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História Neutron Star Collision - Capítulo Único - Neutron Star Collision


Escrita por: realdealamelina

Notas do Autor


∞ Nenhum dos personagens me pertence, mas plágio é crime, enton nada de pegar a fic do coleguinha e mudar os nomes dos personagens e locais para apresentar como seu, tenho muitos olhos por aí...;
∞ História inspirada em sua totalidade no MCU – Movieverse (filmes);
∞ Songfic de Neutron Star Collision, do Muse;
∞ História também postada no Spirit Fanfics.
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História também postada no Nyah!Fanfiction sob o nome de Amelina Lestrange.
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Gentneys!!!! Olha ela, postando fic nova enquanto deveria estar estudando (é sério, tenho um artigo de dez páginas pra entregar na próxima quinta-feira pra semana do meu curso e ainda nem comecei kkkkkkkkkkkkkkkkk cada k é uma lágrima), mas não me arrependo XD
Essa ideia surgiu quando estava eu em um grupo e a DoutoraEstranha sem querer querendo jogou lá alguns shipps... confesso que fiquei em dúvida sobre Thor ou Demolidor para essa fic, mas depois de assistir Thor: Ragnarok você meio que não consegue não pensar no filme por muito tempo kkkkkkkkkkkkkkkk <3 #LokiMelhorCoisa
Queria agradecer algumas pessoas que foram fundamentais para que essa fic saísse do papel: DoutoraEstranha por ter dado a ideia do shipp, mesmo que inconscientemente; Annie Burton por ter me aturado falando de muitas coisas em relação a essa fic (você é um anjinho <3 ); e a Ophelia, minha beta máster da vida porque sim <3
Espero que vocês gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever <3
Apreciem a leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único - Neutron Star Collision


Fanfic / Fanfiction Neutron Star Collision - Capítulo Único - Neutron Star Collision

Now I’ve got nothing left to lose, you take your time to choose

I can tell you now without a trace of fear that my love will be forever

And we’ll die, we’ll die together

Lie, I will never ‘cause our love will be forever

Não a tinha entendido da primeira vez que a encontrou. Não era possível, humanamente falando, que Strucker tivesse conseguido usar o cetro de Loki para aprimorar pessoas a serem armas de guerra. Ele era um bastardo infeliz e havia conseguido, não havia nada mais aterrorizante que um milagre. Eles eram isso, Pietro e Wanda Maximoff, eram milagres. A Era dos Milagres tinha começado e temia pois sabia que eles provinham de forças que não compreendiam, não conheciam a extensão do poder da Joia da Mente.

Quando a viu no bunker, tinha certeza de que não seria afetado por ela, afinal, era Thor, o filho de Odin, e era poderoso. A sua mente não se mostrou nenhum pouco mais forte que a dos seus amigos e viu o fim, viu todos o seu povo morto. Seria esse o seu destino, ver todos aqueles que amava morrendo?

Não somente a morte, Wanda Maximoff lhe mostrou vida também. Um completo paradoxo. Quando entrou nas águas, viu as Joias, mas não somente elas. Algo se prendeu nele e o ligou a ela, algo que sentia no seu tornozelo lhe puxando e atraindo para a garota, algo que pensou ser somente um conto tolo de apaixonados para fazer crianças dormirem.

Não há dúvidas, um dia vamos encontrar aonde o nosso fio vermelho termina.

Se sentou no sofá do Complexo dos Novos Vingadores para calçar as botas, estava quase pronto para começar a sua grande aventura em busca das outras Joias do Infinito agora que já sabia aonde estavam três delas. Tocou o seu tornozelo e ainda acreditava que havia um pouco de loucura isso. Terminou se calçar e se deixou descansar um pouco as costas no móvel.

Gostava de devanear o quanto deveria ser poético e digno de entrar para os anais asgardianos o modo como resgatou a sua alma gêmea da destruição de Sokovia. Ela teria ficado para morrer depois de já ter morrido um pouco quando o irmão salvou Clint, se não tivesse dado pela falta da garota, teria sofrido pelo que não teve chance de saber se teria ou não. Balder e Nana tinham vivido o seu amor como o das canções por conta do seu fio, do seu destino e se lembrava com carinho deles.

Tinha sido guiado pelo Mjolnir e conseguiu pegar Wanda pela cintura para que salvá-la da queda da cidade. O modo como ela se aninhou no seu colo era estranhamente familiar, como se conhecesse a natureza da ligação dos dois.

Ficou tocado por receber como agradecimento um abraço apertado que durou toda a viagem de volta para Nova York. Ainda era vívida nas suas lembranças a sensação de tê-la nos braços, quebrada e chorando, não deveria ter sido assim a primeira interação verdadeira deles.

Piscou algumas vezes e se viu voltando para o ambiente que até momentos atrás havia deixado em segundo plano. Tony Stark estava parado no fundo, tentando se aproximar depois de encarar com estranheza tamanha afeição da garota no jato e nas horas que seguiram no dia em que tudo aconteceu.

“Ela estará segura aqui, Stark?”, tinha seriedade na sua pergunta.

“Você deveria estar mais preocupado comigo e com os seus amigos do que com ela, playboyzinho”, Stark se referiu aos episódios dela, sobre a sua tristeza e o fato de ter brincado com a mente deles na outra vez. “Ela ficará bem, um psiquiatra já veio, ela já está tomando as medicações e na semana que vem ela começa a psicoterapia, além de aprender a controlar essa coisa vermelha que sai das mãos dela”.

“Você já pediu perdão a ela?”, insistiu. “Você fabricou as armas que mataram os pais dela, você deve isso à pequena senhora”.

Pequena Senhora? Tem certeza de que estamos falando da mesma pessoa? Ela é uma garota, só isso”, Stark brincou.

“Fale com ela depois que eu me for”.

Se levantou e concordou com a cabeça quando ele assentiu que deveria conversar com Wanda. Segurou-se pelo corrimão da escada principal do Complexo e subiu, não sabia exatamente o que encontrar ali, no quarto dela. Então era assim que era para ser? Era assim que deveria se sentir? Andou e pensou várias vezes em voltar, mas o seu orgulho não deixou, precisava conversar com ela, saber como estava, conhece-la.

No fim, não era Jane, não era Sif, não era ninguém que conhecia... era Wanda; não entendia como o seu fio havia passado tanto tempo sem se romper e também não fazia ideia de como aquela sensação começou. Gostaria das palavras da sua mãe, ela teria dito algo para lhe confortar sobre como o fio vermelho asgardiano gostava de brincar com os sentimentos das pessoas e desafiar o pensamento racional.

Sabia qual era o quarto dela, tinha acompanhado a moça quando ela saiu da ala hospitalar e se instalou. Bateu na porta três vezes mais por hábito que educação, para Thor a porta sempre estaria aberta, ela foi clara quanto a isso. Tocou a maçaneta de aço cromado e abriu a porta. O ambiente estava escuro, tinha certeza de que ela não via a luz do sol há alguns dias. Era algo irracional, mas sentia o seu coração se apertar no peito por vê-la frágil. Garotas como ela eram nascidas sob a tempestade. Garotas como ela eram poderosas por natureza mesmo não tendo uma gota de magia verdadeira no sangue. Garotas como ela eram nascidas para governar.

Andou lentamente até a cama dela e a viu encolhida nas cobertas azuis. Poderia se passar por uma garota normal se não estivesse debilitada. Os cabelos castanhos eram levemente ondulados e os olhos assustados eram cinzentos. Ela tremulava ainda, era visível que a carga para ela era mais pesada para ela. Tomou a liberdade de se sentar na cama dela e tocou os cabelos bagunçados da moça, era uma menina e uma mulher ao mesmo tempo.

“Pequena feiticeira, você é especial”, disse baixo. “Eu sinto tanto por ter que deixa-la”.

“Por que você precisa ir?”, a voz rouca de Wanda perguntou.

“Eu não fazia ideia de que estava acordada, imploro o seu perdão por ter entrado nos seus aposentos sem ser anunciado”, disse.

“Por que você precisa ir?”, ela repetiu.

“Há algo lá fora que demanda a minha atenção, querida, algo importante”, não queria entrar em muitos detalhes com ela, não era o momento para isso.

“Por que você não sente raiva de mim? Eu vejo como Stark me olha e Romanoff me olha de modo muito pior, então por que você não sente o mesmo ódio por mim?”, ela estava insistindo.

Ohana significa família e família significa que ninguém é abandonado ou esquecido. Eu não seria capaz de sentir qualquer coisa ruim por você”, citou um filme de crianças que assistiu nos dias anteriores e confessou, não sabia se era o fio falando ou se era a sua cabeça. Wanda se virou na cama com dificuldade, queria olhar nos olhos dela. “Eu sei a que você quer se referir, mas não entendo disso também”.

“Eu não consigo entender o que isso faz comigo. É estranho sentir os outros, as emoções deles, o medo, tudo”, a garota desabafou.

“É por isso que eu preciso ir, para entender o que é isso que aconteceu com você e com o seu irmão”.

Wanda se remexeu na cama quando o nome de Pietro Maximoff foi pronunciado. “Por que isso aconteceu? É diferente com você, é como seu eu estivesse mais próxima de você do que de todos”.

“Você saberá no momento certo, eu explicarei tudo quando chegar a hora”, explicou. “Enquanto isso você fica aqui e se torna uma Vingadora assim como eu sou”.

“Eu não queria que você fosse”, Wanda se aproximou mais ainda e deitou a cabeça no seu colo. Acarinhou os cabelos dela e logo a mão pequena na moça alcançou a sua. “É diferente, só isso. Você vai voltar?”

“Eu não sei quando, mas é uma promessa. Eu voltarei para cá e conversaremos sobre tudo o que aconteceu. Pode demorar dias, semanas, meses... mas eu voltarei”, prometeu. “Agora eu preciso ir, a minha jornada é longa”.

“Como vou saber se você está bem?”

“Olhe para o céu à noite, veja como o brilho das estrelas nunca se empalidece e lembre-se de que eu estarei em algum lugar desse céu olhando por você”, respondeu.

“O diferente é bom”, foi apenas o que ela disse.

Fez uma última carícia na nuca dela e se levantou da cama. Se ajoelhou no chão e descansou o queixo no colchão da cama alta, perto do rosto de Wanda. Beijou a testa dela antes de sair. Agora, mais que nunca, precisaria encontrar as outras Joias do Infinito.

~*~

Todas as vezes que tinha passado deitada no jardim observando as estrelas, se lembrava do grandalhão asgardiano. Com carinho, gostava de se recordar da única vez que o viu sorrir verdadeiramente. Pelo menos foi a única vez que o sentir pelo menos agradecido por estarem todos bem. O cheiro de suor misturado com o cheiro do aço da armadura dele continuavam a habitar os seus pensamentos. As condições não eram as ideais agora, mas se permitia pensar em Thor antes de fechar os olhos e dormir.

Olhava nos seus próprios olhos quando se via refletida no espelho e via uma criança. Agora via uma criança mesmo sabendo que o seu corpo era de uma jovem adulta.

Respirou fundo e se levantou um pouco, a viagem estava sendo mais longa do que imaginava e precisava esticar as pernas. O jato de tecnologia wakandana lembrava muito os quinjets de Stark esteticamente, mas eram mais rápidos. Deveria ser mais fácil assim, com todos eles se separando.

Clint e Scott haviam conseguido voltar para casa, ambos fichados como criminosos perigosos e traidores da nação. Bucky Barnes havia sido congelado novamente e via o quanto isso havia mexido com Steve. Sam ficaria em Wakanda sob uma identidade falsa assim como Steve. Natasha estava fugindo com eles, cada um deles para um ponto diferente do globo. O seu seria Edimburgo, Escócia.

Era apenas um incômodo. Quando olhava para baixo, nada via, mas a sensação de ter algo lhe segurando pelo tornozelo era real e não conseguia explicar a ninguém, ninguém entendia o que sentia. Tocou o seu copo com chá e notou o líquido frio, tinha passado muito tempo devaneando dessa vez. Percebeu Steve acionando o piloto automático e não demorou muito para ele pedir que se sentasse ao lado dele.

“Como você está se sentindo hoje?”, ele sempre começava com essa pergunta.

“Bem, eu acho. Estamos indo para longe, ninguém deveria se sentir assim”, soltou.

“E aqui estamos nós, nos dispersando. Você tem certeza de que ficará bem sozinha? T’Challa disse que você poderia ficar conosco o tempo que precisasse”.

“Quando Clint me resgatou do Complexo, ele disse que eu precisava aprender a me defender sozinha”, recordou. “Eu estou fazendo isso, me defendendo sozinha”.

“Há outra coisa que eu sempre quis conversar com você, acredito que seja algo delicado”, o encorajou a perguntar. “Já se passaram quase dois anos desde que Thor foi embora e você continua só pensando nele. Eu ainda vejo como você sorri quando se lembra dele, é o seu sorriso mais bonito. Você está pronta para conversar sobre o que quer que vocês tenham?”

Era difícil falar sobre, na verdade, não conhecia o deus nórdico direito, mas se sentiu absurdamente confortável ao lado dele e ainda se sentia assim quando pensava sobre ele. Tinha sido fácil estar com Visão, mas não tão fácil quanto estar com o próprio Thor, imaginava.

“Eu não sei o que explicar direito, é complicado”, se limitou. “Ele não me tratou com diferença ou indiferença, disse que nunca poderia sentir algo assim por mim”, estava escolhendo as suas palavras, não poderia simplesmente soltar que sentia algo roçando no seu tornozelo também.

“Eu conheci a antiga namorada dele, Jane Foster. Thor sempre foi bastante protetivo e leal, mas se apaixonou muito rapidamente, acabaram por ser incompatíveis em alguns aspectos e não tardou muito para eles chegarem ao fim”.

“Por que está me contando sobre essa mulher?”, se defendeu.

“Porque eu acredito que você também tenha se apaixonado muito depressa por ele. O fato de ele se apaixonar rápido faz com que os relacionamentos dele sejam... instáveis. Eu não quero ver você se machucar esperando que ele volte, Jane nos contou sobre a demora dele”.

“Não precisa se preocupar, não sinto mais tanta esperança assim”, mentiu.

“Eu não quis partir o seu coração, Wanda, eu só não quero que você saia ferida”, o seu amigo tocou a sua mão e voltou para o banco ao lado do de Natasha.

Sabia a que ele se referia, de como Peggy Carter havia ficado despedaçada quando não encontraram o seu corpo na época. Peggy tinha seguido em frente e Steve deu a entender que o mesmo poderia acontecer com ela. Poderia ter correspondido ao que Visão sentia, poderia ter escolhido permanecer com ele, mas sentia o quanto isso era errado. Não sabia como ou porquê, só sentia que não conseguiria ser feliz ao lado do sintozóide.

Na noite anterior havia pegado o resto de coloração loira que Natasha usou para disfarçar o ruivo dos fios. Ao invés de platinada, o cabelo de Wanda havia atingido nuances de ruivo pela falta de descoloração prévia. Ainda sentia os fios ressecados e isso a lembrava de que era um mal necessário para seguir em frente.

O tique do radar no painel a fez repuxar a cabeça, o colar de eletrochoques havia afetado a sua audição e o seu equilíbrio. O tique veio mais uma vez e era o som de que estavam sobrevoando Southampton, Inglaterra. Mais alguns minutos e chegariam em Edimburgo. Olhou para fora e viu as nuvens nublando o céu.

Tratou de vestir o seu casaco e colocar a sua bolsa de viagem ao seu lado, precisava estar pronta para pousar em breve. A camuflagem do jato era perfeita, ninguém nunca saberia que um jato daquela estirpe pousou no bairro mais afastado da cidade, longe de tudo e de todos. Escondida, em alerta e vagamente esperançosa, deveria se manter assim pelo seu próprio bem.

Pensar em Thor e Pietro seriam as suas únicas lembranças vivas do que foi um dia, não poderia perder isso.

~*~

Era estranho se ver no espelho, estava mais parecido com o seu pai do que imaginou sequer um dia. O tapa-olho lhe caída de forma engraçada, tinha sido a única coisa que sobrou de quem Odin foi um dia. O Thor que era hoje era completamente diferente do Thor que havia sido há anos atrás, que todos haviam conhecido. Era estranho pensar em si próprio assim, mas passou por tanta coisa que não havia como não aceitar que havia, sim, mudado algo no coração. Agora tinha ascendido ao Trono de Asgard, precisava proteger o seu povo.

A Terra era uma rota segura, o seu pai havia dito que Asgard não era a terra que ela estava ligada, mas o povo que nela pertencia. Levaria o seu povo em segurança para o recomeço, era o seu dever e o seu direito. A rota calculada dizia que deveriam pousar em alguns dias e sabia que não teria a sorte de ser notado, dez mil asgardianos chamavam atenção.

O seu próprio conflito de confiança, o Ragnarok, a morte do seu pai... tinha tudo para desestabilizar.

Dois anos haviam se passado e se sentia culpado por não ter visitado a sua alma gêmea nesse tempo todo. Não queria que ela se esquecesse o que eram, mas era injusto fazê-la esperar tanto. Queria tanto poder pelo menos saber como ela estaria.

Viu o reflexo no vidro, Heimdall andou pausadamente até o seu lado e parou para admirar a imensidão do universo junto a si.

“Você quer vê-la desesperadamente”, Heimdall pontuou.

“Quem?”, tentou disfarçar.

“A garota escarlate de Midgard, a que está atada ao seu tornozelo. Eu consigo vê-la”, ouviu atentamente.

“Eu preciso vê-la”, admitiu.

Heimdall tocou a sua testa e abriu os olhos. Um grande prédio caindo aos pedaços apareceu e logo percebeu que estavam na Terra. Uma bandeira em azul e branco flamulava no exterior do prédio e não sabia o que isso significava, aonde a sua Wanda estava? Se aproximou ainda mais e subiu cuidadosamente os degraus da entrada. Ela estava lá, sentada e olhando para o vazio do céu. Ela poderia senti-lo assim? Ainda poderia ouvi-lo por Heimdall? Os seus dedos grossos e masculinos tocaram o vidro e o embargo na sua garganta veio, queria poder confortá-la do mesmo modo como fez da última vez.

Ela estava tão diferente. O cabelo estava diferente, estava avermelhado. O olhar triste continuava o mesmo e o seu coração pesava por não poder estar perto para confortá-la. Com todas as reviravoltas que a sua vida tinha dado, agora, depois de vê-la, tinha certeza de que só havia uma coisa a se fazer.

“Eu estou aqui, Wanda”, sussurrou contra o vidro e viu as rachaduras que isso provocou. Ela não percebeu, estava olhando pelos olhos de outra pessoa, não deveria fazer com que fosse notado.

A paisagem começou a ruir ao seu redor, como se tudo estivesse caindo pelo caos. Ofegou e se viu de volta ao seu aposento na nave. Heimdall estava do mesmo jeito, como se ele tivesse visto muito mais do que o próprio Thor.

“Há coisas sobre essa garota... coisas que aconteceram com ela... coisas que você quererá ver se a ama tão intensamente quanto eu senti”, as duas mãos do guardião agarraram a sua cabeça e sentiu o giro de ser levado de volta para algum lugar.

Se viu em uma feira em algum lugar da Terra, com o chão batido de terra e as pessoas andando de um lado para o outro. Sam, o Falcão, sobrevoou o cenário e viu Wanda correr para onde ele estava indo. Pela primeira vez a viu voar usando a sua energia escarlate para isso. Sentiu orgulho ao vê-la se defender e executar movimentos com Steve como uma equipe, como uma verdadeira Vingadora. Algo explodiria no local, percebeu que a imobilizou a explosão dentro da sua energia e a fez flutuar, mas não conseguiu ir tão longe. Sentiu a explosão dentro do prédio e como ela se sentiu ao ver que matou inocentes.

Viu a besteira sem tamanho chamada Acordo de Sokovia e não gostou nenhum pouco de ser citado pelo tal homem Ross junto do Banner. Eles estavam limitando as suas ações. Por um lado, poderiam ainda estar ativos, mas por outro... esse era o que lhe assustava mais, ninguém deveria dizer quem era digno ou não de ser salvo. A raiva parecia consumir a sua alma por ver o quão fragilizada Wanda se sentia. Ela não era tão boa assim para demonstrar, mas já a havia visto quebrada, sabia como era.

Observou quando ela correu junto dos outros, tinha passado pelos seus olhos rapidamente o momento em que Visão tentou impedi-la de ir embora com Clint e acabou dizendo tantas coisas para machucá-la. Stark a aprisionou dentro de casa, entendia que ela tinha que fazer alguma coisa, não era um crime salvar pessoas mesmo isso custando as vidas sacrificadas de outras. O trabalho em equipe, tudo, ela tinha aprendido tudo muito bem e se orgulhava dela mais ainda, entretanto, todos perderam nessa estúpida guerra imposta entre eles mesmos.

Sentiu nojo do que fizeram com ela na prisão no meio de um oceano. A sua Wanda amarrada e com um tipo de coleira eletrônica, qualquer movimento em falso e aquela coisa dispararia. E disparou violentamente quando a incitaram. Viu a fúria e a tristeza se engrandecerem no peito dela, o sentimento de Vingança mais uma vez crescendo. Odiava concordar com ela, mas tinha razão. Pagariam pelo que lhe fizeram.

Voltou ao seu lugar na nave e Heimdall parecia tão desnorteado quanto o próprio Thor. Haviam quebrado a sua Wanda, a sua alma gêmea, nada disso teria acontecido se tivesse retornado à Terra dessa sua maldita e inútil busca pelas Joias do Infinito. Esmurrou a parede com tanta força que conseguiu quebrar um dos aros que pendiam no teto dos seus aposentos. Por sua culpa, por culpa da sua demora, Wanda não era mais a mesma.

“Agora, mais que nunca, você precisa retornar à Midgard. Ela precisa de você, Thor, filho de Odin, assim como você também precisa dela”, o seu amigo disse. “A sua busca pelas Joias do Infinito não foi em vão, eu passei muito tempo escondendo essa coisinha”, Heimdall tirou uma pequena pirâmide de cristal de dentro das suas vestes. Dentro dela estava uma gema dourada, flutuando. “Está segura conosco”.

Se desequilibrou quando sentiu algo bater na nave. Alarmes soaram e gritos foram ouvidos. Mais duas, três, quatro, cinco batidas... todas elas desestabilizaram a nave e fizeram os vidros começarem a se rachar. O tamanho colossal da nave que estava de frente para a sua lhe assustava.

O clarão do ataque veio e fez tudo ficar cinza, mas o seu último pensamento foi em escarlate.

~*~

Abriu os olhos e ainda estava se sentindo um pouco grogue do dardo tranquilizante que recebeu de Stark. A última coisa que se lembrava era de ter desviado de alguns, mas um deles acertou em cheio a sua barriga. Não sabia o porquê de estarem à sua procura, gostaria de poder entender e não conseguia. Reconhecia algo que lá de fora e sabia que essa era a natureza daqueles que lhe atacaram perto do castelo.

Os seus lábios estavam secos e o rosto de Stephen Strange lhe encarava com curiosidade e bem de perto, havia conhecido o homem há alguns meses enquanto perambulava pelo centro de Edimburgo, ele disse que estava lá a passeio. Se sentiu honrada por conhecer um mago de verdade e isso só a fez se lembrar de que não era uma feiticeira verdadeira. “Que bom que você acordou, fiquei com medo de ter exagerado nos encantamentos de sono. Se sente melhor, srta. Maximoff?”,ele perguntou.

“Um pouco. Aonde eu estou?”, questionou ao ver o ambiente diferente e um tanto antiquado.

“Você está no Sanctum de Nova York, seja bem-vinda de volta, os seus companheiros a aguardam na antessala”, não sabia a que companheiros ele se referia e isso não soava tão bom assim. Steve estava lá? Sam, Scott, algum deles?

Aceitou as mãos do mago para se levantar e sentiu tudo girar. A dor de cabeça que sentia no momento já estava branda, conseguia se manter de olhos abertos pelo menos. Stephen a ajudou a caminhar até o corredor que ligava o quarto que estavam à uma outra sala, imaginava que fosse isso. Conseguia ouvir os ânimos exaltados, ainda teria que descobrir como teria ido parar novamente em Nova York.

“Esse maluco topou com a nossa nave, a Mantis o acordou e ele não parava de gritar que tinha que vir para a Terra, que tinha que salvar a sua prometida, que tinha que avisar os amigos. Pelo amor de David Hasselhoff, cara, quem chama uma mulher de prometida?”, um homem que não conhecia perguntou.

Atingindo a sala, Scott andou na sua direção e ele não estava muito feliz em ter que dividir a sua atenção com o mago Strange, já estava conseguindo sentir tudo de novo. Os ânimos estava exaltados e notou Tony Stark, Visão e James Rhodes no canto. Tudo havia mudado, só não a ira que ainda sentia por eles.

“Quem são vocês? Aquilo eu sei que é um guaxinim, mas ele fala”, Stark disse.

“Somos os Guardiões da Galáxia, meu senhor”, a mulher de pele esverdeada disse imponente. “E aqui está a encomenda de vocês, Thor, filho de Odin, o Rei de Asgard”.

Levantou o olhar para Stephen e Scott, eles estavam tentando acalmá-la ainda depois do dardo tranquilizante, uma cortesia de Tony Stark. Fez um pouco de esforço para andar e foi amparada por Lang dessa vez, a sua cabeça ainda girava um pouco.

“Eu vou matar vocês!”, Thor gritou. O tom da voz dele era áspero e rude, muito diferente do que ele havia usado na última vez que se falaram. “Era para vocês estarem protegendo a Wanda, não a tornando uma traidora! E você, Visão, com aquela conversa de se você não parar, eles nunca vão parar de ter medo de você foi o discurso mais covarde e patético que eu já ouvi! Você não é digno!”

Thor tentou erguer o sintozóide, mas Visão se desmaterializou e se afastou. Pediu para que Scott a levasse para mais perto, a visão que tinha do deus asgardiano era bela e temível. O corpo de Thor estava coberto de estáticas e emanava energia assim como o seu próprio poder escarlate fazia. Tão parecido e ainda assim, tão diferente.

“Thor, chega”, disse baixo. A mudança climática foi notada pelas janelas grandes do tal Sanctum, o que antes era cinzento e tempestuoso, agora estava novamente azul e levemente nublado. A energia parou de tomar conta dele e ele voltou ao normal. “Thor...”

“Você está bem... você está bem!”, ele andou em sua direção e a arrancou do amparo de Scott e Stephen. “Você está bem?”

O abraço reconfortante dele ainda continuava inexplicável. Se encaixou e ali ficou. O abraçou de volta e chorou. “Por que você me deixou?”

“Eu nunca mais vou deixar você, eu prometo. Ir atrás dessas joias foi a coisa mais estúpida que eu fiz, eu devia ter ficado aqui com você”, ele confessou.

“Você devia”, concordou.

“Desculpa atrapalhar o casal, mas o assunto aqui é sério. Aquele carinha roxo, quem ele é?”, Stark perguntou.

O Cala a boca, Stark foi dito em uníssono por eles, mas também estava curiosa para saber quem eles eram o motivo de estarem atrás de si em Edimburgo. Precisava saber porque despertava curiosidade nas pessoas.

“Ele é Thanos, ele tem uma manopla e planeja colocar todas as Joias do Infinito nela para dominar o universo, estão felizes agora?”, o ouviu.

“Mas por que aquelas coisas estavam atrás de mim?”

“A Ordem Negra a procurou por ser uma filha da Joia da Mente, meu amor, eles não vão sossegar até terem você. É por isso que temos que ir para cima deles com tudo o que temos. Eles vão dominar o universo, nós não podemos deixar que isso aconteça. Os Guardiões da Galáxia já estão comigo, quem mais daqui?”, perguntou.

“Acho melhor mudar o nome para Vingadores da Galáxia, encurta ter que chamar de Vingadores e Guardiões da Galáxia”, Scott disse.

Sentia que todos queriam perguntar e saber o que acontecia nesse momento extremamente íntimo que estavam tendo. Não conseguia dar ouvidos às vozes deles em suas cabeças, estava focada na agitação dos corpos e as auras. Sentiu um afago no seu cabelo e a mão de Thor tocou a sua nuca do mesmo modo como ele fez na primeira vez.

“Quando tudo isso acabar, nós vamos tentar reconstruir Asgard, você verá. Um rei precisa de uma rainha e você é a minha prometida. Uma rainha perfeita, é isso que você é”, Thor se distanciou um pouco e tocou a sua face. Ele puxou o seu rosto para perto e beijou os lábios levemente. “Você foi feita para governar... a Asgard e a mim”, ele piscou rindo. “Para sempre juntos?”

“Para sempre juntos”, respondeu. Hesitava para o que queria perguntar. “E se nós morrermos?”, temia a pergunta, mas ela precisava ser feita. Sofria por isso e sofreria por não te-lo novamente se fosse o caso.

“Então nós morreremos juntos em batalha”, Thor disse. “O rei e a rainha de Asgard. Thor e Wanda. Assim como Odin e Frigga foram um dia. Não importa o que digam, o que pensem... juntos é como pertencemos”, ele tocou a sua mão e a segurou por um tempo antes de depositar um beijo na palma.

Fechou os olhos em lágrimas e se entregou ao beijo de Thor sem pensar no que vinha a seguir. “O que é isso que eu sinto no tornozelo?”

“É o fio vermelho do destino, os primordiais atavam as extremidades nos tornozelos de duas que deveriam passar o resto da vida juntos. O Ragnarok já aconteceu e ele tirou mais de mim do que eu poderia lidar, agora eu devo passar o resto da minha vida com você”, ele falou certo. “Eu não brinquei quando disse que você é a minha prometida. Você é a minha rainha, Wanda, a minha alma gêmea. A outra extremidade do meu fio vermelho”.

(Neutron Star Collision – Muse)

Agora eu não tenho nada a perder, tenha o seu tempo para escolher

Eu posso dizer agora sem um pingo de medo que o meu amor será eterno

E morreremos, morreremos juntos

Mentir, nunca o farei porque o nosso amor será para sempre


Notas Finais


Me deixem saber se gostaram <3


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