História NaruHina - Escrito nas Estrelas - Passado

Vou trazer a Hinata de volta de todo jeito! Eu nunca volto atrás em minha palavra, porquê esse é o meu jeito ninja, dattebayo!

Sangue escorria da mão fechada de Naruto que apontava seu punho em direção a Hanabi em sua tradicional pose de promessa, estava mais determinado que tudo em trazer sua amada de volta, não importa o quê ela pensasse. Hanabi olhava com os olhos arregalados e um grande sorriso no rosto, podia ver nos olhos de Naruto que ele estava sendo realmente sincero sobre aquela promessa. E além do mais, ele era um herói conhecido pelo mundo por manter-se fiel em suas promessas. Não iria duvidar dele, não agora que era a vida da sua querida irmã em jogo. Uma lágrima escorreu de seus olhos e ela se levantou e correu em direção ao loiro, o surpreendendo com um forte abraço.

- Por favor, traga ela de volta! - Naruto demonstrou uma grande afeição pela irmãzinha de Hinata naquele momento, seus olhos brilhavam ao ver o quanto elas realmente se amavam. Ele se lembrou naquele momento das vezes que desejou ter um irmãozinho, pelo menos não ficaria sozinho no mundo. Mas agora ele tinha Iruka, Konohamaru, Sasuke... e acima de tudo, uma pessoa que amava ele sem hesitar. E era por essa pessoa que ele se sacrificaria mil vezes se possível.

"Hinata, eu vou te salvar!"

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Kanzou e Hinata junto com seus homens chegaram em frente à uma grande cachoeira. Hinata estava com seus olhos vendados e com uma espécie de faixa amarrando seus punhos que limitava o uso de seu chakra, a impedindo de usar o Byakugan. Aquele homem realmente era bem preparado e inteligente. Ela suspirou, começando a aceitar que estava tudo acabado. Pelo tempo que se passou desde a sua fuga, ninguém conseguiria seguir algum rastro dela, e os homens de Kanzou foram espertos de deixar rastros errados propositalmente justamente para enganar qualquer perseguidor. A única coisa que podia fazer era aceitar e torcer pra quê não sofresse muito nas mãos daquele monstro.

O homem de aparência jovem e cabelos brancos fez alguns selos de mão, botando a mão na cachoeira logo em seguida. Não demorou muito até que um som ensurdecedor tomasse conta dos ouvidos de Hinata, a fazendo ficar de joelhos e gemendo de dor. O homem olhou pra ela e apenas riu, voltando a concentrar chakra sobre a cachoeira que logo se desfez em pura energia negra, revelando uma área deserta gigante, com um contraste estranho em relação a seus arredores. Estavam numa floresta, mas a área não tinha um sinal de árvore, apenas grandes cadeias rochosas e uma trilha cheia de ossos que levava à uma grande mansão de decoração peculiar no horizonte. Quando os homens tiraram a venda que ocultava os olhos de Hinata, ela logo percebeu que se tratava de um jutsu avançado de camuflagem, o quê tornaria ainda mais impossível o seu resgate. Um dos capangas de Kanzou a atingiu nas costas com um soco que fez ela cuspir um pouco de sangue no chão, a levantando violentamente logo em seguida.

- Vamos andando, princesa! - O homem tinha mãos grandes e asquerosas e seu rosto estava escondido numa máscara feita de ossos que lembrava um lobo. Notou que o outro capanga também tinha a mesma máscara só que com algumas marcas distintas. Ao andar pela trilha, viu várias imagens e estátuas semi destruídas de lobos, além de vários ossos pelo chão. Kanzou mantinha os seus olhos distante, fitando o horizonte enquanto Hinata o analisava.

Não demorou muito até que eles chegassem na mansão, as portas se abrindo com a presença de Kanzou, e uma voz demoníaca vindo da escuridão, arrepiando todos os cabelos da morena - Ah... vejo que finalmente conseguiu, Kanzou. Tudo está indo de acordo com o plano - Hinata viu o sorriso maquiavélico no rosto do homem e se assustou ainda mais, olhava para dentro da casa mas não via nenhum sinal de luz, nem mesmo uma vela. Os capangas mais uma vez a empurraram e ela caiu em cima de um corpo humano ainda em decomposição. Ao abrir os olhos, deu de cara com o corpo mutilado de uma criança, e deu um grito pulando pra trás, segurando o vômito que percorria seu estômago com todas as forças. Deduziu corretamente que foi Kanzou o responsável pelo massacre na vila.

- Ele sofreu bastante, se você está se perguntando... - Ao ouvir a voz fria e medonha do homem, Hinata não conseguiu mais conter o vômito, sujando uma grande parte do chão enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Já estava se arrependendo amargamente por ter tomado essa decisão. 

- Não se preocupe, Princesa do Byakugan. Quando eu ascender ao status de Kami, todos irão sofrer igualmente - O homem desapareceu na escuridão da casa enquanto ria feito um psicopata, juntamente com os seus capangas, deixando Hinata sozinha e presa com a porta que se fechou misteriosamente, seguida de uma risada grossa e maléfica que ecoava por todos os cantos da mansão, fazendo Hinata tremer.

"Naruto-kun... por favor... me salva!"

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- Shikamaru, essa é uma missão de rank S. Você tem direito de pegar quantos membros quiser para o seu esquadrão, e parta imediatamente - Kakashi fazia gestos com as mãos dando os últimos detalhes da missão para Shikamaru, que já estava arrumado e preparado para partir. Shizune também terminava de escrever as últimas observações num pergaminho, fechando-o e selando-o numa versão menor e fácil de se guardar, o entregando para Shikamaru que acenou com a cabeça, confirmando sua prontidão.

- Hai! Partirei imediatamente! Mas... Devo levar o Naruto? - Kakashi olhou por um tempo para a mesa, refletindo em sua decisão antes de responder a Shikamaru - Me preocupo com seu estado emocional durante a missão, mas ele nunca me perdoaria se o deixasse de fora - Shikamaru abriu um sorriso com a resposta, acenando com a cabeça mais uma vez antes de sair da sala do Hokage, que se levantou logo em seguida, tirando seu chapéu e sua túnica.

- Shizune, conto com você. Tem uma coisa que eu preciso resolver - A morena de cabelos curtos arregalava os olhos, confusa,  nem tendo tempo para perguntar para Kakashi antes que esse sumisse numa nuvem de fumaça. Shizune apenas suspirou e se dirigiu a cadeira, assustada com a quantidade de coisas deixadas em suas mãos. Agora iria sentir na pele o quê Tsunade, sua mentora, sentiu por muitos anos.

Naruto voltou para a vila correndo, tinha que se preparar para sair em busca de Hinata imediatamente. Em seu bolso, um pedaço de tecido vermelho que lhe foi entregue por Hanabi.

(Flashback On)

- Tem mais uma coisa que eu preciso te entregar, Naruto-san - O loiro já estava se preparando para partir, fazendo uma cara de confuso com as palavras da pequena. Ela tirou de suas vestes um pequeno pano vermelho meio rasgado, não demorou para que Naruto reconhecesse o pedaço do cachecol que Hinata mantinha em seu quarto. Seu corpo todo tremeu e ele arregalou os olhos, estendendo sua mão para pegar o pedaço de tecido.

- Nee-san guardava isso com muito carinho. Quando ela foi embora, levou o outro pedaço, mas deixou esse aqui junto com a carta. Ela pretendia costurar um novo cachecol pra você, mas as missões estavam tomando grande parte do seu tempo - Naruto mal ouvia as palavras da pequena, seus olhos brilhantes fixados no tecido vermelho.

"Hinata..."

(Flashback Off)

A velocidade de Naruto só aumentava, já levantando poeira pelas ruas, pulando pelas pessoas e tomando os telhados até que chegou em sua cara. Esbarrou a porta e foi logo tirando sua roupa para tomar um banho. Se banhou correndo e foi para o seu quarto. Vestiu uma versão alternativa de sua roupa tradicional, uma jaqueta preta com detalhes vermelhos, sendo notável o símbolo vermelho do seu clã nas costas. Por baixo uma simples camisa cinza e uma calça também preta, com detalhes laranjas. Terminou de se calçar e pegou o pedaço do cachecol que estava em sua cama, o admirando mais um pouco. Era como se sentisse o amor de Hinata emanando daquele simples tecido, algo tão pequeno que os ligava fortemente. Fechou a mão que segurava o tecido e sorriu determinado, seus olhos brilhavam como nunca antes, falando em voz alto em direção a janela.

- Hinata, com certeza vou te trazer de volta!

Saiu pela janela mesmo, e ao tocar no chão foi surpreendido com o número de pessoas paradas o encarando, todas prontas para combate e com sorrisos estampados no rosto.

- Lee, Shino, Kiba, Shikamaru, Chouji, Ino, Sai, Sakura-chan, TenTen... - Os olhos de Naruto estavam arregalados, sua mente confusa não processava bem aquela situação. Shikamaru deu um passo à frente para tirar o loiro de seu transe - Temos uma missão, Naruto. Vamos trazer a Hinata de volta - Com aquelas palavras, Naruto entendeu o significado daquele reunião, e logo sorriu e acenou com a cabeça. Todos estavam lá. Todos queriam salvar Hinata, assim como um dia se arriscaram para salvar ele. Esse era o laço de amizade que unia a jovem geração de shinobi de Konoha. Como diria Rock Lee, o fogo da juventude que queimava mais forte que qualquer fogo!

- Arigato, minna... - Naruto falou baixinho, e Sakura logo o abraçou, era possível ver o orgulho enchendo seus olhos - Então você finalmente entendeu, seu baka! Não se preocupe, vai dar tudo certo! - Naruto sentiu confiança com aquelas palavras da moça de cabelos róseos, assentindo com a cabeça antes de Shikamaru reunir a todos para escutar as instruções da missão. Depois de alguns minutos, sumiram em uma velocidade impressionante.

E assim começava o resgate de Hyuuga Hinata.

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De volta na mansão assombrada, Kanzou olhava fixamente para o fogo escuro com tons de vermelho que queimava em sua frente - Você está ciente do quê deve fazer agora, jovem? - Kanzou assentiu com a cabeça, e a voz tornou a falar novamente - Não me desaponte agora! Estamos perto de virarmos deuses! - As chamas foram se apagando ao pouco junto com a risada medonha que ecoava pelo quarto, deixando Kanzou com um sorriso sadístico em seu rosto.

- Sim... Após que me unir em carne com aquela mulher, usarei o sangue dela como combustível e me tornarei um deus! E só então... as pessoas conheceram a dor! 

(Flashback On)

- Kanzou, o almoço está pronto! - Um senhor de bigode grosso e aparência enrugada gritou ao por os últimos pratos na mesa. Não demorou muito até que um rapaz de cabelos negros curtos descesse as escadas da pequena casa com um sorriso no rosto - Parece tudo delicioso, ojii-san! - Ambos sentaram igualmente na mesa e começaram a se servir, a conversa fluía calmamente e os dois trocavam sorrisos, o velho olhava para o seu neto orgulhoso enquanto este contava sobre o seu dia anterior na vila, ajudando as pessoas.

- Meu querido neto, você deve tomar cuidado. Se os homens de Gatou o pegam ajudando os outros, irão fazer de você um exem-- O homem foi interrompido com o sorriso de seu neto, seus olhos brilhavam ao falar - Não ligo, ojii-san! Meu sonho é me tornar um homem forte e ajudar as pessoas que nem o senhor! O vilarejo perto daqui é pequeno, mas é aonde eu pretendo começar minha jornada! Eu prometo que te farei orgulhoso! - O rapaz bateu com a mão no peito, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto do velho que respondeu com um largo sorriso - Você já me deixa bastante orgulhoso, Kanzou...

Alguns dias se passaram, e a rotina do jovem Kanzou continuava a mesma. Acordava cedo para treinar seu corpo e sua mente, almoçava e depois ia até o pequeno vilarejo perto de sua casa ajudar com o quê era possível. O empresário Gatou tomou controle da região há algum tempo, tornando a vida de todos ali miserável, e os negando até comida e água. Os homens trabalhavam como escravos para sustentar suas famílias, e haviam relatos de que suas esposas eram abusadas para saciar a vontade dos mercenários que trabalhavam para Gatou- ninjas.

Kanzou ouviu muitos boatos desses, e passou a odiar a palavra ninja. Nunca chegou a conhecer um, mas se conhecesse certamente o mataria. Não conseguia imaginar numa pessoa tão privada de emoções ao ponto de se forçar em cima de uma mulher por puro prazer carnal. 

Mais um dia se passou e a noite chegou rapidamente, Kanzou voltava para casa ofegante depois de mais um dia cansativo. Parou perto da casa e já pôde ver a porta destruída, largou a pequena sacola de maçãs que trazia e foi correndo em direção a sua casa, gritando - Ojii-san! Ojii-san! - Passou pela porta e logo conheceu a ponta de uma grande espada, decepando seu braço direito. Sangue jorrou por todo canto e Kanzou gritou de dor, nem percebendo os dois homens que o rodeavam como leões atrás de comida - Esses ninjas são realmente efetivos... - Um homem baixo e repugnante sorria para um homem alto com faixas que escondiam um pouco de seu rosto e que segurava uma espada exagerada, agora ensanguentada - Você vai aprender o porquê de não existirem mais heróis no mundo, fedelho - Gatou pegou o rosto de Kanzou e o levantou violentamente, fazendo-o olhar para o corpo mutilado no chão inundado de sangue. As lágrimas que escorriam pelo seu rosto agora passaram a ser de tristeza, mal podia reconhecer seu avô judiado daquele jeito. O ninja que estava ao lado de Gatou olhou para o baixinho com raiva, como se estivesse incomodado com aquela situação.

- Você me contratou para matar um fedelho e um velho, Gatou? - Sua voz grossa parecia mais a de um demônio, e o empresário apenas riu com a pergunta - Não se preocupe, Zabuza. Tenho muito mais trabalho para você! Mas primeiro, acabe com esse insolente! - Zabuza suspirou e fechou os olhos, botando sua espada em posição. Kanzou estava ajoelhado com os olhos vidrados no corpo do seu avô, sua última expressão foi de pura ira, antes da vida sair dos seus olhos com o movimento da espada de Zabuza, que o cortou na barriga, quase separando seu tronco. Seu rosto deu de cara com o chão já sem vida, sangue jorrando da sua boca.

- O...jii...s-san...

Algumas horas se passaram e Gatou e Zabuza já haviam ido embora, deixando que a escuridão tomasse a casa. Uma chama se formou no chão ao lado de Kanzou, que abriu os olhos aos poucos - Criança, você ainda serve um propósito nesse mundo... Você ressuscitará como o meu futuro recipiente, e juntos seremos o deus que irá trazer dor para todo o mundo, assim como ele trouxe à você! - O corpo de Kanzou foi sendo regenerado pelas chamas que se espalhavam mas não o queimavam, seus olhos se tornaram frios e vermelhos e este olhou para o fogo, curioso - O-o quê você quer? - A voz que saía das chamas soou maligna, arrepiando o jovem.

ÓDIO!

Kanzou se pôs de pé e começou a gargalhar sadisticamente, podia sentir o poder misterioso que corria por suas veias. Já nem sabia se era mais um humano, apenas sentia o ódio que tomou conta do seu sor, e reconheceu sua nova missão de vida - iria pagar na mesma moeda o quê foi feito com ele e seu avô!

(Flashback Off)