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História Never Saw It Coming - Nothing Further from the Truth


Escrita por: glasshearts

Notas do Autor


Oie! Que vergonha, eu jurei a mim mesma (e a algumas pessoas) que eu não demoraria a atualizar... Bem, migas, infelizmente eu não controlo meus bloqueios criativos. Já faz uns dois meses e meio que eu comecei a escrever esse capítulo, e eu fui adiando, e adiando... Até que dei um tapa em minha própria cara e resolvi tomar juízo. Estava decidida a escrever, e foi o que eu fiz. Pena que esse “acorda pra realidade, Juliana” só aconteceu neste mês. Eu nunca me esqueci dessa fanfic, de verdade, eu penso nela em todo o momento. E queria ser uma “escritora” mais assídua, mas eu já notei que eu não consigo escrever nada quando estou no ócio. Começou a faculdade e foi aí que as ideias voltaram, e aqui está...

Capítulo 17 - Nothing Further from the Truth


Fanfic / Fanfiction Never Saw It Coming - Nothing Further from the Truth

- Alexandria... Isso lá é hora de fazer piada? Estou fazendo uma pergunta séria. - ela responde e eu fico sem reação por uns instantes. Me vejo chorando e soluçando tão alto que poderiam me ouvir do lado de fora. - Alex! O que realmente está acontecendo?

- Você acha que eu tô brincando? Por que eu faria isso, garota? - eu respirei fundo para tentar me controlar.

- Mas, como... Como isso... Como é possível?

- Ele... Me dá aulas particulares... Assim que foi possível, Lorraine. Ele se tornou meu amigo e, logo depois... Sei lá. Aconteceu.

- Como 'aconteceu'? Isso acontece sempre? É comum? Cara, eu até tinha uma quedinha por ele no início, mas era algo saudável, nada que eu quisesse que se tornasse real.

- Eu já falei que eu não queria! Não é culpa minha se ele é ridiculamente encantador.

- Meu Deus, então tudo faz sentido agora... Aquelas conversinhas paralelas, aqueles olhares que ele te dá, as vezes que ele te defende e vice versa... Jesus, eu sou tão burra! Aposto que o Zachary percebeu  isso antes de mim! Por isso, ele falou aquelas coisas hoje... Ah, Alexandria! Você poderia ter me dito antes! Puta que pariu! Eu tô me sentindo a idiota do ano! E eu devia ter percebido que você tá agindo diferente, é claro... Você está apaixonada! Mas, espera... Eu nunca te vi apaixonada por alguém, então, eu não fazia ideia de como você se comportaria... A culpa é só sua!

- Cacete, eu não podia te falar nada, pois outra pessoa correria o risco de saber, e ele pode perder o emprego a qualquer momento... Sabe o que aquela vaca da Mr. Wood faria se soubesse? Ela iria conversar com a minha mãe, iria rolar a maior confusão, eu não quero nem imaginar! Eu estou muito feliz fazendo tudo escondido, então, por favor, não estrague tudo.

- Você acha que assim que eu sair daqui, eu vou abrir minha boca para o mundo todo? Pelo amor dos céus! Alexandria, você é a minha melhor amiga desde... Sempre! Por que eu faria algo pra te prejudicar?

- Eu sei que não faria! Então, pare de me culpar por tudo isso! Eu fiz o que tinha de ser feito. Não quero prejudicá-lo, nem machucá-lo.

- Ok, ok. - ela encostou a cabeça na cadeira e suspirou. - Então você está gostando mesmo do cara.

- Mais do que isso. Muito mais.

- E como é que vocês conseguem fazer isso sem ninguém ver?! Sem sua mãe ver...

- Não é nada fácil, mas eu dou meu jeito. Só não sei até quando o meu jeito vai funcionar.

- Bem, eu... Posso tentar te ajudar com isso.

- Como?!

Ouvi o barulho da porta sendo aberta, um tanto que bruscamente, e Christopher desceu as escadas às pressas.

- Já chega, vocês já falaram demais. Ronnie, por favor. - ele fez um sinal para o garoto e este último foi até a Lorraine.

Ronnie amarrou o pano na boca da Lorraine outra vez, e é óbvio que ela tentou se rebater e não deu certo.

- Alexandria, hoje é seu dia de sorte. - Christopher se aproximou de mim e passou a mão no meu cabelo. - Você vai pra casa, mas, ouça bem o que eu vou te falar: nem pense em contar ao seu namoradinho o que aconteceu aqui hoje, ok? E para ter certeza de que você não vai fazer isso, eu vou ficar com a sua amiga. Conte qualquer coisa sobre isso para ele, e quem sofre as consequências é ela.

- O quê? Você vai deixá-la aqui por quanto tempo?

- Hum, não sei... Um dia, ou dois, ou cinco, uma semana, um mês... Depende do meu humor. - ele deu uma risada estranha.

- Deixe-a ir embora no meu lugar. É uma garantia muito maior de que eu não fale nada.

- Haha, isso está soando como um desafio, mas eu não estou interessado. E não é você quem escolhe.

Ele praticamente se jogou em cima de mim para alcançar minhas mãos, que estavam amarradas atrás da cadeira. Christopher desamarrou a corda enquanto me olhava, mas eu não olhei para ele. Pegou-me pelo braço e me fez levantar. Ele tirou algo do bolso, acho que era um pano, como o que estava com a Lorraine, e o colocou sobre meus olhos e o amarrou.

- Que merda é essa?

Segundos depois, ele colocou a mão sobre minha boca e disse:

- Não é nada, meu bem, só irei te levar pra casa. - ele riu. - Vocês dois: cuidem da garota enquanto eu estiver fora.

 

 

 

 

*****

 

- Entre na sua casa e aja como se tudo estivesse normal. Não é tão difícil, você é uma ótima fingidora.

Foi a última coisa que ouvi após sair do carro que Christopher estava comigo e que me levou até minha casa. Eu tirei aquela maldita venda dos meus olhos e saí pisando fundo, sem nem olhar para trás. Apenas ouvi o barulho do carro se movimentando, pouco tempo depois.

Bati na porta com muita força e por várias vezes, até que vejo minha mãe abri-la para mim.

- Agora você tem pressa de entrar? Achei que não voltaria mais hoje.

- Não me faça perguntas difíceis, dona Melinda.

Eu passei direto por ela, mas minha mãe conseguiu me segurar pelo pulso.

- Calma, querida, não falei nada demais. Aconteceu alguma coisa na casa da Lorraine?

- Não aconteceu nada. Por que aconteceria? - eu falei rápido, sem nem olhar para ela.

- Porque eu liguei algumas vezes para o telefone da sua amiga e ninguém atendeu.

- Ah, é... Nós estávamos... No quarto, ouvindo música. Nem escutamos o telefone tocar.

- Hum. Era só preocupação de mãe mesmo. - ela me soltou e eu suspirei.

- E eu espero que aquele imbecil tenha ido embora daqui.

- Alexandria, não fale...

- Acho que, logo, logo, a senhora terá de fazer uma escolha importante. - eu a encarei por um curto espaço de tempo e subi as escadas para o meu quarto.

Até tentei fazer isso rapidamente, mas o cansaço me pegou de um jeito que qualquer movimento me fazia sentir dor em quase todos os ossos do meu corpo.

Quando abri a porta do meu quarto e entrei, eu já estava prestes a tirar minha blusa, quando avistei minha nova irmãzinha deitada na minha cama. Deitada. Na minha cama. Lendo um livro que me pertencia. Livro este que ficava na minha estante, a qual eu não permitia ninguém tocar. Eles tinham um grande valor sentimental para mim... Quando eu era um pouco mais nova, eu não conseguia ler quase nada ou quando conseguia, eu parava de ler na metade do livro, e minha mãe lia um daqueles livros para mim antes de eu dormir, mesmo quando ela chegava tarde do trabalho. Isso se prolongou até um pouco antes do acidente que sofremos.

Eu dei um grito e fiquei estática por uns instantes. Kimberly desviou o olhar para mim e se sentou na cama, colocando o livro em cima do travesseiro.

- Olá, Alexandria?

- O que. Você está. Fazendo. Aqui. E por que. Pegou o meu. LIVRO?!!

- Minha nossa, eu cometi um crime? Eu só estava entediada e achei esse livro entediante aqui, resolvi pegar pra passar o tempo. Por que?

Eu respirei fundo, contei até 5, respirei fundo de novo e não falei nada. Fui até o banheiro e me tranquei lá.

Tirei minhas roupas vagarosamente, enquanto olhava a minha expressão de derrota no espelho. Que dia infernal.

Liguei o chuveiro na temperatura mais quente e fiquei um bom tempo debaixo dele. Até que eu havia parado um pouco de fazer minhas "viagens" em minha cabeça, parado de ficar imersa em meus pensamentos e nas armadilhas da minha mente. Mas ali, tudo voltou num instante. De olhos fechados, eu falava mentalmente a mim mesma que tudo aquilo era pesadelo. Apesar de já ter feito isso inúmeras vezes, eu queria me convencer de que eu estava certa agora.

Contudo, havia ficado ainda mais difícil de negar esta infeliz realidade. Eu não conseguia esquecer o que estava acontecendo comigo, e como tudo isso começou.

Pensei na Lorraine. Ela poderia estar sofrendo naquele exato momento, por algo que "eu fiz". Mesmo que não tenha sido totalmente culpa minha, eu me sentia terrível. Ela sempre me pedia para distanciar-me do Christopher, mas isso não dependia de mim. Lorrie sempre teve de sofrer comigo, ou por mim. E o que eu fiz para ela? Apenas deixei que aquele crápula a mantivesse em suas mãos, como uma refém, e fazer o que bem entendesse com ela.

Lembrei-me das palavras do Christopher: "que péssima amiga você é!"

Ele nunca esteve tão certo.

Pensei no Austin. Ele não faz ideia do que está acontecendo e, provavelmente, não saberá; Austin acha que estou bem. Ele não sabe que sua segurança está vulnerável - Christopher poderia fazer o mesmo que fez com Lorraine, não era difícil, ele tinha muitos aliados para fazer isso. Austin acha que pode me proteger, mas não percebe que ele é quem mais precisa de proteção no momento. E se algo realmente acontecer com ele, eu não sei o que será de mim. Irei levar a culpa pelo resto da minha vida. Eu prefiro que aconteça comigo.

Após terminar o banho e sair da suíte, notei que Kimberly não estava mais em minha cama. Eu me vesti e me joguei na cama, colocando sobre mim todos os lençóis e cobertas. Quando eu estava quase pegando no sono, ouço meu celular, que estava dentro da mochila, tocar.

A vontade de levantar e atender era de 0%, mas eu fiz isso.

- Alô? - atendi sem nem olhar quem era.

- Alex...

Reconheci a voz do Austin e suspirei. Esperei que ele falasse mais alguma coisa, contudo, ele só havia falado meu nome.

- Oi, meu bem.

- Eu queria conversar com você.

- Pode falar...

- Não por aqui. Eu quero te ver.

- Bem, amanhã, depois do último período... A gente se encontra.

- Eu estou aqui embaixo.

- O quê? Sabe que é impossível entrar aqui com a minha irmã e o meu pai agora...

- Não quero entrar, quero que você venha aqui fora.

- Por quê?

- Só quero te ver, e conversar.

- Como irei sair?

- Use aquele seu amigo vizinho, não sei. - ele riu rapidamente.

- Oh, Deus. Só para te avisar: eu estava quase dormindo quando você ligou.

- São 20:10. Você não dorme essa hora.

- Estou muito cansada.

- Hum, okay. Mas você vem ou não?

- Estou indo, logo, logo. Ou você quer que eu saia de pijama?

- Eu adoraria te ver de pijama, deve estar linda assim.

- Ok, vou me trocar logo e descer, para que você pare de falar besteiras. - eu dei uma risada fraca. - Beijos.

- Pode guardar o beijo para daqui a pouco, mademoiselle. Até logo.

- Até.

Eu desliguei a ligação e joguei o celular na cama. Peguei um vestido - porque era mais prático -, me vesti e desci para a sala. Nenhum sinal do Joshua, nem da minha mãe. Só a Kimberly estava na sala.

- Cadê a Melinda? - eu perguntei.

- Ela saiu há uns 50 minutos.

- Espera... Ela saiu com o Joshua?

- Eu não sei, mas como eu não o vi por aqui, acho que sim.

Sério? Aquilo estava mesmo acontecendo? Não imaginava que minha mãe fosse se render tão fácil. Respirei fundo e tentei parecer indiferente para a Kimberly, mas, na verdade, eu estava morrendo de raiva. E raiva até dela. Por ela estar ali. Por não se importar com a possibilidade deles estarem reatando o relacionamento ou algo assim. Aliás, não: como ela mesma disse, ela queria que isso acontecesse.

- Vou à casa de um amigo, já volto.

Eu saí quase que correndo, mas deu tempo dela perguntar:

- O mesmo amigo de ontem?

- Sim. - eu respondi e bati a porta com força.

Procurei pelo Austin ao redor da casa, e o encontrei encostado à mesma árvore que ele estava da outra vez que tinha ido à minha casa. Quando me viu se aproximar dele, Austin sorriu, mas eu não consegui sorrir de volta, como o de costume. Eu estava cansada, irritada, indisposta e inconformada com a situação dos meus pais e da Lorraine.

- Oi. - eu murmurei para ele.

- Não gosto de ser cumprimentado assim. Vem cá.

Austin estendeu suas mãos para mim, e eu as segurei. Ele me puxou e me abraçou. Eu o abracei de volta e apoiei minha cabeça em seu tórax, e aquele perfume maravilhoso praticamente serviu como um calmante para mim. Ele beijou o topo da minha cabeça e ficou acariciando meu cabelo.

- Você está bem, meu anjo? - ele pergunta.

- Não sei. - respondi, e minha voz ficou abafada por eu ter enterrado meu rosto em sua camisa.

Ele levantou minha cabeça e me fez olhar diretamente nos olhos dele.

- Então me diga por que não sabe.

- Acho que precisaremos sair daqui... Minha mãe não está em casa, mas acho que ela pode voltar a qualquer hora e ela nos veria aqui.

- Quer ir para o meu carro? - ele me soltou.

- Tudo bem.

Ele me pegou pela minha mão e me levou até o carro, que estava estacionado em frente à uma casa do outro lado da rua.

- Você percebeu que estacionou em frente à uma garagem?

- Claro que sim, mas não me importo. - ele riu e abriu a porta para mim.

Nós entramos no carro e ele disse:

- Pode começar.

Austin virou-se para mim, olhando-me diretamente; seus olhos pareciam cansados, mas, ainda assim, me transmitiam calma, era como se ele estivesse realmente tentando estar totalmente disposto a me ouvir e me ajudar, mesmo que seu dia não tenha sido nada bom. E naquele momento, eu pensei em contar a ele o que eu havia passado naquele dia... Entretanto, eu não queria ser egoísta o bastante para deixar minha amiga sofrer por mim. Se eu contasse, com certeza o Austin faria algo com o Christopher, ele "daria o seu jeito". E se contasse para a polícia, daí seria o fim do mundo. Eu realmente estava sem saída.

Ele ficou me olhando, esperando que eu falasse algo, mas não consegui pensar no que dizer. Então, Austin pegou na minha mão e a apertou, entrelaçando nossos dedos. Ele suspirou e perguntou:

- Tem algo a ver com seu pai, não é?

Eu apenas murmurei um "sim", abaixando minha cabeça em seguida. Era disso que eu iria falar agora.

- Eu acho que ele e a minha mãe podem voltar a ficar juntos, e eu estou com muito medo. Ele pode magoá-la novamente...

- Por que acha isso?

- Parece que eles saíram juntos hoje.

- Você devia conversar com ela sobre isso.

- De que adianta? Ela não irá me ouvir.

- Apenas tente. Você sempre diz que é muito unida à sua mãe, então, eu presumo que uma boa e sincera conversa pode, no mínimo, amenizar a situação.

- Não sei... Acho bem capaz de ela ouvir a Kimberly ao invés de mim.

- Sua irmã?

- Sim.

- Você gostou dela?

- Ainda não sei dizer, ela me pareceu um pouco irritante.

- Aposto que ela não é pior do que a Tracy.

- Ugh, nem me fale daquela coisa! Acredita que ela estava me provocando por sua causa?

- Como?

- Estava se gabando pela aula extra que ela te implorou... Como se ela estivesse jogando na minha cara!

- Espera, ela sabe alguma coisa sobre nós dois?

- Sabe? - eu percebi que não havia pensado nisso antes. - Como?

- Você disse que ela é amiga do Christopher.

Eu parei por um momento e mantive o olhar num ponto fixo, mas eu não estava enxergando nada em específico, só estava pensando... Talvez tenha sido ela mesma quem contou tudo ao Christopher. Não consegui pensar em outro jeito dele ficar sabendo a não ser assim, pois ele apenas sabia o sobrenome do Austin, e aquilo não dizia nada - a não ser que alguém o conhecesse.

- Alexandria? - ele segurou o meu rosto e eu olhei para ele. - O que houve?

- Nada, nada. - eu dei uma risada nervosa e soltei a mão dele. - Acho que ela não sabe de nada, era só provocação mesmo...

- Ah, sim. Bem, eu não sei se foi impressão minha, mas ela estava agindo diferente comigo. Posso até estar alucinando, mas me pareceu que Tracy estava dando em cima de mim. - ele riu.

- Hã? Por quê?

- Na biblioteca, ela me olhava de um jeito diferente, fazia uns gestos estranhos, até o jeito que ela falava... Parecia uma tentativa frustrada de sedução. - ele fez uma careta. - Por um momento, achei que ela queria que eu visse seus peitos, pois o jeito que ela se inclinava em cima da mesa era medonho.

- Numa escala de 0 a 10, isso é um 15 no quesito "estranho". Ela nunca gostou de você.

- Eu sei, mas garotas são complicadas assim... Fingem que não gostam, até desprezam, mas depois correm atrás... Muito bizarro.

- Não importa! Quem ela pensa que é para fazer isso? Eu devia ter socado a cara dela quando eu tive chance, hoje mais cedo. Daí, ela não ficaria se atirando para o homem de alguém.

- Relaxa, meu amor, isso não resultou em nada, eu juro que desviei o olhar dos peitos dela. - ele deu uma risada rápida e tentou apertar minha bochecha, mas eu desviei. - O que foi?

- Antes, foi a diretora querendo te seduzir com aquela conversa dela, agora tem essa escrota querendo alguma coisa com você... Sem contar aquela mulher ridiculamente bonita da sua época de faculdade que também estava tentando te agarrar. Olha, eu não sei lidar com isso, tá? Agora, quero matar todas elas.

Austin riu alto e eu revirei os olhos.

- Não acredito que você ainda está com essa ideia louca de que a Mrs. Wood está afim de mim. E mesmo se estivesse... Nunca aconteceria nada! Muito menos com a Tracy, pelo amor de Deus! Se isso te conforta, eu também tenho vontade de matá-la. - ele sorriu. - E sobre a Kayla... Pode descartar, eu não vivo de passado, ok? Mas achei uma gracinha você sentindo ciúmes.

- Gracinha, nada, eu estou falando sério, Austin Robert Carlile! Nunca falei tão sério antes!

- Eu duvido. - ele arqueou uma sobrancelha. - Essa não é a expressão de quando você está falando sério. E sua voz não está nada firme. Não está falando sério! Eu sei disso. E você sabe, está cansada de saber que eu só tenho olhos para você. Não somente os olhos, mas o corpo todo, só para você. - Austin sorriu e me deu uma piscadinha.

Eu ri baixinho dos pensamentos indevidos que me vieram à mente naquele momento.

- Como eu posso ter certeza disso? - tentei parecer séria novamente, mas realmente não estava funcionando.

- Terá certeza agora mesmo.

Ele deu aquela risadinha de sempre, e foi se aproximando de mim, para me beijar. E depois daquele dia longo e estressante, era tudo que eu precisava.

Assim que Austin colocou a mão em meu pescoço, afastando meu cabelo de lá, eu retribuí o beijo, como se eu não fizesse isso há muito tempo. Nada mais era relevante, nem mesmo as preocupações que atordoavam a minha cabeça se sobrepunham. Acho que era esse o efeito que ele tinha sobre mim, e isso ficou evidente desde a primeira vez que nos beijamos: o resto do mundo não era importante, nem mesmo as circunstâncias, nem as consequências de termos começado a nos envolver. E agora tudo parecia tão certo, eu tinha certeza de que era aquilo que eu queria, e o que eu queria era estar com ele, apesar de tudo à nossa volta conspirar contra.

Eu apoiei as mãos em seu peito e o puxei pela gola da camisa, trazendo-o para mais perto de mim. Ele ficou acariciando o meu pescoço, até que foi descendo a mão e parou em minha cintura. Algum tempo depois, Austin me puxou e me colocou em seu colo, com um pouco de dificuldade. Nessa tentativa, eu acabei batendo a cabeça no teto do carro, e interrompi o beijo com um pequeno grito. Ele riu e me ajudou a colocar minhas pernas entre as suas, para que eu pudesse sentar no seu colo "corretamente".

Quando eu estava prestes a beijá-lo novamente, ele fala:

- Isso me lembra alguma coisa... Hum... Certo dia num píer qualquer de LA... Uma garota linda sentada no meu colo enquanto nos beijávamos intensamente. - Austin sorri e eu consigo ver um pequeno brilho em seus olhos enquanto ele olha para mim.

- É, naquele dia eu estava usando um vestido muito melhor do que esse. - eu sorri e senti que eu estava corando, mas ele não veria, estava bem escuro ali. E eu nem sei por que fiquei com vergonha...

- Não vejo problema algum nesse vestido, inclusive, eu posso até tirá-lo daqui a pouco.

- Então faça isso. - eu dei um selinho e depois mordi o lábio inferior dele.

Logo, estávamos nos beijando de novo.

Passei as mãos por debaixo da camisa dele e depois tentei tirá-la, o que não deu muito resultado porque estava um pouco apertado ali. Entretanto, ele conseguiu levantar o meu vestido e ainda conseguiu tirá-lo rapidamente. Eu parei para respirar um pouco - porque eu não conseguia perder o costume de parecer ter asma a cada vez que nos beijávamos, mas ele não queria parar, então, ele me puxou para o beijo novamente. Enquanto eu apoiava minhas mãos em seu pescoço, Austin passava as suas por quase todo o meu corpo, lentamente, como se quisesse explorar cada parte dele. Acabei me arrepiando quando ele passou as mãos nas minhas coxas, e soltei um tipo de suspiro quando uma das mãos dele passou por dentro da minha calcinha.

Ele passou a beijar meu rosto, e depois, meu pescoço, enquanto uma mão estava segurando o meu seio esquerdo - por cima do sutiã - e a outra ainda estava passando por dentro da minha calcinha. Eu apoiei minha cabeça no ombro dele rapidamente e respirei fundo, depois, voltei para minha posição normal e o beijei com toda a vontade que eu tinha - o que era muito.

E talvez eu tenha até me esquecido de que estávamos no carro e não tão longe da minha casa. Naquele momento, eu apenas o queria mais do que qualquer coisa.

Procurei o botão e o zíper de sua calça, e quando os encontrei, eu os abri com pressa. Ele mesmo abaixou a própria calça, enquanto eu me ajeitava para tornar essa ação possível. Notei que ele estava excitado, então me aproveitei disso para tocá-lo e estimulá-lo mais ainda. Detalhe: eu não tinha ideia de como fazer aquilo, mas eu tentei. Por cima da sua boxer mesmo, eu fiz algum tipo de massagem ou sei lá o que era aquilo, mas, por Deus, ele estava gostando, pois sua expressão dizia tudo. E quando eu passei a fazer aquilo mais rápido, acabei me empolgando como eu nem imaginava que poderia, e passei a mão por dentro da boxer, fazendo os movimentos diretamente em seu membro.

Bem, eu estava me sentindo a expert no assunto, nada parecia errado e Austin estava aproveitando cada segundo. Ele colocou ambas as mãos em meu quadril, e passou a apertar minha bunda com força ao tentar conter alguns gemidos que ele soltava. Não havia no mundo coisa mais sexy do que os gemidos graves e um pouco roucos do meu namorado.

Eu tentei beijá-lo enquanto fazia aquilo, mas não durava muito porque ele não conseguia se conter. Então, eu resolvi parar um pouco, o que deixou Austin ali, parado, esperando por mais. Contudo, eu entrei no jogo reverso e beijei-o com a menor pressa do mundo. Coloquei as mãos em seu tórax e senti que seu coração estava exageradamente acelerado, o que poderia dizer que ele tinha chegado perto do seu êxtase, mas como eu não terminei meu trabalho com a mão... Eu o deixei na vontade, e eu estava adorando a ideia de poder levá-lo à loucura assim.

Ele demorou um pouco para reagir, mas quando fez isso, Austin passou a mão pelas minhas costas e abriu o meu sutiã, tirando-o e jogando-o no banco do lado. Agora, eu estava praticamente nua, enquanto ele estava praticamente todo vestido, pois sua calça só estava abaixada. Já que estávamos naquilo juntos, nada mais justo do que tirar sua roupa também, não é? Os vidros do carro eram escuros o bastante e nem mesmo na luz solar alguém poderia enxergar algo, e o carro estava com a frente em direção à casa em que ele estava estacionado. Além do mais, parecia que não havia ninguém em casa, portanto... Eu já não me importava mais com nada.

Tentei, mais uma vez, tirar a camisa dele, e dando um jeitinho, nós conseguimos fazer isso, mesmo que ele tivera de se abaixar um pouco para tirá-la. Joguei-a no banco do lado, também.

Austin passou os lábios pelos meus seios, beijando-os e dando algumas mordidas de leve, e outras, nem tanto. Enquanto isso, ele voltou com a mão para dentro da minha calcinha e agora era ele quem estava fazendo movimentos com ela.

Ok, ele era muito melhor em fazer isso comigo do que eu poderia jamais tentar fazer com ele.

Não demorou muito para que eu ficasse excitada também, e minha boca já não segurava mais os gemidos, por mais que eu tentasse. Eu me ajoelhei no banco por uns segundos, enquanto eu me contorcia um pouco e tentava me conter, mas era quase impossível. Meu coração estava quase pulando pela garganta e eu estava prestes a soltar aquele gemido, quando eu percebo que Austin havia parado.

Fiquei ali, respirando fundo, abri os olhos e o encarei. Quando vi aquele sorrisinho de vingança cumprida em seu rosto, eu senti vontade de batê-lo. Aquilo era golpe baixo. Depois de longos segundos em que eu tentava recuperar o ar, eu murmurei para ele:

- Você é muito malvado. - eu sorri e respirei fundo.

- Mas você ainda nem viu nada da minha maldade. - ele passou a língua entre os lábios e deu um sorrisinho. - Abra o porta-luvas.

- Por quê? Tem algemas ali dentro? - eu ri.

- Ainda não, mas quem sabe depois... Sei que este é o seu maior desejo. - ele deu uma risadinha. - Apenas abra, babe.

Eu me estiquei até o porta-luvas, sem sair do colo do Austin, e consegui abri-lo. O que eu encontro lá? Nada demais, apenas DEZENAS de camisinhas.

- Isso é o que eu chamo de estar preparado. - eu comentei, enquanto eu pegava uma delas.

- Antes de pensar que sou ninfomaníaco, eu as peguei hoje na escola que eu dou aula. Era para distribuir para os alunos, mas como muita gente nem pegou nenhuma... Eu não poderia desperdiçar, não é?

- Claro, concordo plenamente com o senhor, Mr. Carlile. E quero ter certeza de que vamos usar todas.

- Todas? Hoje?

- Óbvio que não! - eu ri e abri a embalagem, entregando-a para ele logo em seguida.

- Não, quero que você faça as honras, senhorita. - ele me deu de volta.

- Ok. - eu o fitei por um tempinho antes de começar a abaixar sua boxer.

E quando o fiz, ele se ajeitou para que eu conseguisse fazer isso melhor.

Era a primeira vez, também, que eu colocava uma camisinha em alguém - era sempre ele quem fazia isso. Podia dar errado? Com certeza, mas rezei mentalmente para que isso não acontecesse e que eu não parecesse uma idiota.

Abri e posicionei o preservativo como eu imaginava que teria de ser feito, e o coloquei em seu membro com tanto  cuidado que até parecia que eu estava segurando algo feito de porcelana. Ok, deu tudo certo.

Austin me levantou um pouco e tirou a minha calcinha, mas, dessa vez, não foi com tanta facilidade. Ele me segurou pela cintura e me beijou, até que ficássemos no clima outra vez, e nem demorou muito. Eu já estava morrendo de vontade desde quando eu nem estava em seu colo mesmo...

Logo, ele me pegou pelo quadril e me ajudou a introduzir seu pênis em mim. Foi ele, também, que me fez começar os movimentos, me puxando para cima e para baixo. Tudo bem, amorzinho, isso aí eu posso fazer por conta própria. E foi isso que eu fiz: tirei as suas mãos do meu quadril e as coloquei em meus ombros, e comecei a fazer os movimentos por mim mesma, e muito mais rápido do que como ele estava fazendo.

Ele me dava uns beijos entrecortados quando ele conseguia, então eu me curvei um pouco para facilitar isso. Desacelerei o ritmo quando comecei a soltar os famigerados gemidos, e ele também. Austin aproveitou para beijar meu pescoço e apoiou uma de suas mãos em minhas costas, e deixou a outra repousar em minha bunda. Aquela posição não era muito confortável, eu mal conseguia apoiar minhas pernas no banco, e estava um pouco apertado para me movimentar direito. Mas a sensação era tão boa que as circunstâncias nem me afetavam muito.

Ele me puxou pelo cabelo e me beijou, mas não foi rapidamente como das outras vezes. Eu até parei de fazer os movimentos e meio que me sentei em seu colo, apoiei minhas mãos em seu tórax e deixei alguns arranhões. Mas não demorou muito para que eu voltasse à minha posição inicial e continuasse o que eu estava fazendo antes.

Enquanto eu me movimentava, Austin tentava olhar nos meus olhos, e eu não conseguia desviar deles. Ele me segurou pela cintura com força e soltou um gemido alto, agora, fechando os olhos por uns instantes. Parecia que ele estava perto do ápice, mas eu não estava, então eu aumentei o ritmo, o que fez ele me apertar com mais força, como se estivesse tentando se conter novamente. Vi seus olhos se fecharem novamente e Austin me largou, soltando um grunhido abafado e encostando a cabeça no banco. Ele estava ofegando, então, eu finalmente parei.

Austin abriu os olhos e sorriu para mim, dando um suspiro de alívio. Eu enxuguei, com as costas da mão, um pouco do suor que estava a escorrer pela minha testa. Nós ficamos ali, naquela posição, sem falar nada por um intervalo de tempo que me pareceu longo. E nesse meio tempo, ele estava me fitando, e eu nem sabia como reagir.

Sim, eu estava meio sem jeito porque ele teve um orgasmo e eu só cheguei perto disso. Não que eu estivesse decepcionada, mas...

Eu apenas sorri e dei-lhe um selinho. De repente, uma luz estranha passa pelo lado de fora e eu desvio o olhar para lá. Era o farol de algum carro. Eu parei para analisar, e parecia justamente o carro da minha mãe. Rezei aos céus para que ela não tivesse olhado para o lado. Ao mesmo tempo, eu me desvencilhei do Austin, sentando no banco do carona rapidamente. Ele me encarou, surpreso, e perguntou:

- O que houve?

- Acho que vi a minha mãe passar. - eu dei uma risada de nervosismo.

- Ah, não, isso é hora de chegar? Caramba, sogrinha, assim não dá. - ele deu aquela risadinha gostosa.

- Pois é, aliás, onde você colocou o meu vestido? - eu sorri, timidamente.

Ele se abaixou e o pegou, trazendo também minha peça íntima e entregando-os para mim. Eu vesti tudo - meu sutiã no qual eu havia sentado em cima, também - e Austin tirou o preservativo, levantou sua boxer e sua calça com um pouco de dificuldade. Quem mandou ser enorme? Ele mal conseguia se mexer direito sem que batesse a cabeça no teto. Não que eu esteja reclamando da sua altura... Ela traz muitos benefícios, se é que você me entende. E quando ele conseguiu isso, eu o entreguei sua camisa para que a vestisse.

Enquanto isso, tentei olhar o carro, que havia chegado, pelo retrovisor. Estava um pouco escuro, mas dava pra perceber que era o carro da minha mãe. Ela havia acabado de colocá-lo na garagem.

- Você já vai embora? - ele pergunta, com uma voz manhosa, e eu desviei o olhar para ele.

- O que eu queria mesmo era ir embora para o seu apartamento. - eu sorri. - Mas você sabe... Seria impossível. E eu estava prestes a ir dormir quando você me ligou, lembra?

- Mas agora você está bem acordada, minha querida. - ele riu. - Ainda está tão cedo...

- Eu sei, Austin, mas eu ainda estou cansada. Preciso dormir bem para encarar sua aula chata de Sociologia amanhã. E mais duas de Física.

- Ah, é? Pois você verá o que irei fazer na aula de amanhã. Me aguarde, mocinha.

- Você soou tão ameaçador agora, Carlile, nossa, eu fiquei bem amedrontada. - eu ri.

- E vai ficar com mais medo ainda, srta Holland.

- Shhhh. - eu o calei com meu dedo indicador e, depois, dei um selinho. - Você não é de nada. - dei mais outro selinho. - Vejo você amanhã.

- Ok, não tem jeito mesmo. - ele deu um sorriso fraco. - Se acontecer algo, não hesite em me ligar.

- Acho que passamos mais tempo falando por ligações do que pessoalmente. - eu ri.

- Claro, você vive fugindo ou indo embora subitamente, né?

- Porque sempre tem alguém para me atrapalhar e me induzir a fazer isso. - eu suspirei e o fitei por uns segundos, até que o abracei e apoiei minha cabeça em seu peito.

- Adoro suas mudanças de humor. - Austin deu aquela risadinha e me abraçou de volta. - Sabe que não precisa ir.

- Eu já dei muito trabalho à minha mãe hoje, então, eu só queria que ela ficasse em paz comigo essa noite.

- Ok. - ele suspirou e se soltou do meu abraço. - Mas ainda pode me ligar, se quiser.

- Sei que você me ama e que é difícil ficar longe de mim e tal, no entanto, eu escolho dormir ao invés de te ligar. E sei que você vai me perdoar por isso. - eu sorri.

- Oh, isso tudo é verdade mesmo. - Austin riu e passou a mão no próprio cabelo, tentando ajeitá-lo. - Boa noite, querida.

- Boa noite, Carlile.

Eu dei-lhe um beijo rápido e abri a porta do carro, saindo logo em seguida. Após atravessar a rua, eu acenei para ele antes de entrar em casa, e ele retribuiu com um sorriso. E acho que eu não consegui conter o meu, também, quando entrei pela porta.

Pena que esse sorriso se desfez quando eu vi a minha mãe e o Joshua sentados no sofá, juntos. Eles não estavam se agarrando, nem se abraçando, mas só de vê-los próximos assim já me dava náuseas. Tentei ignorar a presença dos dois, mas não foi recíproco. Quando eu estava subindo as escadas, Melinda pergunta:

- Onde você estava?

Eu parei, respirei fundo e respondi:

- Pergunte à Kimberly, ela sabe. Boa noite.

Continuei a subir as escadas e entrei no meu quarto, batendo a porta com força.

Dormir. Era tudo que eu precisava. Mas não por apenas uma noite, e, sim, por vários dias, até que aquela merda toda se ajeitasse.

 

 

 

*****

 

Chegando na escola, eu esperava encontrar a Lorraine lá, mesmo que parecesse improvável. Era o que eu queria acreditar. Contudo, Christopher não seria tão bonzinho assim para liberá-la sem mais nem menos. Eu estava me sentindo terrível.

- Hey, Alex. - ouço a voz do Zachary e me viro para ele.

- Oi. - eu dei o sorriso mais forçado do mundo.

- Você fez a atividade de Física? Eu acabei não fazendo todas as questões, queria uma ajuda.

- Atividade? Ah, nossa... Eu nem me lembrava. Não fiz, não. Sinto muito, não posso te ajudar.

Eu sentei-me em meu lugar costumeiro e suspirei. Achei que estava livre dele, mas Zach se sentou na cadeira atrás de mim.

- Hum, você não me parece bem. Teve uma noite ruim? Você parece cansada.

- É, eu não dormi muito bem.

- Teve pesadelos?

- Não, foram coisas bem reais mesmo, só que tão ruins quanto pesadelos. - eu dei uma risada fraca. Eu nem estava olhando para ele e só queria que aquela conversa terminasse ali mesmo...

- Está tendo problemas com  a família?... Amigos?... Sei lá. Você está?

Eu limpei minha garganta e olhei para ele por um instante, tentando decifrar o que ele estava querendo com aquilo.

- Nada. Esquece.

Virei-me para frente outra vez e, finalmente, ele parou de falar. Queria Zachary saber desses detalhes ingenuamente ou será que ele sabia de algo, mas só queria tirar a prova? Não sei. Minha cabeça não estava raciocinando direito.

Não dei a mínima atenção para as primeiras aulas, apenas fiquei me distraindo com as coisas que estavam em cima da minha mesa. Só me situei no tempo quando o sino tocou e as pessoas saíram sem as mochilas, indicando que estava na hora do intervalo para o lanche. Fui a última a sair, levantando-me lentamente, como se eu estivesse tonta. Caminhei até o refeitório, peguei um sanduíche, um suco e me sentei do lado de fora da escola, debaixo de uma árvore. Fiquei observando as pessoas passando, o vento balançando as árvores, as nuvens atravessando o céu e perdendo sua forma. Eu estava distante, não sabia onde. Ao menos, era bom esvaziar a mente. É muito difícil não pensar em nada: meus pensamentos me atordoavam tanto que chegavam a transbordar.

Eu já estava dando a última mordida no meu sanduíche - e nem tinha percebido que havia tomado tanto tempo fazendo isso -, quando sinto meu celular vibrar em meu bolso. Uma nova mensagem. Quando olho quem enviou, desbloqueio a tela tão rápido como nunca fiz antes. Era a Lorraine. Eu estava morrendo só para saber qualquer coisa sobre ela.

"ALEX, VENHA AGORA PARA A SALA DE AULA!!

Eu consegui fugir daquele lugar estranho, e apesar de quase me perder no caminho, eu estou aqui. Tenho muita, muita coisa pra te contar. Você precisa vir aqui. Rápido!"

No mesmo momento, eu joguei o pedaço do sanduíche no chão, deixando lá, também, o copo. Corri de volta para a escola, quase me esbarrando em cada pessoa que eu encontrava no caminho. Ao chegar em frente à sala, eu tentei abrir a porta, mas parecia haver algo do outro lado que me impedia de fazer isso. Empurrei-a com força, até que consegui abri-la. Havia uma mesa atrás da porta (era isso que estava me impedindo). Olhei em volta, procurando por algum sinal da Lorraine. Contudo, eu acabei achando outra coisa.

Fiquei paralisada diante do que eu estava vendo. Eu não conseguia piscar os olhos, parecia que faltava ar em meus pulmões e saliva em minha boca. Após longos segundos de estática, eu levei minha mão à minha boca ao olhar em volta mais uma vez e me deparar com aquele cenário.

Eu deveria ter feito algo, deveria ter acabado com aquilo, mas eu só conseguia me tremer, ainda sem conseguir sair do meu estado de choque.

A sala estava cheia de fotos, desde a mesa do professor até as paredes. Havia fotos espalhadas pelo chão, pelas cadeiras, coladas no quadro negro. Nele, havia frases com o meu nome. Para ser mais exata, com o meu nome e do Austin.

As fotos eram variadas, sendo algumas que eu e Austin tiramos juntos - as quais tenho certeza de que nunca saíram do meu celular, ao menos não por mim - e as outras fotos eram do dia que saímos para jantar, além de fotos que eu nunca imaginei existir: nós dois conversando no carro, no dia que voltei para casa depois daquela ligação indesejada... E o pior e mais estranho de tudo: fotos da noite anterior, desde o momento que estávamos próximos à árvore, até nosso momento íntimo no carro.

Eu realmente não sabia como aquilo foi parar ali. Claro que eu sabia de quem teria sido a ideia estúpida, mas quem teria tirado essas malditas fotos?

E por que diabos elas estavam ali?

Não consegui entender. Eu havia cumprido minha parte. Não contei ao Austin sobre o Christopher ter me sequestrado e a Lorraine também. Eu nem mencionei nada que pudesse remeter a isso. E, ainda assim, ele havia feito aquele cenário, e ainda ele estava com a Lorraine. Mas... Como ele teria conseguido entrar lá?

Eu passei tanto tempo me perdendo com esses questionamentos, que acabei nem me dando conta de que em instantes o sino tocaria para os alunos voltarem às salas. Saí pegando as fotos do chão com a maior pressa que eu pude; com as mãos ainda tremendo de desespero, eu mal conseguia segurar as fotos. Meu coração acelerava a cada passo que eu dava. A todo o momento, eu olhava o relógio na parede. Não daria tempo de eu tirar tudo sozinha.

Eu corri até a porta, fechando-a e empurrando a mesa para impedi-la de ser aberta. Apaguei tudo que estava escrito no quadro, arranquei as fotos coladas nele, corri pela sala tirando as fotos das mesas e cadeiras.

O sino tocou. Prendi a respiração e olhei à minha volta. Ainda havia fotos no chão e na parede. Eu estava em pânico, nem conseguia movimentar minhas pernas sem ter o sentimento de que elas iriam ceder a qualquer momento. Senti meus olhos encherem-se de lágrimas. Pude ouvir o barulho dos alunos do lado de fora. Não vai dar tempo, não vai dar tempo...


Notas Finais


É, vocês devem ter percebido que grande parte do capítulo é apenas um pretexto para o próprio final dele. E sobre esse hentai: me senti culpada e ao mesmo tempo desafiada pela mocinha que comentou em um dos capítulos anteriores que Austin e Alex estavam muito comportados hahaha e eu tenho o costume de parar de escrever bem na hora H, mas decidi fazer. Me perdoem se tá uma merda, tive que me basear em tanta coisa...... Enfim. Espero que alguém ainda esteja lendo / gostando ou sei lá. Só sei que gosto muito de escrever NSIC e não pretendo abandoná-la. Só demorar um pouco pra att, rs. Beijos.


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