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História Neos END - Um aviso


Escrita por: Pirandello

Notas do Autor


Olá pessoal! Tudo bem com vocês? Passando pra deixar mais um capítulo para vocês e espero que gostem. Boa leitura ^^

Capítulo 17 - Um aviso


Fanfic / Fanfiction Neos END - Um aviso

–––– CIARA ––––

 

       Era a minha chance!

       Sem pensar duas vezes eu saltei... em direção ao prédio e me agarrei nas escadas de saída de incêndio, escalando rapidamente com meus tentáculos e chego na cobertura, por onde o helicóptero da NEOS passava – e era lá onde todos estavam! Saindo um pouco do tumulto da Millenium Park, eu enxergo com clareza a porta da cabine do Helicóptero se fechando lentamente e dava para sentir uma energia diferente lá dentro; alguém com quem não lutei estava lá. Seria outro algoz? Na hora minha mente se fechou e eu me concentrei no salto, pulando e destruindo a sacada do edifício de onde eu peguei impulso.

       Ao alcançar o helicóptero, ele se inclina para direita, perdendo um pouco do controle com que fazia sua viagem. Usei um dos meus tentáculos para me prender melhor à cabine, sem derruba-lo, mas naquele momento a porta da cabine se abriu, revelando uma pessoa que, naquele momento, fez meu coração parar de bater.

       Minha mente esbranquiçou – a imagem de uma garota parecida comigo, sendo um pouco mais velha, cabelos longos e pretos e de pele escura, tomou minhas cabeça e logo as lembranças começaram a vim como um trem a todo vapor. Histórias, batalhas, abraços, uma despedida... Um flashback se passa na minha mente enquanto ela me encarava:

       “– Ciara?! O que...?!

       – Nãaaaaaooooo! Mate-a! Mate-a enquanto ainda tem chance!

       – Ciara... – Karma falava do lado dela, estupefato.

       – Não vou matar você, Amala... – Disse o Avatar indo de encontro à Karma e que estava ferido. – Não é isso que a mamãe iria querer.

       – Você... só pode estar de brincadeira! – grunhiu a menina que atendia por Amala, caindo no chão esgotada. – Ciara... sua idiota!

       – Até por que... – O Avatar se vira novamente para a menina estirada. – Você é a única família que eu tenho.”

       Depois disso a visão se acaba e tudo começava a se tornar claro na minha cabeça, quando me veio à mente o que Milia Rosecrantz havia dito mais cedo, antes de nossa luta:

       “Ela é a irmã mais nova da Julgadora, mas no estado atual, duvido que se lembre...”

(...)

Era ela! Só poderia ser ela! Minha irmã... minha irmã mais velha!

Amala! Era ela!

Depois que se passa o flashback, eu senti meu corpo desabar da cabine em câmera lenta e o mundo parecia estar parado naquele momento. Eu sentia meu corpo cair no vazio, assim como minha mente enquanto focava minha atenção apenas nela. Tudo estava no silêncio e no preto e branco, mas eu pude perceber os lábios dela se moverem lentamente falando comigo, com aquela expressão vazia e triste que ficou marcada na minha mente.

Eu havia me lembrado dela!

Depois de algum tempo que não soube o que era, eu acordei afundada na laje de um edifício, com Karma me sacolejando feito um louco.

– Ciara! Ciara! Acorde! Ciara! – Gritava ele.

No momento que eu recuperei o juízo, pude perceber quão próximo Karma estava de mim e comecei a corar, o coração a acelerar e aquelas sensações estranhas... queria estar morta naquela hora.

– Você acordou! Que ótimo!

– Aaaaahhhhhhhh! – Eu o tapeei no rosto, afastando-o de mim.

Ele rolou uns 3 metros, com a cara vermelha e eu recolhi minha mão.

– Ai! Ai! O que foi que eu fiz?! – Ralhou Karma esfregando o rosto.

– Você... você estava perto demais! Seu idiota! – Reclamei, quase sem fôlego.

– O que?! Você deve ter batido a cabeça em algum lugar...

– Não! Você estava muito perto, seu tarado! Tarado! – vozeei socando o chão como uma criança.

– Eu estava tentando te acordar, caramba! – Justificou.

– Você estava tentando se aproveitar de uma dama descordada! Tarado! Eu te odeio!

Karma suspirou, permanecendo sentado na minha frente.

– Ei... Ciara... – Chamou ele.

– O que foi? O que você quer... – Meu travei naquele momento, com ele olhando para mim sorrindo.

– Que bom que você está bem!

Meu coração acelerou naquele momento e eu sentia cada pulsação até a ponta dos meus dedos, ficando vermelha mais que um pimentão e eu odiava quando ele fazia aquilo.

– Ora, e porque eu não estaria?! – Rebati, áspera e me levantando.

Ele sorriu e se levantou também, me segurando prontamente naquele instante de fraqueza. Minhas pernas fraquejam e minha cabeça começa a doer com aqueles lampejos passando pelas minhas memórias.

– Ciara! Você está bem?! – Karma me segurou firme.

– Minha cabeça – eram tantas recordações que parecia que minha cabeça iria explodir. – Ela... eu... encontrei ela!

– Quem? Quem você encontrou?! – Pergunta ele, apreensivo.

– Alguém chamada... Amala...

Karma engasga.

– Amala?! Tem certeza disso?

Eu confirmei com um meneio de cabeça.

– Então isso explica porque as estacas de Ace não atingiram o helicóptero. Droga! – Karma me recostou na parede e da forma mais confortável possível enquanto ele ligava para os outros. – Nós não contávamos com Amala! E aquele desgraçado do Testament só comprou tempo com aquelas conversas de doido!

– Karma... – Chamei.

– O que foi? Está sentindo-se mal?

– Ela estava lá. E ela estava... triste...

Karma pareceu surpreso.

– Triste? Será que...

Minha cabeça leva mais uma ponta e eu caio, me contorcendo de dor.

– Calma! Aguente firme que os outros já estão vindo! – Ele me ajuda a levantar, se sentando do meu lado. Seu corpo era quente e confortável, e por algum motivo... eu me sentia segura ali.

– Você... é um idiota... – resmunguei com meias palavras. – Por que... está fazendo... isso?

Ele sorriu novamente.

– Só estou fazendo o que tenho que fazer. Cuidar de quem é importante para mim!

A voz dele estava abafada na minha audição e eu sentia um profundo sono chegando. Meus olhos estavam cansados e eu iria adormecer ali mesmo, nos braços dele.

– I... importante... eu... sou... importante...?

Ele sorri de novo e eu apago.

 

 

 

Eu acordo em uma sala suntuosa, deitada em um sofá e enrolada em um cobertor de algodão bem macio, talhado com detalhes vermelhos e bem requintados. A única luz do lugar vinha de um abajur do meu lado e eu podia ouvir vozes, risadas e gritos vindos do outro lado de uma estante enorme de livros atrás do sofá.

Me levanto sentindo tonturas e nauseada; parecia que o peso do combate só havia chegado agora. O cobertor cai no chão frio e os meus pés sentiram a pontada gelada em sua sola, me fazendo querer voltar ao conforto do sofá, mas o barulho e a conversa era tanta que seria bem difícil eu voltar a dormir. Eu caminhei na ponta dos pés, até encontrar o resto do pessoal do outro lado da estante reunidos em uma mesa enorme, com vários livros, papeis, cartografias e várias xicaras de chá em cima da mesa. Em volta, havia mesas menores, onde os homens de Luana estavam reunidos, bebendo, conversando e rindo feito malucos. Alicia ao me ver saltitou ao meu encontro.

– Ciara! – Berrou a menina me abraçando.

Meu corpo sensível é atacado com pontadas em vários cantos.

– Ah! Oi... Alicia... – Respondo dolorida.

– Ciara! Sente-se conosco! – Convida Ace, cordialmente.

Eu relutei ainda pensando no conforto do sofá.

– Acho que vou dormir mais um pouco...

– Ah, Ciara! Deixa de ser chata! – Reclamou Alicia enchendo as bochechas.

– Vamos, minha jovem! Sente-se conosco. Seria ótimo para conversarmos um pouco. – Insiste o grisalho.

Eu suspirei.

– Está bem... – Todos soltaram um brado de repente.

Ao sentar, eu pude dar uma boa olhada em todos que bebiam na mesa e Karma estava do outro lado, sentado quase colado à Luana. Minha repulsa foi automática e ele me notou, parecendo preocupado.

– O que foi Ciara? – Pergunta ele, confuso.

Eu corei novamente, virando o rosto. com raiva.

– Nada! Não precisa se preocupar comigo! – Respondo, seca.

Karma coçou a cabeça.

– Vamos brindar esse primeira grande vitória contra a NEOS! – Luana ergueu seu copo com cerveja em um brado.

– Desculpe senhora, mas eu não bebo – Informei, ranzinza.

– Não se preocupe! Temos chá verde e suco se preferir – Alicia já trazia seu bule consigo e me servia um pouco.

O cheiro quente de ervas tomou minhas narinas e meu estômago revira.

– Acho... que não é uma boa ideia... – Relutei e Alicia fechou a cara.

– Deixa de drama e toma logo!

– Está ótimo – Recomenda Luana. – Vai ser ótimo para você se recuperar.

Eu contorci a boca, preparei a garganta e fechei os olhos, tomando um gole convulso de chá. Eu esbugalhei os olhos com o gosto daquela bebida: estava definitivamente... maravilhoso!

– Nossa! Está ótimo! – Tomei outro gole vigoroso.

– Não disse que estava ótimo? – Luana riu enchendo sua xícara.

– Foi você que fez Alicia? Está maravilhoso!

Alicia riu, corada.

– Quem dera! Foi o Karma que fez. – Eu engasguei, cuspindo o chá em um jato.

– O... Karma! – Perguntei novamente, tossindo.

Ela acenou com a cabeça, sorrindo.

Minha cara deformou e eu virei a cabeça, colocando a xícara em cima da mesa.

– Nem está tão bom assim! Tem coisa melhor!

Karma suspirou, cruzando os braços.

– Não seja tão dura ­– diz o grisalho, acompanhado de um gole de cerveja. – Temos esse tempo para repor as forças para nosso próximo ataque.

Eu olhei para os lados, me sentindo perdida naquela sala suntuosa, embora talvez eu tivesse uma vaga ideia de onde estávamos.

– Aliás, onde estamos mesmo? Eu acordei perdida e encontro vocês comemorando aqui, sem um motivo aparente.

– Ainda estamos no edifício de suprimentos da NEOS, em Chicago. Aqui é a biblioteca pessoal de Zeke e decidimos usá-la por hora. – Informou Luana, colocando a xicara na mesa e cruzando os dedos. – Nós descobrimos que a NEOS esconde dois geradores que sustentam aquele monstro. – Eu fiquei impressionada com aquela informação, mas também foi apenas eu. Todos pareciam estar à par da situação.

– Ge... geradores?

– Sim... pense em uma grande máquina que precisa de uma fonte de energia constante para se manter ativa. Yomungarde não passa de uma máquina gigante em forma de serpente, criada pela NEOS para intimidar o resto do mundo. – Conclui Luana, seca.

– Quem diria, hein? Uma máquina... – Alicia suspira, aliviada.

Karma estava quieto e pensativo. Me perguntava o que se passava na mente dele naquela hora e se era algo relacionado a mim – não que eu me importasse.

– “Uma máquina... aquele golpe que eu levei... não era de uma máquina!” – Reflete o andarilho.

– O que você está resmungando aí? – Perguntei com a voz pesada. – Espero que não esteja pensando besteiras só porque eu elogiei o seu chá. Não quer dizer nada!

Karma se recompôs de sua inercia, se debruçando sobre a mesa.

– Não... não é nada disso... só que... – Karma fez uma pausa, esfregando a testa. – Minha cabeça está muito pesada ultimamente... e ainda mais depois que eu vi Testament de novo...

Karma parecia perturbado depois do nosso último encontro com os algozes da NEOS e não podia deixar de me inquietar com aquilo. Ace também, apesar do ar de descontração, dava para sentir sua aura densa.

– Koulla... você também percebeu, não é? – Ace encara Koulla como se eles estivessem se conversando apenas com o olhar.

– Também... aquele gigante que estava com os algozes. Ele era bastante familiar.

– Não há dúvidas de que era o Belford.

– Belford? – Pergunta Alicia, curiosa.

– Sim. Ele é um Abissal como nós e o Coruja, e um companheiro...

– Não o chame de companheiro, Ace! – Koulla repreende o grisalho, descendo uma patada na mesa e se levantando subitamente da cadeira. – Nenhum de nós somos mais seus companheiros, maldito! Você traiu a todos nós e ainda ousa nos chamar de companheiros?!

Alicia segura os ombros da loira exaltada e Luana também intervém.

– Já chega Koulla! Você disse que iria parar com isso! – Censurou Luana.

– Mas...

– Ela não está errada em dizer isso senhorita. – Inquiriu ele. – Eu cometi muitos pecados no passado, de fato, mas agora estamos todos juntos por uma causa maior! Um objetivo em comum!

Koulla se acalma e se senta em sua cadeira de novo.

– Ah! Quaaaaaaaaal é? Vamos beber! Vocês estão muito tensos, seus caretas! – Randall tapeou as costas de Ace. Pelo seu perfil imbecil, ele já estava totalmente chapado.

– Randall tem razão – concorda Alicia, indo na onda. – O que acha de relaxarmos e fazermos algo para passar o tempo?

Luana termina seu chá e se levanta, indo para uma mesa mais isolada dali, atrás de outra grande estante.

– Ainda estamos no meio de uma guerra, então vou usar desse tempo para planejar nosso próximo plano de ação. Se quiserem, podem descansar, conversar, beber, dormir... aproveitem desse tempo para repor o fôlego. – Os soldados de Luana comemoram com mais outra rodada de bebida. Ace e seus escudeiros se juntaram a farra, ainda mantendo a disciplina em cima das doses. Randall já havia caído de tanto beber e Luana saiu para a outra mesa, restando apenas nós cinco na mesa do centro. Alicia se senta, tapeando a mesa, enérgica.

– Então? O que nós vamos fazer? Hein? Hein?

– Eu estou pensando em voltar a dormir – Respondi com a voz lenta.

Alicia fechou a cara novamente.

– Se quiser pode ir dormir jovem. Você merece depois de uma batalha daquelas. – Diz Ace, se servindo de mais uma caneca de cerveja. – Mas... eu ainda não consigo acreditar que Belford tenha se corrompido para a NEOS.

– Ele deve estar sendo manipulado por eles – refletiu Koulla, com um gole de cerveja. – Eles devem ter meios para isso, não é?

– Nós vamos salvá-lo! – Diz Ace, determinado.

Eu sorri, bebendo mais um gole do meu chá. Só de pensar que aquele chá delicioso tinha sido feito por Karma, eu já começava a me arrepiar a cada gole. Eu já nem me reconhecia mais...

– Ciara – Karma me chama e eu coloquei a xícara em um rompante aborrecido. – O que aconteceu naquela hora que você saltou até o helicóptero?

Minha cabeça já mentalizava a imagem de Amala e seus lábios falando daquelas palavras enigmáticas. Sua expressão vazia também ficou enterrada na minha mente.

– Ela me derrubou... depois de falar algumas coisas.

– Ela quem? – Pergunta Alicia, curiosa.

Eu fiz uma pausa, apertando os olhos.

– Amala... ela estava no helicóptero. – Ace, Koulla e Alicia engasgam.

– Amala, a Julgadora?! Ela estava no helicóptero?! Não acredito! – Alicia parecia mais apreensiva que eu. – O que ela fez com você? O que ela falou?! Quando a gente esbarrar com ela de novo, eu...

– Nada demais... – Respondi, seca. – Nada que valha o nosso tempo.

– Agora é entendível o porquê não consegui derrubá-los do edifício. – Diz Ace, esfregando o queixo. – Quem diria hein?

– Eles tinham um plano B aquele tempo todinho e caímos direitinho! – Koulla esmurra a mesa, aborrecida. – Passamos tão perto de capturar aqueles malditos! Droga!

– Agora já era. – Digo, me retirando para o meu sofá. – Se eu fosse vocês, procuraria descansar e repor as energias. Algo me diz que não vai demorar para trombarmos com eles de novo. – Eu deixei aquela frase no ar e voltei para o meu sofá.

Eu me sentei no sofá, cobrindo meu rosto e me debruçando sobre os joelhos, pensando nas palavras torpes de Amala. Por algum motivo, aquilo me dava a impressão que eu precisava fazer algo com relação a ela, mas o que? O que ela tentou me dizer? O que será que ela estaria pensando quando me disse aquilo? Onde estaria ela naquele momento? As perguntas começaram a aparecer como brotos no solo fértil da primavera e com certeza aquilo não me deixaria em paz o resto da noite. Eu desabei o corpo em cima do sofá e comecei a olhar para o teto, com a mente a divagar.

...

“Esse lugar não é para você... irmãzinha!”  

      


Notas Finais


Todos tem seu merecido descanso depois de um árdua batalha contra a NEOS, mas com a consciência de que foi apenas a primeira. As palavras da Julgadora seriam um aviso? Uma premonição? A batalha final contra a NEOS se aproxima cada vez mais e os destinos irão se entrelaçar mais uma vez antes do cair das cortinas!
Espero que tenham gostado e obrigado para quem leu. Se tiverem gostado, deixe um comentário ou favorite a fic para me ajudar. Desde já agradeço e até o próximo capítulo! ^^


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