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História Nem por Meio Milhão de Libras! - I just called to say I love you


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal!

Bem, este capítulo não está como eu gostaria que estivesse, admito. Eu o concluí ontem, porém o Word fez uma treta comigo e comeu as últimas mil e poucas palavras. Reescrevi, mas não sei se ficou tão bem escrito. Peço desculpas para todos. Perdoem eventuais erros.

Créditos ao fanartista terrysoul pela imagem do capítulo do casal Izayoi e Toga (Inu no Taisho).

Boa leitura!

Capítulo 25 - I just called to say I love you


Fanfic / Fanfiction Nem por Meio Milhão de Libras! - I just called to say I love you

Londres, 23 de maio de 2000

 

Um dia após a comemoração dos dezoito anos de Naraku Octavio, Izayoi estava em Ferguson Manor ainda, a pedido do espanhol e de John Sesshoumaru, que estavam fascinados por ela e insistiam com Toga Ferguson para que este adiantasse logo o casamento.

Izayoi e Toga se apaixonaram, mas a bela espanhola ainda tinha um pouco de receio de ingressar em um relacionamento. Ela alegava ter muitas mazelas e dores na alma, portanto daí o medo de entregar o coração para alguém. Na época, eles não sabiam ainda que Izayoi havia perdido o filho para um raptor.

A mulher picava legumes quando ouviu, de longe, o que parecia som de choro, que foi aumentando. Contudo, como a mansão era extremamente grande, os ruídos vinham longínquos e difusos, o que fez Izayoi intuir que havia uma televisão ligada. Entretanto, um sentimento ruim se instalou no coração dela.

— Será que os meninos estão bem?

E assim ela se foi da cozinha, coração palpitante, em direção à escada. Surpreendeu-se quando ouviu passos afobados e viu o filho loiro de Toga assomar no topo, lívido.

— I-Iza — gaguejou Sesshoumaru, trêmulo. — Ele... Octavio...

Um urro interrompeu o jovem, que estava desesperado. A espanhola correu a subir as escadas, nervosa também, indagando:

— O que está acontecendo com ele?! Ele se machucou?!

— N-não sei. A gente estava j-jogando e ele reclamou de dor n-nas costas... — explicava Sesshoumaru, andando rapidamente com a mulher em direção ao quarto. — E agora ele n-não para de gritar...

A porta foi aberta. Suado e com os olhos fortemente fechados, Naraku estava rolando pelo chão.

— Minha Nossa Senhora! — exclamou Izayoi, indo até ele e se ajoelhando ao seu lado. O moreno estava dolorido e nervoso demais para conseguir cumprimentá-la. — Naraku? Está me ouvindo? O que você...

Ele gritou de novo, levando os outros dois a estremecerem. Com algum esforço, o espanhol conseguiu se conter por um momento para balbuciar:

— M-minhas costas... Mamãe... — e Naraku viu o amigo coçar a cabeça de forma exagerada ali perto e se encolheu, ainda mais assustado. Se Sesshoumaru, usualmente calmo, estava agitado daquela maneira, com certeza seu estado não era bom. — Vou morrer, d-dói muito...

— Chame seu pai, Sesshoumaru — ordenou Izayoi, olhando agora para o loiro angustiado. — Ligue para que ele venha para casa, por favor.

— V-você vai cuidar dele? — inquiriu o garoto.

— Vou... Vou, sim. Agora vá por favor...

Como Izayoi bem deduzira, Sesshoumaru estava deixando o espanhol muito nervoso. Não que ela não estivesse, mas, quanto menos agitado o ambiente ao redor de Naraku, melhor para ele.

— Mãe, mãe... — o jovem começou a soluçar, puxando a barra da blusa de Izayoi. — N-não me deixa...

— Eu não vou, querido. Estarei aqui durante o tempo que você quiser. Sesshoumaru foi chamar seu pai e...

A dor retornava e Naraku recrudesceu os gritos, vomitando logo em seguida. A mulher o limpou com uma camiseta que estava sobre a cama e tentou colocá-lo sentado, o que não resolveu o problema. A intensidade da dor era tão grande que o garoto chegou a urinar nas roupas, o que fez se lamentar ainda mais.

— Mãããe... — gemeu ele. — P****, que vergonha...

— Não seja bobo, cariño. O importante agora é você ficar bem. Onde dói?

— A dor c-começa aqui, nessa p-parte mais embaixo das m-minhas costas — e ele apontou para a lombar com a mão trêmula — e desce p-para as minhas bolas e m-minha pica arde quando estou mijando. É muito forte...

Izayoi ignorou o constrangimento de ouvir a afirmativa não muito polida e continuou a tentar prover um conforto mínimo que fosse para o espanhol, que se agarrava desesperado nela. As cólicas de Naraku aumentaram até que ele perdesse a consciência. Felizmente, Toga Ferguson ia entrando com Sesshoumaru e, sem mais delongas, tomou o garoto desmaiado nos braços e todos correram para o pronto-socorro.

Duas horas depois, Izayoi e o nobre voltavam para a mansão. Naraku ficaria internado naquele dia; Sesshoumaru permaneceria com ele enquanto seu pai buscaria roupas em casa. O casal conversava sobre o diagnóstico dado ao garoto — cálculos nos dois rins e não apenas em um, como dissera o médico na consulta de rotina anterior — quando Toga, meio sem jeito, afirmou:

— Sinto muito por Naraku ter vomitado em sua roupa, Iza.

— Ora, não se desculpe por isso. O importante é que agora ele está medicado e não sente mais dor.

— Acho que Sesshoumaru também ficou bastante assustado. Nunca tinha visto aquela carinha antes — comentou o homem, melancólico.

— Foi terrível para ele também. Ele se coçava todo.

— É, ele tem esse tique de se coçar demais quando fica nervoso com algo.

Silêncio. O carro estacionava diante de Ferguson Manor e os dois entraram, quietos, indo até o quarto do espanhol. Toga, apesar de preocupado com Naraku, sentia-se borbulhando de ansiedade por estar tão perto daquela doce morena, tão dedicada aos seus meninos. Ela agora enfileirava os brinquedos sobre a cama, com expressão compungida.

De todas as outras com quem me envolvi, ela é a única que se preocupa tanto com meus filhos”, pensava ele, retirando algumas roupas de dentro do closet. Antes que se contivesse, as palavras saltaram de sua boca:

— Iza... Você tem um jeitinho tão materno de ser. Gostaria de ser mãe?

O Tigrão de pelúcia de Naraku caiu das mãos da mulher. Toga percebeu que ela havia mudado totalmente; parecia ter congelado. Recriminando-se, o loiro se aproximou dela, gaguejando mil e um pedidos de desculpas. Tarde demais: Izayoi estava chorando.

Toga ficou desesperado ao notar isso e, enquanto tentava se desculpar, foi suavemente afastado por ela, que sussurrou:

— P-preciso ir embora...

— Por favor — suplicou ele, se colocando diante dela. — Por favor, Iza, fique. Não por mim, mas por meus filhos. Você viu que Octavio queria estar com você lá no hospital...

Sir Toga, eu...

— Foi algo errado que eu disse, não foi? — e Toga assustou Izayoi, se ajoelhando perante ela e agarrando suas mãos. — Pelo amor de Deus, se eu tiver magoado você... Eu juro que não foi minha intenção!

Ela se deteve para olhar nos olhos azuis faiscantes do loiro. Seu coração palpitou. Sentiu que, por mais doloroso que fosse relatar seu segredo, aquele homem merecia sua confiança.

— Levante-se daí, por favor — pediu ela, enxugando as lágrimas. — Tenho algo a lhe dizer.

 

***

 

No dia seguinte, Naraku Octavio e John Sesshoumaru estavam de volta. O estado do espanhol era estável e o médico disse que era possível controlar as crises em casa. Ainda meio enfraquecido, o moreno jogava Batalha Naval no quarto de Sesshoumaru com ele quando o nobre Ferguson entrou, com uma vasilha grande e cheia de mirtilos. Mal abriu a porta, foi cravejado de perguntas:

— Cadê a Iza? — inquiriu Sesshoumaru.

— Por que ela não esperou a gente chegar? — perguntou Naraku, rouco devido aos gritos do dia anterior.

— Bem, meus filhos... — suspirou o homem, entregando os mirtilos para os rapazes, que começaram a comê-los avidamente. — Preciso dizer algo a vocês. Algo muito sério. Eu gostaria de pedir a mão de Izayoi em casamen-

— AEEEEEEOOOOW! P****! — gritavam os dois, festejando. — ISSO É ÓTIMO!

— Ei, ei, ei! — interveio ele, incomodado. — Eu não terminei de falar!

— Então qual é o problema?

Toga respirou profundamente.

— É o seguinte... Izayoi enfrentou uma situação muito dolorosa no passado. Roubaram o filho dela...

— Como assim?!

— Izayoi, meus filhos, era uma noviça. Sempre foi muito dedicada à Igreja Católica, então quando ainda era adolescente ingressou em um convento, no intuito de ser freira. Porém, ela conheceu um clérigo desgraçado que a enganou e a desvirginou. Desse encontro, ela ficou grávida e foi expulsa do convento.

Os queixos de Naraku e de Sesshoumaru caíram.

— Takemaru, o clérigo desgraçado, como era de se esperar, não assumiu a criança. Izayoi não tinha muitos parentes e passou por grandes dificuldades, tendo que trabalhar duro para se sustentar em uma cidadela de Oviedo, até que a gestação chegasse ao fim. Ela me contou que, apesar de tudo, amava profundamente o bebê e acreditava muito que ele a ajudaria a superar todas as tristezas pelas quais passava.

— Típico da Iza pensar assim... Pobre mujer... — comentou o espanhol, já chorando. Sesshoumaru, ao contrário do que o nobre imaginou, não zombou do amigo, permanecendo pálido e encarando fixamente seu pai, até que indagou:

— Então... O que houve, pai?

— Ela entrou em trabalho de parto e se internou em um hospital público. Ganhou um menino, a quem chamou de José, e, assim que teve alta, saiu pela porta do hospital quando um indivíduo a empurrou e roubou a criança.

Sesshoumaru observava atentamente seu pai. A expressão do homem era severíssima, dura. Poder-se-ia afirmar que Toga estava com ódio, um profundo ódio. Embolado e encolhido ao seu lado, Naraku soluçava sem parar; devido à sua infância e adolescência conturbadas, ele não tinha controle sobre suas emoções.

O garoto loiro, então, timidamente chamou a atenção do pai, tocando de leve em seu joelho.

— Pai... Você está com uma cara medonha. Parece até que está vendo o ladrão!

— John, meu filho... — suspirou o mais velho, erguendo o rosto para cima. — Quando ela me contou, era como se eu pudesse vê-lo. Esta história mexeu demais comigo, se eu pudesse estar com o maldito que a fez sofrer tanto... Nem sei o que faria. E, diante disso tudo, só me resta uma coisa a fazer.

— Pedir a mão dela em casamento?

— Pedir a mão dela em casamento DEPOIS de irmos à Espanha procurar por essa criança, que deve ter seus dezesseis anos agora. Izayoi pode fornecer à polícia um retrato falado. Se chegarmos ao bandido, podemos chegar ao filho dela.

— Mas, Toga — comentou Naraku, enxugando o rosto. — E se não der certo? E se não acharem o tal filho, como ela vai ficar?

— Octavio, ela já está sem seu filho. Pelo menos ela terá a oportunidade de procurá-lo. Eu não pouparei um centavo nesta busca.

O moreno se jogou no colo de Toga, abraçando-o fortemente. Era a primeira vez que Naraku abraçava seu tutor, depois de quase dois anos convivendo juntos. O homem o olhou totalmente surpreso:

— Octavio?!

— Sabe, Toga — disse ele, chorando de novo. — Cá dentro de mim, acreditava que um dia você iria tentar me enrabar à força, como todos os outros. Agora vejo que você não é um filho da p*** como eles.

— Como se atreve?! — protestou Sesshoumaru. — Viado ingrato! Não viu o quanto meu pai tem se esforçado para te oferecer uma vida melhor, seu...

— Calma, John! — volveu o loiro, abraçando com afeto o espanhol comovido. — Não pense mal de Naraku. Diante de tudo que ele viveu, é natural essa desconfiança.

— Eu n-não desconfio mais. Agora me sinto seguro de verdade com vocês...

John Sesshoumaru parecia meio magoado e olhava feio para o amigo.

— Não acredito que você achava isso de nós.

— De você não, idiota. Meu medo sempre foi de homens mais velhos, eram sempre eles que me fod-

Shhh, já passou, meninos. Esqueçam — afirmou o mais velho, abraçando os dois rapazes. O espanhol havia enrubescido.

— Toga, você não ficou ofendido comigo?

— Não, Naraku. O psiquiatra já havia me avisado o motivo de você não querer se aproximar muito de mim. Quanto a você, John, desfaça essa cara de bravo. Eu não me ofendi nem um pouco, na verdade estou muito feliz por ver que ele agora quer ser meu filho.

Sesshoumaru olhou para seu pai e olhou para Naraku em seguida.

— Você quer ser filho do meu pai, Octavio?

— Quero...

Humpf — o loiro deu um sorrisinho irônico. — Vamos ver se isso vai durar até depois que ele resolver te dar uma surra como as que ele me dá, hermano.

— Se não me der motivos, nenhum dos dois apanha — contrapôs o nobre, peremptoriamente. — Mas não fujamos do assunto. Preciso saber se vocês concordam comigo no tocante a ajudar Iza.

— Concordo — disseram os garotos, à uma.

 

***

 

Dois meses e cinco dias depois, o telefone toca na mansão.

— Pronto — disse o dono da casa.

Sir Toga, buenas tardes. Aqui é da delegacia de Madrid.

— Oh! — fez o loiro, imediatamente mais atento. — Então...

— Bem, como o senhor sabe, já nos desculpamos uma vez pelo outro delegado do departamento de Oviedo ter duvidado da história da señora Izayoi del Flores. Ele já foi afastado e indicamos um bem mais competente em seu lugar. O motivo pelo qual estamos telefonando hoje é porque encontramos um indivíduo com as características do retrato falado que ela fez. Precisamos de ambos aqui o mais rápido possível.

Sete horas mais tarde, Izayoi e Toga estavam diante do bandido Kyokotsu. Para a espanhola, era como reviver um terrível pesadelo; ela simplesmente não conseguia dizer nada. O nobre Ferguson se manteve calado durante a acareação e as perguntas do investigador, mas em seus olhos se via grande indignação.

— Então você sequestrou o bebê porque estava sendo pago para isso... — comentou o investigador, aproximando-se do ladrão, com fisionomia severa. — E seu chefe rejeitou a criança?

— Foi... O menino não tinha olhos azuis. Na verdade era outra mulher que eu deveria abordar, uma funcionária do banco que já estava sendo observada pelo meu chefe. Tinha um casal holandês pagando um dinheirão por um menino de olhos azuis.

— E o que foi feito do filho da señora Del Flores?

— Ei, não me olhe assim — queixou-se o bandido. — Roubei esse e alguns outros, mas jamais matei nem maltratei uma criança. Como eu não sabia o que fazer, fui a Andalucía ver um conhecido que era pescador e tinha sido meu vizinho anos atrás.

— Como é o nome dele?

— Kansuke, señor. Então, como ele vivia se queixando de que seu sonho era ter um filho, mas era estéril, dei o moleque para ele. Porém fiquei sabendo que a casa dele pegou fogo anos depois, nem sei se foi verdade. De qualquer forma, nunca mais o vi.

— Ai, meu Deus... Meu José... — gemeu a espanhola, estremecendo fortemente. Estava tendo uma crise nervosa; Toga precisou retirá-la do local e levá-la de volta para o hotel.

Ali, ao lado da mulher que chorava copiosamente, Toga Ferguson teve a pior noite de toda a sua vida.

No dia seguinte, o delegado informou ao nobre que iriam investigar na cidade de Andalucía também. O jeito era voltarem para a Inglaterra. Izayoi, totalmente consternada, mal conseguia conversar e, assim que pisaram em território britânico, a mulher simplesmente cortou contato com os Ferguson, para total tristeza de Toga, Sesshoumaru e Naraku.

Poucas semanas depois, foi constatado que as palavras de Kyokotsu eram verdadeiras: houve sim um velho Kansuke Mendez, pescador, que vivera em Andalucía e fora morto em um incêndio em 1988. A polícia descobriu que, de fato, o dito pescador andara às voltas com um bebezinho; duas famílias antigas que residiram no bairro garantiram isso.

Era o fim, para Izayoi, que também fora contatada pelo delegado para receber aquelas informações. Ela mergulhou numa profunda depressão e ficou meses de luto, profundamente amargurada.

 

***

 

— Sesshoumaru.

— Fale, Octavio.

— Seu pai desistiu de vez da Iza?

John Sesshoumaru piscou, tristonho, sem querer olhar para o amigo que penteava seus cabelos no quarto dele. O loiro estava de saída: ia para uma festa de aniversário. Como Naraku Octavio ainda era mantido dentro de casa, restava-lhe apenas contemplar o outro se arrumar (e, claro, dar inúmeros palpites sobre as roupas de Sesshoumaru).

— Parece que desistiu, Naraku. Ele na verdade mudou demais desde que ela parou de vir aqui, e não tem coragem de ir à casa dela depois de tudo o que houve...

— Ele se sente culpado, não é?

— É. Ele acha que fez a Iza sofrer quando mandou investigarem sobre o filho dela e descobriram que ele morreu. Ah, eu quero essa trança aí bem feita, hein?

A trança rabo-de-peixe, feita com cuidados extremos para não ficar assimétrica e nem deixar a aparência de Sesshoumaru feminina, estava prestes a ser terminada. Naraku adorava manusear cabelos alheios.

— Quase pronta, eu sou ótima para fazer tranças. Mas, me diz uma coisa. Você desistiu da Iza?

Ótima, não, ótimo, burro. Como assim eu desisti da Iza? Do que você está falando? — perguntou Sesshoumaru, intrigado.

— Eu não desisti — volveu Naraku, convicto e muito sério. — Eu a quero muito aqui conosco.

— Sabe... — suspirou o loiro, mais uma vez. — Eu também não desisti de querer que ela case com meu pai. Mas se ela não quiser, a gente não pode forçar.

— Não vamos forçá-la. Vamos convencê-la.

— Em que você está pensando?

O espanhol revelou ao loiro uma pequena ideia que tivera há alguns dias. Sesshoumaru acabou tendo outras e, então, os dois resolveram criar um plano de ação.

A festa de aniversário acabou sendo esquecida.

 

***

 

Em sua casa, no Soho, Izayoi bordava um paninho de prato e ouvia o rádio, os pensamentos distantes, os olhos perdidos. Como ela era muito dada a religião, apegou-se desesperadamente a Deus naqueles meses sombrios e, pouco a pouco, seu coração foi se acalmando. Doer, doía, e muito; contudo a espanhola estava relativamente em paz, agora. Alternava as idas às missas com visitas a um centro espírita kardecista e, dessa maneira, a mulher buscava conforto para seu luto. Por sorte, o doutor Toutousai Geltschimidt deu a ela uma licença remunerada, ao saber de sua história. Era incomum um empregador fazer isso, mas era uma excelente funcionária, a Iza. Ele não queria perdê-la.

Súbito, ouviu batidas à porta. Erguendo-se de seu sofazinho, a espanhola se dirigiu até a porta e ficou surpresa ao ver o mordomo de Ferguson Manor, o pequeno e rabugento Jaken, com um envelope.

— Boa tarde, Mrs. Del Flores — resmungou ele. — Trago um convite de Mr. Craddock e de... — revirou os olhos. — Mr. DeMarco.

— Convite?

— Sim, um convite. Agora, se me permite, preciso voltar para o trabalho. Aqueles moleques... Digo, os filhos de Sir Ferguson estão insistindo comigo para vir aqui desde a semana retrasada. Ah, isto também é seu — e Jaken empurrou uma sacola nas mãos da mulher. — Com licença, milady.

Fazendo uma mesura, o pequeno se foi rapidamente. A mulher abriu o envelope e viu dois bilhetes manuscritos. O primeiro continha os seguintes dizeres:

“Querida Iza, convidamos você para a nossa festa de funcionários de Ferguson Manor. Ideia nossa. Resolvemos comemorar os aniversários de todos os empregados da mansão com uma festa retrô estilo anos 80, no dia 29/09, e contamos com sua presença. Estamos mortos de saudades da sua risadinha, das gordices que você fazia para nós e do seu abraço de não-sei-o-quê que dá vontade de repetir o tempo todo. Este Sesshoumaru muito a estima e sente sua falta.

John Sesshoumaru Craddock Ferguson.”

 

Havia mais um bilhete escrito à mão dentro do pequeno envelope, este totalmente em espanhol. Izayoi o leu e riu com gosto pela primeira vez depois de quase quatro meses deprimida.

Iza, lindona, esperamos que goste do presente. Queremos vê-la na festa com essa roupa. Euzinho fiz questão de ir pessoalmente escolher, já que Sesshoumaru é um bofe quadradão que não entende nadinha de moda. Você vai ficar uma diva! Gostei tanto deste vestido que até quis comprar um para mim também, mas o papá não deixa mais eu me montar por completo como antigamente. É esquisito usar roupa de homem o tempo todo. Ele não entende que, uma vez travesti, travesti para sempre, mas tudo bem. Até mais, Iza, beijos do viadinho que mais te ama nesse mundo.

Naraku Octavio DeMarco Ferguson (só não conte para ninguém que tenho esse nome feio).”

 

Uma lágrima desceu pelo rosto da mulher que ainda ria um pouco.

— Por vocês, eu vou... Acho que Sir Toga deve ter desistido de mim, mas não será a primeira rejeição que sofro na vida...

 

***

 

Toga Ferguson chegava da Argélia naquele dia 29 de setembro e levou um susto quando viu a sala de estar de sua residência totalmente decorada no estilo anos 80, com luzes de discoteca, discos de vinil pendurados e todos os empregados vestidos a caráter, alguns de óculos escuros e cabelos cheios de brilhantina, outras de vestidos rodados e multicoloridos. Havia um pequeno palco onde deveria estar a porta do escritório, com o piano, dois microfones condensadores enfeitados e duas caixas amplificadas. Mesmo Jaken se apresentava ali com calças boca-de-sino e peruca black power, estranhamente sorridente. Baladinhas e pop rocks tocavam numa vitrola velha.

— Bem-vindo de volta, Sir Ferguson — saudou-o Jaken, enquanto ele olhava para todos os lados.

— Boa noite, Jaken... Por favor, o que é isso?

— É a festa de aniversário dos funcionários de Ferguson Manor, ora. O senhor não sabia?

— Não, eu...

— Pai! — exclamou John Sesshoumaru, vindo de um dos corredores vestido de Bono Vox, eufórico com seu chapéu e sua jaqueta de couro, enquanto seus cabelos foram cuidadosamente penteados para trás. O nobre arregalou os olhos. — Pai, não saia daí, já vamos começar.

— Sesshoumaru, é você mesmo?!

— Claro que sou eu. Eu fico legal de Bono, não fico? Come aí — e, sem cerimônia, o garoto colocou um cigarrinho de chocolate na boca do pai e se afastou, dizendo: — Naraku já vem para te produzir também.

— Me produzir para...

¡PAPÁ, MI GUAPO PAPÁ! — soou um grito afetado atrás de si. Lá veio Naraku Octavio fantasiado de Billy Idol, ou seja, de colete aberto e com uma calça coladíssima cheia de adereços de metal. Saiu arrastando o nobre pela mão e o enfiou em um quarto, fazendo-se se sentar diante de uma penteadeira.

— Naraku, o que está fazendo?!

— Ora, você será o nuestro Barry Gibb! — e, sem mais, o espanhol penteou a cabeleira loira de seu tutor e lhe fez tirar o paletó, colocando nele uma jaqueta jeans e diversas correntes no pescoço. Toga acabou se deixando levar pela brincadeira e riu ao se ver no espelho, enquanto o garoto jogava laquê em suas madeixas. — ¡Perfecto, papá!

Batidas à porta. Era Sesshoumaru, ansioso.

— Vem logo, pai, não precisa deixar esse viadinho te enfeitar tanto. Já vamos começar.

— Vocês dois enlouqueceram — riu o mais velho, se deixando ser arrastado pelos filhos para fora. Havia mais gente na mansão: o médico Toutousai era um deles, que deu um abraço no nobre, que disfarçou seu estranhamento: “Por que ele está aqui?”.

Sir Ferguson — cumprimentou-o o médico, sorridente. — Seus filhos são muito criativos, hein?

— Oh, isso é verdade. E eu acho até engraçado... Afinal, só se tem dezoito anos uma vez na vida, não é?

— Claro, sir. Agora, com licença... Preciso ir ali trazer a convidada de honra dos meninos para frente — comentou Toutousai, com um ar cúmplice. Toga não entendeu bem e iria perguntar de quem se tratava, mas, ao se virar para trás, avistou a pessoa de quem o médico se referia.

Izayoi, meio rosada devido à timidez, vinha fantasiada de Whitney Houston, inclusive de peruca. Seu vestido era preto com uma saia rodada com detalhes amarelos. Toutousai a conduziu gentilmente para frente. Só então ela avistou Toga.

O som da música ambiente pareceu ter sido desligado dentro das cabeças dos dois e o nobre Ferguson tremeu na base, olhando devotamente para os olhos castanho-escuros da bela espanhola.

Meu Deus”, pensaram ambos. A mesma reação de surpresa e embotamento quase que total pelo que se passava ao redor deles. Toutousai se afastou; Toga pegou de leve na mão suada de nervosismo da mulher, que mal conseguia piscar. As palavras desapareceram das mentes e conversar parecia fora de cogitação. Tudo o que eles conseguiam fazer era se olharem, como se a vida estivesse começando ali.

Entretanto, John Sesshoumaru pegava o microfone e pigarreava, chamando a atenção dos convivas.

— Boa noite, milordes e miladies — saudou o garoto. Os empregados da mansão o olhavam com certa simpatia, afinal ele havia perdido parte da arrogância com a convivência com o “latino afeminado”, como Jaken o chamava. — Hoje é uma grande noite. Meu irmão e eu resolvemos homenagear todos vocês que trabalham aqui na nossa casa, fazendo esta festa retrô para comemorar seus aniversários.

Toga sorriu para o filho, ainda segurando a mão de Izayoi entre as suas. Ela agora também olhava com carinho para o loiro que discursava.

— Contudo, nós gostaríamos de iniciar esta festa com um pedido de casamento.

Os convivas se entreolharam e Toga arregalou os olhos. Muito naturalmente, Sesshoumaru prosseguiu:

— Milordes e miladies, está aqui entre nós uma mulher incrível. Uma mulher amorosa, forte e bela, que encheu os nossos corações com os mais belos sentimentos desde que a conhecemos. Mas, ao coração do meu pai, ela trouxe uma centelha de vida. Confesso para todos que nunca vi o olhar de Sir Anthony Ferguson tão cheio de vida como quando ele olha para ela... Sua vez, Naraku, eu não sei ser tão puxa-saco como você.

Ay — disse o garoto no microfone do piano, ali ao lado, com a voz embargada. — Estou emocionada, Sesshy...

Emocionado, burro. E sem viadagem, não é hora para isso — reclamou o loiro.

¡Ay, Madre de Dios! Ele é um insensível, vocês não acham? — afirmou o espanhol, afetado, levando a maioria dos convivas a rir. — Entonces, também devo dizer que jamais vi um olhar tão meigo e cheio de amor quanto o desta mulher quando ela olha para o nuestro papá. Se aquilo não for amor, euzinho não sou gay! — mais risos do povo. — Contudo, muitas coisas aconteceram e o que a gente esperávamos, que era vê-los juntos, por alguma razão (que não vem ao caso) não aconteceu. Por isso, meu hermano e eu decidimos fazer algo em favor de Sir Anthony Ferguson e vamos, nós dois, pedir a mão dela em casamento por ele.

— Ohhh! — fizeram os presentes, impressionados.

Izayoi tremia dos pés à cabeça e reparou que o nobre parecia lívido, sem cor, como se fosse desmaiar de vergonha, resmungando consigo mesmo: “vou matar esses dois”.

Sir Toga...?— começou ela, timidamente — O que significa isso?!

— Mil perdões, Iza, mil perdões! Eu juro que não sabia de nada, cheguei de viagem há menos de uma hora e...

— Ei... Calma — murmurou a espanhola e, estranhamente, Toga se acalmou. — Vamos ver onde vai dar essa peraltice. Seja lá o que foi, sinto que não será algo ruim.

Naraku começou a dedilhar, no piano, uma canção que deixou o nobre arrepiado. Logo Sesshoumaru tomava o microfone e começava a cantar, olhos fechados, meio tímido mas com voz firme e afinada:

— “No New Year's day to celebrate, no chocolate covered candy hearts to give away… No first of spring, no song to sing, in fact here's just another ordinary day” (Não há dia de ano novo pra celebrar, nem presentinhos de dia dos namorados para se entregar... Nem o primeiro dia da primavera, nem uma canção para cantar; de fato hoje não é mais do que um dia comum).

Izayoi nunca estivera tão vermelha na vida. A melodia em Ré bemol parecia entrar em seus poros e ela se sentiu transportada para outro lugar, muito distante, tendo consigo o dono daquela mão grande que segurava a sua.

Ela já havia refletido o bastante para intuir que aquele grande e corpulento loiro a amava, simplesmente pelo fato de ter gasto tempo, dinheiro e energia na busca pelo seu bebê José roubado.

Os dois rapazes cantavam juntos o refrão:

— “I just called to say I love you. I just called to say how much I care. I just called to say I love you and I mean it from the bottom of my heart” (Eu só liguei pra dizer que te amo. Só liguei para dizer o quanto eu me importo. Eu só liguei pra dizer que te amo e eu falo sério do fundo do meu coração).

A espanhola levou um susto ao ver o nobre tentando disfarçar os soluços. Ela também chorava, porém não imaginava que aquela emoção também preenchia o coração do ex-militar.

Sir Toga...! Está chorando...

— Desculpe, Iza... Eles p-pegaram pesado. Essa é uma das minhas músicas favoritas...

— “No Libra sun, no Halloween, no giving thanks to all the Christmas joy you bring… But what it is, though old so new to fill your heart like no three words could ever do” (Não há o sol de Libra, nem Halloween, nem graças por toda a alegria de Natal que você traz... Mas tem uma coisa que, apesar de velha, é tão nova para encher o seu coração como três palavras jamais serviriam).

Ela pegou no braço dele e, de leve, encostou a cabeça em seu ombro, admirando aqueles jovenzinhos a quem ela já considerava seus filhos do coração. Nem sempre Sesshoumaru acertava no ritmo da canção, o que levava Naraku a se atrapalhar um pouco, mas nem isso foi capaz de diminuir a forte e gostosa sensação de romance no salão de Ferguson Manor. Os funcionários aproveitavam para dançar uns com os outros, cantar junto, balançar as mãos no ar. Logo a música chegava ao fim; Sesshoumaru e Naraku foram fortemente ovacionados. O moreno, tomando o microfone do loiro, exclamou:

— Obrigado, obrigado. Agora eu gostaria de pedir a Sir Ferguson e a señora Del Flores que viessem para cá, por favor.

— Naraku, nãããão! — ia dizendo o nobre, mas Izayoi o surpreendeu mais uma vez ao puxá-lo para o palquinho. Lá chegando, Sesshoumaru empurrou o microfone nas mãos do pai, que estava vermelho como um pimentão. O jovem loiro cochichou para o mais velho, com um sorriso malicioso:

— É, pai, quero ver você escapar...

Tentando se recompor, o homem pegou o microfone e, pigarreando, disse:

— Boa noite, meus caros. Éééé... Só eu que não sabia dessa pegadinha?

— Sim — responderam os empregados, achando graça na falta de jeito de Toga. Geralmente, ele era muito senhor de suas ações, seguro e centrado, mas naquele momento ele parecia tão indefeso quanto um cachorrinho.

— Oh... — ele coçou a cabeça cheia de laquê e, enfim, olhou ternamente para a espanhola. — Enfim... Querida señora Del Flores, sei lá como John Sesshoumaru e Naraku Octavio conseguiram armar tudo isso aqui, como também não sabia que meus sentimentos estavam explícitos assim... Mas... — ele suspirou fundo antes de continuar: — Aceita receber o amor verdadeiro de um homem e de seus dois filhos? Porque este pedido não é apenas meu. Olhe para eles.

A meio metro do casal, estava Sesshoumaru, com os olhos enormes e faiscantes de ansiedade, se coçando, e ao lado dele Naraku chorava sem parar. Os dois a encaravam fixamente, suplicantes, com um grande “por favor” em seus olhares intensos.

O rosto da mulher estava contraído devido ao pranto, mas ela ergueu a pequena mão e tomou o microfone de Toga.

Sir Toga Ferguson... Obrigada...

— Por que me agradece?

— Te agradeço por existir — sorriu Izayoi, muito emocionada. — Eu também o amo. E seus filhos são meus amores, desde o primeiro dia em que nos conhecemos.

— Então quer mesmo se casar comigo?!

— Sim, eu quero...

Afoito, o loiro não pensou duas vezes antes de empurrar de qualquer jeito na mão do filho mais velho e tomar o rosto molhado da espanhola nas mãos, ignorando o ruído de palmas e gritos dos empregados e selando os lábios dela com os seus pela primeira vez. Contudo, a farra dos garotos não podia ser contida; logo Toga se viu empurrado e atirado no chão com Izayoi, ambos debaixo dos filhos que faziam grande algazarra. Assim a festa finalmente começou e os convivas se puseram a dançar e a se divertir. Toga e Izayoi, entretanto, mal tiveram tempo para ficar a sós, pois os meninos não os deixavam em paz.

 

***

 

Vinte dias depois, o casal chegava às Ilhas Baleares, na Espanha, já casados no civil. Se hospedaram num hotel razoavelmente simples, com vista para o mar, na linda Binibeca, localizada na costa sul de Menorca. Vendo-a um tanto nervosa, Toga anunciou que iria ao banco e recomendou a Izayoi que descansasse um pouco, saindo logo em seguida.

De fato, a mulher estava com medo. Seria sua primeira relação íntima depois de dezessete anos e, considerando que a primeira havia sido tenebrosa, com o agravante da gravidez como consequência e posterior abandono sofrido, tudo na espanhola era receio naquele instante, já que nem desejo sexual ela sentia. Desfazendo as malas, pensou em como agiria quando o belo cônjuge retornasse da rua e quisesse tomá-la.

Izayoi tinha medo de ser ferida. Afinal, depois de ter sofrido tanto, era natural que o sexo lhe trouxesse más recordações. Ela, então, terminou de arrumar os pertences dos dois no closet e, um pouco acalorada, resolveu tomar um banho na banheira, cuidando de não enchê-la muito. Relaxando, adormeceu.

Foi aí que Toga Ferguson chegou da rua e chamou pela esposa, estranhando a falta de ruído no quarto espaçoso. Curioso, foi até o banheiro e avistou Izayoi na banheira, cochilando, totalmente nua. Os seios da mulher de trinta e quatro anos ainda estavam firmes, seu quadril era agradavelmente largo e, aos olhos do homem, suas coxas eram lindas, moderadamente grossas. A espanhola tinha um corpo todo proporcional. O nobre se arrepiou todo, mas saiu, fechando cuidadosamente a porta. Havia notado o quanto a mulher estava com medo do momento íntimo que haveria entre os dois; era melhor ser cauteloso.

Então ele deu duas batidas à porta, como se tivesse acabado de chegar. Izayoi acordou, assustada; levantou-se às pressas e se envolveu na toalha. Infelizmente havia deixado as roupas do lado de fora do cômodo.

— Ah... Toga? — chamou ela, meio duvidosa. — Eu já estou de saída.

— Não precisa ter pressa, minha querida. Eu só queria que soubesse que já cheguei.

Meio aturdida ainda, a mulher saiu de toalha mesmo, já que não conseguiria se manter escondida por mais tempo lá dentro. O loiro estava sentado na cama, olhando-a intensamente. Ela corou e, depois de longos minutos de pé na porta do banheiro, ela se aproximou dele, temerosa, sentando-se ao seu lado.

— Enfim... — suspirou a mulher, resignada. — Vamos acabar logo com isso.

— Do que está falando, Iza?

— Ora, eu tenho que... Que deixar você me... Me...

Toga pareceu um pouco magoado e tomou a mão dela entre as suas. O mero toque a fez ficar em alerta, assustada.

— Iza, por favor... Não quero vê-la desse jeito, como se estivesse sendo coagida a fazer algo que não queira.

— Mas... Viemos para cá em lua-de-mel...

— Sim. Porém, você não é obrigada a fazer amor comigo só porque viemos para cá. Para isso — ele beijou o dorso da mão dela. — Temos todo o tempo do mundo. Posso perfeitamente esperar você ficar pronta.

— E se eu nunca estiver pronta?!

— Eu a ajudarei a ficar, minha querida. Jamais seria capaz de obrigar você a fazer algo que não quer.

Dizendo isso, o loiro reprimiu ao máximo o seu desejo e beijou castamente a testa da mulher, enquanto se levantava. Foi surpreendido quando ela o puxou pela mão, os olhos expressivos, brilhantes.

— Pode me ajudar desde agora?

Toga se sentou mais uma vez ao lado dela, agora já mais próximo e não escondendo o que queria.

— Posso, mi amor.

Ele se pôs a beijá-la sensualmente, porém sem exageros, aguardando o momento em que ela se descontrairia. Pouco a pouco, Izayoi permitiu aquele beijo intenso e amoroso, sentindo o coração bater cada vez mais depressa e seu corpo reagir de uma forma inesperada ao contato com o belo loiro. Acabaram se apartando por um instante. Ainda receosa, ela indagou, ofegante:

— Ah... Toga, é essa a hora em q-que você me...

— Não. Por favor, querida, fique tranquila. Isso vai demorar bastante, certo?

— C-certo.

Okay... — e ele encostou a testa à dela, cheio de ternura. — Sua pele é tão suave... Tão macia. Posso tocá-la?

— Sim... Pode.

O beijo recomeçou, um pouco menos empolgado que antes, enquanto o homem acariciava devagar os ombros nus da mulher, que continha ao máximo aquela estranha vontade de vocalizar o bem estar que vivenciava. Propositadamente, Toga deslizou uma das mãos pelo braço de Izayoi, resvalando o dedo ‘sem querer’ em seu seio. Imediatamente ela se traiu e deu um pequeno gemido de prazer; nunca fora tocada daquela maneira antes. Comemorando interiormente a satisfação dela, o nobre disse-lhe, sensualmente, em seu ouvido:

— Perdão, isso doeu, querida?

— N-n-não...

— Você pareceu ter gemido...

— A-acho que... Que foi impressão sua...

— Oh — volveu ele, deixando os lábios passearem pela orelha de Izayoi. — Mais uma vez, perdão, Iza. Porém, se me permite dizer isso... Você é tão linda...

G-gracias...

— Eu quero você nua — disparou ele, sabendo que ela já não o resistira tão facilmente. De fato, aquela voz enrouquecida em seus ouvidos deixava a mulher estranha, quente. — Não vamos fazer nada... Eu só quero poder ver seu corpo e tratá-lo com o carinho que ele merece.

— M-mas eu estou c-com medo.

— Não precisa ter medo, Iza... Você é uma mulher forte, corajosa... Lutadora... Você merece o melhor que tenho para te oferecer. Nada menos que o melhor carinho, o melhor afeto... O melhor prazer... Deixe cair essa toalha. Por favor.

A toalha caiu, revelando as mamas eriçadas da espanhola. Procurando não apressar as coisas, o nobre Ferguson voltou a beijá-la e a acariciar seus braços, ocasionalmente esbarrando os dedos nos seios dela com a intenção óbvia de provocá-la. Os órgãos íntimos de Izayoi palpitavam e ela se encontrava bastante excitada agora, mas ainda contida. Toga a entendia perfeitamente e procurava ser cavalheiresco. Afinal, ela não era uma donzela virgem e sim uma mulher traumatizada, cujo coração poderia se esfacelar em pedaços caso ele fosse bruto.

Enfim, ela se empinou toda ao sentir os dedos dele tocarem de leve em seu mamilo. Era o sinal. O loiro passou a afagar o seio com a mão, sem deixar de beijar lentamente os lábios de Izayoi, que suspirava mais forte agora. Surpreendendo-a, Toga se pôs a beijar o pescoço e o colo dela, até que chegou ao local cobiçado e abocanhou o mamilo escuro, sugando-o com a força certa que a faria se render. Ele estava certo; a reação da mulher foi a melhor, gemendo alto e fechando com força os olhos. Logo ela deixou o corpo cair sobre a grande cama; o homem prosseguiu com aqueles afagos, alternando entre os seios, enlouquecido de desejo. Com surpresa e grande satisfação, Toga ouviu os gemidos cada vez mais altos da esposa, que se contorcia, e notou que ela atingira o orgasmo apenas com a estimulação nos seios.

— Ohh... O que aconteceu comigo...? — perguntou Izayoi, meio perdida, lânguida, já sem toalha alguma a cobrindo.

— Minha amada... O que aconteceu com você é o que eu vou te proporcionar para sempre, enquanto estivermos juntos.

Madre de Dios... — afirmou ela, espantada consigo mesma. — Oh... Toga... É nessa hora que você vai me... Vai entrar em mim...? Estou insegura... — admitiu, rubra.

— Não, querida. Não fique pensando nisso, há um longo caminho até chegarmos lá. Podemos também parar por aqui, se você não estiver se sentindo à vontade...

— Ah... Não, eu... Estou à vontade, cariño.

Olhando-a profundamente, o homem se despiu de suas roupas, diante dos olhos da espanhola. Toga tinha forma física invejável para a idade, não devendo nada a um homem de trinta anos; era atlético, esbelto e atraente, seus cabelos loiros e lisos com alguns fios prateados complementavam seu visual sexy. Izayoi tentou, mas não conseguir evitar uma pequena risada.

— O que foi, meu amor? — perguntou ele, sem entender o motivo da risadinha abafada. Bem vermelha, ela respondeu, olhando para a masculinidade ereta do marido:

Perdóname, mi amor — respondeu ela. — Lembrei-me de uma coisa que Nana disse...

— Olhou para mim sem roupas e se lembrou de algo que Naraku disse? — replicou ele, expressão preocupada. — Só pode ser besteira. Conte-me, vamos. Acho que não vou ficar ofendido, já ouvi diversas opiniões assustadoras dele e sobrevivi...

Os dois riram um pouco.

— Ah... Foi uma recomendação dele quando estávamos nos despedindo. Ele disse assim: “Mamãe, faça a festa com o papá. Não se preocupe, ele é bem pirocudo e John me contou que já ouviu falar que ele sabe meter muito bem. Vai ser uma f*** espetacular para vocês, tenho certeza. Só não me conte detalhes, ainda não me acostumei com a ideia de que meus pais trepam”.

Toga Ferguson ficou praticamente roxo, mas acabou gargalhando ruidosamente. A espanhola o acompanhou naquela hilaridade; meio ofegante, o loiro convidou a esposa a se deitar consigo.

— Ah, que garoto mais louco, aquele meu filho... Mas, cá para nós, querida Iza, ele estava certo em relação ao que eu sei fazer para agradar uma mulher — considerou o nobre, sensual, voltando a acariciá-la. — Vai ser, de fato, uma f*** espetacular para nós dois.

A mulher corou e riu, mas logo em seguida seu belo esposo se pôs a beijá-la e a explorar seu corpo com as mãos. Os seios foram provocados, a barriga, as coxas, até que Toga pediu licença e tocou a vulva úmida com os dedos. Ela ficou ligeiramente ressabiada, mas logo não conseguiu mais pensar em nada quando o nobre a masturbou, tocando-a de um jeito avassalador e dando a Izayoi um prazer que ela jamais conhecera. Ela mordeu o lábio, maravilhada.

— Iza — ronronou ele, meio rouco. — Geme bem gostoso para mim, eu sei que você está subindo pelas paredes...

— A-ahh... — os dedos do homem subiam e desciam pela genitália ansiosa; ela fechou os olhos e, sem perceber, se abriu ainda mais para ele. Nem se dava conta de que agora estava literalmente arreganhada para o nobre, que observava suas reações. Vendo-a prestes a gozar, cessou os movimentos, gerando nela uma expressão engraçada de frustração. — Por favor...

— Não se preocupe, querida, eu vou te dar o prazer que você deseja.

E o homem escorregou o corpo pela grande cama, colocando o rosto diante do monte-de-vênus da espanhola, que conteve a respiração ao vê-lo ali. Não sabia o que ele iria fazer e seu coração quase parou ao sentir uma única e longa lambida no seu centro de prazer. Izayoi deu um pequeno pulinho e ofegou alto; foi a deixa para que Toga prosseguisse em sua tarefa de chupá-la com delicadeza. Vendo-a desvairada de tesão, ele aproveitou para introduzir um dedo em sua vagina, que se contraiu um pouco, mas aos poucos pareceu sugar o dedo para seu interior.

O segundo dedo foi igualmente bem recebido pela morena que gemia abandonada em seu prazer intenso e, poucos instantes depois, chegava a mais um estado de zênite sexual fortíssimo, enquanto era estimulada pelos lábios e dedos de Toga. Satisfeito, o homem desferiu uma série de beijos e mordidinhas pelo corpo trêmulo acima, até chegar à boca aberta e meio trêmula de Izayoi, cujos olhos estavam úmidos. Sem perder mais tempo, ele introduziu a glande de seu pênis rijo no corpo da mulher sem aviso. Ela se assustou um pouco, mas a intensidade de seu desejo não a permitiu se lembrar do medo de penetração que ela trazia consigo.

— Ahhh... V-você entrou...?!

— Sim, meu amor. Preferi não avisá-la, para não deixá-la com medo. Está doendo?

— Não, pelo contrário... Eu esperava uma dor horrível...

— Bobinha... — e ele deu um selinho na esposa, aproveitando para agarrar o mamilo dela com seus dedos. Toga sabia que já não precisava se conter tanto assim, pois notara que Izayoi gostava de quando ele agia com mais ímpeto. Em suma, a pegada sacana do nobre a agradava. — Garanto que vai ser muito especial a sua f*** com o pirocudo aqui — concluiu ele, rindo, e fazendo-a rir também.

Logo Toga recomeçou a entrar na esposa, murmurando licenciosidades em seu ouvido e a excitando de diversas maneiras, apreciando a forma como ela o contraía dentro de si e lhe puxava os cabelos dourados. Izayoi, desfeita de prazer, gozou mais uma vez, provocando no loiro o ápice. Ambos arfavam e gemeram juntos. Ela não resistiu e chorou um pouco quando o homem saiu dela.

— Foi tão... Tão diferente do que eu pensava — murmurou ela, emocionada, abraçando o homem que sorria feliz. — Foi como ir ao céu...

— Essa foi a experiência mais gratificante da minha vida... — admitiu o nobre. — Quando se tem amor, tudo é mais agradável...

Os dois trocaram mais uns beijos. De repente, Izayoi o interrompeu com seu jeito educado e disse:

Mi amor, respóndeme. Por que você trouxe um Microsystem?

— Microsystem? Eu?!

— Sim, estava na sua mala — e a espanhola indicou com o dedo a mala quase vazia do marido. Ele, realmente aturdido, se levantou ainda nu e se dirigiu para lá.

— Mas eu não trouxe esse... — abrindo o compartimento de CD, o homem arregalou os olhos. O CD de interface branca continha a letra de seu filho Sesshoumaru com os dizeres: “Seleção de músicas para trepar”. — Errr... Iza, foram os meninos que o colocaram aqui.

— Oh — fez ela, sorrindo. — Mas por que eles queriam que a gente ouvisse música?

Toga ligou o aparelho — a primeira canção era “I just called to say I love you”, sendo precedida de “How deep is your love”, “Carelees whisper”, “Total eclipse of the heart”, “Say you, say me”, “Endless love”, “Greatest love of all”, dentre outras; uma bela seleção de canções que ele gostava. O loiro acabou rindo, grato aos filhos pela ideia que veio tão bem a calhar.

— Acho que eles queriam que a gente aproveitasse ao máximo a nossa lua-de-mel, mi dulce Iza.

E o nobre voltou para a cama, convidando a esposa para apreciar as canções do CD enquanto ambos faziam amor mais e mais vezes naquela tarde agradável e emocionante.

 

***

 

Londres, 03 de junho de 2014

 

John Sesshoumaru ouvia a voz artificial do leitor de tela do seu Ultrabook ao estudar um pouco de Mecânica Quântica. Não era legal depender daquela voz para ler seus livros, mas era melhor do que ficar ocioso. O jovem loiro pensava em quando se sentiria preparado para voltar a lecionar, quando a porta de seu quarto se abriu de uma vez.

— John! — chamou-o Naraku, entrando eufórico pelo cômodo adentro. — Bofe, tenho mó bafão para você...! Estou tão animada! Minha roupa que comprei no eBay para a Parada LGBT desse ano já chegou!

— Cruzes — volveu o outro. — Você vai ficar mais gay ainda, se for a roupa que estou pensando.

É a roupa que você está pensando! — retrucou o psicanalista, indo se sentar na cama com Sesshoumaru. — Pensei que não chegaria mais, estava louquinha de ansiedade.

— P*** que pariu, Naraku, você está tão viado que até mudou o gênero hoje! Creio que você quis dizer “louquinho”, não?

— Não, eu estava louquinha mesmo... Uma diva louquinha. Concordância nominal de gênero, cariño. Não existe ‘diva louquinho’.

Sesshoumaru revirou os olhos.

— Mas existe viado louquinho, que é como eu me refiro à sua pessoa. A minha fantasia chegou há mais de uma semana. Mas, Octavio, não sei se quero ir esse ano. Não vou enxergar nada.

— Você vai, sim! Cheirou meia, é? É claro que nós dois vamos!

— Mas...

— Sesshoumaru! Você não precisa enxergar para se divertir. Vamos andar por poucos quarteirões, fazer fotos e voltar, é bem melhor do que ficar aí sozinho.

O loiro olhou para o amigo, vendo um borrão colorido à sua frente e acabou dando um sorriso cansado.

— Certo... Eu vou, se você mantiver sua palavra de que vai me arrumar o Mjölnir, pois a fantasia veio sem ele...

— Não se incomode, eu te dou o martelo de presente. Você vai ser o Thor mais gostoso do Reino Unido! E eu... Vou divar! Prevejo um boom no crescimento de meus seguidores no Facebook e no Instagram! Nem os heteros me resistirão.

— Idiota — replicou o mais velho, dando um soco displicente no tórax de Naraku, quando arregalou os olhos. — Que p**** é essa?! — apalpou o espanhol e percebeu duas saliências redondas que não estavam ali antes. — Peitos?!

— São meus peitinhos novos, seu cigarrón mal-educado. Vieram junto com a minha fantasia e eu os estou experimentando. Tamanho M, para não ficarem desproporcionais em relação ao meu corpo.

Sesshoumaru retirou as mãos de sobre o amigo e as limpou na roupa, com nojo.

— Urgh. Que horror! Você vai ser um travesti horroroso.

— Isso é recalque, mona! Você sabe bem que, quando eu me monto pra valer, fico una mujer perfecta.

O loiro desligou o Ultrabook; Naraku não o deixaria estudar.

— Você fica assustador, isso sim — replicou o loiro, com uma expressão de assombro. — O seu lado travesti é macabro, Naraku. Você vira mulher e as pessoas que te veem nem desconfiam que você tem pinto, cara. Isso dá medo.

O espanhol riu a valer da afirmação do amigo.

— Que exagero, Sesshoumaru.

— Exagero?! Da última vez que fomos para a Parada LGBT, você conseguiu a façanha de sumir com a própria piroca!

— É o meu segredinho. Toda travesti que se preze não fica de mala aparecendo.

Por acaso, Izayoi aparecia à porta do quarto com uma bandeja com bolinhos de maçã com recheio de creme de avelã e cacau, geleia de amora para o loiro e suco de cereja. Gentilmente, bateu à porta. Os dois homens a olharam, interessados no cheirinho bom da gordice.

— Lanchinho, meus queridos — anunciou a mulher. — Posso entrar?

— Pode — disseram ambos, abrindo espaço para que ela se sentasse na cama de Sesshoumaru. Este, assaltando a bandeja, disse a ela:

— Iza, veja só os peitos dele como são realistas. Eu já estou ficando com medo, daqui a pouco Naraku aparece aqui operado.

— Ora, John... Ele só quer brincar no dia da parada gay, não é, Nana?

— Em partes, mamãe — respondeu Naraku, brincando com os cabelos dela. — Vou me montar mesmo esse ano e você vai ver, vou ficar mais perfeita do que no ano passado.

— Nossa Senhora. Sério isso? No ano passado você conseguiu ficar mais feminino do que eu, filho — volveu a espanhola. — E você, Sesshy, vai de quê?

Sesshy não, que apelido gay, mãe. Odeio ser chamado assim. Vou fantasiado de Thor.

— Será o Thor mais lindo de todos — afirmou ela, carinhosa. — Mas e você, Octavio? Vai de que, de Bellatrix Lestrange de novo?

— Não, mama — sorriu o psicanalista, empolgado. Naraku estava vestindo roupas fitness e uma legging branca e justa; ficou de pé diante da mulher e do amigo, levando as mãos à cintura. Estava reproduzindo uma pose de alguém que, de imediato, Izayoi não reconheceu. — Notou alguma diferença?

Izayoi coçou a cabeça, meio atarantada. Não havia volume algum entre as pernas do rapaz.

— S-sim, notei... — afirmou ela, atônita. Era um pouco assustador mesmo.

— O que ele está mostrando, Iza? — indagou Sesshoumaru, notando apenas que o amigo estava de pé.

— Seu irmão escondeu o pipiu, querido.

John Sesshoumaru fez uma careta de intenso desagrado.

— Credo! P****! Eu que não quero saber como ele faz isso! — exclamou o loiro, enquanto o moreno ria muito.

— Pois é — volveu ele. — Estejam preparados, mis amores. Não será uma brincadeira para mim. Eu vou me montar de verdade.

— Mas nos conte, então, você vai fantasiado de que, filho?

O homem sorriu, mordendo de leve o lábio e jogando a cabeça para o lado, fazendo voar seus longos cachos enquanto dizia:

— Beyoncé.

Interiormente, ele pensou: "Que Kikyou não me veja assim nunca!".

 

***

 

 

 


Notas Finais


Música que embalou a festa, o hentai e a composição deste capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=QwOU3bnuU0k
Recomendo!

Cólicas renais são assim mesmo, galera. Assustadoras. Uma das dores mais atrozes do organismo humano.

Izayoi sofreu demais, né, gente? Espero que tenha ficado clara a história do rapto! Gosto muito de escrever mistérios.

E mais uma vez Sesshoumaru e Naraku salvaram o dia! #TodasAplaudeEssesMeninos
\o/ Se eles não dessem o empurrãozinho, será que Toga teria pedido a mão de Izayoi?

Hentai simplezinho, porque a ideia era essa mesma - fazer um momento fofo e emocionante para esse casal. <3

Sesshoumaru = Thor
Naraku = Beyoncé
Sesshoumaru = Thor
Naraku = Beyoncé
Sesshoumaru = Thor
Naraku = Beyoncé
Sesshoumaru = Thor
Naraku = Beyoncé

Sobre a história de esconder o pênis, travestis fazem isso com frequência, é uma manobra real! Só não sei se Kikyou ficaria feliz ao ver seu amado despirocado e com peitos, mas é a vida! =/
#TodasMORRE

Beijos a todos! Obrigada pela paciência. Prometo responder a todos os comentários assim que puder (leia-se "assim que minha filha deixar", kkkk).
@Okaasan


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