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História Não existem coincidências - Minha carruagem é amarela


Escrita por: nenosuns

Notas do Autor


NEM FOI TANTO TEMPO ASSIM KKKKKK
Não se acostumem, vou começar a recuperação e provavelmente vai cagar todo o meu horário de novo, então desculpa e é isso aí kkkkk

SÓ QUERIA DIZER QUE ESTOU MUITO REVOLTADA PORQUE ACHEI QUE TINHA MAIS DE 3000 PALAVRAS ESSA JOSSA E DEU 2K E POUQUINHO
QUE VERGONHA HEMERA

Nevermind, esse é um dos meu capítulos favoritos e espero que gostem tanto de lê-lo quanto gostei de escrever.

Beijinhos e boa leitura :3

Capítulo 23 - Minha carruagem é amarela


Fanfic / Fanfiction Não existem coincidências - Minha carruagem é amarela

Domingo, 01 de setembro de 2017

 

Jungkook estaria mentindo se dissesse que seu coração não estava quase saindo pela boca. Havia acordado particularmente cedo naquela manhã (aliás, dormira quase nada). Levantou-se em um salto ao lembrar-se ainda um pouco grogue que dia era aquele, seu aniversário de dezessete anos, e, principalmente, dos planos que havia feito para tal.

Tomou um banho rápido antes de descer para tomar café, encontrando rastro algum de sua mãe além da jarra de suco e um pote de torradas pela metade encima da mesa. Era típico dela, nunca se importar com o dia do nascimento do próprio filho, mas Jeon já estava acostumado. Começara até mesmo a achar graça na brincadeira de dizer que nascera de chocadeira.

Foi então que o viu. O pequeno pacote pardo perto do sofá. O papel de embrulho estava um pouco amassado pelo pouco cuidado dos correios e a simples falta de vontade de sua genitora em tocar qualquer coisa que tivesse os dígitos de seu ex-marido, mas estava lá, escrito com a delicada letra de Dongsun, seu nome e o próprio.

Seu pai podia não estar presente consigo todos os dias, podia não saber o que se passava naquela casa ou mesmo se o filho ainda estava vivo, mas ele nunca esquecia de seu aniversário. E Jungkook, por mais que pouco se lembrasse da face do genitor, esperava ansioso pela surpresa que vinha todo ano, pois os presentes do Jeon mais velho eram, sem dúvida, sempre incríveis.

E não se decepcionou aquele ano quando abriu com afoiteza o pacote e encontrou dentro de uma caixa de papelão uma delicada caixinha de música. Os olhos do garoto pareciam querer saltar das órbitas enquanto dava corda no instrumento e as lágrimas já tentavam escapar quando o objeto começou a tocar, não uma simples música, mas a música que seu pai costumava cantar para si quando tinha pesadelos e ia dormir com ele.

Seria algo que recordaria para sempre.

Olhou finalmente para o relógio, percebendo que passara tempo demais perdido em seu próprio mundinho e agora só dispunha de vinte minutos para arrumar-se antes de Jimin chegar.

Entrou apressado em seu quarto e repousou o presente com carinho na cabeceira, ao lado da foto emoldurada de si com seus melhores amigos. Procurou no guarda roupa pela escolha perfeita, acabando por optar por uma de suas grandes camisas brancas, uma calça larga e seus amados Timberlands da sorte. Ajeitou o cabelo com pressa e passou um pouco de base para esconder as pequenas espinhas que maculavam sua pele jovem. Jungkook podia ser preguiçoso para se arrumar, mas não descuidado, principalmente quando se tratava de encontrar o garoto por quem tinha um precipício há meses.

Suas pernas sacudiam involuntariamente em nervosismo quando sentou no sofá para esperar seu acompanhante, as mãos tremendo enquanto respondia o texto fofinho de aniversário que Taehyung havia lhe enviado.

Foi quando a campainha tocou e pareceu que todas as sensações que lhe tomaram até então haviam sido um eufemismo, pois ao abrir a porta e encontrar Park Jimin moreno em toda a sua glória de jeans rasgados, coturnos pretos, camiseta branca e jaqueta azul todo o ar pareceu ter sumido de seus pulmões.

— Porra... — foi tudo o que saiu de sua boca num último resquício de respiração.

Jimin riu com sua atitude.

­— O quê? Ficou ruim? — perguntou, não parecendo, mas genuinamente preocupado com o que o dongsaeng pensaria de sua decisão espontânea.

Jungkook só percebeu o quanto ficara encarando-o quando sua boca começou a secar por tê-la deixado tempo demais aberta. Sacudiu a cabeça, causando-lhe até mesmo uma leve tontura por causa da força do movimento.

— Não, de jeito algum! Você está... — o mais velho olhava para o maior com expectativa, o que não ajudava nem um pouco com a timidez do Jeon, que coçou a garganta antes de responder — está l-lindo, hyung — Não que não fosse ficar lindo de qualquer outra maneira, pensou, mas guardou para si enquanto acariciava a nuca, nervoso.

Jimin sorriu com a resposta e o som fofo saindo de seus lábios poderia ser colocado no lugar de sua caixinha de música como uma nova trilha sonora que o ninaria em seus dias ruins.

— Que bom que gostou. Vamos, então? — questionou, e Jungkook apenas respirou fundo antes de descer os degraus que o separavam do sunbae e trancar a porta atrás de si, sendo guiado pela mão pequenina do outro até um táxi encostado perto dali — Sua carruagem o aguarda, milady — Park curvou-se brincalhão e Jeon não pode deixar de sorrir envergonhado enquanto entrava no veículo rumo à surpresa do mais velho.

 

*****

 

Foi realmente uma surpresa quando o motorista estacionou em frente a um pequeno parque de diversões. Jungkook já havia estado em um quando era menor, com seu pai, obviamente, mas ele não tinha muitas recordações daquele tempo. De repente, sua mente começou a divagar e imaginou como seria criar novas memórias sobre aquele local, porém, dessa vez, com Jimin ao seu lado.

— No que quer ir primeiro? — perguntou-lhe o menor quando adentraram o lugar, segurando um mapa das atrações em uma mão e uma caneta vermelha na outra — Podemos ir à Trilha dos Dinossauros ou às Xícaras Dançantes... ah, tem tanta coisa! — a animação do, agora, moreno contagiava o mais novo que conseguia apenas sorrir diante à cena de um Park Jimin agitado como uma criança. Até que Jimin se tocou — Mas do que é que eu estou falando? Desculpe, Jungkookie, você é o aniversariante hoje. É você quem deveria escolher — fez um bico.

Jungkook riu com a infantilidade do garoto que deveria ser mais maduro que si por ser mais velho. Então, ao invés de respondê-lo com uma localização, o Jeon optou por outra pergunta.

— Já veio em um parque de diversões alguma vez, hyung? — questionou-o com uma sobrancelha arqueada.

Ele não esperava uma negativa de Jimin, ele era mais velho que si e com uma família muito mais estruturalmente sadia. Era difícil encontrar alguém que nunca havia ido ao menos no Lotte World quando menor, e o Park não foi exceção.

— Eu vim com minha família quando tinha uns oito ou nove anos — apoiou o dedo sob o queixo, pensativo, sem querer fazendo um pontinho vermelho na pele ao esquecer que segurava a caneta e Jungkook riu com sua atitude fofa — Não foi minha melhor experiência, entretanto.

— Por que não? — indagou o hobbae, genuinamente curioso do porquê uma criança ingênua não gostaria de ir a um lugar como aquele.

— Eu era meio peste, sabe? — riu da própria afirmação — Eu fiquei aloprando meu irmão para ir no carrossel de novo e de novo. Aí quando eu finalmente cansei voltamos para onde nossos pais estavam esperando, só para ter Jihyun vomitando em cima de mim dois minutos depois.

Jungkook não se aguentou. A visão de um pequeno Jimin com os sapatos cobertos com o café da manhã de seu melhor amigo enquanto chorava e gritava com ele enviou-lhe um borbulho pelo estômago que saiu em forma de risada de seus lábios finos. Jimin olhou para ele de canto como se estivesse repreendendo-o, mas foi apenas ver o sorriso de coelhinho que tanto amava meio escondido pela mão que toda a sua raiva se dissipou.

— É melhor evitarmos as Xícaras Dançantes, então, não é? — cutucou, apenas para ter um sunbae irritado correndo atrás de si empunhando perigosamente uma caneta permanente enquanto ameaçava riscar sua camisa branca todinha.

 

*****

O sol estava quando se pondo quando chegou a vez dos dois garotos entrarem na pequena cabine da roda gigante. Jungkook podia afirmar com certeza que um rubor começava a crescer por suas bochechas quando a porta se fechou.

Já havia sido um tanto desconfortável na fila de espera. Por onde quer que olhasse o Jeon podia ver casais. Casais com seus filhos tentando conter a animação elevada dos infantes, casais de namorados tentando não ultrapassar os limites do aceitável em público, e até mesmo um casalzinho de idosos que dividia uma maçã do amor enquanto riam cada vez que a dentadura do senhorzinho parecia querer fugir e se agarrar ao doce.

E então ele olhava para Jimin com expectativa enquanto observava-o degustar de um algodão doce cor de rosa, vez ou outra oferecendo ao mais novo e até mesmo colocando em sua boca para que o maior não lambuzasse seus dedos limpos com o açúcar melado. Fazia Jeon sentir-se mais próximo do mais velho e até mesmo deixar sua mente ilusória fantasiar ao imaginar como seria se ele e o moreno fossem realmente um casal como aqueles tantos outros.

Foi por isso que não pode deixar de corar ao perceber a situação em que estavam, os dois sozinhos trancados na diminuta cabine do brinquedo enquanto lentamente subiam até o topo onde poderiam admirar com riqueza o pôr-do-sol. Parecia uma cena clichê de filme, só faltava os dois se beijarem ao atingir o pico.

A voz suave do menor fez com que saísse momentaneamente de seus devaneios.

— Eu tenho um presente para você — exclamou animado, fazendo com que o mais alto arqueasse uma sobrancelha.

— Outro? — indagou surpreso — Mas, hyung, seu presente não foi ter me trazido aqui?

— Também — concordou, retirando uma caixinha prateada do bolso de sua jaqueta — Mas também tem esse aqui.

Jungkook segurou o embrulho como se fosse romper-se ao menor toque. Com uma cautela exagerada abriu a tampa do objeto, revelando as pequenas pedrinhas que reluziram ao serem atingidas pela luz do sol que irradiava pelo vidro das janelas.

— Acho que eu exagerei um pouco, não é? — questionou Jimin, coçando a nuca nervoso — E-eu também tenho um, aqui olha! — levantou o pulso, o pingente dourado preso à pulseira sacudiu com o movimento — E-eu achei que ia ser legal ter algo só de nós dois, sabe? Digo, somos amigos há um tempo e... eu realmente gosto de você... mas se achar que é muito, tudo bem, a moça da loja disse que eu posso trocar e...

— Hyung! — Jungkook chamou, interrompendo os pensamentos desconexos do mais velho que saíam desenfreados por sua boca, seus olhos agora totalmente focados no maior — Eu adorei. De verdade — Jimin sorriu para si, um sorriso tão aberto e amável que não cabia em seus lábios, por isso eram formados outros dois por seus olhos. Jeon enrubesceu ainda mais, olhando para o chão quando pediu — Coloca para mim?

O Park necessitou de um tempo para raciocinar, perdido demais na beleza do dongsaeng, mas logo tomou a correntinha em mãos e fechou em torno do pescoço do mais alto, o pequeno pingente em forma de J parecido com o seu ostentado na clavícula do aniversariante. Agora os dois tinham um objeto só deles, representando aquela amizade de começou tão inocente e inesperada e que em tão pouco tempo virou algo bem maior, uma relação de confiança, apreço e carinho mútuos. Era acolhedor.

Foi só então que percebeu o quão perto estava do mais novo. Naquela distância Jimin podia observar cada mínimo detalhe que porventura alguma vez tivesse deixado escapar do outro. Mas o que mais lhe atraía eram seus olhos, grandes, redondos demais para o padrão coreano, com cílios grossos e cheios e as pequenas bolsinhas de sono embaixo. Suas pupilas, por sua vez, pareciam sugar-lhe a alma do corpo, porém as írises de cor e tão doces quanto chocolate derretido o faziam continuar são.

A roda gigante deu um tranco, sinalizando que havia chegado ao topo e por ali ficaria por alguns instantes, e aquela ação fez com que o menor fosse um pouco para frente em seu assento. A cena clichê estava se formando, só faltava o elemento final.

Mas esse não veio, pelo menos não naquele momento. Quando Jimin finalmente percebeu o que estava acontecendo pigarreou e se afastou constrangedoramente. No mesmo instante o brinquedo começou a se mover novamente, eles realmente não haviam percebido quanto tempo passaram daquele jeito.

O Park não sabia o que pensar, sentira muita vontade de extinguir a distância entre ele e o dongsaeng aquela hora, mas sabia que era muito cedo. Já o cérebro de Jungkook começava a processar os últimos minutos apenas agora, ele havia chegado perigosamente perto de beijar o garoto que gostava há tempos, porém não chegara a acontecer e ele não sabia se era bom ou ruim. Por um lado, queria de todas as formas voltar no tempo e reviver aquela situação, sentir-se novamente como o próprio Song Joonki em uma cena de dorama. Por outro, sabia que estava se precipitando, ele nem se confessara a Jimin ainda, não podia sair beijando-o por aí.

A realidade pareceu atingir ambos os garotos quando pisaram em terra firme novamente. Antes que o novo moreno pudesse falar algo uma gota atingiu seu nariz pontudinho e aquela foi a deixa para as próximas palavras.

— É melhor voltarmos.

Jeon não fez nada além de assentir.

 

*****

 

O caminho para casa foi silencioso, nenhum dos dois atreveu-se a voltar no assunto do que quase ocorrera há pouco. Mas também não podiam dizer que foi desconfortável, não quando havia um Jungkook infantil brincando com a pulseira do mais velho enquanto este sorria e acariciava seus cabelos de forma carinhosa.

Ao estacionarem há poucos metros da casa do maior, Jimin pagou o taxista enquanto o mais novo brincava com o último botão da camisa, pensando no que diria. Assustou-se brevemente quando o menor segurou sua mão, sorrindo ao guiá-lo para sua residência, mas deixou-se levar. Abaixou os olhos enquanto andava, observando algumas rachaduras na calçada quando tomou coragem para dizer.

— Hyung — começou, chamando a atenção do sunbae que murmurou um ‘hmm’ complacente — Obrigado... por hoje — respirou fundo — Por tudo, na verdade. Pelo parque, pelo colar... por simplesmente estar ao meu lado — Jimin já tinha sua concentração inteiramente voltada ao dongsaeng, já não mais repreendendo-se internamente por sorrir diante da delicadeza e calidez do outro — Foi o melhor aniversário que eu já tive — confessou, e seria mentira dizer que o ego do Park não havia inflado como um balão de hélio ao ouvir aquilo.

Suas bochechas subiram num eye smile.

— Foi um prazer, Jungkookie.

Eles não sabiam como acontecia, não sabiam se era o universo que os empurrava para pararem de viadagem (literalmente) ou se eram simplesmente tansos demais para não verem o que estava bem na cara o tempo todo. Só sabiam que no momento em que pisaram no caminho de pedra em frente ao sobrado descolorido sentiram um déjà-vu imenso ao se depararem com o mesmo cenário da roda gigante, Jimin e Jungkook extremamente perto um do outro se coçando para fechar o vácuo entre eles ao mesmo tempo em que se repreendiam por seus pensamentos.

Porém, não havia nada que os impedisse além daquilo.

Nada além da voz de certo Park mais novo, que surgiu como uma assombração entre eles quando exclamou estridente:

— O que caralhos vocês pensam que estão fazendo?


Notas Finais


só digo uma coisa...

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEITA

twitter: @miamiatzo

Beijinhos pra quem fica ^^"
Mia :3


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