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História Nem por Meio Milhão de Libras! - Efeito Rin


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal.

Mais um capítulo! Perdoem eventuais erros.

Espero que gostem. O tema 'imunosupressores' ainda está um pouco confuso para mim, então peço que, se virem algo estranho no texto, favor me corrigir. Desde já, agradeço pela colaboração da @Yasamina com a explicação sobre os efeitos do corticoide. Valeu, sua linda *-*

A imagem de Izayoi e o "Inu No Taisho" Toga não me pertencem. Créditos ao fanartista.

Boa leitura!

Capítulo 13 - Efeito Rin


Fanfic / Fanfiction Nem por Meio Milhão de Libras! - Efeito Rin

 

Três semanas se passaram.

Rin Tibiriçá estava, simultaneamente, aprendendo a se comunicar em inglês e espanhol, visto que Izayoi Ferguson e Naraku Octavio só falavam com a brasileira em seu idioma natal.

O psicanalista, após ter desejado ter algo mais com a morena no primeiro momento, agora havia se tornado um bom amigo para ela. Os dois foram ao shopping assim que o moreno recebeu alta do hospital, depois de ter se submetido a uma extensa bateria de exames e ser liberado com inúmeras recomendações. Afinal, Naraku fazia uso constante de medicamentos imunossupressores, remédios responsáveis por garantir a sobrevida do rim transplantado. Os efeitos adversos de tais medicamentos incluíam deixar o paciente vulnerável a infecções variadas.

Entretanto, ao lado de Rin, o espanhol esquecia de tudo isso e se sentia mais leve. Não somente ele. Impossível não ser contagiado pela imensa alegria de viver que a brasileira tinha consigo. Mesmo o nobre Toga Ferguson se pegava mais solto e desenvolto para realizar lazeres simples que lhe agradavam. As reuniões de negócios e outras chatices agora eram contrabalanceadas com passeios ao ar livre, idas ao cinema, piqueniques improvisados e até mesmo uma viagem romântica não-planejada a Barcelona. O fato de sua esposa Izayoi ter amado a menina desde a primeira vez foi também um ponto deveras positivo para que a integração dela fosse quase total na família Ferguson.

Contudo, John Sesshoumaru continuava absurdamente resistente à aproximação da jovem, como também se recusava a buscar reabilitação, já que sua visão se deteriorava a cada dia. Certa manhã, Naraku explodiu com ele, dentro do consultório de psicanálise.

— Chega, John, CHEGA! — bradou o espanhol, irado. — Cacete! Você é o pior paciente que eu já tive! VOCÊ NÃO SE AJUDA, P****!

— Você é que não me compreende, seu merda — respondeu o loiro, sentado no divã tão rijo quanto um tronco de árvore. — Já disse milhões de vezes: não quero ficar cego. NÃO ACEITO!

— Eu não estou te obrigando a querer ficar cego, seu retardado! Quero apenas que você viva melhor essa fase ruim de sua vida e...

— Viver melhor... Humpf — replicou Sesshoumaru olhando diretamente para o amigo, que agora puxara a cadeira para ficar frente a frente com ele. — Como se fosse possível ter uma vida sem enxergar. Você NUNCA vai entender o que sinto, Naraku. Não perca seu tempo.

Naraku expeliu todo o ar dos pulmões durante um suspiro.

— Sesshoumaru, me diga uma coisa.

— O quê? — indagou ele, se fazendo de desinteressado.

— Por que você pediu ao seu pai para me trazer para cá?

— Eu...

Sesshoumaru imediatamente evocou lembranças antigas de quando ele, viajando com seu pai pela Espanha em 1998, se deparou com o dono daqueles olhos castanhos intimidantes em uma esquina perto do Jardín del Cid, León. Toga, distraído, falava ao telefone com algum advogado quando seu único filho, que tinha completado dezesseis anos, andou alguns metros adiante, curioso. O outro garoto, bem mais franzino do que ele, usava um vestido estampado de alças e também o encarava.

Hola — saudou-o Naraku, voz de falsete, vendo que Sesshoumaru estava cada vez mais perto, olhando-o intensamente. — Deseja alguma coisa, señor?

— Não, não quero nada. Por que você se veste assim? — devolveu o loiro, que falava em um espanhol praticamente impecável.

— Assim como?

— Você se veste de mulher!

— Para todos os efeitos, eu sou uma mulher, muchacho — replicou o moreno, já meio aborrecido. Estrangeiros sempre apareciam por ali e contratavam seus serviços, mas aquele garoto loiro era apenas um curioso bem impertinente.

— Mas eu vi você coçar o saco antes de chegar mais perto. E mulher nenhuma tem um pomo-de-adão tão visível.

Carajo, moleque. Eu sou um garoto, mas me visto de mulher porque é esse o meu trabalho. Agora, se não quer nada comigo, dê o fora.

— Você é feio pra cacete — disparou Sesshoumaru. A crueza de suas palavras, entretanto, não ofendeu Naraku, que acabou dando de ombros e acendeu um cigarro.

— Já se viu no espelho por acaso, hijo de una puta?

— Cara... Eu não me vestiria de mulher por nada nesse mundo — afirmou o loiro, fazendo cara de nojo. Naraku sorriu sarcasticamente.

— Oh, imagino que não. Você deve ter o que comer em casa todos os dias, não é?

— Tenho. Você não tem?

— Moleque, pare de bancar o tapado, coño! Se eu tivesse uma casa e uma família que me desse o que comer, não estaria aqui dando o c* em troca de quatrocentas pesetas¹! Você tem demência?

— Claro que não! Só não entendo como você pode viver assim sendo que a economia espanhola é a quinta maior da União Europeia...!

— Oh, que interessante. Aprendeu isso na escola, é? — retrucou o moreno, sarcástico. — Vocês gringos acham que sabem alguma coisa sobre nós, mas...

— Me fala uma coisa, moleque. Você é o que, na verdade?

— Ainda não entendeu?! Eu sou um prostituto! — afirmou ele, a voz incerta de rapazinho adolescente; ora aguda, ora grave.

— Mas você é quase uma criança. Deve ser mais novo do que eu.

— Tenho quinze anos. Não sou criança mais há muito tempo.

Sesshoumaru coçou a cabeça loira, muito confuso. Quando ouvia falar em pessoas que vendiam o corpo, sua mente sempre evocava adultos. Mas aquele rapazote à sua frente, apesar de todo o sarcasmo e dureza em suas palavras e gestos, era tão moleque ainda. Tão infante. Então o loiro surpreendeu Naraku com uma colocação estranha:

— Você sabe onde vende torta frita² por aqui?

— Há uma lanchonete no fim dessa rua, na esquina à esquerda...

— Leve-me lá — afirmou Sesshoumaru, puxando o moreno consigo sem cerimônia. Sem jeito, Naraku o acompanhou, indicando onde ficava a dita lanchonete, e se recusando terminantemente a entrar com o loiro.

Cinco minutos depois, Sesshoumaru saía de lá com um saco de papel e dois refrigerantes.

— Agora me leve a um lugar com bancos para que eu possa me sentar — disse o loiro.

— ¡Madre de Dios! Você é mandão assim mesmo ou acha que só porque sou uma p***, devo ser sua empregada?

— Você vai lanchar comigo. E apague esse cigarro fedido.

— ... — Naraku ficou totalmente surpreso e suas bochechas enrubesceram imediatamente.

— Ah! Ali tem bancos — exclamou o outro, ignorando as reações do jovem espanhol e apontando para o Jardín del Cid. Recomeçou a puxá-lo pela mão, passando pelo ponto onde haviam se encontrado minutos atrás, até que uma voz conhecida chamou sua atenção:

— John! JOHN! Meu filho, pelo amor de Deus! — gritava Toga, desesperado, saindo de uma loja. — Como você some assim desse jeito?! Eu te procurei por todo lugar!

— Mas eu não fui tão longe assim, pai. E sei voltar para o hotel sozinho.

— E essa... Esse... — enfim, Toga percebeu que seu garoto não estava sozinho e ficou temeroso com a presença do jovem travestido ali. — Quem é você, garoto?

— Eu não sou ninguém e não fiz nada com seu filho, se é o que está pensando — retrucou Naraku, na defensiva, se afastando dos dois ingleses. — Preciso voltar para o meu ponto.

— Ei, espera aí! — exclamou Sesshoumaru, segurando o garoto. — Por que não vem com a gente?

— John, o que você está fazendo? — interrompeu-o Toga, assustado. Seu filho era naturalmente egocêntrico e não ligava para ninguém. A não ser que... — Você não está pensando em roubar ainda mais a dignidade desse garoto, não é?!

— Dignidade? Eu só queria lanchar com ele na praça enquanto a gente continuaria conversando — volveu o loiro, sem entender ao certo o que seu pai quis dizer. Com dezesseis anos, Sesshoumaru ainda era bem ingênuo, pois sua vida se resumia em estudar,’ e muito.

O britânico Anthony Ferguson, então, voltou a olhar atentamente para o moreno, já um tanto constrangido com aquilo tudo. Em momentos como aquele, o homem ficava extremamente condoído. Aquele garoto com roupas de mulher deveria estar na escola, estudando, ou em casa com a família. Não se prostituindo.

— Filho, qual é o seu nome?

— Naraku Octavio, señor — disse ele, levando a mão ossuda aos lábios, querendo rir.

— O que é? Qual é a graça? — inquiriu Sesshoumaru, estranhando.

— Nada, eu só acho vocês engraçados. É a primeira vez que um estrangeiro chega até mim perguntando por meu nome e não pelo preço do programa. Já esse moleque aí chegou perguntando minha idade e o porquê de eu ser uma rameira. É esquisito, pois em geral as pessoas não acham que eu sou gente.

Aquilo foi como uma navalhada no coração de Toga, que agora olhava para o próprio filho, tão bem alimentado e cuidado, enquanto o outro...

— Querem ir até o Jardín del Cid? Eu levo vocês — afirmou Naraku, prestativo. — Isso é, se realmente você me der um lanche, cabrón. Estou com uma fome de todos os diabos. Aliás, como é o seu nome mesmo?

— Sesshoumaru. E é claro que vou te dar o lanche...

— Sesshou o quê?

— Sesshoumaru! — e, antes que Naraku o interrompesse, o loiro enfiou a mão no saco de papel, retirando um dos pasteis. Os olhos do moreno cresceram no mesmo momento e foi com certa ânsia que ele recebeu o quitute da mão do outro jovem, que parecia satisfeito de alguma maneira. Virando-se para seu pai, disse:

— Pai, por que a gente não leva ele para casa?

— O quê?!

— Endoidou, cabrón? — retrucou o moreno, com a boca cheia, um tanto assustado. — Se o meu padrinho ficar sabendo, ele vai me matar!

— Você tem um padrinho? — indagou Sesshoumaru, sem entender. — Mas você não disse que não tinha família?

— John, esse “padrinho” não é um familiar dele — interveio Toga. — Estou certo, Octavio?

— É isso mesmo. O señor Mukotsu é o meu cafetão, Sesshú... Sesshô... Nome difícil da p****, o seu!

— Sesshoumaru, seu cabeludo idiota. E o que é cafetão?

— Ele fica com quase todo o dinheiro dos programas que eu faço, entendeu? — respondeu Naraku, um pouco esganado com seu pastel. Sesshoumaru lhe estendeu a latinha de refrigerante; o moreno arregalou os olhos. — Sério que você está me dando uma lata de Coca-Cola?!

— Estou, por que não? — o sorriso do jovem espanhol iluminou seu rosto magro.

— ¡Ay! Muchas gracias, moleque. Você é feio, enxerido e mimado, mas é um cara legal.

— Feio é você — afirmou Sesshoumaru, sorrindo. — Principalmente com essa roupa de mulher, esse cabelo de Medusa e esse vozeirão de besouro.

— Filho, não fale assim com ele — ia advertindo o loiro mais velho, porém o espanhol gargalhou escandalosamente, com a voz um tanto mais grave do que antes. — My God! Isso que eu chamo de mudança de voz de adolescente, Octavio! Quer me assustar?

Os dois adolescentes começaram a rir diante do aturdido nobre inglês. Por fim, os três se foram para o confortável hotel Conde Luna, onde o moreno pôde tomar um banho decente, vestir roupas que o novo amigo lhe dera e se alimentar como precisava. Já à noite, enquanto Toga dormia, Sesshoumaru puxou Naraku para o outro quarto, silenciosamente. Confuso, o moreno indagou:

— Por que me trouxe para cá, Sesshoumaru? Nós vamos f****?

— Eca, claro que não, seu maluco. E vê se fala baixo para não acordar o meu pai — sussurrou o outro, com uma careta. — Te trouxe por outro motivo.

— Qual?

— Me ensina a fumar? — e o loiro tirou um maço de cigarros do bolso perante os olhos incrédulos do outro garoto. — Sabe como é, né... Meu pai não fuma e me daria uma surra se me flagrasse fumando.

Naraku começou a rir, olhando para Sesshoumaru com a mais nítida cumplicidade.

— Do que você está rindo, Naraku?

— Ora... Você pode não ser uma p*** como eu, mas também não vale nada, cabrón!

Desta maneira, nasceu a amizade nada ortodoxa de Naraku Octavio e John Sesshoumaru, amizade esta que já perdurava por dezesseis anos, desde quando Anthony Ferguson assumiu a tutela do moreno.

Agora, no consultório de Naraku, Sesshoumaru relembrava tais coisas, saudoso. O espanhol à sua frente aguardava uma resposta.

— Eu queria que você tivesse a oportunidade de ser feliz, Octavio — murmurou ele.

— Então, você pediu ao seu pai para me trazer para dentro de sua casa, acreditando que isso resolveria os meus problemas. Por quê?

— Ora... Porque era essa a única opção que eu tinha para te ajudar!

— E o que acha que estou fazendo com você nesse exato momento? — inquiriu Naraku, inconformado. — Não tenho um par de córneas nos bolsos; o que tenho é somente minha formação profissional que, em tese, deveria te ajudar a lidar com essa perda da visão. Entende agora? Você NÃO precisa sofrer tanto! — o espanhol se levantou e pegou nos dois ombros do amigo, forçando o contato visual. — Eu recebi sua ajuda no passado, por que você não pode receber a minha agora?!

O loiro ergueu os olhos e viu a face desfocada do seu companheiro. Não lhe discernia a expressão, mas tinha certeza de que Naraku o olhava não com piedade e sim com confiança. Sorriu fracamente, pegando uma das mãos dele e a apertando. Logo em seguida, estapeou mãos e braços do espanhol, fazendo cara de nojo.

— Argh. Tire essas mãos de viado de cima de mim, seu merda. Sabe-se lá onde essas mãos pegaram!

— Pegaram na piroca de um corretor de imóveis ontem à noite — riu o psicanalista, causando mais asco no amigo revoltado, que ficou de pé, protestando com veemência. — Mentira, eu não saí com ninguém ontem.

— Dá um tempo com essa viadagem perto de mim e vamos embora.

— Para onde?

John Sesshoumaru vestia seu paletó, recuperando toda a sua costumeira altivez. Naraku respirou aliviado; o loiro parecia um pouco menos deprimido agora.

— Vamos almoçar comigo no Plum and Spilt Milk, em King’s Cross.

— Oh, nada mal. Vamos, eu vou apenas fechar estas janelas.

Em poucos instantes, os dois homens se ausentaram do consultório, Naraku conduzindo o loiro. Notou que este parecia um pouco ansioso e interpelou-o:

— John, o que você tem?

— Será que eu... Vou ficar estranho fazendo aquela reabilitação que meu pai mandou?

— Claro que não. Pense que vai ser bem útil quando você estiver num motel com uma garota e pretender beijar a cabeceira da cama achando que é a tetinha dela.

— Vá tomar no c*.

— Querooo! — foi a resposta espalhafatosa do moreno. — Onde? Quando? Com quem?

 

***

 

Em uma noite qualquer no Condomínio Strauss...

— Balada, Mrs. Cameron? Não, eu não vou.

— Por que não, Andy? Não precisa beber ou nada do tipo, eu mesma não bebo. A gente vai só para dançar.

— Eu não danço — retrucou o rapaz, corando.

Ambos haviam chegado da rua há pouco. Andrew Miroku agora dirigia para Sandie Cameron, que havia comprado um carro no dia seguinte após ter dado de presente a ele um cheque de duzentas libras para abastecer a despensa de seus irmãos em Wetherby.

Lentamente, a escocesa estava transformando o rapaz tímido em um homem charmoso e elegante. Ensinava regras de etiqueta social para ele, doutrinava-o a se vestir bem e a ser mais vaidoso... E sexualmente muito criativo. Não é preciso dizer que tudo isso era transmitido a Raymond Inuyasha por telefone, o que agradava imensamente Kagome Higurashi. O casal não chegava às vias de fato, mas se permitiam atos, situações e sensações nada inocentes. Sandie Cameron, indiretamente, estava se tornando a responsável pela safadeza crescente de Inuyasha também.

— Ah... Vai me negar isso, lindo? — murmurou Sango, manhosa, se insinuando para o jovem motorista, que coçou a cabeça:

— A senhora sempre me convence a fazer o que não quero... Por favor, isso não. Eu não gosto de balada.

— Mas qual o problema em ir a um lugar dançar, menino?!

— Dance em casa, ora... Compre um XBOX! — retrucou ele, fazendo bico, amuado. Sango começou a rir e fê-lo se sentar sobre uma cadeira.

— Ah, Miroku... Eu adoro esse seu jeitinho ingênuo. Pensei que você se transformaria num tarado babaca depois desse tempo todo que estamos saindo, mas...

— M-mas, Sango, você me fez virar exatamente isso. Eu não paro de pensar em nós dois fazendo amor. Sonho com você, acordo pensando em você...

— Isso não é ser um tarado babaca, querido. Isso é gostar de transar, que é algo tão natural e que as pessoas nos ensinam a ter medo... O que mais admiro em você é sua forma simples de ver a vida, suas palavras românticas... Você é um homem fascinante.

— Você me ama? – inquiriu ele, diretamente. Sango ficou séria.

— Meu bem, eu... Não posso te dizer nada no momento. Acabei de escapar de um casamento horrível e... Ah, você sabe um pouco do que vivi.

Miroku baixou a cabeça, visivelmente triste. Não imaginava que ser amado por ela seria algo tão difícil.

— Mas não fique assim — murmurou ela, se sentando sobre as pernas do rapaz. — Tenho aprendido muito com você, sabia? Sinto que você tem me tornado uma pessoa melhor.

— Eu que o diga, Mrs. Cameron. Minha vida mudou tanto...

Miroku levou as mãos aos botões da camisa de Sango, desabotoando-os enquanto a encarava.

— Bem, é verdade que as coisas entre nós não fluíram do jeito que eu sonhava, mas você me faz imensamente feliz, Sandie Cameron — sussurrou ele, deslizando delicadamente os lábios pelo colo e pescoço da mulher. Maliciosa, ela sorriu.

— Você também me faz muito feliz, Miroku. Homem algum jamais me satisfez como você consegue, tão naturalmente... Vamos tomar um banho?

— Agora mesmo, minha safadinha gostosa.

Por influência (e para deleite) da professora escocesa, o jovem Wright se tornou um tanto desbocado na hora da intimidade. O casal se dirigiu até o banheiro, em seguida tomaram um banho em meio a diversas carícias preliminares, de forma que o trajeto até a cama de Sango foi longo, tal a intensidade do desejo deles.

Despidos, se atiraram sobre o colchão, beijando-se de forma apaixonada e voraz. Miroku pediu à mulher que se deitasse de costas e começou a beijá-la em seus ombros e omoplatas. Incrível como aquela escocesa parecia a cada momento mais bela e aprazível. Por sua vez, Sango não poupava gemidos e suspiros, sabendo que tais arrufos excitavam enormemente o jovem motorista, que agora deixava a língua correr pela pele da sua lombar. Ofegante, ela se virou para olhá-lo; lá estavam os olhos azuis enevoados de luxúria, fitando-a e fazendo-a se retorcer de desejo por ele.

— Você parece bem interessado em minha bunda, Mr. Wright — murmurou Sango, sensual.

— Sua bunda, Mrs. Cameron, é um tesão — respondeu ele, sentindo o rosto arder. Falar palavras vulgares e chulas durante o sexo era uma coisa que o excitava e envergonhava ao mesmo tempo. Sango adorava aquelas reações.

— Que interessante, Mr. Wright... Eu acho o mesmo da sua. Está querendo meter aí, não é, safado?

— B-bem, e-eu...

— Você quer, mas tem vergonha de dizer. Estou errada?

— De f-forma alguma, Sango... Está certa. Você sempre toca nesse assunto e... Me p-provoca...

A escocesa riu, arqueando as costas de forma a empinar as nádegas para ele.

— Claro que te provoco... Eu tenho certeza de que vou adorar seu pau na minha bunda.

A afirmação eletrizou o corpo de Miroku, levando-o a gemer de deleite pela simples expectativa do ato. Ela, porém, endireitou o corpo e se sentou diante dele, beijando-lhe o pescoço. As mãos dele recomeçaram a passear pela pele suave de Sango, que afirmou:

— Só que isso terá um preço...

— Eu faço qualquer coisa que a senhora quiser.

— Hum... — riu a escocesa. — Eu tenho uma fantasia pervertida, meu querido.

— Mais pervertida do que tudo que já fizemos?

— Você é muito inocente ainda, meu anjo. Nunca viu um filme pornô, por acaso?

— Ora... Claro que não — replicou Miroku, enojado. — Odeio pornografia, isso é coisa do demônio para fazer os homens acreditarem que as mulheres são objetos sexuais deles e desrespeitá-las enquanto pessoas.

O queixo de Sango caiu.

— Sério mesmo que você pensa assim?!

— É óbvio. Aprendi isso nas lições de escola dominical e com a minha irmã.

A mulher ficou em silêncio por alguns instantes, aturdida. Apesar de não crer que a pornografia fosse aquilo tudo, a menção de Miroku ao desrespeito do homem contra a mulher só serviu para mostrar a Sango o quanto ele era diferente de todos os outros homens que ela conheceu. E, sim, a pornografia também fora responsável por minar o relacionamento dela com o ex-marido, que passara a encontrar mil e um defeitos em seu corpo e em sua performance na cama, que não era ruim, mas não era o que Takeda assistia nos vídeos.

Meu Deus, esse cara é o máximo! Acho que vou querer transar com ele para sempre!

— Oh. Entendi o porquê de você não entender certas coisas, querido. Enfim... — suspirou ela. — A forma como você defende e valoriza as mulheres só me fez aumentar o desejo que sinto por você...

— Não me acha careta por não gostar de pornografia? Na escola, todo mundo me zoava.

— Não seja bobo... Você só conseguiu ainda mais o meu respeito — afirmou Sango, afagando os cabelos do rapaz enrubescido.

— Ainda quer me contar sua fantasia?

— Claro — e ela o puxou para deitar-se na cama consigo. — Minha fantasia é dar o rabo para um homem e depois...

— E depois...?

— Comer o dele também — concluiu ela, sorrindo ao ver o rosto de Miroku cianótico de vergonha e horror. — Vamos, não faça essa carinha, lindo. Eu disse que era uma fantasia pervertida.

— ...

— Miroku, por que você está com o rosto azul?

— ...

— Volte a respirar, menino! RESPIRE!

— M-m-mas isso não d-dá para mim, Sango! Eu não sou gay!

— O corpo humano não tem terminações gays e terminações hetero, sabia? Se você sente prazer comigo, que sou uma mulher, por que seria gay?

— Ora... Quem faz isso são os gays, estou errado?

— Está. Você não disse que estava interessado em fazer isso comigo há três minutos atrás?

— M-mas...

— Nada de mas. Escuta... — e Sango começou a sussurrar nos ouvidos do rapaz. — Não é para hoje. E eu não vou perder o respeito que tenho por você se a gente fizer isso, entendeu?

— Estou tão constrangido... — resmungou ele, ganhando um beijo na ponta do nariz.

— Você é uma gracinha de rapaz, Andy. Agora... Me diga. Quer fazer isso por mim? Será um segredo apenas nosso.

— ...

— Não precisa me responder hoje. Vem — ela puxou-o para cima de seu corpo mais uma vez. — A gente faz hoje como você já está acostumado e...

— I-isso dói muito? — perguntou Miroku, num fio de voz, e Sango soube que seu pedido seria realizado. Envolveu o rapaz num abraço e murmurou:

— Eu jamais machucaria o homem que se esforça tanto por me agradar. A propósito... Se quer saber como funciona, experimente comigo... Só tome cuidado, a última vez que fiz isso ainda era casada.

— Verdade?

— Verdade — e Sango virou as costas para o rapaz, que permaneceu parado e um pouco confuso.

— O que... O que eu faço agora?

— Agora você acompanha as minhas instruções — respondeu ela, sensual, levando-o a voltar a acariciar suas costas.

 

***

 

Kagome e Inuyasha passeavam de mãos dadas depois de um culto dominical na igreja dela, em Otley.

— Amor, tenho uma novidade — dizia ela, alegre. — Consegui um estágio remunerado! Vou começar amanhã!

— Graças a Deus, que maravilha! — exclamou o rapaz, feliz, abraçando a namorada. — Onde, amor? E o que você vai fazer?

— Eu vou ser professora de apoio para uma aluna com visão subnormal na escolinha do meu bairro. Estou tão feliz!

— E eu também — sorriu ele. — Mas deve ser uma dificuldade lascada trabalhar com uma criança que tem... Não entendi.

— Não, não é difícil assim. Visão subnormal é quando a pessoa tem menos de 30 por cento de visão. Ah, Inu... Por que você não fez uma licenciatura? Administração não tem nada a ver com você.

— Não tem, mas foi o que Ann Kikyou quis que eu fizesse. Não reclamei porque ela sempre cuidou muito bem de nós e mamãe nos ensinou a sempre acatar o que ela dizia.

— Então, amor... Eu sei que Kikyou é uma pessoa madura para a idade, mas você tinha o direito de escolher o que estudar...

— Ela estava pensando no meu bem, querida. E eu ainda sou jovem. Posso mudar de profissão se quiser.

— Isto é, se ela deixar — alfinetou a jovem. — Inu, você não acha que ela te controla um pouco demais não?

— Claro que não! Digo... Talvez...

Kagome ergueu uma sobrancelha e Inuyasha suspirou, derrotado.

— É, ela acha que eu ainda sou aquela criança de quando mamãe partiu. Mas não posso simplesmente ficar discutindo com Kikyou, Ka. Ela me irrita, me poda de algumas coisas, mas ainda é a minha irmã, que se sacrifica muito pelo meu bem. E ela me ama, como eu também a amo.

— Tudo bem, meu querido. Não questionei o amor dela por você, mas... Enfim, deixe isso para lá.

O casal chegava à casa da família Higurashi. Entrando, Kagome avistou um bilhetinho afixado à geladeira. Tomou-o e leu-o em voz alta:

— “Kagome-chan, eu precisei sair. Vou aproveitar que hoje não está fazendo muito frio e vou com o grupo das mulheres a um chá beneficente. Se vir Inuyasha hoje, diga a ele que lhe comprei um presente, está na primeira gaveta da sua cômoda. Juízo, mocinha. Beijos, Mamãe.”

— Um presente para mim? — indagou o moreno, intrigado.

— Não estava sabendo de nada, amor. Vamos ver o que é.

Os dois jovens subiram até o quarto de Kagome; ela correu a abrir a referida gaveta e quase gritou ao ver o que era. Inuyasha, não menos assustado, levou as duas mãos à boca, roxo de vergonha.

My goodness! Ela levou a sério a história das camisinhas — murmurou ele, estupefato, vendo a grande quantidade de preservativos de látex nas mãos da namorada.

— Mamãe é maluca, Inu.

Com um brilho diferente no olhar, Inuyasha se acercou de Kagome e a envolveu em seus braços de forma inequívoca. Imediatamente, ela se virou para encará-lo, num misto de divertimento e incredulidade.

— Duro de novo, amor?!

— Keh! A culpa é sua por ser tão apetitosa — retrucou ele, perto da orelha da japonesa, insinuante. — Posso te pedir uma coisa diferente, linda?

— Lá vem besteira, meu Deus — riu ela, corada, mas se aconchegando mais ainda no abraço sensual de Inuyasha. — Vamos, peça.

— Eu quero tomar banho com você...

— M-mas eu tenho vergonha de ficar sem roupa na sua frente...

— Ah, meu bem, por favor. Eu já não me aguento mais de vontade de te ver peladinha e te dar uma chup-

— Ei — interrompeu-o Kagome, rindo de novo. — Não era somente o banho, seu tarado?

— Podemos unir o útil ao agradável...

O casal começou a se acariciar com certa pressa e, em cinco minutos, ambos estavam despidos de suas roupas e entraram dentro do banheiro do quarto da jovem. Em meio ao alvoroço da excitação que ambos sentiam, Kagome comentou, irônica:

— Tá vendo? Depois a sua irmã pensa que eu é quem sou a pervertida. Antes de te conhecer, eu sequer pensaria em fazer essas sem-vergonhices.

— Ah, amor... É o jeito dela. Kikyou não entendeu que eu já sou um adulto agora.

— Arranje um namorado para ela, amor.

— Mas, quem, Ka? Os rapazes da nossa igreja já são poucos e eles correm dela.

— É uma pena — afirmou a jovem, ligando o chuveiro e puxando o namorado para baixo do fluxo d’água consigo, beijando-o intensamente. Alguns instantes se passaram até que Inuyasha cessasse o beijo, perguntando:

— O que é uma pena, amor?

— Pena que ela não tenha um pretendente. Com todo respeito, amor... Sua irmã precisa de um homem. Sendo mais clara, ela precisa de sexo.

Inuyasha ficou vermelho e aturdido, olhando para Kagome com olhos enormes.

— Q-que isso, Ka. Ela não precisa não, ela é tão quietinha. Tão... Santa. Acho até que ela é frígida.

— Oh, não é possível — riu a moça. — Talvez seja agora, mas quando ela conhecer um homem... É perigoso ela se tornar uma segunda você, Inu!

Não, eu não acredito nisso, pensava ele, incomodado. Ann Kikyou é séria e fria, não é uma pervertida como eu e o Miroku. Sempre alternamos a lavagem de roupas e nunca vi nada diferente nas roupas íntimas dela. Acho que ela nunca deve ter sentido um orgasmo na vida.

 

***

 

Num dia qualquer em Ferguson Manor, a família tomava o chá da tarde quando Naraku Octavio chegou procurando seu melhor amigo, que não estava à mesa. O espanhol, efusivo, abraçou o antigo tutor, Toga, beijou a testa de Izayoi e a de Rin em seguida. Logo se sentou ao lado da morena brasileira, pegando em sua mão para a beijar, de forma cavalheiresca.

So beautiful, girl! (Muito linda, menina!) — afirmou ele, cheio de mesuras, se referindo a um conjunto de blusa e bermuda de tecido leve que Rin trajava. Por acaso, ergueu os olhos e se atentou às mãos da dona da casa, surpreso. — Iza?

— Pois não, cariño?

— Suas unhas estão lindas! — exclamou ele, já se levantando de onde estava para ir até Izayoi, tomando-lhe a mão esquerda e a admirando, impressionado; as unhas da mulher estavam muitíssimo bem decoradas. Toga, divertido, comentou:

— A nossa garota Rin é muito talentosa, Octavio. Não viu o corte novo que ela me fez? — e o nobre soltou o rabo-de-cavalo, exibindo-o. O corte era mínimo, mas o diferencial era no repicado em “V” que a moça realizara e, também, na franja, onde o modelo feito por ela realçava melhor o formato do rosto de Toga. Naraku estava de queixo caído; enquanto isso, Rin, meio tímida, sorria, entendendo que eles estavam elogiando seus talentos. Logo o espanhol voltava até ela, elétrico.

Mu-cha-cha! Eu também quero tus manos de fada em meus cabelos! — exclamou ele, cheio de entusiasmo.

— Tu é doido, macho velho? Quer que eu quebre minha mão mexendo nessa juba? — disparou ela, sem sentir, em português. Mas logo se apressou em se corrigir, nervosa. — Digo, digo... Yes, yes! When? (Sim, sim! Quando?)

Agora, minha gazânia³ de Córdoba! — respondeu o espanhol, expectante. Rin viu a empolgação do casal também e disfarçou um suspiro desalentado sob um sorriso artificial.

Minha Nossa Senhora, vou levar a noite e a madrugada inteira para usar a chapinha no cabelo desse cara...

 

***

 

No quarto de Rin, ela e o psicanalista falavam sobre o que fazer com os cabelos dele, sempre dependendo do tradutor instalado no smartphone do homem. Após muito debater e argumentar, a indígena pernambucana convencera o homem a permitir que ela fizesse um relaxamento nas raízes da cabeleira que nunca recebera química alguma e um corte, já que ele sempre conservava o comprimento dos cachos à base de sua lombar.

Porém, um fato inusitado acontecia.

No afã de acudir John Sesshoumaru, Toga Ferguson trouxera seus pertences para o quarto que ficava exatamente abaixo do da jovem. O loiro mais jovem, que passara a tarde recluso em seu quarto, se revoltou quando começou a ouvir as vozes e as risadas da nova moradora da mansão junto às do seu melhor amigo. Irritado, Sesshoumaru cobriu a cabeça com um travesseiro.

Raios! Essa índia não para de rir!

 

***

 

Cinco horas depois, a brava e destemida Rin recebia uma massagem de Izayoi em seus doloridos ombros. Exausta, a jovem morena sorria levemente ao ver a esfuziante felicidade do espanhol, que não parava de elogiá-la pela qualidade do tratamento em seus adorados cabelos agora escovados, sensivelmente mais leves e com um palmo a menos de comprimento.

O sono, entretanto, venceu a jovem, que adormeceu em meio a pentes, escovas, bulas de relaxante capilar, tubos e mais tubos de redutores de volume. Os dois espanhóis agora falavam em inglês, observando o ressonar sereno de Rin, sentados em poltronas.

— Ela é linda, não acha, Iza? — comentava Naraku, pegando uma das mechas do cabelo negro da brasileira. — Veja como seus cabelos são fortes.

— Essa menina é toda forte, Nana. Estive pensando naquela história que ela estava contando para nós mais cedo... Sobre as crianças que ela ajudou a cuidar no abrigo em Devon.

— Eu a admiro muito. Perder o pai, passar por inúmeros apuros financeiros com o tal casal de lutadores de capoeira... Ser sequestrada e vir parar num país totalmente diferente do seu...

— Os olhos dela têm um brilho de quem ama a vida, querido. É uma alma boa, muito cheia de luz.

— Quisera eu ser forte como ela, Iza.

A mulher ergueu a cabeça de imediato e encarou o psicanalista, sentindo uma nota triste naquela afirmação.

— Você É forte, Naraku.

— Eu? — replicou ele, com um sorriso artificial. — Eu não sou forte de jeito nenhum, minha querida. Até hoje tenho medo de dormir no escuro.

— Como assim, cariño?

— Não é exatamente um medo e sim um desconforto emocional. Geralmente deixo meu quarto na penumbra, usando uma dessas lampadazinhas de quarto de bebê — afirmou o homem, ainda com o sorriso artificial no rosto e os olhos perdidos. — O cafetão gostava de estuprar a gente no escuro, sabe? Não somente a mim, mas também às outras meninas que ‘trabalhavam’ para ele. Eu tinha oito anos, costumava ficar apavorado nos primeiros meses. Maldito Mukotsu.

— Oh, meu Deus... — gemeu Izayoi, as mãos na boca, arrepiada de pavor. Sem notar a reação da mulher, Naraku prosseguiu a narrativa:

— Era o jeito que ele tinha de nos manter ‘disciplinados’. Por fim, eu já nem me importava mais, Iza. O ser humano tem uma resistência boa ao sofrimento, sabe, e...

Horrorizada, Izayoi começou a chorar e Naraku se calou, arrependido de ter dito aquilo. Colocou-se de joelhos diante da poltrona onde ela estava sentada e segurou em suas mãos, murmurando dezenas de pedidos de desculpas. Geralmente, o homem não comentava nada sobre seu passado e, quando acontecia, o dizia apenas a Toga. Nem mesmo Sesshoumaru sabia da grande quantidade de dissabores que o espanhol vivenciara na infância.

Sua doce amiga Izayoi não precisava ouvir sobre seu passado podre. Consternado, o moreno murmurou:

— Eu sou um maldito desgraçado mesmo. Iza, me perdoe. Não deveria ter tocado nesse assunto.

— P-por favor, não fale assim de si mesmo... Você é tão especial para mim!

A espanhola puxou Naraku Octavio de encontro a si e o apertou em seus braços, soluçando desconsolada. Algo no íntimo do mais novo se aqueceu. Ela o fazia se sentir tão amado...

Shhh, Iza. Calma, cariño. Esse tempo já passou, já morreu.

— M-mas você sofreu tanto, meu menino...!

— Já superei. Fiquei anos fazendo terapia — respondeu ele, tentando amenizar a tensão no cômodo. — Hoje, a única coisa que me faz sofrer é saber que nunca terei um autógrafo do meu querido Michael Jackson.

— Nem assim v-você para de fazer gracinhas, não é?

Os dois se abraçaram; Izayoi tinha dez centímetros a menos de altura que o psicanalista, mas ele se sentia totalmente acolhido naqueles braços meigos da dona da casa.

— Ser feliz dá menos trabalho do que ser escravo das más lembranças, mama.

No andar de baixo, um muito desperto John Sesshoumaru, deitado em sua cama, sentia o peso de todos os diálogos travados no quarto da brasileira. Izayoi, sua madrasta, tivera um filho roubado e morto antes mesmo que pudesse lhe conceder um nome. Naraku, seu melhor amigo, fora vítima de abuso e exploração sexual desde os oito anos de idade. E, por fim, Rin Tibiriçá já chegara a momentos extremos de ter apenas beiju com rapadura para comer antes de ir para a escola, assim que perdeu o pai.

Aquelas informações giravam na mente turbulenta do loiro, que, pela primeira vez na vida, se perguntou sobre seu próprio pesar de perder a visão.

Seria algo tão insuportável assim, à vista das agruras dos que viviam ao seu redor?

 

***

 

1 — Pesetas: moeda da Espanha, antes do euro. 1 euro: 166 pesetas. Ou seja, Naraku se vendia por pouco mais de dois euros; o valor baixo era por ele ser menor de idade. 

2 — Torta frita: pastel.

3 — Gazânia: uma flor multicolorida de origem africana que também é cultivada na Espanha.

 

***

 


Notas Finais


Diversos momentos reflexivos...
Sesshoumaru parece ter tomado consciência de muitas coisas. Será que ele vai mudar em relação à sua doença e à Rin?

Cara... Sango, minha filha, você não tá querendo demais não? HAUHAUHUAHAUHAU! Deixe a rosquinha do Miroku intocada, por favor! Será que ele vai topar a brincadeira malégna? =O #TodasRoiAsUnhas

Inuyasha, acho que a sua irmã não é frígida #SoAcho :v
(e, sim, a ideia da mãe da Kagome comprando camisinhas para ele, eu a tirei de #Vulneraveis mesmo! kkkkkkkkkk #MeJulguem)

AYAYAYAYAY!
O que eu faço para tirar da cabeça essa imagem da Rin escovando o cabelo do Naraku, mds '-' A bichinha quase morreu! Cabelo cacheado, volumoso, virgem e gigante #ripRin kkkkkkkkkkkkkk

História do nosso aranha-diva... Tristíssima! Sendo sincera, fui pesquisar sobre a prostituição e exploração sexual na Espanha e chorei... Muuuuuito deprimente! </3 Ainda bem que ele encontrou uma família que o ama, em especial, a Izayoi. *-* Adoro ela.

Beijos da Mamãe

~Okaasan


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