Naquela noite depois de tudo que acontecera Caroline demorou a conseguir dormir e quando conseguiu apenas viu em seus olhos tomados pela escuridão por estarem fechados a imagem de Klaus sob uma névoa branca e incessante,ele ao mesmo tempo que sorria,chorava por sua dor enquanto ela corria desesperadamente,mas quando chegava,a voz rouca e cheia de sotaque dele lhe avisava que era tarde demais,assim fora grande parte de sua noite mal dormida.
Quando não eram esses pesadelos horríveis ela acordava com a sensação de estar sendo observada,quando seus olhos azuis e tomados pelo medo se abriam a imagem do Mikaelson a inebriava,dizia coisas bonitas pra depois a assassinava sufocada com seu travesseiro.
Percebendo que seus sonhos insanos não a abandonariam decidiu levantar-se e ir até a cozinha onde preparou um copo de leite quente,ingerido rapidamente.
Seus olhos correram pela bancada onde avistou uma estranha caixa,de início pensou em esquecê-la e voltar até seu quarto onde assistiria a um filme qualquer,ou coisa do tipo,no entanto sua curiosidade foi maior,se aproximou do pequeno objeto e levou uma das mãos à tampa.
A caixa era de cor preta com laço branco de seda,quando abriu a vista de um bracelete de prata pura lhe chamou atenção,junto à ele um pequeno bilhete.
"Isso é seu,ou era...Entenda como quiser,não aceito devolução.Também espero que me perdoe por hoje,foi impactante pra mim vê-la tão bem e tão maravilhosa como sempre,
Seu Klaus."
Pegou o bracelete e apreciou suas separações pratas e luxuosas...Continuava igual desde que ela jogara a joia na cara dele,quase que a esfregando em seu rosto dizendo que seu amor por ele havia sido o maior erro da sua vida.
FlashBack...
– Espera,eu posso explicar.
– Explicar detalhadamente o modo que matou meus pais como chantagem pra que eu fosse pra cama contigo?Não...Não quero saber.Aliás...Não quero saber nada de você,nem...Nem dessas porcarias que me deu um dia e que não passavam de uma mera ilusão do seu falso afeto que demonstrava sentir por mim. – Retrucou ela claramente rasgando as próprias próprias roupas e arrancando com voracidade as joias caras e brilhantes que usava.
– Eu não fiz isso,acredite em mim. – Ela apenas revirou os olhos ignorando as lágrimas rolando no rosto de Klaus que para a mesma não passava de um choro fingido. – O que posso fazer pra me redimir com você? – Esta ignorou novamente jogando seus poucos pertences numa mochila. – Quer que me ajoelhe?Então eu faço. – Assim foi feito mas nada parecia adiantar até que ela pegou o necessário e jogou a tal mochila nas costas e se aproximou dele.
– Sim,tem uma coisa.
– Então diga,por favor.Farei tudo que quiser. – O mesmo se levantou chorando pousando as mãos no ombro dela que agora apenas sentia asco por seus toques.
– Quero que vá pro inferno. – Soltou a mulher com sua voz mais autoritária e confiante,logo passando por ele,deixando o local sem ao menos olhar pra trás,o mesmo continuou ali em prantos até começar a descontar seu ódio em todo e qualquer objeto vítimas de sua presença,menos um...
O bracelete dela...
Este com toda certeza,o grandioso Niklaus Mikaelson nunca iria se desfazer...
Dias atuais...
– Tomara que exploda. – Oprimiu ela com toda mágoa e raiva que viviam dentro de si.Depois amassou e jogou o pequeno papel sem se importar onde cairia,logo após se sentou no sofá enquanto desviava o olhar da tela da Tv que acabara de ligar à caixa ainda na bancada.
Sua mente implorava pra ignorar tudo aquilo e esquecer do homem que tanto a fizera sofrer,mas seu coração...
Ah,esse traidor...
Ele implorava pra que o visse novamente e que acreditasse naquelas palavras suaves e amenas escritas e descritas com clareza e certidão.
Não importava quanto tempo passasse,Niklaus ainda tomaria conta de sua consciência,seria o dono de suas perdições e seu primeiro e único amor.
[...]
O dia clareou com o raiar do sol,coisa que Caroline nem tinha percebido,a não ser quando seus olhos se irritaram com a presença daquela luz.Depois de uma madrugada dormida no sofá,ela se sente dolorida e incrivelmente cansada.Cansada de se sentir mal,cansada de sua própria vida,cansada de tudo...
Com muita dificuldade ela levantou-se de onde estava e subiu a escadaria,logo entrando em seus aposentos onde tem um banheiro que a mesma entrou,realizou suas higienes matinais e tomou um bom e relaxante banho.
Com a ducha ela resolveu algo...
Saiu do toalete enrolada com uma toalha e pegou seu celular na cômoda,abriu-o nos contatos e correu o dedo até achar o nome do Mikaelson patriarca.Elijah não seria capaz de recusá-la uma visita à seu irmão...Seria?
Enquanto discava,ela torcia mentalmente para que o número não tivesse mudado e que em breve a voz grossa e calma do mais velho soasse em seus ouvidos.
Do outro lado Elijah tentava "domar" o irmão que se recusava a tomar seus remédios,no mesmo momento em que se decidia se atenderia ou não o telefone que não parava de tocar um instante sequer.
– Atenda o celular,por favor.Não aguento mais ouvir essa porcaria. – Resmungou o loiro,fazendo Elijah rolar os olhos e se sentir derrotado,logo mais pegando e atendendo o objeto.
– Alô.
– Elijah Mikaelson?
– Sim,é ele.Com quem falo?
– Caroline.Caroline Forbes. – O moço levantou ignorando o olhar confuso e interrogativo do irmão se afastando alguns metros do mesmo.
– Em que posso ajudá-la?
– Preciso que me deixe cuidar do seu irmão,por mais que ele tenha me feito mal,acredito que eu não morreria por fazer uma boa ação,não é mesmo?
– Certo,mas...Como?Por que? – Ele olhou pra trás e viu o mais novo o encarando de espreita.
– Sou uma psicóloga agora e posso oferecer meus serviços sem contar que conheço um ótimo fisioterapeuta que com certeza servirá pra alguma coisa.
– Tudo bem.Mas,por favor...Não mantenha esperanças,os médicos nos disseram que a morte seria o único jeito dele sair desse estado. – Sussurrou e em seguida ouviu um largo suspiro por parte dela.
– Certo,eu entendo.Mas se ele ainda quiser meu perdão,vai ter que me aturar.Quer queira ou não...Klaus me deve isso,me deve explicações,me deve falar da minha própria vida.
– Ótimo,está contratada.Venha amanhã as oito em ponto,assim discutiremos sobre seu salário e folgas,assim como poderá começar seu tratamento com meu irmão.
– Estarei ai.Até amanhã
– Até mais ver,Forbes. – Assim a ligação foi encerrada.
– Forbes?Estava falando com ela? – Perguntou o mais novo com muita curiosidade.
– Sim,irmão.
– E pra que? – Inquiriu novamente tentando demonstrar indiferença.
– Beba isso e lhe direi. – Chantageou o moço apontando os remédios e um copo d'água.
– Tá certo.Me dê aqui. – Ele o fez e sorriu satisfeito ao ver o poder que a loira tinha sobre o irmão cabeça dura. – Agora fala.
– Acabei de contratar os serviços de Caroline Forbes pra você,Niklaus.
– O que?Só pode estar brincando...
– Por que?Pelo que pouco sei,você a ama e não há nada de mal se ela quer cuidar de você.
– Você não entende? – Gritou ele com dificuldade fazendo Elijah se assustar e negar. – Eu não consigo olhá-la.Todas as minhas palavras de perdão somem quando vejo seus olhos azuis brilhando de ódio me refletindo,toda minha paixão ressurge e me sinto impotente por não conseguir beijá-la e me ajoelhar aos seus pés implorando por desculpas,me sinto um lixo por tê-la feito tão infeliz....Eu prefiro morrer do que fazê-la sofrer novamente,meu irmão. – Ele se surpreendeu,afinal seu irmão nunca tinha desabafado assim com ele,nem com ninguém.
– Sei que ela lhe fará bem. – O loiro suspirou derrotado.
– Só me prometa uma coisa e não ouse recusar,pois então pedirei a qualquer um pra fazer isso.
– O que seria?
– Se Caroline Forbes me perdoar me deixe morrer em paz senão quero que desligue essa porcaria de máquina e me deixe ir pra sempre,seja pra onde for.
– Me desculpe,mas eu nunca faria isso.
– Ótimo.Então deixarei esse trabalho pro mordomo...Ele me odeia mesmo.
– Niklaus...
– Não.Por favor,saia.Preciso ficar sozinho.
– Tudo bem.
O mesmo saiu e o deixou ali sozinho como queria,imóvel e pensativo como sempre.Seus pensamentos vagavam na noite do primeiro beijo que dera naquela loira que lhe fazia perder a cabeça.
– Gosta daqui? – O lugar era maravilhoso com uma bela vista do mar,a brisa branda batia em seus rostos suavemente,ao longe muitas luzes iluminando a cidade em que viviam.
– É lindo,mas sem querer ser chata gostaria de saber logo o que tem pra me dizer. – Ele sorriu com tal curiosidade.
– Tudo bem,o que tenho a lhe dizer é que...Melhor eu fazer algo.
– E o que... – Antes que pudesse terminar Klaus selou seus lábios no dela delicadamente,logo movimentando calmamente sentindo o bom gosto do mel envolvido com hortelã do beijo dela.
[...]
As horas passaram sem que nem sequer ele percebesse,um dia se passou e Klaus não conseguiu nem uma vez pregar os olhos,quando percebeu sua irmã entrou sorridente anunciando que logo mais sua ex-noiva estaria ali.
Caroline chegou a mansão que chegara a viver outrora e tocou a campainha logo atendida por Elijah que a saudou e pediu educadamente que entrasse,ela o fez e reparou tudo,estava muito diferente desde a última vez que entrara,os móveis mudaram para um ambiente mais moderno.O mesmo pediu para que a moça o seguisse e ela assentiu,chegando a porta do quarto dele,o mais velho abriu a porta e pediu que esperasse fora até que chamasse.
– Não quero,droga! – ao longe ela ouviu a voz de Klaus gritando. – Mande-a sair por onde entrou,então. – Gritou novamente aparentemente respondendo ao irmão.
O dia seria longo e Caroline sabia disso e não desistiria...
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