História Nashville - O despertar do Mal - Revelação

      O portão estava aberto e isso fazia soar muito suspeito: Quem deixaria aberto o portão principal? Aliás, o endereço que Ariana segui lhe deu à uma enorme casa de pedras brancas, estilo romana, com direito a chafariz  e um belo jardim. Uma forte sensação estranha lhe apertou, fazendo quase desmaiar e por sorte, Dylan estava atento. A tontura lhe fez ter novamente mais um Deja vú, e desta vez, tinha o Dra°Jessica envolvida: Ariana podia ver com clareza a"Dra°.Jessica" na porta de entrada, ainda com seu jaleco branco e de luvas ensanguentadas, olhando para trás (dentro da casa), dizendo por gestos, que algo estava errado. Seu olhar voltou a aparecer para o lado de fora e parou quando viu Ariana, e a jovem sentiu um frio na espinha com aquele olhar da Jessica. Um grito familiar despertou Ariana da transe.

            -- Candice?-- Ariana se afastou de Dylan.

            A garota reconhecia a voz que vinha de dentro da casa, e era da sua amiga. Mas o que deixavam eles preocupados era pelos gritos, indicando que ela não estava bem.

            -- Isso não é bom sinal-- Dylan avistou vários pingos de sangue recente no chão, bem na entrada da mansão.

            -- Será que ela era médica particular e atendia os pacientes na própria casa?-- Ariana entrou no jardim, deixando Dylan alguns metros atrás.

            -- Hey, calma aê! Não deve ir se aventurando... Cuidado aonde está indo!-- Dylan deu passos largos, se aproximando de Ariana.

            A mansão estava toda apagada, exceto pelas luzes da entrada e pelo jardim. A grama estava ressecada, mas um pouco úmida. O chafariz parou de jorrar água quando ambos se aproximaram da porta e o rapaz olhou para trás, percebendo a ação estranha. Ariana bateu calmamente na porta e aguardou "resposta" de alguém vivo. Um rugido veio da parte lateral da casa, indicando os fundos. Ariana olhou para Dylan:

             -- O barulho... Está vindo de trás da mansão...-- Dylan comentou, limpando com a mão, a janela empoeirada e tentando encontrar alguma coisa.

             -- Devemos ir para lá... Então esse deve ser o sinal da Taíssa....E Candice pode estar viva.-- Ariana se apressou a correr e Dylan a segurou pelo braço.

             -- Calminha... Isso não está estranho? Como você acredita que esse deve ser o caminho certo e seguro?-- Dylan a olhou dentro dos olhos.

             -- Eu não tenho certeza, mas é um risco que temos que correr... --Ariana o olhou, pedindo para lhe soltar.

             Dylan ficou calado, mas ainda insistiu:

             -- Como você tem certeza?

             -- Estudo Psicologia e sei que está tentando me proteger como forma de fazer gostar de você e desistir de acreditar que há algo  errado com o desaparecimento de Taíssa e Lily. Mas obrigada, se não quiser me acompanhar, pode ficar esperando aqui fora...-- Ariana o olhou, sarcásticamente.

              O rapaz largou o braço dela:

              --  De uma coisa você está certa: Estou te protegendo porque sinto essa necessidade e não queira escutar de novo o por quê disso... Estamos sem tempo....-- Dylan deu um leve sorriso.

              Ariana sentiu a costela esquerda doer e então se encostou na parede, se retorcendo:

               -- Está inflamado!-- Dylan tocou em Ariana, com as mão as debaixo da blusa, diretamente na costela.  

               A garota sentiu sua costela queimar e então percebeu que estava com uma marca roxa bem na costela esquerda indicando uma possível inflamação, que não tratada, podia lhe trazer complicações  futuras.

              -- Talvez dentro da casa, podemos achar remédios... Aliás, é uma casa de uma médica.-- Ariana sugeriu.

              Dylan não entendia a teimosia e a curiosidade de Ariana sobre o caso Taissa e Lily  e se não tomasse a frente, ambos poderiam morrer.

              -- E se voltássemos para a delegacia?-- Dylan levantou uma sobrancelha.

              -- Está doido? Você mesmo viu aquelas criaturas, a morte do sherife Jack. Voltar para lá é pedir para morrer!-- Ariana soltou um grunhido de dor.

              Um barulho estranho voltou a repetir atrás da casa.

              -- Precisamos ir lá investigar.-- Ariana respirou fundo.

              O rapaz pegou a garota pela cintura e a ajudou a se apoiar, para caminhar. Ele gesticulou que queria pegar no colo, mas Ariana negou com a mão. Eles se olharam e não tinha escolha a não ser investigar o grito de Candice e o barulho vindo de trás. Ambos seguiram ao lado da casa, em silêncio até chegarem perto de uma porta dupla de madeira antiga (parecia porta de porão). Ariana ficou de pé pedindo para que Dylan a soltasse do apoio. Havia uma mancha escura na fresta, de baixo da porta.

               -- Sangue?-- Ariana apontou.

               O rapaz tocou cuidadosamente e logo se levantou rápido.

               -- Isso queima! Não é sangue, e se for, deve ter ácido!-- Dylan balança os dedos para se livrar da ardência.

               -- Ácido? Sangue com ácido? Essa combinação dá certo?-- Ariana o olhou confusa.

               Dylan se virou e dá um sorriso.

               -- Não sou químico, mas se fosse ácido, meu lindo dedo já estaria derretido... Vai saber o que é essa mancha, mas isso não é bom sinal.

              Ariana foi até a enorme porta e abriu.

              -- Então temos que descobrir o que é!-- A jovem completou, acendendo uma lamparina que ficava na entrada.

              Sem questionar, Dylan sugeriu ficar à frente dela, mesmo Ariana não apoiando a ideia. Os dois seguiram silenciosos pelo balcão apertado de ferramentas e objetos velhos e sem querer, Ariana esbarrou em uma caixinha de música, soltando uma bailarina de dentro e uma música.

             -- Droga! Esses malditos ratos ficam invadindo meu porão ... -- Uma voz feminina ecoou pela porta que ficava à alguns metros de onde estava Ariana e Dylan.

             -- Rápido, vamos nos esconder!-- Dylan puxou Ariana para atrás de um balcão e se abaixaram.

             As luzes se acenderam, fazendo os corações dos jovens acelerarem. A porta se abriu e uma pessoa parou. O vulto mostrava que a "tal pessoa" vestia jaleco e usava saltos altos.

            -- Odeio ratos! Eles bagunçam aqui e ainda me fazem perder a concentração... mas hoje estou de bom humor...

            As luzes foram apagadas e Dylan tocou nos lábios de Ariana, para que não sussurrasse nada e a mesma fechou os olhos. Uma estátua caiu no chão, pois a pessoa derrubou de propósito.

             -- Ainda matarei esses ratos...-- A pessoa fechou a porta e Dylan espiou pela fresta do balcão.

             Ariana e Dylan esperaram mais alguns minutos até perderem se levantar.

             -- Dra°Jessica Lange?-- Ariana arriscou o palpite.

             -- Se for... Sinto cheiro de problema-- Dylan respirou calmamente.

             A caixinha de bailarina tinha o nome de Taíssa gravado dentro.

             -- Tem certeza que encontrará o que procura lá dentro?-- Dylan a olhou.                

             Ariana não conseguia compreender o por quê dele fazer tantas perguntas ao chegar na casa.

             -- Estamos perto da verdade. Há algo errado nesse "desaparecimento" e tudo indica que o sequestrador e Jessica estão por trás  e ambos tem culpa.-- Ariana fechou a caixinha de música com cuidado.

            -- A própria mãe por trás do desaparecimento das filhas?-- Dylan fica confuso.

             -- Você tem razão. Jessica é uma mulher forte que aguentou calada o desaparecimento das filhas e eu aqui estou julgando ela.....-- Ariana abaixa a cabeça.

            -- Ás vezes, nem tudo é o que parece ser... Mas fique sabendo: encontraremos a verdade.-- Dylan falou, pegando o revólver, deixando as palavras tocarem na mente de Ariana.

            De passos lentos, ambos seguiram até a porta. Ariana ficou no lado direito, enquanto Dylan segurava o revólver no lado esquerdo da porta.

            -- Fique atrás de mim-- Dylan tocou na maçaneta, preparado para atirar, caso algo aparecesse.

            Após o aceno da cabeça de Ariana, o rapaz abriu devagar a porta e olhou pelas brechas algum vulto ou som e nada pôde soar perigoso.

           -- Vamos, ele deve estar em outro cômodo.-- Dylan ajuda Ariana a passar pela porta, já que ela tinha o braço apoiado na costela. A palidez dela era notável e isso estava preocupando Dylan.

           A porta do porão deu em direção à um corredor estreito, com cores brancas e faixas verdes na parte inferior do chão. As luzes estavam acesas, porém fraca de iluminação. Um som familiar fez Dylan interromper Ariana de seguir.

          -- O que pensa que está fazendo?!-- Ariana fala ao ser segurada pela cintura.

          -- Eu reconheço esse som... Esse cheiro...-- Dylan segura Ariana  para perto de si e a garota se livra do "abraço" dele.

          -- Está me irritando ficar me puxando toda hora assim!-- Ariana olhou seriamente.

          O barulho fazia Dylan ficar desesperado. Ele suava e suas mãos ficaram trêmulas. Ariana apenas escutava um barulho de rádio tocando.

          -- É uma música vindo do outro lado, e não um barulho.-- Ariana passou à frente de Dylan.

          -- Socorro!-- Gritou uma voz feminina.

          -- Candice?!!-- Ariana correu sem pensar e Dylan tentou impêdi-la de entrar lá.

          -- Não! É uma armadilha!!-- Dylan gritou desesperado.

          Ao abrir a porta, Ariana se deparou com vários cadáveres em macas e muito sangue no chão. O rádio ligado à pilha tocava uma música Cowntry. Uma pessoa de jaleco branco ensanguentado se virou, revelando-se a face: Dra°Jessica Lange.

        -- Eu odeio ratos... E odeio mais ainda quando eles invadem  meu local de trabalho! -- A mulher gritou fazendo Ariana sem querer caminhar para o lado, acionando uma sirene. 

        Dylan puxou Ariana à pressas para adentro da casa, sem pensar muito.

        -- Aonde pensa que está me levando?!-- Ela gritava sem entender.

        -- Esconder! Aquela coisa que você acionou vai fazer o monstrão da serra elétrica vir até nós!--Dylan e  Ariana correrram para uma porta.

        -- Como assim?!-- Ariana se assustou.

        -- Eu já estive aqui... Lembra do que te falei... Eu não contei tudo! Eu saí daqui antes de te salvar. Estamos no centro do pesadelo infernal. Precisamos encontrar a saída novamente!!

        -- BACANA, e agora você resolve contar a verdade? -- Ariana diz irritada.

        -- Não tenho tempo pra  desculpas!

        -- Mas a Jéssica está lá! Ela irá morrer se não voltarmos.-- Ariana olhou pra trás.

        -- PRECISAMOS SAIR DAQUI!-- Dylan a olhou.

        As palavras de Dylan se tornaram reais quando o monstro de máscara de minerador surgiu com um machado e os jovens passaram para o outro lado da casa. As roupas do monstro estavam podres e mais rasgadas, e seu rungido estava mais aterrorizante e alto. Dylan acertou dois tiros no ombro da criatura, fazendo-o ir para trás.

        -- Corra! Ele vai nos matar se não nos corrermos!-- Dylan destravou a arma, lhe acertando um tiro de raspão no olho.

        -- Eu não vou te abandonar! Estamos juntos nisso!-- Ariana forçou uma porta à frente, abrindo caminho, mas se deparou com Lily.

        -- Saindo tão depressa?-- Ela injeta uma injeção no pescoço de Ariana, a fazendo cair.

        -- Lilly? -- Ariana se assustou ao ver a uma das filhas desaparecida "viva".

        -- Não!-- Dylan mirou na cabeça da mulher, disparando o último tiro, a matando.

        O corpo de Ariana caiu no outro lado da porta, indicando um saguão da casa. O monstro se recuperou da bala e golpeou Dylan fortemente com os punhos, o lançando para  perto de Ariana. A forte pancada lhe fez sangrar um pouco pelo nariz e sua visão ficou turva. A cada passo do monstro, o coração de Dylan parecia explodira qualquer momento. O monstro foi até a mulher que fora atingida e então rugiu de ódio e partiu para cima de Dylan, com o machado.

       -- Josh, não... Não...-- A Dra°Jessica Lange aparece na porta.

       O monstro parou e Dylan se arrastou até Ariana, que estava sem consciência. Ele tocou em seus cabelos e sussurrou:

       -- Ariana, por favor, acorde.

       Jéssica se aproximou de Lily que levara um tiro e estava morta, no chão.

       -- NÃAAAAAAAAO....Minha filha... ela está morta, Josh. -- Jessica limpa uma lágrima do rosto -- Vamos acabar de vez com esses ratos.-- Ambos se viraram e Dylann sentiu a perna direita arder.

       O monstro ameaçou cortar Dylan em pedaços, mas Jessica interviu novamente.

       -- Josh, isso seria tão fácil! Tive uma ideia melhor....Podemos fazer alguns testes antes de mandá-los para a cova.

       O monstro rugiu e então pegou Ariana no colo. Dylan reagiu:

       -- Solte ela... Seus malditos dos inferno!!-- Dylan gritou, sem forças de se levantar.

      Jessica abriu um sorriso maléfico:

       -- Por que o desespero?Ela vai ficar bem... Mas eu não garanto isso para você.

       Jessica já estava preparada, quando lhe dá uma injeção no pescoço, fazendo Dylan desmaiar.

                                                                                              CONT
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