Dylan deixou o revolver no chão e levou as mãos na cabeça e Ariana fez o mesmo com as mãos. O xerife não era nada amigável, chegou perto do revólver e chutou para alguns metros longe e em seguida apontou a arma na cabeça de Ariana.
-- O que temos aqui... Dois arruaceiros -- Ele media maliciosamente a garota dos pés à cabeça.
-- Fique longe dela! -- Dylan o fuzilou com os olhos.
O xerife olhou com raiva para o rapaz e em seguida apontou a arma para ele.
-- Calado!! Ou quer chegar morto na delegacia? -- O xerife deu uma coronhada no ombro de Dylan.
O rapaz não queria ser rebelde e agredir o policial, mas ele bem que merecia um soco na cara, pelo gesto obsceno. Com a coronhada, Dylan tentou segurar a revolta que sentia e o xerife rapidamente o empurrou no capô do carro, o algemando em seguida. Ariana não aguentou tanta grosseria:
-- Não sabe o que está fazendo! Tem um monstro atrás de nós! -- A garota se exaltou e o xerife entendeu como um ato rebeldia.
-- A vaquinha resolveu agir! -- O xerife apertou o pulso de Ariana, deixando Dylan mais revoltado.
-- Todos vamos morrer se não deixarmos explicar! Por que não nos escuta?! -- Dylan se levantou, algemado.
-- Eu já disse para se CALAR, seu vádio de merda ... - O xerife apontou a arma no queixo de Dylan.
Ariana se sentiu humilhada e precisava agir antes que ele a algemasse também. Estava com mais "liberdade" para tentar reverter a situação antes que Dylan fosse baleado. Ela avistou a chaves da algema de Dylan pendurada no cinto do xerife. Antes que o xerife o algemasse, seu celular no bolso começou a tocar. Era estranho. O som do aparelho tocava de forma bizarra, como se a conexão falhasse. O xerife abaixou a arma e olhou para a imensa escuridão.
-- Ele está aqui ! -- Ariana dizia nervosa.
O xerife olhou na escuridão, mas seu foco estava em Dylan.
-- Teremos que ir na delegacia logo! O xerife puxou o rapaz pelo braço.
Os três caminharam pelas ruas desertas. Nenhum sinal de vida mostrava naquele local. Era uma avenida onde havia bares, lojas, comércios e o normal é que seria movimentado. Nem barulho de insetos ou de animais. Neshville parecia abandonada. O ar estava frio demais, o coração de Ariana batia fortemente, mas estava "aliviada", pois não tinha sido algemada. Caminhava ao lado de Dylan e este percebeu o gesto da garota. Ele não sorriu, mas acorrentou em um tom de voz que somente ela poderia escutar:
-- Fique do meu lado e mantenha-se atenta.
-- Não preciso de sua proteção, mas obrigada por ser protetor.
Ariana deu um leve sorriso e tentou obedecer: ficar ao lado dele. A delegacia parecia longe, para quem fosse a pé. A perna de Dylan doía por conta de um leve ferimento causado pelo monstro, mas não reclamava de dor.
-- Droga... Essas malditas viaturas deveriam funcionar ! -- Praguejava o xerife Jack Nickson.
Chegando na frente da delagacia, o alto portão metálico estava fechado. Algumas luzes de dentro, estavam acesas, porém sem nenhum sinal de vida humana. Dylan olhou para Ariana e fez sinal para que ela ficasse atrás dele. Jack notou o gesto e logo abrigou Ariana a ficar em sua frente.
-- Não planejem nada... Estou de olho em vocês, seus deliquentes!
Ariana queria agir. Sua aparência estava no limite, mais um comentário abusivo do xerife e ela realmente agiria. O xerife grosseiramente pegou no braço dela e a olhou, maliciosamente.
-- Espero ter sorte... Há tempo que não me divirto com vadias como você ...
Ariana não suportou mais, e lhe deu um tapa no rosto, com muita força. O xerife apertou o rosto dela e em seguida, tentou lhe dar uma coronhada, mas Dylan, mesmo algemado, pôs seus braços na frente, impedindo a violência. Jack mirou o revolver na cabeça do rapaz, ameaçando atirar.
-- Ah, mas eu vou matar vocês! Seus filhos de uma puta.
-- Fique longe dela! -- Dylan voltou a fuzilar o olhar para Jack.
Ariana olhou furiosa para o xerife.
-- Vá em frente... Vamos todos para inferno mesmo...-- Ariana abriu os braços, desafiando-o.
Dylan levantou uma das sonbracelhas, olhando a coragem a frieza da garota. O xerife olhou para a frieza de Ariana e nada fez, abrindo o portão em seguida. O lugar estava silencioso, as luzes acesas. Todos entraram quietos, pois era muito estranho. A garota permaneceu séria e o xerife logo teve coragem de perguntar:
-- Alguém aí? Tenho dois delinquentes para prender...
A voz do xerife ecoava no enorme galpão, e ninguém apareceu depois do chamado. O susto foi completo quando a luz de led do local esquerdo queimou sozinha. Foi como se alguém cortasse pelo fio de eletrecidade e ocorresse um curto-circuito. Jack apontou o revólver para a porta aberta, após alguns papéis voarem diretamente na porta.
-- Não vá lá sozinho... -- Orientou Dylan.
-- Calado! Eu sou a autoridade aqui. -- Respondeu grosseiramente o xerife.
Ariana percebeu que havia algo anormal na salinha ao lado. O risco de ser alguma criatura era muito óbvio. Uma morte drástica aconteceu com Chace e a jovem não queria ver a cena se repetir novamente. O xerife chegou perto da porta, mas Dylan e Ariana não o acompanhou. O xerife não queria demonstrar nervosismo, mas suava e seus olhos estavam abertos, de forma assustada. Faltava alguns metros para se chegar à porta , quando Dylan olhou para Ariana, fazendo sinal para que não fosse na frente, e que permanecesse ao seu lado. O xerife, nem percebeu e foi frente. Um vulto passou pela porta junto com um rugido estranho, fazendo Ariana trocar olhar de preocupação com Dylan. Jack respirou fundo e então apareceu na porta uma criatura magra de unhas enormes o atacou, pulando em cima dele. O corpo de Ariana queria se mexer, e Dylan fez sinal para que não se mexesse. O xerife tentou lutar contra a criatura, mas esse mordeu seu pescoço, fazendo jorrar sangue para todos os lados. Por sorte, havia um balcão, e Ariana puxou Dylan para se esconder junto à ela. Dava para escutar o barulho dos destroços que estava fazendo. Ariana apoiou a cabeça no braço de Dylan, respirando devagar. Alguns segundos depois, o silêncio mortal voltou a aparecer. Ambos se olharam:
-- Preciso me livrar dessas algemas. -- Dylan sussurrou.
-- Eu pegarei as chaves ... -- Ariana respondeu.
-- Não, você irá morrer! -- O rapaz a olhou.
-- Confie em mim... ficarei bem -- Ariana olhou a criatura sair de cima do cadáver do xerife.
A garota andou agachada enquanto a criatura se afastou e voltou para a salinha. Era a segunda morte de perto que Ariana presenciava. A sensação era que seria ela seria a próxima vítima. Esperou alguns segundos antes de conseguir chegar perto do corpo do xerife. Respirou fundo e tomou coragem de ir. Chegou perto do corpo do Jack, não curtindo a ideia de ter que pegar as chaves para soltar Dylan. Estava confusa. Será que realmente poderia confiar nele? Por impulso, levantou seu corpo e pegou as chaves. Ao seu lado, estava um revólver, que poderia lhe ajudar. Apesar de não saber usar, poderia aprender no jeito de se defender mesmo. A criatura media em pequeno tamanho e andava encurvado. Seus braços eram pequenos, mas isso não impedia de suas mãos serem grandes e possuir unhas finas e enormes, como se fossem garras. Seus olhos eram vermelhos, e perfeitamente redondos. Apesar do odor forte, por causa do sangue, Ariana tentou ignorar o cheiro podre e não olhava muito para a mancha de sangue espalhada por debaixo do corpo. Respirou fundo e pegou a arma e em seguida segurou firme as chaves da algema. Sem querer, as chaves fizeram barulho, atraindo a atenção do monstro. Agilmente, a garota moveu-se para trás, enquanto a criatura abriu a boca, mostrando sua língua anormal e suas enormes presas, pronto para atacar. De longe, Dylan acompanhava a situação, e tinha que fazer algo para ajudá-la:
-- Atire na cabeça! Sempre funciona! -- Gritou Dylan, de pé.
Ariana escutou a voz dele, mas não queria obedecê-lo, porém ao mesmo tempo não enxergava outra saída. Era necessário deixar sua "desconfiança" em relação à Dylan de lado.
-- Não sei usar armas!! -- Ariana começou a se afastar.
O monstro olhou fixamente para a garota, com os olhos grandes e pronto para atacá-la. Ariana ficou imóvel, quando se encostou no galpão. Ela tremia, assim como suas pernas ficaram duras. Dylan tocou nas mãos dela, pegando as chaves. O monstro saiu da salinha e então-se colocou de pé, revelando a pele pálida. Em poucos segundos, sem estar preparada, o monstro avançou para cima de Ariana e ela ligou a lanterna, afastando-o com o clarão. Assim que se soltou das algemas, Dylan pegou o revólver e mirou na cabeça da criatura, o acertando um tiro bem no meio da testa. Apenas um tiro, e a criatura caiu, de costas no chão. Já o coração de Dylan estava a mil por hora, enquanto Ariana estava em estado de choque. Os dois não sabiam se a criatura estava morta, mas era momento de saírem dali:
-- Mas que merda é essa? -- Ariana olhou fixamente para a criatura.
-- Seja lá o que for....É melhor sairmos daqui... Antes que mais desses apareçam -- Comentou Dylan.
Dylan checou a munição.
-- Droga, só tem um pente...
Um pente de balas é muito ruim... Isso se equivaleria a 12 balas. Se aparecessem mais, não haveria munição o suficiente. A única saída era voltar para a rua. E assim os dois fizeram, chegaram na porta principal, Dylan fechou a porta principal, fazendo logo em seguida, uma barricada. Ainda assustados, Ariana e Dylan caminharam pela nebulosa rua. Nenhuma palavra conseguia montar um diálogo entre eles. Existia um vazio na conversa, e isso fazia com que a relação dos dois ficasse confusa. Chegaram perto de uma avenida. Ariana reconheceu aonde estavam: Era o lugar no qual sofrera acidente. Correu em direção aonde estava a van capotada.
-- Hey, espere!! -- Dylan correu logo atrás.
A van na qual Ariana estava viajando, havia capotado perto de uma colina e estava parado entre dois prédios altos. A jovem olhou para cima e logo viu o penhasco, realmente foi um acidente gravíssimo e que não poderia haver sobreviventes, além dela. A garota chegou perto do veículo, e Dylan estava a todo momento atento à rua. Com muito cuidado, ela olhou a maneira de como as coisas estavam bagunçadas e as grandes marcas de sangue espalhadas por toda carroceria da van. Ariana conseguiu pegar uma bolsinha de lado, onde carregava alguns pertences pessoais. Dentro da bolsa, guardou o papel do que estava escrito : Taissa Lange e as lanternas. Ela também percebeu que havia um rastro de sangue, revelando um caminho à esquerda. Será que o monstro sanguinário havia arrastado algum deles? Até que um vulto apareceu e Dylan permaneceu com a arma apontada em direção ao vulto, preparado para atirar. Mas, segurou o gatilho do revólver com cautela. Quem apareceu foi Michelle, com ferimentos na cabeça.
-- Não atire! Por favor! -- Suplicou ela.
Dylan abaixou a arma e em seguida Ariana percebeu que era sua amiga.
-- Mi-Michelle? -- Os olhos de Ariana se arregalaram.
CONT
===============================================================================================
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.