- Como assim? Eu fiz algo de errado?
- Não, claro que não, você nunca fez nada errado... O problema sou eu.
- Mas você também não fez nada de errado, meu bem. Do que você está falando?
- Eu sou um problema pra você, não está vendo? Nunca conseguiremos ter uma relação normal.
- Mas... Espera... O que é isso? Você não está terminando comigo, hein, Alex?!
- Não é nada disso, pelo amor de Deus! Você sabe que eu te amo, Aus, mas nós dois corremos riscos juntos! E não sei se você está preparado para isso, tampouco sei se eu estou. Não consigo andar por aí sem me sentir como uma bomba relógio, eu só acabo com as pessoas à minha volta... - eu segurei o choro o máximo que pude naquele momento.
- Eu não estou entendendo, mas não estou gostando nada disso!
Respirei fundo novamente, olhei para a janela mais uma vez, e como não vi nenhum sinal nem da Tracy nem do Christopher, eu falei:
- Só quero dizer que tenho medo de te perder... Hoje, um pouco antes da sua aula, eu cheguei muito perto disso.
- Vai, finalmente, me contar o que houve?
- Sim... Quando eu cheguei à sala de aula, vi uma cena terrível. Havia fotos de nós dois espalhadas por toda a sala. Muitas, muitas fotos mesmo... Fotos que eu nem sabia da existência! Tem alguém nos vigiando, Austin. Havia fotos da gente em todos os lugares públicos que fomos. E se tiver alguém agora fazendo isso? Qual será o próximo passo? Colocar as fotos no telão do campo de futebol? Eu não sei! Estou com muito medo!
Ele ficou literalmente boquiaberto, e foi a única forma que ele conseguiu reagir. Deixei umas lágrimas escaparem, mas logo as enxuguei. Demorou um pouco para que Austin falasse algo:
- Como... Como isso aconteceu? Quem colocou essas fotos, quem tirou essas fotos? E para quê, a troco de quê?!
- Só pode ter sido ideia do Christopher, é óbvio! Mas estou certa de que não foi ele quem as colocou lá... Ele sempre tem alguém pra fazer o serviço sujo.
- O que esse idiota quer com você? Porra, só usa o tempo dele pra te infernizar? O que ele ganha com isso tudo?
- Não sei, não sei mesmo... - eu suspirei.
Bem, eu sabia, e sabia muito bem. Ele deixou bem claro no dia anterior... E não pararia com isso até conseguir seu objetivo, o qual era o que eu mais temia.
- Pois, eu acho que ele tem uma espécie de amor obsessivo com você. Por você não ter correspondido naquela época, sabe? Talvez ele não tenha estômago o suficiente para te ver com outra pessoa. Ele sabe que nunca conseguirá isso e quer acabar com a gente. Mas eu não vou deixar isso acontecer.
- Não há nada a se fazer! Eu não sei o tamanho da loucura dele, mas hoje ele provou que não está para brincadeira. E, acredite, ainda dei muita sorte diante disso tudo... Uma garota achou uma das fotos debaixo da mesa dela, e foi me entregar.
- Como isso pode ser sorte? Ela sabe da gente! E se ela contar a alguém? Se mostrar para a diretora? Estamos ferrados! - pela primeira vez, Austin parecia genuinamente preocupado e com medo.
- Não, não se preocupe... Nós conversamos, e ela não tinha a intenção de fazer isso. Por isso, demos sorte. Ela não irá contar a ninguém, nem fará nada a respeito disso. Segredo mantido.
- Oh, Deus. - ele passou as mãos no próprio rosto e abaixou a cabeça. - Você tem certeza?
- Ela me garantiu! Mas para assegurar, você poderia dar uma força para ela no trabalho de História...
- Foi ela quem pediu isso?
- Sim. Acho melhor aceitar a ideia.
- Qual o nome da garota?
- Emma Claire Byrnes. Ela pediu para você considerar apenas o trabalho escrito dela, pois não gosta de falar em público.
- Meu bem, se ela quiser, eu posso dar um A para todas as provas e trabalhos do semestre, eu não me importo. Puta que pariu, imagina se uma garota como a Tracy pega essa foto? Que estrago seria!
Coitado do Austin, mal sabia do quem estava realmente acontecendo... Contudo, eu preferi não falar nada sobre isso. Não queria deixar a situação mais catastrófica do que já estava.
- Pois é... Foi bem trabalhoso recolher cada foto antes que alguém chegasse e ainda me controlar para não ter um ataque de pânico.
- Que ideia mais estúpida. Ele gosta de espetáculos, não é? Eu deveria montar uma plateia para assistir ao episódio em que eu irei batê-lo tanto ao ponto de ele não conseguir mais levantar.
- Eu adoraria ver você fazer isso, mas sabemos que não pode.
- Eu posso, mas não devo. No entanto, se ele pensar em levantar as mãos para te agredir, eu não irei hesitar.
- E você lê pensamentos agora?
Ele revirou os olhos e começou a comer. Depois de algumas garfadas, ele continuou:
- Por acaso, você encontrou com ele recentemente?
- Eu? Ah, não, não... É... Não.
- Hum... Obrigado por confirmar o que eu estava pensando. O que ele fez com você, Alexandria? Ele está aqui?
- O quê? Não, claro que não! Por que acha isso? - eu falei rapidamente, e era tão difícil disfarçar, ainda mais quando ele sabia que eu não consigo me controlar quando estou escondendo algo.
- Meu bem... Conte-me a verdade. Não vai doer. Sei que aconteceu algo, está estampado em seu rosto. E não há condições de você ter ido ao banheiro, voltar assim e não ter acontecido nada.
- Austin... Eu não sei se ele está aqui, não tenho certeza.
Ele me fitou por um tempo, olhou para os lados, levantou-se e foi andando pelo restaurante. Supus que ele estava à procura do Christopher. Eu fui atrás dele, mas não consegui alcançá-lo. Austin foi para o lado de fora do restaurante e eu o chamei para voltar, mas fui ignorada. Também saí de lá, e fui seguindo-o. Austin parou na rua ao lado do restaurante, e quando me aproximei e vi que o Christopher estava mesmo lá, como Tracy havia dito, meu coração quase parou.
Austin estava olhando para ele, e o garoto tinha em seu rosto o mais sarcástico dos sorrisos já vistos.
- Esse é o cenário que eu queria ver. - Christopher diz e cruza os braços, apoiando os pés na parede. - E aí, grandão. É a primeira vez que tenho o prazer de falar com você.
- Poupe-me do seu discurso de vilão falido. Que merda você está fazendo aqui? Você não tem uma vida para viver? - Austin responde.
- Mas eu tô vivendo, não tá vendo? Estou aqui, assistindo vocês dois... O casal mais bizarro que já vi.
- Como se a sua opinião de merda fosse mudar alguma coisa em nossas vidas. Você se acha tão relevante ao ponto de pensar que suas palavras têm poder, mas elas refletem o que você é: um lixo.
Christopher deu uma gargalhada e disse:
- Você está com ele por causa de todo esse discurso bonito, não é, Alexandria? Olha só. E você se acha importante assim, grandão? Foda-se o que você pensa de mim.
- Não interessa por qual motivo ela está comigo. Você nunca terá algo com ela como eu tenho, e nunca mais irá encostar seu corpo no dela. Supere isso.
- E de quê isso importa? Eu já brinquei o bastante com o corpo dessa garota. E no final das contas, você deve se lembrar de apenas isso: eu comi tanto a sua namorada que você não tem nem mais o que aproveitar dela.
Eu fiquei estática, mas o que eu realmente queria era enchê-lo de tapas e chutes por causa disso. O pior de tudo é que as lembranças vieram novamente... Nojo, eu só sentia nojo dele... E sentia raiva de mim, ao mesmo tempo em que sentia raiva dele. Eu me odiava e odiava minha fraqueza.
Eis que eu vejo Austin levantar o braço e eu já imaginei o que estava por vir.
Ele deu um soco que acertou em cheio a mandíbula do Christopher. Não havia chance de defesa. Eu me senti aterrorizada com aquela cena, ao mesmo tempo em que me senti aliviada.
- Austin!! - foi o que consegui gritar até vê-lo partir para cima do Christopher e começar a batê-lo impiedosamente.
Eu tentava não gritar. Mesmo que parecesse certo para a minha mente traumatizada, eu sabia que não era, sabia que ele se prejudicaria. E eu não poderia fazer nada, como iria separar dois homens fortes? Comecei a me tremer, eu estava com tanto medo. Principalmente quando vi que Christopher começou a reagir...
Ele deu um chute na perna do Austin, que se abaixou temporariamente, o que foi o bastante para Christopher acertar um soco no rosto dele, mais precisamente no seu olho, e depois deu outro soco em seu nariz.
Parecia que eu também estava sentindo sua dor. Comecei a chorar e gritar por ajuda. Aquela maldita rua estava vazia, e eu não conhecia aquele lugar.
Austin se ajoelhou e gritou de dor, mas quando Christopher se preparava para batê-lo novamente, Austin o pegou pela cintura e deu algum golpe estranho, o qual eu imaginei que fosse fruto do tae kwon do que ele praticava, o que fez Christopher cair no chão, e logo Austin estava dando uma chave de braço em seu pescoço, deixando-o vulnerável.
Agora, Christopher que estava gritando. Repentinamente, um homem corre na direção deles e tenta separá-los.
- Senhor, largue o garoto! Largue-o ou eu vou chamar a polícia!
Por um momento, Austin pareceu ter obedecido àquele pedido, mas, na verdade ele apenas tirou o braço em volta do pescoço do Christopher, para encher seu rosto de socos. Ele batia tão rápido e com tanta força que Christopher não conseguia nem se mexer.
O homem, encontrando-se desesperado e sem mais opções do que fazer, jogou-se em cima dos dois, e conseguiu puxar o Austin, com muito esforço, para que saísse de cima do Christopher. O indivíduo o levantou e colocou os braços do Austin para trás. Enquanto isso, Christopher permanecia no chão, com o rosto ensanguentado. Eu não conseguia parar de olhá-lo. Nele, eu via a minha reflexão, daquele fatídico dia em que ele fez o mesmo comigo, e deixou-me no chão, indefesa, sentindo dor. Não sei bem se era essa sensação, mas parecia um tipo de vingança realizada, um alívio sem explicação. Vê-lo vulnerável não era algo que eu tivesse visto antes, mas era uma das cenas mais agradáveis que meus olhos poderiam ver, por mais insano que isso parecesse.
- Você está maluco? Olha só o seu tamanho, cara! Você estava batendo num adolescente! - o homem disse, e em seguida largou o Austin para dar atenção ao Christopher. Ele se agachou e perguntou: - Você está bem, garoto? Quer que eu chame uma ambulância?
Christopher começou a se remexer e tentou se levantar, mas suas primeiras tentativas não deram certo.
- Não... Não precisa... - ele passou a mão na boca e cuspiu sangue.
- Tem certeza? Sua boca está sangrando... Você perdeu algum dente?
- Não sei... Não esquenta com isso... - ele conseguiu se sentar no chão e passou a mão na boca novamente. - Pode ir embora, valeu aí.
- Hum... Tudo bem então. - o homem se levantou e se direcionou ao Austin. - Você deveria ter vergonha de si mesmo. Agradeça por eu não ter chamado a polícia, babaca. E você, garota? Está bem?
Eu apenas assenti, ainda tendo lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
- OK. E você, cara, controle-se da próxima vez. - ele deu um empurrão no Austin e foi embora.
Puxei Austin pelo braço para fazê-lo ir embora, mas antes, ele disse:
- Essa foi só a primeira parte, seu filho da puta.
Ele ainda teve a coragem de dar um chute no Christopher depois disso. Eu puxei-o novamente e consegui levá-lo para fora dali.
Austin estava ofegando. Sangue escorria pelo seu nariz e sua mão esquerda parecia inchada. Eu não sabia como acalmá-lo, não sabia o que fazer depois daquilo... Então, apenas o levei para dentro do restaurante novamente.
Vários olhares voltaram-se para nós, mas eu estava tão atordoada que nem me importei, e aposto que ele também não.
Nós nos sentamos à nossa mesa novamente, e eu olhei para o lado de fora, rezando para que Christopher não voltasse correndo e tentasse revidar por ter apanhado. Quando olhei para o Austin, chorei ainda mais do que antes. Reparei que seu olho direito estava começando a ficar roxo, por causa do primeiro soco que ele tomou. Fiquei muito tempo sem conseguir falar nada, e ele preferiu não falar. E nem olhou para mim. Apenas encarava seu prato de comida, ainda cheio, enquanto tentava regular sua respiração.
Eu esfreguei as mãos em meus olhos na tentativa de conter as lágrimas. Eu ainda estava tremendo, e não sei como não tive um dos meus ataques costumeiros. Cheguei perto disso, pois minha boca ficou dormente, me bateu uma breve tontura... Mas eu consegui me manter normal.
Olhei para o copo de suco que estava à minha frente e me forcei a tomá-lo. Ouvi Austin suspirar e olhei para ele, que finalmente me olhou de volta. Ele pegou um guardanapo e passou no nariz, tentando limpar o sangue.
- Eu sinto muito. - ele diz, um pouco mais baixo do que o seu tom de voz normal.
- Você precisa ir para casa. - eu respondi. - Você tá bem?
Ele amassou o guardanapo e o jogou na mesa. Eu tomei todo o suco de uma vez, mas não consegui mais pegar na comida.
- Eu irei ficar bem. Caramba, eu estraguei o nosso almoço. - Austin deu um sorriso fraco.
- Esqueça. Agora o que você precisa é cuidar desses machucados. Vamos embora.
- Eu te deixo em casa, então.
- Não, eu vou com você.
- Não quero causar mais problemas.
- Foda-se, a minha mãe está muito ocupada com aquele desgraçado do meu pai para me dar atenção.
- Tem certeza?
- Austin. Você acabou de bater num garoto por mim. Cuidar de você é o mínimo que eu tenho a fazer.
- Obrigado, Alex. Eu... Preciso pedir a conta antes.
- Deixe que eu faça isso.
Ao sairmos do restaurante, eu fiz questão de olhar para todos os lados para checar se tudo estava bem.
Eu abri a porta do carro do Austin para que ele entrasse. Ele fez isso com um pouco de dificuldade e se jogou no banco, mas não deve ter sido uma boa ideia, pois ele gemeu de dor. Fechei sua porta e fui abrir a minha, entrando logo em seguida.
Austin encostou sua cabeça ao banco e ficou encarando o teto do carro por alguns segundos. O silêncio me permitiu ouvir sua respiração ainda irregular. Talvez a adrenalina ainda estivesse correndo pelas suas veias. Logo, o silêncio é quebrado quando ele pergunta:
- Você está brava comigo e quer me bater ainda mais, porém, está agindo pela emoção nesse momento, e não pela razão, por isso está tentando cuidar de mim, não é?
Eu dei um sorriso e me admirei por ele ter provocado essa reação em mim num momento tão difícil. Toquei em seu braço rapidamente, o que fez voltar sua atenção para mim.
- Não sei bem como estou me sentindo em relação a isso, mas tenho quase certeza de que não estou com raiva de você.
- Bem, isso faz a dor que estou sentindo parecer um pouco melhor. - ele sorriu.
- Até que você se saiu muito bem para quem estava "enferrujado" nas artes marciais. - dei uma risada baixinha. Austin sorriu novamente e me olhou diretamente em meus olhos.
- Eu te amo tanto que às vezes tenho medo disso.
Fiquei um momento tentando entender o que significava aquilo. Por que ele teria medo? Apesar de eu querer saber a resposta, não me esforcei em perguntar.
- Eu só tenho medo de você se machucar outra vez por minha causa.
- Não me importo se isso acontecer, pois eu sei que seria necessário.
- Oh, Austin, é melhor irmos logo antes que eu mude de ideia e queira mesmo te bater mais ainda. - eu dei um tapa de leve em seu braço.
Ele riu e murmurou um 'OK'.
No caminho para sua casa, fiquei pensando em toda a situação. Eu não queria demonstrar meu desespero, mas eu estava realmente preocupada com o futuro do Austin a partir dali. Era óbvio que o Christopher não iria deixar isso barato. Ainda tinha a Lorraine, que eu nem sabia como estava. E se ele resolvesse atacá-la para me provocar? E se fizer com o Austin o mesmo que fez com ela, e prendê-lo em algum lugar que nem sei onde é?
Não queria pensar nas respostas. Não queria dar a ele o prazer de me ver amedrontada. Neste dia, eu vi Christopher Reynolds apanhar até sangrar, e meu lado sádico estava muito feliz para se preocupar com outra coisa.
Eu também não iria dar o gosto de ele me seguir de novo. Desliguei o celular para evitar qualquer rastreamento.
- Eu daria qualquer coisa para descobrir o que você está pensando. - Austin interrompe meus pensamentos.
- Nem precisa... Eu só estou pensando no almoço que não comi. - eu forcei uma risada.
- Ah, é. Com certeza, é isso mesmo. - ele deu aquela risada rápida. - Desculpa atrapalhar seus devaneios, mas nós já chegamos.
Eu não havia percebido que nós estávamos indo em direção ao estacionamento do condomínio dele. Quando ele entrou e estacionou, eu saí primeiro e abri a sua porta, ajudando-o a sair.
- Calma, amor, não é como se eu estivesse aleijado. - ele riu.
- Se você reclamar de novo, eu te deixo aleijado. - eu o abracei pela cintura, já que é a parte do corpo mais próxima que meu braço consegue alcançar, e o levei para dentro do prédio.
Chegando lá em cima, eu peguei as chaves do bolso dele e abri a porta. Após nós entrarmos, Austin disse:
- Acho que irei considerar fazer cópias das chaves para você.
Engoli em seco e fechei a porta.
Eu sabia o que aquilo significava... E isso meio que me deixava pensativa. Me fazia pensar que desde que nos conhecemos, tudo tem ido rápido demais: o primeiro beijo, a atração, a paixão, o namoro... E agora ele quer que eu tenha as chaves dele para que eu entre a hora que eu quiser. Aproximadamente duas semanas de namoro. Mesmo que pareça que eu o conheça há muito tempo, sabemos que não é verdade. E eu me senti um pouco desconfortável com isso, não vou negar. Tudo tem sido muito intenso e minha mente lenta tem tido problemas de acompanhar, ainda mais com todos esses acontecimentos ruins ao mesmo tempo. Mas eu não queria que ele soubesse disso, então não respondi ao seu comentário.
Joguei minha mochila no sofá, e o barulho fez a Jujuba e o Caroço se levantarem de lá imediatamente. Começaram a miar praticamente em uníssono, e Jujuba veio em minha direção, rodando entre minhas pernas. Ela sempre fazia isso quando me via. Já o Caroço não se importava tanto comigo, então ele sempre ficava perto do Austin. Eu a peguei e carreguei no colo por alguns instantes, e Austin tentou fazer o mesmo com o outro gatinho, mas seus braços não queriam obedecer e ele gemeu de dor. Eu soltei a Jujuba e fui em direção a ele.
- O que foi?
- Meus braços estão doendo como se um peso de 300 kg tivesse caído sobre eles.
- Ai, não. Vamos ter que cuidar disso. Senta aqui.
Eu o puxei pela cintura, evitando pegar em seus braços doloridos, e o conduzi até o sofá, fazendo-o sentar.
- Onde você guarda os remédios?
- No armário do banheiro. Mas tem certeza de que você sabe quais são os necessários?
- Não muita. - eu dei uma risada de nervosismo. - Sei que preciso fazer seu olho desinchar e pegar algum remédio que pare com a dor muscular.
- Então, meu bem, você traz a caixa com os remédios que está lá no banheiro, e eu pego os que vou precisar.
- Parece mais seguro. - sorri e me levantei, me direcionando ao banheiro principal do apartamento.
O curioso é que eu não havia entrado lá ainda. Sempre usei o banheiro da suíte, mas esse era muito maior e tinha uma banheira enorme. Decidi que este é o banheiro o qual irei usar enquanto estiver no apartamento dele.
Comecei a procurar pela caixa, e não foi muito difícil avistar uma caixa vermelha dentre vários produtos de higiene. Eu abri para conferi-la, e realmente, eu me confundiria se tivesse de descobrir qual remédio escolher.
Voltei para a sala com a caixa em mãos e a entreguei para Austin. Ele apenas olhou rapidamente para o que tinha dentro dela e tirou uma cartela de remédios e uma pequena bolsa.
- Coloque um pouco de gelo aqui e traga de volta. - ele me deu a bolsa e eu assenti. - Ah, e um copo d'água, também.
Eu fui até a cozinha fazer o que ele havia pedido, e voltei com a bolsa e o copo. Sentei-me ao seu lado e entreguei-lhe o copo. Enquanto ele tirava um comprimido da cartela, eu coloquei a bolsa de gelo sobre o olho dele, e Austin deu um grunhido estranho.
- Está doendo muito? - eu não pressionei tanto a bolsa, mas ainda assim, parece que não fui muito delicada.
- Caralho, eu não sabia que estava tanto assim até você colocar isso aí. - ele colocou o comprimido na boca e virou o copo d'água de uma vez.
- Desculpa... Eu não sei se estou realmente ajudando ou te machucando mais.
- Não, está tudo bem, você não fez nada errado. Coloca isso um pouco mais para baixo.
Eu atendi o seu pedido e ele grunhiu outra vez. Respirou fundo e passou a mão no outro lado do rosto.
- Como é que eu vou dar aula assim? Porra, estou morrendo de dor de cabeça, sem falar no resto do corpo. - ele se encostou ao sofá e suspirou.
- Você não precisa ir. Ligue e avise que não está se sentindo bem.
- E para piorar, ainda tem a maldita prova para terminar e... Puta que pariu, eu deixei o caralho do notebook no carro. Ótimo! - Austin levantou os braços, mas logo se arrependeu, pois gritou de dor.
- Calma, Aus. Eu vou lá pegar pra você.
- Não, não, também não vou mais terminar essa porcaria hoje. Amanhã eu dou um jeito. Deixa-me ver... Primeiro, tem a aula de Filosofia no outro colégio, e depois eu vou para o seu... Deve sobrar algum tempo depois disso.
Eu continuei pressionando delicadamente a bolsa de gelo, enquanto ficamos em silêncio. Não pude deixar de pensar o quão eu era a culpada nisso tudo. Se eu não tivesse insistido para que ele almoçasse comigo, ele teria terminado a prova, voltado para casa são e salvo, e ainda poderia ir dar aula no fim da tarde. Mas aqui ele, se lamentando, morrendo de dor, com uma prova incompleta e sem condições de sair para dar a aula.
Depois de um momento, tirei a bolsa sobre o seu olho e falei:
- Me desculpe, me desculpe mesmo, eu não queria que tivesse de passar por isso. Foi uma ideia estúpida te tirar de lá, eu poderia ter te ligado depois, não deveria ter atrapalhado assim.
Austin abriu os olhos e pegou a minha mão livre, tentando entrelaçar nossos dedos.
- Pare de falar besteiras, Alex, ou eu terei que te calar de outro jeito. - ele riu com um pouco de esforço. - Não foi culpa sua, ok? Você só estava preocupada comigo, e o que aconteceu depois foi por minha própria vontade. Não foi você quem me fez ir até ele.
- Mas eu ainda sinto como se eu te atrapalhasse em tudo e só te tenha feito passar por problemas desde quando nos conhecemos.
- Não é nada disso. Você é a parte mais emocionante da minha vida.
- E isso é bom? - eu sorri.
- É incrível. Eu me sinto com 16 anos novamente. Namorar escondido, bater em garotos, largar compromissos... Isso é viver. - ele riu e eu o acompanhei.
- Então quer dizer que estou te levando para o mau caminho.
- Eu me desviei dele por um tempo, mas não me importo de voltar para lá. - Austin sorriu e desencostou a cabeça do sofá com cuidado. - Mas, diga a verdade... Eu acabei com aquele idiota, não foi?
Eu ri e coloquei a bolsa de gelo em cima da caixa dos remédios.
- Você quase o nocauteou. Não imaginava que você fosse tão bom nisso.
- Nem eu imaginava, para ser sincero. - ele riu. - Acho que devo isso à raiva que senti naquele momento.
- Eu sei que foi errado, e que, provavelmente, ele vai querer se vingar de você, mas... Eu me senti tão... Aliviada.
- Acho que você merecia presenciar isso. Por tudo que ele já fez contigo...
- Pelas costelas quebradas. - eu suspirei.
- Eu deveria ter quebrado as dele. Cada uma delas. E deveria ter dado tantos chutes no saco dele que ele nunca mais seria capaz de usá-lo.
Eu ri e até imaginei a cena, rapidamente. Foi algo agradável, eu confesso. É o que ele mais merece.
- Mas você já fez muito.
- Poderia ter feito mais, se não fosse aquele maldito ser humano que apareceu subitamente e estragou tudo.
- Oh, você já está morrendo de dor por ter batido só no rosto dele, imagina se fizesse mais. - eu forcei uma risada.
- Está me subestimando, Alexandria Maygan?
- Nunca, Austin Robert. Mas temo que seus ossos não fiquem em bom estado depois disso.
- Eu não me importaria... Estaria orgulhoso disso. Além do mais, eu tenho você para cuidar de mim, consequentemente, tenho mais tempo com você. Não é nada ruim. - ele sorri.
- Ainda bem que confia em mim para cuidar de você.
- Confio muito. Aliás... Estou precisando de um banho. Irei precisar de uma ajudinha. - Austin sorri de canto de boca.
- Está querendo que eu te dê banho? Olha só o seu tamanho!
- Estou querendo que você economize a água do mundo e tome banho comigo.
Eu dei uma gargalhada e coloquei a bolsa de gelo por debaixo da camisa dele, o que o fez arfar.
- Só se for naquela sua banheira maravilhosa. Por que não me avisou que tinha uma?!
- Achei que já tivesse descoberto sozinha.
- Mas eu passo mais tempo no seu quarto do que em qualquer outro cômodo.
- Isso é ótimo, contudo, podemos explorar o banheiro hoje.
- Ok, Austin. Eu só vou te ajudar a tomar banho, nós não vamos transar.
- E por que não? - ele pergunta, num tom de voz que demonstrava decepção.
- Porque você está cansado, machucado, com dor e com a porra de um olho roxo. Seria desumano.
- Espera só você entrar na banheira para mudar de ideia.
Eu revirei os olhos e me levantei do sofá.
- Vamos logo, eu ainda preciso comer algo.
Ele suspirou e levantou-se vagarosamente. Eu o ajudei a ficar de pé e o abracei pela cintura, conduzindo-o ao banheiro.
- Você já transou numa banheira?
Eu o encarei e belisquei sua barriga.
- Não, mas teremos uma eternidade para mudar isso.
Austin deu um sorriso enorme ao ouvir a minha resposta.
- Espera só eu me recuperar. - ele deu uma piscadinha para mim.
Abri a porta do banheiro e deixei que ele entrasse primeiro. Ele se sentou no vaso sanitário e começou a tirar os sapatos e as meias. Eu fechei a porta, liguei a torneira da banheira para enchê-la de água quente, e depois fiquei observando-o tirar cada peça de roupa na velocidade mais lenta do mundo. Quando ele estava apenas de cueca, perguntou:
- E você, gata, vai tomar banho vestida?
- Já falei, só vou te ajudar a tomar banho, não irei participar do banho.
- Qual o problema, amor?
- O problema é que já é difícil o bastante não querer te agarrar com roupas, e é pior ainda quando você está sem nenhuma delas... E eu também. Não me garanto. Quero mesmo que você descanse hoje.
- Não gostei nada disso.
Austin me alcançou e me puxou pela cintura, me abraçando e encostando sua cabeça à minha barriga. Mas logo em seguida, ele gemeu de dor, e isso foi abafado pela minha blusa.
- Você não tem que gostar. Sou eu quem está cuidando de você, e as regras são minhas.
- É tão mais divertido quando não se tem regras. - ele levantou minha blusa e começou a dar mordidas em minha barriga, e eu senti cócegas, passando a me contorcer.
- Apenas tire essa maldita cueca e entre na porra dessa banheira, Austin. - eu disse, entre risos.
Ele parou de morder e deu um beijo estalado em minha barriga; soltou-me de seus braços e se levantou cuidadosamente. Eu segurei em suas mãos para ajudá-lo, mas as larguei para puxar sua cueca abaixo.
- Para quê tanta pressa, meu bem? - ele riu e segurou meus pulsos, passando a tirar sua cueca por ele mesmo.
Fechei a torneira quando vi que já estava tudo cheio, e Austin se aproximou da banheira, entrando nela em seguida. Ele se sentou e grunhiu novamente.
- Está muito quente?
- Não tanto quanto você. - ele deu aquele sorriso de canto de boca novamente e eu ri. (N/A: Essa piadinha funciona melhor em inglês :/)
Eu prendi meu cabelo em um coque e peguei o sabonete, que estava acima da cabeça dele, na saboneteira.
- Vou precisar lavar o cabelo, também. - ele sussurra.
- Eu não sou sua babá, só estou fazendo uma boa ação, pois sei muito bem que nada te impede de tomar banho sozinho. - eu sorri.
- Quem foi que apanhou por sua causa mesmo, hein? Não mereço um pouco de mimo? - ele pergunta, e sua voz soa mais grave do que o usual, o que a torna ainda mais irresistível.
Respirei fundo e falei:
- Tudo bem. Mas não irei quebrar as regras.
Ele deu um sorriso vitorioso e se encostou à banheira, colocando os braços sobre as laterais dela. Eu joguei água nas partes do seu corpo que ainda não estavam molhadas, e assim, eu tinha que me inclinar sobre a banheira para alcançá-las.
Quando comecei a passar o sabonete em seu tórax, Austin começou a me encarar, e não desviava o olhar de mim em nenhum momento, nem quando eu passei o sabonete em outras partes, como seu pescoço e seus braços. A água estava bem quente, o que fazia o ambiente ficar quente e abafado, já que estava tudo fechado.
- Merda, está calor aqui. Espera, vou abrir a porta.
No mesmo instante, ele segurou meu pulso, e eu acabei largando o sabonete, sem querer.
- Ou você pode simplesmente tirar a roupa.
Eu revirei os olhos e sorri. Sabia que acabaria me rendendo uma hora ou outra. Puxei sua mão para que largasse meu pulso, e tirei minha blusa. Contudo, também fui abrir a porta. Quando voltei à frente da banheira, notei que Austin estava me fitando novamente, mas com aquele sorriso de antes.
- Você está usando meu sutiã favorito.
- Não sabia que usava sutiã, Carlile. - eu ri e me inclinei na banheira para pegar o sabonete que havia caído, voltando a passá-lo pelo seu corpo.
- Sério, eu gosto dele. Serve perfeitamente em você.
- Acho que você quis dizer que ele deixa meus peitos bem levantados, e é por isso que gosta dele.
- Talvez. - ele dá aquela risadinha. - Você deveria tirar a calça para eu ver se está usando minha calcinha preferida também.
- Pelo visto, terei que te dar um conjunto de lingerie de presente no seu aniversário.
- Só aceito se você estiver vestida nele. E, se possível, que você saia de dentro de um bolo gigante.
- Que imaginação fértil, professor. - eu digo num tom de deboche e dou risada.
- Se soubesse as coisas que já imaginei você fazendo comigo, talvez não estivesse nem aqui à minha frente.
Eu fiquei boquiaberta e dei um tapa no lado do rosto dele que não estava machucado, mas não foi nada demais, não tinha a intenção de doer. Ainda assim, ele grunhiu, como se tivesse doído.
- Tem alguém machucado aqui, sabe? Alguém que se machucou por você, mademoiselle.
- Eu já entendi que você quer se passar por herói nessa história toda, não precisa ficar repetindo. - eu ri.
- Então, quando eu irei ganhar a mocinha? Ela está se fazendo de difícil.
- Não tão rápido, Mr. Carlile.
Eu o puxei para frente e passei o sabonete em suas costas, mas de uma maneira mais lenta. Depois, comecei a fazer algo parecido com uma massagem, o que agradou Austin e o fez relaxar mais. Alguns minutos depois, eu parei com a massagem, ele se virou para me encarar novamente. Enxuguei as mãos numa toalha e desabotoei minha calça, abaixando o zíper em seguida e tirando-a por completo. Coloquei a calça em cima do vaso sanitário, e percebi que Austin me olhava como se tivesse ganhado o dia.
- Finalmente, caralho! - ele exclamou e eu achei graça, pois eu estava apenas brincando com a cara dele.
Eu não iria entrar na banheira, eu só queria provocá-lo.
Peguei o shampoo que também estava acima de sua cabeça e precisei me inclinar para isso, de novo. Contudo, eu não esperava que Austin fosse me puxar pelo braço e me forçar a entrar na banheira.
- Ai, me solta, seu louco! - eu gritava, entre risos.
Acabei largando o shampoo quando ele me puxou com mais força e eu não consegui me equilibrar. Caí em cima dele em questão de segundos. E apesar de ele ter gemido de dor, Austin conseguiu o que queria. Minhas pernas ficaram do lado de fora da banheira, mas ele se ergueu e conseguiu pegá-las e colocá-las para dentro.
Após passar um bom tempo rindo e tentando me recompor daquela posição horrível, eu consegui me sentar do outro lado da banheira e falar:
- Não acredito que fez isso comigo e com seu sutiã favorito, Austin Carlile.
- Ah, na verdade, acabei de descobrir que está usando minha calcinha preferida também.
- Agora você terá que dar um jeito de arranjar outras lingeries para mim, pois não tem condição alguma de eu usar essas aqui como estão no momento.
- Enquanto você estiver aqui em casa, nem irá precisar usá-las. Para que a preocupação? - ele sorriu e mordeu o lábio.
- Eu falei que não iria quebrar as regras! - eu ri e dei um chute bem de leve em sua barriga, por debaixo d'água.
- Fodam-se as regras, Alex! - ele alcançou minhas pernas e as puxou para perto de si, fazendo com que eu saísse da posição que eu estava. Quando dei por mim, eu já estava bem próxima a ele.
Eu peguei o shampoo, que havia caído no chão, e abri sua tampa, colocando um pouco do líquido em minha mão.
- Para seu azar, eu estou muito determinada e cheia de autocontrole hoje. Quer dizer, hoje, não. Só agora. - eu ri e passei o shampoo em seu cabelo.
Austin suspirou e disse:
- Após salvar o dia de alguém, eu aposto que o Super Homem tem uma maravilhosa transa com a Lois Lane.
- Mas eu te disse que você era o Capitão América, meu bem. - eu sorri.
- Oh, merda, ele acaba sozinho no fim do dia. Faz sentido. - ele abaixa a cabeça, fingindo estar desapontado.
- Eu irei ficar aqui até o fim do dia, talvez eu mude de ideia. - inclinei-me para frente e o beijei rapidamente.
- Duvido que alguma coisa trágica não aconteça e você não tenha de ir pra casa. - ele sorri, mas sei que ele está falando sério, pois está me olhando de uma forma diferente.
Eu liguei o chuveiro e o puxei delicadamente para ficar debaixo dele e enxaguar seu cabelo. Após fazer isso, eu desliguei a torneira e fiquei o encarando por um tempo, enquanto passava as mãos em seu cabelo molhado.
- Nada vai me tirar daqui hoje. Eu prometo.
- Cuidado com o que promete. - ele sorriu.
- Estou falando sério. Sinto que devo isso a você.
- Você sabe muito bem o que me deve, e ainda assim, não quer me dar.
Eu ri e o abracei, colocando meus braços em volta do seu pescoço, enquanto me posicionava em seu colo, colocando minhas pernas dobradas ao lado das suas.
- Você tem certeza de que não é ninfomaníaco?
Ele sorriu e colocou as mãos em volta da minha cintura, passando a me olhar diretamente em meus olhos.
- Alex, o que eu tenho certeza é de que eu te amo, e eu sinto vontade de fazer amor com você na maior parte do tempo, não só porque sou homem e é basicamente só isso que nós pensamos, mas porque eu realmente quero ter esse momento com você. Sim, eu disse fazer amor, e você pode me achar cafona o quanto quiser, mas é isso que eu sinto quando estou dentro de você. Eu te falei desde o início, eu não queria apenas o ato, pois eu poderia fazer com qualquer uma. Mas fazer amor? Apenas com a garota que eu amo. E ela teria que me amar para fazermos e sentirmos isso juntos. Eu transaria com você se estivesse com uma perna quebrada, com um braço deslocado ou com qualquer outra merda que acontecesse comigo, porque além do que eu já falei, seria tudo o que eu preciso depois de um dia horrível.
Não consegui conter o sorriso que se formou em meus lábios. Seu olhar ainda estava fixo em mim, mas dessa vez, eu não havia ficado sem jeito, como o de costume. Eu estava me acostumando à maneira como ele me olhava, como se quisesse explorar algo além dos meus olhos, algo dentro de mim.
Eu não precisava entender o que eu sentia por ele, nem me questionar o porquê de tudo entre nós ter acontecido tão rápido e tão intensamente. Eu só precisava sentir, e o que eu sentia não era pouca coisa: era uma mistura de sentimentos que eu jamais experimentei. Meu coração sempre se encontra numa maratona quando eu estou com ele, meus pulmões reclamam por mais ar toda vez que nos beijamos, e eu sinto uma espécie de arrepio toda vez que ele me toca, como se correntes elétricas percorressem meu corpo. Eu sinto falta dele e só penso nele quando estamos separados, e quando nos beijamos, eu me esqueço do resto do mundo. Puta que pariu, eu o amo. E o fato de que ele não vai morar com o pai por minha causa, e que ele acabou de comprar a pior briga de sua vida para me defender... Só me faz amá-lo mais. Contudo, ainda é um grande problema para mim colocar isso para fora. Eu queria tanto dizer essas coisas para ele, mas, meu Deus, eu não consigo. Eu só consigo ser patética e fazer algum comentário idiota ou piada sem graça quando ele faz isso comigo. Ainda bem que ele me ama mesmo assim, eu repetia mentalmente.
Austin retribuiu o sorriso, e eu acabei de me apaixonar por seu sorriso mais um pouco. É tão cativante, e a maneira como seus olhos praticamente se fecham quando ele sorri me fazem derreter por dentro. Céus, eu nunca vou deixá-lo saber disso. O quão melosa eu estou sendo?
Deve ser tudo culpa desse tal de amor. Patético. Ao menos, fico feliz por não ter sentido isso antes, e por ter o privilégio de sentir isso tudo pela primeira vez com ele.
- No que está pensando agora? - ele pergunta, quase sussurrando, devido à proximidade dos nossos rostos.
- Estou pensando em quebrar aquelas malditas regras.
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