Karenn, Chrome e eu estávamos fazendo um piquenique com Alajéa e Ykhar, nos jardins do QG. Era um dia ensolarado e pacífico, onde aproveitávamos o tempo preguiçosamente. Elaro, meu mascote estava deitado do meu lado. Falávamos de assuntos aleatórios, até que a Karenn chegou no tópico dos Líderes da Guarda, em específico, o nosso: Nevra.
Sério, embora ele parece ser só o pegador master, ele é, também uma mãe galinha. - Karenn seguiu comentando em sussurros. - Eu fui em uma missão, e voltei com um arranhão. Ele me deu ''O'' sermão. - enfatizou a letra O com aspas imaginárias dos dedos. - E enquanto reclamava, desinfetou o machucado e colocou um curativo.
É claro, que parece exagero. - Alajéa começou. - Mas só demonstra o quanto ele zela pelos membros da guarda. - Suspirou com admiração e olhos brilhantes. - Se eu fosse esperar esse tipo de comportamento do meu líder eu provavelmente acabaria com ingrediente de algum experimento. - Referiu-se a Ezarel. Eu concordo, embora pareça bonzinho, ele é terrível.
Eu não entendo a reclamação, afinal, garotos maus que tem um lado sentimental são sempre populares e não muda o fato de ele ser um playboy. Aliás, aposto que é só porque ele te considera muito, Karenn. - Ykhar expressou a opinião baseada na lógica + imagem exterior do líder da Sombra.
Não é só isso. - Chrome se apressou a complementar. - Sempre que EU volto de uma missão, ele faz questão de me dar um sermão sobre o que eu fiz de errado, enquanto me alimenta com doces. Na realidade quando voltei da minha primeira missão ele usou a desculpa de eu ter "falhado" pra ficar me visitando na enfermaria.
E - eu finalmente me pronunciei - Durante a missão com a Hamadríade eu estava tremendo um pouco, ele na verdade me deu o cachecol dele e depois ficou me acompanhando de um lado pro outro até ser mandado em missão de novo.
Na verdade, ele parece ser só um playboy, mas age como se fosse a nossa mãe. - Um ser que surgiu das treva... digo o Ezarel, se aproximou do nada, contando a história de como ele levou uma bronca por implicar com o Valkyon. - Eu só estava brincando um pouco, não tinha que fazer eu desejar perder a minha audição, só porque eu quis pintar o cabelo do Valkyon.
Meu primeiro pensamento foi: mereceu sim, e o segundo: como diabos ele iria pintar o cabelo alheio. Olhei a criatura de cabelo azul, que veio literalmente do nada. E que reclamava como uma criança.
Admita que você mereceu. - Uma segunda voz desconhecida, porém tranquila e solene, se fez presente. - Que tipo de amigo, pinta o cabelo do outro com substâncias desconhecidas como peça? - O corpo grande e forte de Valkyon surgiu das árvores e se fez presente ao círculo.
Bem, talvez o fato de ele ter lido crepúsculo o deixou com instintos maternos com as criaturas vivas e frágeis. - Alajéa falou em tom sonhador. Me pergunto se eu ainda estou sob o efeito do círculo de cogumelos, para ouvir isso. - Ah, eu queria tanto que ele me olhasse da forma como o Edward olhava pra Bela. - Yup, eu estou sóbria, ela que é estranha mesmo. Eles continuaram a comentar sobre todas as atitudes de "mãe" do Nevra, até o ponto que começamos a gargalhar, no silencioso jardim.
Repentinamente eu senti a temperatura baixar alguns graus, e quando me virei do círculo de fofocas e teorias sobre a Mãe do Time Sombra, me deparei com olhos cinzas que demonstravam uma frieza inigualável. O sorriso no rosto dele causava um desconforto que prometia uma quantidade incerta de sofrimento a ser infligida.
Pessoal - Eu comecei de novo. - Acho melhor nos pararmos...
Ué, agora a pequena humana está com medo? - Ezarel tentou me provocar. Graças ao oráculo por eu não ter mais vontade de acertar ele com a espada que ganhei do Jamon.
Não, projeto de humorista, estou tentando falar que...
Que eu estou por perto. - Uma voz glacial, completou meu aviso, e uma sombra cobria meu corpo. Nevra resolveu aparecer no pior timing possível. Eu ainda quero ser capaz de ir pra casa. Chorei silenciosamente na minha mente.
Aparentemente os outros sentiram o perigo de ficar, e cada um se afastou o máximo, possível da Mãe do time, que estava furiosa. Eu aproveitei o auê, e peguei o Elaro enquanto me afastava silenciosamente. Isso mesmo Emmaline, um passo de cada vez.
Parada aí - uma voz imperiosa comandou, e parei no automático. Droga! - Então quer dizer que eu pareço com uma mãe pra você, pequena Em. - Aquela voz não parecia nada contente, e ele passou as mãos ao redor do meu pescoço, me aproximando dele. Respirei fundo e quando vi, os outros já tinham escapado. Traidores.
S-s-im, digo n-não, claro que não. - Ri nervoso. Ferrou, Emma. - É só que. - Eu continuei me atrapalhando, e quando notei, ele estava muito perto do meu rosto.
Acredito que terei que mudar isso, não concorda. - Ele se aproximou do meu rosto, lentamente, de modo delicado e tranquilo. Quanto mais próximo, mais nervosa eu ficava, até que... Ele beijou meu pescoço, e sugou um pouco.
Q-q-que raios você fez?!! - Exclamei entre escandalizada e decepcionada.
Um pequeno lembrete. - Comentou com um sorriso orgulhoso. - Afinal mães não fazem isso com os filhos. Passar bem, pequena Emma. E não se deixe enganar assim de novo. - Ele foi embora assoviando.
Idiota, malcriado, patife, sem vergonha. Voltei para o meu quarto xingando meu chefe de guarda de todos os nomes possíveis. Elaro continuou dormindo nesse ínterim.
Como é bom ser você. - Falei com meu mascote com tom amuado.
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