo este não sabendo.

Com uma breve explicação do que havia ocorrido naquela noite surpreendente não precisou de muito para que o Kim o puxasse pelo pulso até uma escadaria conhecida por si, mas pouco utilizada já que aquele local era estritamente proibido aos alunos. Fazer o quê? Jungkook nunca fora um modelo de comportamento de toda forma.

Levando o menor naquele local aberto no último andar do prédio com uma promessa de que manteria o mais novo entre os três ocupado enquanto o cérebro do moreno tentava regular-se novamente, lá se foi Kim Taehyung escadas abaixo pela porta de ferro fundido, deixando um Jungkook solitário e meditativo a tentar esvaziar a mente dos atuais problemas e apenas aproveitar aquela brisa calmante que parecia lavar seu ser.

E quase conseguiu, não fosse o celular vibrando em seu bolso ao indicar uma nova mensagem.

 

Jihyun (11:36)

Kook, onde você tá?

Você não tava no banheiro

Quer parar de me enrolar e dizer logo onde porras você se escondeu?

 

Revirou os olhos ao mais uma vez seu maior problema no instante invadir seu momento contemplativo. E quase teria jogado o aparelho telhado abaixo num ato de frustração, não fosse o barulho daquela mesma porta de metal abrindo-se novamente e arrastando alguns pequenos pedregulhos que adornavam o chão de cimento quando outra pessoa entrou naquele lugar desconhecido por muitos.

- Então é aqui que você se esconde? – perguntou o menor, fechando o objeto pesado atrás de si e caminhando calmamente em direção ao Jeon.

- Hyung. – Jungkook abriu um sorriso ao ver o mesmo gesto no rosto bonito do Park, virando-se no parapeito da mureta em que se apoiava para observar melhor suas feições cálidas – Como me achou?

 - Hmm... – o ruivo colocou um dedo gordinho sobre seu queixo bem delineado, numa expressão pensativa que arrancou um risinho inaudível do maior – Intuição, destino... um Kim Taehyung esbarrando em mim todo esbaforido enquanto tentava manter meu irmão longe desse lugar... É um pouco difícil de ter certeza. – falou com um ar sério, para logo em seguida sorrir com aquele adorável eye smile que tanto encantava o moreno, fazendo-o acompanhá-lo na ação em seguida – Espero que goste de manggaetteok, minha mãe faz os melhores. – disse, sem esperar uma permissão sentando-se com as costas na mureta onde o mais novo se apoiava, que logo copiou o gesto e abraçou os joelhos um tanto envergonhado.

De uma sacolinha de papel que havia trazido, Jimin retirou um potinho azul com suas iniciais escritas na tampa. Assim que abriu o recipiente, entretanto, Jeon teve uma surpresa. Aqueles eram com certeza bolinhos de arroz, mas nunca vira tão fofos assim. Além de coradinhos pela pigmentação, as bolinhas glutinosas tinham carinhas do que pensou serem patinhos, cada um melhor que o outro.

- Patos? – resolveu perguntar, com a face retorcida num misto de curiosidade e deleite.

- Minha mãe chama a mim e ao Hyunie de patinhos desde que éramos pequenos. Ela sempre diz que não importa o quanto cresçamos, vamos ser sempre os filhotinhos dela. – riu fofamente enquanto lembrava daquelas doces palavras da matriarca.

Porém, quando virou-se para encarar o maior encontrou-o cabisbaixo, o foco perdido em algum ponto desinteressante no concreto abaixo de si enquanto seus olhos arregalados refletiam seu pensamento distante. Jimin quase estapeou-se nesse momento ao perceber a mancada que havia cometido. É claro que Jungkook agiria assim ao mencionar sua progenitora caridosa, ele nunca havia recebido tal afeto do mesmo jeito que o Park.

Bem, Jimin podia não ser sua mãe, e com certeza não supriria a falta que esta fazia na vida de seu hobbae, mas havia prometido a si mesmo que faria de tudo para ver sempre aquele sorriso apaixonante iluminando a face do Jeon. E o ruivo sempre cumpria suas promessas.

Pensando rapidamente em como poderia fazer isso acontecer, pegou o par de jeotgaraks dentro da sacola e apanhou um dos bolinhos com o talher, levando-o até os lábios rosados de seu dongsaeng com um sorriso de expectativa no rosto. Jungkook, perdido em seus próprios devaneios, levou um pequeno susto ao sentir aquela superfície macia encostando em sua boca, mas logo reconheceu o que era e olhou de canto de olho para seu hyung, que esperava pacientemente por uma reação positiva do mais novo.

Sorrindo com sua ação, o moreno abriu calmamente a cavidade bucal, deixando que a iguaria fosse depositada ali e se deliciando com o sabor do feijão vermelho com uma expressão satisfeita. E para Jimin, era como se tivesse acabado de ganhar as Olimpíadas da Coréia. Aquilo era exatamente o que queria, animar aquele garoto tão doce quanto os bolinhos de sua mãe apenas para ver seu olhar infantil e brilhante retornar ao seu rosto.

Ficaram alguns minutos assim, Park parecia uma mamãe pássaro alimentando seu bebê, nunca deixando muito tempo passar entre uma mordida e outra do maior (já que só tinham um par de palitinhos), e às vezes até mesmo esquecendo-se que deveria comer também.

Aquele clima era bom, o peso dos problemas parecia não os incomodar ali, na presença apenas um do outro, e o silêncio que reinava naquele local não era incômodo ou desconfortante, e sim acolhedor.

Jungkook foi o primeiro a falar após um bom tempo.

- Hyung. – chamou-o, sendo correspondido pelo ruivo que murmurou algo como “sim?”, com uma sobrancelha arqueada e as bochechas estufadinhas pelo doce de uma maneira tão fofa que o Jeon teve que se conter para não rir – Você não deveria estar com seus amigos?

Jimin engoliu aquele bolo rapidamente, apoiando as mãos na cintura em uma pose indignada que apenas fez o moreno querer sorrir ainda mais de sua tentativa falha de soar raivoso.

- Está insinuando que não sou seu amigo, Jeon Jungkook? – disse, um bico formando-se nos lábios fartos ao que tentava fazer sua atuação mais realista – Me senti ofendido agora.

O maior apenas ria daquela situação. Não que isso fosse algo ruim para o Park, que por dentro estava pulando Carnaval ao ver que suas tentativas de fazê-lo sorrir estavam dando resultados.

- Claro que não, hyung. – respondeu, abanando as mãos em negativa em frente ao corpo enquanto tentava conter o riso – Mas eu sempre te vejo sentado com os outros hyungs no intervalo. Por que não hoje? – questionou, realmente curioso, e a resposta séria que Jimin lhe dirigiu não o deixou de surpreender.

- Porque você precisava de mim. – respondeu simplista, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, mas o tom apático que usou, sem nenhuma hesitação, apenas fez o mais novo ter certeza de que aquilo era realmente o que o sunbae havia pensado quando veio lhe procurar, e seria mentira se dissesse que seu coração não se aqueceu ao ouvir tão doces palavras soando na voz melodiosa do hyung.

Um sorriso involuntário começou a se formar em seus lábios quando desviou seus olhos dos amendoados do menor. Ainda repetindo aquela oração anterior para si mesmo, surpreendeu-se quando o mais velho lhe chamou a atenção com uma voz preocupada.

- Oh, disse alguma coisa errada? – perguntou afobado, uma de suas mãozinhas quentes repousada do ombro do moreno e seu corpo inclinado para frente para mirar os orbes do Jeon com uma feição angustiada.

- Não, por quê? – questionou Jungkook, sem entender a apreensão do outro.

- Você está chorando. – disse quase inaudível e o maior arregalou os olhos em surpresa.

Levou as mãos rapidamente aos olhos grandes e constatou a afirmação do mais baixo, ele realmente havia começado a chorar e não havia nem mesmo se dado conta disso.

Já ia limpar as lágrimas insistentes com aquele seu jeito rude ao tentar esconder suas fraquezas quando sentiu o calor alheio em sua pele. Não eram seus dedos finos e compridos ali secando as gotinhas salgadas, e sim os pequenos e gordinhos de Jimin. Ficaram se encarando por algum tempo, tempo este em que Jungkook tentava desvendar o mistério do porquê ter derramado aquelas lágrimas.

- Me desculpe por chorar. – começou finalmente, ainda olhando o rosto angelical do Park concentrado em tirar aqueles riscos translúcidos de suas bochechas coradas – É que... acho que além do Hyun e do Tae eu nunca tive ninguém que se preocupou verdadeiramente com o que eu sinto. – confessou, desviando do olhar do sunbae, que agora recaía sobre si.

- Isso não é verdade. – disse o ruivo, absorto naquele rosto de feições tão belas e delicadas do Jeon, este que o olhou confuso – Porque agora você tem a mim. – completou, e antes que Jungkook pudesse dizer qualquer coisa Jimin já havia puxado seu corpo másculo em sua direção, fazendo com que o maior deitasse a cabeça em seu peito e o possibilitasse de abraçar seu tronco.

Já o primeiranista nesse momento tinha os olhos arregalados em surpresa e regozijo. Ficou estático por um momento, parecia que todas as suas juntas e musculatura haviam travado devido ao toque singelo do menor. Mas não demorou a sorrir discretamente com o gesto afetuoso e fechar as pálpebras fadigadas, finalmente aproveitando o carinho que era depositado em seus fios pelas mãos caridosas do outro.

E juntando o ato terno do Park mais o cansaço da noite mal dormida por causa de seus pensamentos agitados, não demorou muito para que o sono o alcançasse e a voz suave de Jimin murmurando algo incompreensível em seu ouvido se tornasse uma graciosa canção de ninar que o embalou.

- Eu sempre estarei aqui por você.


Notas Finais


“Carma é uma coisa filha da puta que todo mundo tem e ninguém quer aceitar” Miatzo, Hemera 2017

Eu realmente falo isso sempre, podem perguntar à Eunnie ou à YunJoonie que elas vão confirmar kkkkk

Foto dos manggaetteoks de patinho do Jiminie:
https://3.bp.blogspot.com/-F98CFeiPxtE/V7wLCDi84pI/AAAAAAAAA9s/YYwTUXCpKL0umT0xyQe3ZRzQIAOS4u6QgCEw/s1600/image.jpeg

Diz se não é a coisa mais fofa??? ^^

A verdade é que tinha muito mais coisa para colocar nesse cap, o final era pra ser uma quebra de tempo, mas aí percebi que ia ficar muito grande e que o capítulo já tava amorzinho assim e decidi colocar o resto no próximo, sorry not sorry kkkk

Espero que estejam gostando de como a história está se desenrolando, amorinhas. E espero que esse cap não tenha ficado muito entediante por ser de transição >.<

Twitter: @miamiatzo

Beijinhos pra quem fica.
Mia :3


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