- Não vamos tomar decisões precipitadas, acalme-se
- Hello? Já esqueceu do que me propôs a 1 minuto atrás?!
- Eu sei! Mas não estava no meu plano... um hot entre vocês!
- No meu também não! Aliás, nada disso. Por que mesmo que eu aceitei?
- Quer desistir? Desiste! Joga tudo fora! Vai se iludir achando que ele te ama! A propósito, revela tudo! Revela suas intenções no momento em que aceitou! Vai Letícia! - Esbravejou
- Dona Márcia...
- Eu sei que você também sofre com tudo isso – Suspirou se acalmando – Mas ele não merece o seu, o nosso amor por ele. Dessas lágrimas que você está derramando ele não merece uma, ele foi o pior dos canalhas. Vá para casa, acalme-se e depois conversamos
E mexendo em uma ferida aberta Márcia conseguiu mais uma vez fazer Letícia duvidar e voltar atrás em suas palavras. Letícia nada respondeu. Deu-lhe as costas e saiu, esbarrando com Omar, que talvez tivesse ouvido toda a conversa
- Aurora, cuidado – A segurou
- Não me toque – Pronunciou ríspida e sem pensar
- Perdão, vim reforçar meu convite. Não vai aceitar mesmo almoçar comigo?
- Não Omar. Com licença. – Se distanciou, estava aturdida demais para pensar em qualquer coisa. Entrou no primeiro táxi que viu e foi ao apartamento.
- O que deu em mim? – Fechou a porta atrás de si – Sou tão decidida e segura, pelo menos eu achava, agora... Me vejo mergulhada em um mar de dúvidas e desconfianças. O que está acontecendo comigo? - Sentou-se pesadamente e derramou mais umas lágrimas
***
- Lety?
- Boa... - Foi interrompida por Fernando que rápido a agarrou pondo uma mão em sua cintura e outra na sua nuca, colando seus corpos e dando dinamismo ao beijo sedento que havia iniciado.
- Não sabe como senti sua falta minha Lety! - Pronunciou ainda sem fôlego devido ao maravilhoso beijo que havia dado.
- Exagerado. Foi só na parte da manhã – Riu fraco
- Eu? – Lhe deu um selinho ainda abraçando sua cintura – Quero que saia comigo hoje
- Seu Fernando...
- Xiii – Pôs o indicador em seus lábios – Lety... Eu sinto sua falta...
- Eu também Seu Fernando – Brincou com a gravata dele
- Então? – Beijou seu pescoço – Vai comigo?
- Não seu Fernando. E o senhor sabe por quê!
- Tudo bem – Percebeu-a um pouco enfurecida - Você que manda
- Assim que eu gosto – Riu e se dirigiu a salinha
***
- Lety! – A chamou depois que pela milésima revisou seu plano na cabeça
- Sim Seu Fernando?
- Temos uma reunião de negócios hoje a tarde
- Mas como? Sua agenda está livre...
- Ah... – Ponderou. Não havia pensando nessa parte – Eh... Quando... Você estava fora... Essa manhã... Me ligaram e... e... Marcaram a reunião, é, foi isso
- Sério? – Perguntou duvidosa. Algo está errado nisso. – De qual empresa?
- Da... da... Não lembro, eu tinha anotado e... – Fingiu procurar algo na gaveta – Ih, acho que perdi o papel – Riu amarelo – Mas lembro que temos uma reunião
- Melhor o senhor ir só, afinal, é o presidente da empresa
- Não Lety! – Ficou em sua frente impedindo que voltasse para a salinha – Foi da... Da... Kivitz! Lembrei! – Estralou os dedos – Kivitz modas
- Nunca ouvi esse nome... - Ele está aprontando.
- Vamos Lety! – Fez cara de manhoso – Não quero ficar naquela reunião chata sozinho
- Okay, o senhor está insistindo demais – Vamos ver...
***
- Aonde será essa reunião?
- Calma – Riu
- Seu Fernando...
Ele parou próximo ao parque e ela percebeu que havia sido enganada
- Não! O senhor disse que seria de negócios
- Vem Lety! – Abriu a porta para ela – Vou pegar a cesta
- Cesta?
- É! O que é um piquenique sem comida?
- Mas...
- Sem mas, vamos – Entrelaçou um de seu braços e a levou parque adentro
- Mas... era trabalho...
- Mas é trabalho – Gargalhou depois que sentaram – Se quando voltarmos você perguntar a alguém na Conceitos onde estávamos, todos dirão: “Em uma reunião de negócios”
- O senhor envolveu toda a empresa nisso? - Riu
- Sim, mas foi só uma mentirinha, me perdoa? – Com carinha de “cão sem dono”
- Sim...
Lhe deu um selinho – Assim que eu gosto – Riram - Quer vinho? – Lhe ofereceu uma taça
- Não – Repugnou – Esse cheiro me faz mal... – Sentiu vertigem
- Você está bem?
- Sim, só dispenso o vinho
- Certo, vejamos o que tem aqui... Frutas, bolo, tem suco de laranja, quer?
- Sim, mais saudável. Quando parou para preparar isso?
- ... Foi rápido, sou muito experiente no assunto
- Sei – Riram – Tão experiente que amassou algumas frutas
- Foi a euforia da surpresa – Riu desconcertado
- E o bolo também?!
- Lety, eu... eu... Ah! Eu tentei, eu...
- Calma Seu Fernando – Sorriu terno tocando seu rosto – Eu estava brincando, está tudo ótimo
- Ufa – Suspirou aliviado – Que bom que consegui te agradar – Se aproximou e colou suas testas
- O senhor sempre me agrada....
- Vamos comer?
- Sim – Riu divertida – Menino guloso
O amor pode curar tudo e isso é fato. Essa era a arma de Fernando com sua Lety, iria resolver seus problemas com a empresa para dar a sua amada o relacionamento limpo que ela tanto merece, mas antes que encontrasse essa solução, precisava deixa-la confiante que seu sentimento era verdadeiro e resistente às dificuldades que temia enfrentar futuramente.
A tarde diferente e alegre do casal infelizmente acabou e como cavalheiro que era, Fernando levava sua amada em casa, a mesma estava cabisbaixa desde que haviam começado a fazer o caminho de volta.
- Não deveríamos ir para a empresa?
- Isso mesmo, deveríamos, mas a senhorita tem que descansar, o dia foi corrido
- Sim mas...
- Lety, você está muito questionadora hoje – Riu travesso e parou em frente a sua casa
- Seu Fernando, deveria ter me deixado na esquina!
- Oras! E por que isso? – Levantou-se e abriu a porta para ela
- Por causa do meu pai! Até amanhã Seu Fernando – Apressou-se
- Espera, espera! – A parou perto da porta – É assim que se despede de mim?
- Seu... – Novamente ele calou suas palavras com um beijo longo que lhes faltou o ar
- Agora sim... Até amanhã... Meu amor! – Riu e entrou no carro dando partida logo em seguida
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