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História Neos END - Aquela que nasce do sangue


Escrita por: Pirandello

Notas do Autor


Olá pessoal! Tudo em? Mais um capítulo para vocês e espero que gostem
Boa leitura! ^^

Capítulo 15 - Aquela que nasce do sangue


Fanfic / Fanfiction Neos END - Aquela que nasce do sangue

–––– ALICIA ––––

 

Dusksun continua pressionando com seus golpes rápidos e quase invisíveis – não era algo inédito para mim. Por muitas vezes eu senti aquela mesma sensação inquietante de impotência perante as diversas ameaças que surgiram, desde que conheci Ciara; como se eu fosse um maldito bichinho indefeso que precisasse ser protegido!

Não!

A voz de Deneve me veem na mente, como uma centelha que se mostra na escuridão.

– Para de pensar besteira, sua retardada!

– Deneve!

A voz dela era clara e doce como uma linda sinfonia, e uma brisa leve e fria em meio a um dia quente e ensolarado. Quando dou por mim, eu estava estendida e desmembrada aos pés de Dusksun, totalmente rendida. Eu... perdi...

– Não! Você não perdeu ainda – ela discorda. – Ainda não mostrando nem metade do que somos capazes!

– Tem certeza? – Para Dusksun, eu falava sozinha e parecia que tinha perdido a sanidade.

Ele entorta os olhos, afinando sua manchete em meu pescoço.

– O que você está resmungando aí? Por acaso está tramando algo?

Eu permaneci em silêncio. Para mim, o mundo inteiro à minha volta estava mudo e apenas a voz de Deneve reboava na minha cabeça.

– Você vai deixar a Ciara ir na frente sozinha enquanto você fica caída no caminho? Você não quer estar do lado dela?

–... sim – minha voz sai rouca.

Deneve aparece para mim como um clarão reluzente, ao lado da imagem cinzenta de Dusksun. Aquilo era como um anjo vindo me buscar, mas ela estava devolvendo minha força novamente.

– Não dependa de mim Alicia. Você é bem mais forte do que pensa.

Meu coração repentinamente começa a palpitar e a se convulsionar.

– Agora vá e mostre para ele o que você pode fazer! Se me fizer vim aqui de novo eu te mato! – Diz Deneve enquanto sumia, colorindo minha visão novamente. Dusksun estava com sua manchete em meu pescoço, pronto para aplicar o golpe de misericórdia, quando eu acordo e o chuto para longe.

Eu rolei para trás, me levantando em uma acrobacia até meio estranha para mim mesma. Dusksun se recompõem do golpe repentino e destrói duas estantes apenas com o balançar de seus facões. Admirada, eu começo a encarar minha mão, lembrando das palavras de Deneve.

– Eu estava... com medo?

“O medo é seu grilhão. Liberte-se do medo e o domine, e você poderá dominar qualquer inimigo!” – Senti arrepios pelo meu corpo ao ouvir aquela frase em meus ouvidos.

Eu cerro o punho e me levanto, com minha visão focada no meu braço amputado. Dusksun estala a língua.

– Resolveu lutar comigo agora? Que pena... seria muito mais fácil se você apenas me deixasse cortar sua cabeça fora.

– Não pense que acabou ainda, sua sucata em forma de gente. – Rebati com um sorriso malandro.

– Você só piorou as coisas para o seu lado, garotinha. – Ameaça, cruzando suas manchetes. – Até hoje, nenhuma das minhas presas escapou de mim!

Eu ativo meu Gear, fazendo todo o sangue espirrado no chão voltar para a área amputada, formando um novo braço escarlate ensanguentado e miro em Dusksun, espalmando a mão. Ficamos algum tempo trocando olhares faiscantes, esperando o primeiro movimento de ambos enquanto nos estudávamos; dava até para entender o porquê de meus ataques anteriores não surtirem efeito nele – e de que eu também estava lutando de forma errada.

– Se concentre na região do peito, onde está descoberta – A voz de Deneve pairou na minha cabeça novamente.

– No peito, não é?

– Pare de falar sozinha e se concentre, mocinha – Dusksun reapareceu na minha frente em um piscar de olhos, desferindo um golpe em “X” com suas manchetes e que quase me decepa.

Eu segurei o golpe com minhas duas mãos e usei a mão feita de sangue para desarmar Dusksun, fazendo brotar vários esquifes de sangue enrijecidos das extremidades. Dusksun toma distancia novamente e eu aproveito para mandar aqueles esquifes em sua direção. Ele os quebra facilmente com sua manchete, mas o sangue sólido se liquefez em meio ao ar, formando uma espécie de chuva de espinhos menores e que cercaram Dusksun.

– Bloody Needles! – Gritei fazendo um gesto de mão onde todas as agulhas avançaram de uma vez contra o ciborgue.

Elas perfuram todo o corpo do ciborgue em várias partes, fazendo seu corpo faiscar e fumegar, enquanto ele estava imobilizado. As agulhas brotaram do chão também, das pequenas gotas de sangue que haviam espirrado do meu braço amputado. Dusksun espirra uma espécie de sangue mais escuro de sua boca, se assimilando a graxa e mirava para mim, estupefato.

– Sua... Argh! – Ele soluçou.

– Não sei, mas... um ciborgue pode sentir dor?

Ele começa a rir de cabeça abaixada.

– Qual é a graça?

– O que você acha? – Ele ergueu a cabeça mostrando uma face aterradora. Eu recuei alguns passos e sinto duas lâminas perfurando meu corpo transversalmente, me fazendo gritar com a dor: eram as manchetes de Dusksun!

O corpo ameaçou desabar, com as pernas bambaleando e a vista embaçando por alguns segundos. As agulhas que o seguravam se desfizeram e ele se solta como se não sentisse nada. Eu caio de joelhos, com as lâminas perpassando minha carne e sinto a sola da bota dele me chutando para trás. Eu estava estirada novamente, com meu braço ensanguentado se desfazendo. Dusksun me chuta várias vezes e arranca suas lâminas de mim, lentamente e da forma mais dolorosa possível.

– Aaaaaahhhhhhhhhhh! – Gritei com a dor de seu fio lacerando minha carne.

– Isso dói? Deve doer não é mesmo? – Diz ele com uma expressão dantesca e maníaca.

Uma poça de sangue se faz ao meu redor e parecia que eu ia apagar quando a minha consciência se desgruda do meu corpo, me fazendo flutuar. Meus olhos se abrem e meu corpo começa a se mover sozinho.

Não... era Deneve!

– Bloody Field! – A poça de sangue se torna em várias estalagmites gigantes e pontiagudas, empalando Dusksun e que cresceram até o teto do armazém – Alicia, você é uma completa desgraça mesmo!

– Deneve!

– Eu disse que não me fizesse ter que vim de novo, não é? – Ela sorriu de forma maníaca, olhando para cima onde Dusksun estava preso. – Agora eu vou lhe ensinar como usar direito seu Gear!

Dusksun cuspiu.

– Ora sua... que habilidade... mais irritante! – Ele quebrou a ponta da estalagmite, caindo até se chocar contra uma estante abaixo e destruí-la. No entanto, seu braço foi arrancado e despedaçado.

– Agora a verdadeira luta começa, seu troglodita de metal! – O braço de sangue se forma novamente, dessa vez mais rígido e “cristalizado”, radiando um brilho rubro único. – Aqui agora é outra pessoa! Outra história!

– Deneve! O que está fazendo? Eu posso cuidar disso sozinha! – Protestei.

– Se pudesse, já teria cuidado – rebateu, seca. – Acontece que você tem uma visão muito limitada do seu Gear. Você é muito limitada, Alicia!

– Limitada?

– Você tem possibilidades infinitas com seu Gear! E muitas formas de usá-lo. – Ela fez uma pausa, retirando uma esfera de sangue de seu próprio braço. – Você pode fazer mais coisas do que pensa...

O raciocínio de Deneve foi cortado pelas manchetes de Dusksun voando em sua direção, mas ela as para facilmente com um escudo enorme de sangue que se expandiu de seu braço.

– Sua... vaca! – Rugiu Dusksun surgindo dos restos da estante. – Pare de tagarelar sozinha e venha me enfrentar, sua puta!

Deneve riu.

– Ficou com raivinha de o seu braço arrancado por sua “presa”? Qual é caçador... – Zombou ela.

Ele correu e saltou até ela, desferindo um chute vertical que foi aparado por Deneve. O sangue solidificado agarra a perna de Dusksun, formando uma mão escarlate que o arrasta pelas estantes remanescente até arremessa-lo contra uma das pilastras da sala, destruindo-a e parando apenas na parede do outro lado. As manchetes novamente “criaram vida” atacando Deneve que desvia dos golpes até que facilmente.

Elas se cruzaram e o braço de Deneve se forma em uma espécie de lâmina de sangue cristalizada e começam a trocar golpes. Dusksun de longe controlava seus facões com seu braço remanescente, mas parecia estar cansado. Em um momento, ele desce seu braço até o chão, ofegando e as lâminas cessam seu movimento, caindo no chão. Deneve arqueou as sobrancelhas, estranhando.

– Então controlar suas armas à distância drena sua energia? Bom saber disso...

Dusksun ergue a cabeça, arfando. Seu peito começa a brilhar em uma luz intensa. Vinha de seu núcleo de energia.

– Você vai ver... vou te colocar em seu lugar, sua vadia imunda! Hahaha! – Disse rindo, megalômana.

O chão se abalou com a pressão que irradiava de seu peito e alguns raios se dispersaram, incendiando algumas pilhas de arquivos bagunçados no chão e entre as estantes. Deneve observava tranquila aquela cena e sorrindo, para a ira do ciborgue.

– Por que você está sorrindo?! – Vociferou Dusksun com suas palavras cansadas.

– E como vai fazer isso... se estiver sem cabeça?

– Como assim... – Logo a cabeça de Dusksun se desgruda de seu pescoço, e rola à alguns centímetros de seu corpo, revelando um enorme ser encapuzado e vermelho, feito de sangue e que flutuava atrás dele. Ele tinha uma foice de sangue sólida e afiada, o qual usou para decapita-lo. Dusksun ainda estava consciente e observava, com seus olhos grandes de medo e apavorados, a imagem do que parecia a própria morte, feita de sangue.

– Blood Stalker! – Diz Deneve estalando os dedos e fazendo a criatura sangrenta se dissipar e voltar ao seu braço. – Eu disse que há muitas formas de se usar seu Gear, não é?

Eu fiquei em silêncio, observando maravilhada a força monstruosa de Deneve. O corpo de Dusksun caiu inerte no chão, mas sua cabeça ainda estava consciente.

– Arghh! Não acredito que fui derrotado por um monstro como você! Maldita seja! – Praguejou ele.

Deneve andou até a cabeça do ciborgue e pisou em cima dela, fazendo-o grunhir com a dor.

– Agora se não quiser virar bola de futebol, você vai me contar tudo que você sabe. – Pressiona ela.

Dusksun começa a rir com deboche.

– Eu sou apenas um mercenário sob ordens de meu patrão. Não tenho nada para falar – Deneve pisa novamente e com mais força. – Aaagh!

– E porque eu estou achando que isso é mentira?

– Dane-se o que você acha!

Deneve chuta a cabeça para perto do corpo do dono.

– Que desgraçado teimoso! – Reclama ela, esfregando a testa.

– Talvez ele não saiba de nada mesmo – Sugeri.

– Claro que ele sabe Alicia. Não seja tão ingênua!

– Calada! – Irrompeu Dusksun. – Você me irrita, seu monstro nojento!

Deneve contorceu a boca em um sorriso forçado de “estou com ódio”.

– Você não está em muita condição de falar ou expressar qualquer opinião, sua sucata imprestável! – Alfineta Deneve.

– Eu juro que não vou sozinho para o inferno. Eu vou te matar! Eu vou te matar!

– Tá... Tá... continua resmungando ai que está pouco. – Desdenhou Deneve com um abano de mão.

Logo o corpo dele começa a eletrocutar e um barulho de descargas toma a sala, chamando nossa atenção. Dusksun começou a gargalhar insanamente, perto do clarão emitido por seu corpo.

– Finalmente eu vou libertar você dessa miséria! Desse mundo perdido em que ninguém a quer viva! – Ele discursava louco, e seu corpo iria explodir todo aquele lado do edifício.

– Droga! Eu me descuidei! – Exclamou ela correndo para a direção oposta.

– Não adianta correr, putinha! Você, eu e todo esse andar vão voar pelos aaareeessss!

– Deneve! Se proteja! – Naquele momento, o prédio partido ao meio e a explosão se dispersa, reproduzindo uma bola de fogo gigantesca e que consumiu tudo. Uma sombra se entrepôs na nossa frente, nos protegendo da explosão. Nós apertamos nossos olhos, apenas escutando o som estridente da explosão de fogo ao nosso redor e o calor, mas ainda estávamos inteiras.

Eu abri meus olhos lentamente, já com minha consciência em meu corpo e eu estava atrás de um grande centauro negro e encouraçado, me protegendo do impacto e do fogo: era o grisalho do Norte, Ace!

 

 

 

 

 

 

Depois da explosão, Ace volta a sua forma normal catando suas roupas com Koulla. A sala onde estávamos não passava de um grande mausoléu incinerado e que poderia desabar a qualquer momento. As estantes, contêineres e caixotes que estavam na sala desapareceram no meio das chamas, restando apenas suas cinzas, separadas por uma fissura gigantesca que dividiu o prédio em dois.

– Estava me perguntando quando vocês iriam chegar. – Digo aliviada.

– Demoramos para achar a localização exata dos geradores. – Explica Ace. – Pedimos desculpas por deixar vocês no sufoco.

– Onde está Ciara? – Pergunta Koulla olhando para os lados.

– Ela foi na frente, tratar com um tal de “Zenon” – Respondi e Ace pareceu impressionado.

– Ela está lutando contra um dos Algozes da NEOS?

– Ouvi dizer que eles são extremamente fortes e a vanguarda da Corporação – citou Koulla. – Me pergunto se alguém como Ciara estaria tendo problemas com eles.

Ace bufou.

– De qualquer forma, temos que ir ajuda-la. Se eles conseguirem capturar Ciara, então teremos sérios problemas!

Eu terminei de grudar meu braço usando meu Gear e me prontifico rapidamente.

– Então temos que ir rápido para lá – Ace me detém e eu apenas parei no seco, sem entender.

– Não se afobe mocinha. – Mesmo com aquelas palavras, o grisalho não parecia preocupado. – Não estamos aqui à toa e você sabe muito bem disso!

– Eu... sei? – Inquiri, confusa.

Koulla soltou um risinho.

– Acho que ela já esqueceu.

Ace assentiu, rindo também.

– Parece que sim. Não se preocupe Alicia...

– Mas que diabos vocês estão resmungando?! Falem de uma vez!

Ace cessa sua risada, soltando uma piscadela para mim.

– A senhorita Luana tem um plano!   


Notas Finais


Depois de uma batalha apertada, Alicia vence Dusksun e se reúne com seus companheiros para ajudar Ciara. Mas qual seria o plano citado por Ace? E onde estaria o resto da equipe naquele momento? A batalha de Ciara se sege feroz e logo teremos a capitulação desse embate no próximo capítulo!
Espero que tenham gostado e obrigado para quem leu. Até o próximo capítulo! ^^


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