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História Next To You - Segunda Temporada - To The Past - The Beginning


Escrita por: CortezComZ e lvtocabeyo

Notas do Autor


VAI TOMA

VAI TOMA SUA ATT

VAI TOMA!

FALA AÊ, MEUS SOBREVIVENTES, COMO VOCÊS ESTÃO? OLHA QUEM ESTÁ AQUI DE NOVO PARA ALEGRIA - OU NÃO - DE VOCÊS!

Eu prometi que voltaria antes do que vocês esperavam então... OLHA QUE ATUALIZAÇÃO LINDA E CHEIROSA QUE TEMOS AQUI! AHAHAHHAHA

Estão prontos para conhecermos mais sobre a vida das nossas novas personagens crushzinhas antes de continuarmos o rumo da história? Sim, vocês vão precisar esperar para saber o desfecho do que aconteceu no capítulo passado.

Mas calma, gafanhotos. O flashback está ótimo. Aliás, como esse capítulo é todo um flashback, eu não me importei em colocar ele em itálico até pra não cansar os olhos de vocês. Então fiquem sabendo que é tudo lembrança aqui.

Para o capítulo de hoje, temos musiquinha, sim temos. Quando eu indicar, seria legal que vocês ouvissem a música This Is War - 30 Seconds To Mars (sim eu tenho um abismo por essa música).

A imagem na mídia é a insíginia na farda da nossa diva Milla Jovovich.

Sem mais delongas, mete bronca.

Capítulo 35 - To The Past - The Beginning


Fanfic / Fanfiction Next To You - Segunda Temporada - To The Past - The Beginning

Milla Alice Jovovich

Part I - Alguns anos antes 

 

– Pelotão... sentido! – ordenou o capitão Harris e logo todos os soldados entraram em formação. Rijos e de peito estufado, orgulhosos por usarem a farda que representava o orgulho em defender o país. Ri internamente com o meu pensamento, afinal, esses jovens não haviam visto um pingo do que é sofrimento de verdade numa linha de fogo, porém, aqui estavam eles, com uma coragem inata que não escapava de minha admiração. – Companhia Bravo, tem agora  palavra a Coronel Jovovich.

Donovan Harris precisava parar de ser tão exibido. Se meter medo nos soldados não fosse um passatempo deveras interessante, e se ele não tivesse me ajudado tanto nos primeiros anos de farda, eu já o teria parado faz tempo. Mas de certa forma, deixar os soldados amendrotados era a melhor maneira de conseguir que nos respeitassem, que me respeitassem, afinal, nem todos os homens lidavam bem com o fato de terem uma mulher no comando.

A prova viva disso era o meu ex-marido.

– Descansar – mandei sutilmente, vendo todos os jovens engolirem em seco ao ouvirem minha voz. – Espero que tenham aproveitado bem as férias soldados, pois voltaremos com intensidade redobrada. Precisamos de um preparo extremamente eficiente e rigoroso para as possíveis eventualidades – respirei profundamente, nunca era fácil entrar nesse assunto. – Espero que tenham visto os noticiários enquanto estavam em casa e acompanhado a situação dos ataques terroristas, pois esta provavelmente será a nossa primeira missão – olhei nos olhos daqueles jovens, em sua maioria de classe econômica mais baixa que procuravam benefícios no exército, e também das mulheres ali presentes, tão compenetradas quanto seus companheiros. – Eu tenho família para voltar, soldados, assim como sei que todos vocês também. Espero que saibam por qual motivo vocês estão vestindo essa farda e carregando uma arma nas costas. Lutamos por nossas famílias, lutamos como um grupo. Estão dispensados.

Vi todos baterem continência e retirarem-se para seus respectivos afazeres em seguida. Embora ainda não tenhamos recebido nenhuma missão, para mim, estava mais do que claro quais seriam as nossas responsabilidades dessa vez. Combater o terrorismo era, em partes, algo extremamente complicado, afinal você não está lutando só contra um inimigo com armas poderosas, mas contra uma ideologia que cada vez mais atraía mais simpatizantes.

Harris colocou-se ao meu lado, as mãos atrás das costas e um sorriso de canto.

– Ficaram impactados, coronel – sorri com a leve brincadeira em sua frase enquanto começavamos a caminhar juntos em direção ao Escritório Oficial. Aquele havia sido o último pelotão a ouvir as boas-vindas da Coronel Jovovich. – Não espera-se menos, no entanto. Afinal, temos que segurar o impacto – rimos em uníssono conforme alguns soldados observavam de longe. – Se me permite a pergunta, como estão as coisas?

– Como sempre, meu amigo – suspirei deixando meus ombros caírem levemente. – Melissa sempre pergunta do pai, e ser uma mãe do exército não facilita em nada a minha presença em casa. Já Scarlett entendeu muito bem, por ser mais velha tem me dado muito apoio em casa.

– Melissa lidou bem com a separação? – perguntou chutando uma pequena pedra.

– Ela entende que o pai não vai voltar para o jantar, só não entende o porque ele não vai voltar – deixei que meus olhos vagassem pelo perímetro. – Você sabe qual a nossa reação quando descobrimos que nosso herói é uma farsa. Creio que ela ainda esteja nessa aceitação.

– Ele tem direito a alguma visita?

– Dois domingos por mês, supervisionado por uma assistente social – cheguei até a entrada do batalhão e virei-me para Donovan. – Ele deveria ter pensado duas vezes antes de agredir uma mulher coronel do exército.

Antes que o capitão pudesse responder, um soldado da área administrativa chegou calmamente ao nosso lado e, após permissão concedida, disse:

– Coronel, há uma pessoa que deseja lhe falar – respondeu desajeitadamente.

– Peça para que espere em meu gabinete, por favor – virei-me para Harris. – Reúna-se com o primeiro-tenente Thompson e verifique nossos cronogramas. Não quero nenhum imprevisto fora dos treinamentos.

Adentrei ao escritório sendo cumprimentada por todos os companheiros. Havia trabalhado duro demais para ter o respeito de todos eles, pois ser uma mulher no exército já é difícil, e desejar seguir carreira militar é quase pedir deboche. Por muitos anos sofri com o machismo e a misoginia implícita em cada olhar que recebia durante minhas missões, porém o abatimento em minha coragem não era uma opção. Era necessário coragem para quebrar aquela corrente naquele batalhão, e eu havia convivido anos da minha vida em um casamento com um marido abusivo, eu sabia o que significava ter a coragem de dar a cara a tapa pelo que você realmente quer.

Do casamento? Eu tinha duas filhas. Do exército? Eu era a primeira mulher a ser Coronel na história daquele batalhão. Os frutos poderiam demorar à vir, mas eles sempre chegavam, e a sensação de não ter desisitdo nos momentos mais obscuros com certeza reconfortava.

– Eu não vou ser presa por invadir o gabinete de um coronel, vou?

– Você é muito idiota, céus – sorri para a ruiva, que já tinha uma xícara de café em uma das mãos. – Não sei qual pecado cometi na outra vida para que tivesse que te aguentar nessa.

– Ah, vamos, você me adora.

– Claro, todo mundo adora ter uma médica como amiga – sorri largo deixando o ocúlos escuro sobre a mesa, ao lado do quepe, e logo abraçando a mulher com força, sentindo alegria por vê-la tão rápido. – Pensei que ficaria mais tempo fora.

– Consegui ajudar a todos, logo não precisavam mais de mim – Larter sorriu docemente, logo voltando a deixar a xícara entre os lábios. – E você, já vi que está em boa forma.

– É como andar de bicicleta – respondi, sentando-me na poltrona ao seu lado – caímos algumas vezes mas nunca perdemos a prática e sempre queremos ir mais rápido – peguei a garrafa de água previamente colocada em minha mesa e sorvi um longo gole.

– Suas filosofias me assustam – Ali riu, deixando sua xícara na mesa. – Só queria ver como você estava de volta ao trabalho, afinal faz apenas um mês da separação.

– As meninas estão...

– Eu não estou preocupada com as meninas, Milla – seus olhos azuis me olharam profundamente e logo entendi o tom calmo de suas palavras. – Eu estou falando de você. Claro, elas perderam a figura de pai que tinham, mas você perdeu a figura de marido.

Massageei lentamente minha têmpora esquerda, sentindo aquela dor ressurgir. Parece que tentar lacrar tal sensação em algum lugar de nada havia adiantado. O problema de tentar fugir dos próprios sentimentos é que eles nunca capotam nas curvas, já você geralmente tem o telefone em mãos para pedir socorro.

– Foi a melhor coisa a se fazer – fitei a garrafa de água em minhas mãos. – Apesar de tudo... foi o melhor.

– Não hesite em me contar as coisas, Milla. Você sabe atirar mas não é de ferro – o sorriso acalentador daquela que eu chamava de melhor amiga já servia como um dardo tranquilizante, passando-me aquela segurança para enfrentar esses problemas. – Ainda vou passar para ver as meninas antes de ir para o hospital.

– Sabe, médicos no exército nunca são demais – sorri maliciosamente enquanto me levantava. – Principalmente os médicos com especialidade em trauma.

– Ah tá, vai nessa. Você não vai me colocar em uma dessas tendas não, coronel Jovovich.

– De qualquer jeito, a proposta está feita.

Larter sorriu para mim, assentindo brevemente e puxando-me para mais um abraço. Após a relação perturbada que tive com Jackson, toda a família havia, de certa forma, virado suas costas. Principalmente pela questão de achar que o exército é coisa de homem. A minha carreira não lhes agradava, tampouco meu relacionamento, logo as portas da família não estavam mais abertas para mim.

É incrível o quanto eles dizem “eu te amo”, mas esse amor vai só até algo que eles não gostam, ou não entendem e simplesmente julgam.

No meio de todo esse redemoinho, Larter havia aparecido. Logo quando iniciou sua residência, e eu era apenas um soldado com a primeira insígnia na farda. Nos conhecemos quando eu parei no hospital onde ela trabalhava, após brigar em um bar e ensinar umas boas maneiras à um depravado. Por sorte do destino – ou karma, ainda não decidi – eu havia acabado em sua maca, durante seu plantão.

Desde então, viramos amigas inseparáveis. Ela era a pessoa que me impulsionava a sempre correr atrás de meus sonhos, quem cuidava de meus machucados, quem não me deixava desanimar. Era pai, mãe, melhor amiga, madrinha de casamento, tudo em uma só. Claro que com um pouco de sarcasmo.

– Vê se não judia de ninguém novo, tá – ela disse, pegando sua bolsa. – Tenho dó dos soldadinhos novos.

– Larter, tchau.

[...]

Semanas mais tarde...

O comunicado havia sido emitido oficialmente pelo Pentágono fazia apenas algumas horas. A ordem era para colocar o máximo de nossos soldados nas ruas, a fim de conter a possível contaminação de algum vírus que não me importei em decorar o nome, e também orientar os civis que estivessem em choque. Todos no Batalhão corriam rapidamente de um lado para o outro ajeitando suas mochilas e prendendo munições reservas em suas roupas. Donovan berrava ordens constantemente, orientando os soldados mais perdidos, e ao seu lado Thompson procurava indicar para quais lugares os determinados grupos de soldados iriam, já deixando as instruções e os guiando para os caminhões que serviriam de transporte.

Como de costume, o quepe estava em minha cabeça e minha postura estava rígida enquanto toda aquela movimentação se sucedia em frente aos meus olhos. Eu sabia que uma ordem desesperada do Pentágono não poderia significar boa coisa – o 11 de Setembro era a prova viva disso – e eu estaria mentindo se dissesse que não estava com medo por meus soldados. Éramos treinados para não temer, para dar nossa vida pela pátria se fosse necessário e isso nos transformava em uma família. Eu via nas faces de alguns deles o puro e genuíno medo, assim como via na face dos mais experientes a coragem e a ansiedade para enfrentar qualquer que fosse o mal que ameaçava nossas ruas. A verdade era que aquele momento definiria muito dentro do interior de cada soldado. Para os veteranos, seria mais uma oportunidade de demonstrar bravura e receber doses saudáveis de adrenalina. Para os recrutas ainda sem insígnias, experimentariam do perigo pela primeira vez e deixariam de ser meros soldados iniciantes.

– Coronel Jovovich, todas as tropas já foram encaminhadas – gritou Thompson, fazendo uma continência rígida.

– Certo – fiz um movimento com a mão para que ele descansasse. – Fique atento aos nossos computadores para qualquer eventualidade – respondi serenamente enquanto caminhava rapidamente até os caminhões.

Eu poderia não ser muito simpática, mas não seria insensível ao ponto de não desejar-lhes boa sorte. Quando o último caminhão deixou o batalhão, após minha mão chocar-se contra o metal camuflado, meu celular começou a tremer dentro do bolso da calça. O atendi sem nem ao menos checar o nome no visor:

– Jovovich.

– Milla! – ouvi o grito ensurdecedor do outro lado do celular e precisei afastá-lo da orelha. Era possível ouvir muitos gritos e algumas buzinas ao fundo da ligação. – Socorro, isso aqui está um inferno! Onde você está?!

– Larter, se acalme – pedi enquanto caminhava rapidamente para o Escritório Oficial. – Estou no batalhão, onde mais eu estaria?!

– Me escuta com atenção – um pneu cantou ao fundo e minha preocupação começou a corroer minhas veias – Eu estou indo para sua casa, ao que parece o presidente acabou de tornar tudo isso público e digamos que a cidade se tornou um caos! – novamente uma freada brusca. – Porra passa por cima, imbecil!

– Ali, as meninas...

– Calma, eu estou de folga do hospital. Deixa que eu cuido delas – respirei fundo, apoiando na mesa. – Milla, tome cuidado. Não queira bancar a heroína.

Antes que eu pudesse responder um estrondo ecoou e a ligação foi ao fim. Ainda tentei retornar para a médica, mas a chamada sequer completou. Rapidamente corri até a central onde monitorávamos a cidade e liguei a TV, vendo no noticiário a situação conflituosa em que tudo se encontrava. Pessoas correndo de um lado para o outro, alguns lugares pegando fogo e carros capotados nas ruas. Parecia como um dos cenários daqueles filmes de ação que éramos acostumados a dar risada de tão surreais e improváveis.

– O que foi que o presidente disse pra causar...

– Coronel Jovovich, um novo comunicado do Pentágono – rapidamente virei-me e peguei a folha que acabara de ser impressa. – Podemos acionar o batalhão vizinho talvez.

– Positivo, sargento – olhei para a loira que me encarava séria. Ela não parecia estar com medo da situação que novamente era retratada na tela à nossa frente. – De acordo com essa folha, a infecção desse tal “vírus” não tem número estimado de atingidos e o General Williams foi bem claro ao dizer para usar todo nosso poder de fogo. Isso está saindo de controle... – suspirei enquanto deslizava os dedos pela têmpora esquerda. – Mande um comunicado para cada primeiro-sargento responsável pelas equipes que saíram nos caminhões que enviamos daqui e os atualize da situação.Vamos seguir o protocolo padrão de orientação aos civis e evitar surpresas. Também deixe o batalhão vizinho avisado e...

Antes que pudesse concluir a ordem um forte estrondo ecoou do lado de fora daquela sala, fazendo com que todos nos abaixássemos em busca de proteção. Rapidamente corremos para a janela ao tempo de ver alguns civis tentando invadir o os portões depredados – provavelmente por machados –. Todos pareciam desesperados, mas o que assustava não era o fato das mãos atravessando as barras do portão, e sim a aparencia extremamente degradante daquelas... “pessoas”? Algumas tinham machucados profundos na pele e profundas marcas roxas em volta dos olhos. A palidez da pele era anormal e de suas bocas saíam apenas grunhidos desconexos.

Pareciam drogados em busca da substância alvo de seu vício e quanto mais demoravam para conseguir arrombar o portão mais revoltosos ficavam. No entanto, aqui era um batalhão da US ARMY*. O que eles esperavam encontrar?

[*Exército Americano. Aproveita e dá o play na música, filhotes.]

– Mas o que... – ouvi a sargento ao meu lado murmurar.

– Coronel Jovovich perdemos o contato com os comboios – informou Thompson.

– O que são aquelas coisas? – perguntei novamente direcionando a atenção para a folha em minhas mãos e vendo um monte de nomes científicos em itálico. No entanto, algumas especificações tiraram minha respiração alguns parágrafos abaixo. – Não, não pode ser...

“Vírus transmitido através da mordida. Altamente contagioso. Após a contaminação, estimada deterioração do organismo humano em 48h.
Características:
Canibalismo;
Ausência de batimentos cardíacos no contaminado;
Autoimune a qualquer tipo de ataque externo, com exceção da região acima do pescoço;
Irracionalidade;
Extrema agressividade.”

– Coronel, eles estão invadindo! – gritou a sargento loira, levantando e puxando a Glock do coldre em sua coxa esquerda.

– Precisamos sair daqui, agora! – gritei levantando e guardando aquela folha no bolso. – Thompson, carro!

– No estacionamento com os outros, coronel – respondeu ele, engolindo em seco vendo os portões serem derrubados.

– Okay, vocês dois me escutem – virei para eles e puxei a 9mm da coxa, engatilhando-a em seguida. – Espero que tenham assistido a algum filme sobre apocalipse zumbi, porque é isso que estamos prestes a enfrentar.

– Não me diga que... – iniciou a sargento.

– Sim, é isso mesmo. E se não for, é algo muito semelhante – inspirei profundamente, deixando que a sensação clareasse meus pensamentos para expirar rapidamente em seguida. – Precisamos chegar até algum veículo e, de preferência, conseguir um RPG-7* no caminho – ambos assentiram e começamos a nos dirigir para a saída dos fundos.

[*RPG-7 ou Rocket-Propelled Grenades é algo como um foguete lançador de granadas. Arma muito usada para ataques à distancia, na qual um projétil explosivo é colocado no dispositivo lançador e a arma é colocada no ombro de quem vai atirar. Para os mais familiariazdos, é praticamente uma bazuca.]

Era possível ouvir os muitos grunhidos daquelas criaturas e foi quando pensei em Ali e minhas filhas. Se no batalhão a situação estava aquela, em minha casa desprotegida, a situação poderia estar pior, o equivalente ao retratado nos noticiários. Rapidamente acenei para os dois e não tardamos a começar uma corrida pelo estacionamento, já avistando um dos gipes que usávamos nos treinamentos.

E foi quando chegamos no veículo que tivemos o vislumbre daquelas criaturas correndo em nossa direção.

A sargento loira – a qual eu ainda não tinha conseguido ver o sobrenome na farda – havia tomado o volante e agora girava a chave rapidamente na ignição. Thompson estava com um fuzil M16 preparando a munição e, no banco de trás, o RPG-7 estava coberto, colocado ao lado de uma caixa com as granadas que eram utilizadas nas demonstrações.

Rapidamente peguei a arma e coloquei no colo, segurando um dos projéteis e posicionando-o no dispositivo lançador. Seria irônico se eu dissesse que, ao mesmo tempo em que estava com as mãos em uma arma de fogo, eu também estava orando para que escapassemos dali o mais rápido possível?

– GRIFFIN CORRE! CORRE! – gritou Thompson sentando-se no espaço da janela, deixando praticamente todo o corpo para fora do gipe, e desferindo tiros para todos os lados.

Griffin, então era esse o nome dela.

O gipe disparou pelo estacionamento, o tranco fazendo-me ricochetear para trás. Griffin tinha uma mão no volante e a outra estava com a glock para fora, atirando sem ao menos olhar seus alvos. Suspirei posicionando o RPG-7 em meu ombro e levantando-me rapidamente, ficando em pé no banco de trás e mirando no portão, onde se encontrava a maior concentração daquelas... coisas. Fechei os olhos brevemente e expirei pela boca, abrindo novamente apenas o olho direito e puxando o gatilho, vendo o projétil disparar em direção ao portão – ao mesmo tempo que uma fumaça branca formava-se atrás da arma – e explodir tudo. Os corpos voaram para todos os lados lado e logo puxei outro fuzil do banco de trás e comecei a atirar nos que ainda restavam.

Seja lá o que fosse esse vírus, sua função era basicamente retirar a vida das pessoas. E depois trazê-las de volta.

A sargento Griffin fazia a manobra pra sair do batalhão, curva por curva, quando a velocidade acabou sendo reduzida pelos restos dos corpos no chão e o carro acabou apagando. A loira olhou assustada para o volante e começou a girar incessantemetne a chave.

– Faz esse carro pegar! Agora! – gritei, vendo como Thompson abria a porta e começava a disparar tiros nos seres que haviam restado e que, por sua vez, corriam novamente atrás de nós. Magicamente, após um soco no volante, o ronco do motor se fez audível novamente.

O que não esperávamos era que um corpo surgiria correndo na frente do carro, nos pegando desprevenidos por estarmos olhando para trás e, antes que pudéssemos reagir, agarrasse o primeiro-tentente que estava sorrindo, abraçando-o com o força e mordendo-lhe a jugular.

– THOMPSHON! – gritei tentando mirar na cabeça da criatura que arrastava o meu amigo para dentro, movimentando-se em demasia e tornando impossível a minha mira.

O primeiro-tenente havia largado a arma e tentava a todo custo tirar os dentes da criatura cravados em seu pescoço, urrando de dor a cada novo movimento. Não demorou muito para que alguns daqueles que havia restado corressem em direção ao homem e o abraçassem com força.

– CORONEL, VAI! – gritou ele, as mãos empurrando o aglomerado de “pessoas” em cima de si. – GRIFFIN, VAI LOGO!

Griffin não precisou de uma segunda ordem e afundou o pé no acelerador, deixando meu olhar se perder na figura do militar sendo devorado vivo. Meu queixo havia caído em descrença enquanto meus olhos ousavam marejar por um colega perdido, de certa forma, em combate. Abaixei a cabeça e deixei que meu olhar se perdesse no quepe, que outrora havia repousado em sua cabeça, e agora estava esquecido no chão em frente ao banco do passageiro.

Eu não sabia muito sobre a vida do primeiro-tenente Gary Thompson. Somente sabia que ele morava com o seu primeiro namorado e ambos estavam planejando uma viagem quando ele recebesse suas férias, contando para nós que o plano era ir para Cancún. Ele aspirava se tornar major no próximo ano e já tinha pedido a minha recomendação para isso. Ergui o fuzil para o céu e, mesmo sem saber se ele ainda estava vivo ou não, disparei um tiro. Uma forma singela de homenagear aquela pessoa que não precisava de holofotes para garantir a sua presença, e não precisava ser notado para que sua falta fosse sentida.

– Coronel, para onde devo seguir?

– Sargento Griffin, certo?

– Sim senhora. Clarke Griffin.

– Pois bem – suspirei, passando para o banco do passageiro e apoiando o fuzil em meu colo. – Siga para minha casa, temos algumas providências a tomar.

[...]

Ali estava na cozinha com as meninas quando chegamos em casa. Todas as janelas e cortinas estavam fechadas, assim como todos os aparelhos eletrônicos desligados, com exceção da TV que estava no mudo. Assim que abri a porta ao lado de Clarke, as duas meninas gritaram meu nome e correram para meu abraço. Melissa estava agarrada a meu pescoço e Scarlett estava agarrada em meu ombro direito, puxando-me para ela. Era incrível que com apenas quatorze anos – e sua irmã mais nova, com oito – ela sabia que na verdade aquele momento era mais para mim do que para elas.

Nos separamos brevemente e não hesitei em bagunçar os cabelos escuros de Melissa, que me fitava com seus olhos negros avaliativos. Eu sabia que ela estava feliz por me ver, no entanto a pequena jamais fazia um julgamento leviano, e por isso não iria ousar me tomar por feliz. Provavelmente vendo minhas roupas sujas, deduzira que eu havia passado por algum confronto. Já Scarlett estava com a expressão aliviada e seus olhos claros estavam rasos. Um alívio genuíno por me ver chegar em casa, como ela costumava dizer.

Sorri ao pensar as mentiras que ela deve ter contado para enganar a irmãzinha sobre a demora da mamãe.

– Desculpe por não retornar a ligação, ao que parece as torres de telefonia estão fora de ar – disse Larter, sorrindo genuinamente enquanto tomava algo em uma xícara.

– Está tudo bem, eu imaginei que tinha sido isso – sorri brevemente, puxando minhas meninas para mais um abraço apertado. – Vocês ficaram bem?

– Sim, a tia Larter nos ensinou um monte de coisa e nos deixou comer besteira – disse Melissa não conseguindo conter a animação.

– Não me olhe com essa cara, Milla – a ruiva levantou as mãos em rendição. – Um doce de vez em quando não mata ninguém. Aliás, você é...? – Percebi que Griffin estava atrás de mim, com os braços apoiados em suas costas e com um sorriso genuíno em seu rosto.

– Meninas, essa é a sargento Clarke Griffin – todas se cumprimentaram e eu joguei o quepe no sofá. – Meus amores, deixem a mamãe conversar com as tias agora tá? Podem ir jogar videogame.

– Podemos jogar aquele em que atiramos para todos os lados, mamãe? – perguntou Melissa fazendo uma arma com as mãos.

– É Call Of Duty, pirralha – rebateu Scarlett.

– Olha o jeito de falar – repreendi a menina de olhos azuis, que apenas assentiu. – Podem sim, somente deixem o volume baixo – ambas sumiram no corredor e chamei Griffin para se juntar à nós na cozinha, Ali já servindo café para todas.

Um silêncio se sucedeu enquanto eu retirava o antigo comunicado do meu bolso, após estarmos todas sentadas à mesa. O papel já estava sujo, mas era possível sua leitura e sendo assim, deixei-o em cima da mesa para que Griffin e Larter pudessem também se infornar acercar daquele “vírus”. Capturei a xícara, assoprando o líquido fumegante e tomando um gole generoso, em seguida cirando cooragem para fazer as determinadas perguntas antes de elaborar alguma teoria.

Após Larter terminar sua leitura, olhou para mim com os olhos apreensivos. Ela sabia que passaria por um interrogatório de minha parte.

– Larter, você tem alguma luz para me dar sobre esse vírus? – perguntei, praticamemte lhe implorando.

– Eu juro que queria poder ter uma resposta exata para essa pergunta, mas não tenho muito o que dizer – suspirei, começando a tamborilar os dedos contra a porcelana da xícara. – Desde que cheguei perdi totalmente o contato com o hospital, tentei usar seu telefone fixo mas também está fora – a ruiva virou a xícara contra os lábios e pareceu pensar por um minuto. – A única coisa que posso te afirmar é que esse vírus é letal e se prolifera muito mais rápido do que qualquer outra coisa que já presenciamos. Ele destrói o organismo do infectado, fazendo com que o coração pare de bater, os órgãos apodreçam e se tornem apenas enfeite dentro do corpo... Milla, esse vírus transforma todos em mortos-vivos, exatamente como nos filmes.

– O presidente fez mais algum pronunciamento? – Perguntou Griffin, analisando o comunicado minuciosamente.

– Nada fora do que já foi dito. Instruções a populção, números de emergência, notificou todas as ramificações das Forças Armadas... A única coisa que nos resta é aguardar – concluiu.

– Não – respondi de imediato, capturando uma fatia de pão e mordendo-a rapidamente. – Precisamos tentar contato com o General Williams ou com o Secretário de Defesa e notificar essa situação. – Griffin assentia enquanto me ouvia falar. – Você não viu o que vimos, Ali, eles conseguiram depredar um batalhão.

– E praticamente comeram um militar bem na nossa frente – pontuou Griffin. – Precisamos de uma dimensão pra isso.

– Tudo bem, eis o que faremos – exclamou a ruiva, levantando-se com o comunicado. – Vocês lidam com toda essa politicagem, vão atrás de quem precisam ir e eu vou fazer alguns contatos, tentar novas ligações para descobrir mais sobre o que isso causa no ser humano e...

Antes que minha amiga concluísse seu discurso, uma cena na TV chamou a atenção de todas nós. Griffin correu até o aparelho e aumentou minimamente seu volume, fazendo com que o barulho de gritos, tiros e grunhidos ecoasse por toda a minha sala. O letreiro “LIVE” brilhava no canto superior direito da tela, fazendo com que minha traquéia se fechasse em puro nervosismo. Era possível discernir aquelas criaturas correndo em meio a rua perseguindo possíveis civis enquanto a escuridão começava a tomar conta da cidade, e apesar daquela cena ser considerada perturbadora, meus olhos não conseguiram sair do verdadeiro motivo do meu medo.

A notícia abaixo, brilhando em um vermelho vivo com as letras em um branco para maior destaque:

“O número de infectados no mundo não contabilizado.”


Notas Finais


VINHAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAADU QUE TRETA DA BOA EM! NOSSA CORONEL TAVA LÁ QUANDO A PORRA TODA COMEÇOU MANO, SERÁ QUE ELA SABE O QUE REALMENTE ACONTECEU? BICHA A SENHORA É DESTRUIDORA MESMO EIN!

E então, tão tombadinhos aí? Espero que sim rsrsrssrsrsr.

Me digam o que acharam tá? Eu volto rapidinho, não amanhã e nem depois... Mas rapidinho. Espero que tenham gostado da att dulpa, eu sou muito bolinho. Beijo na tia.

Um beijo no coração de cada um de vocês.

Até a próxima!

Att, Alana.

PS. Ainda temos o grupo do wpp. Quer entrar? Manda seu número por mensagem.

PS². Siga em frente, olhe para o lado, pegue seu lencinho e chore quando for tombaaaaaaaaaaado siga em frente...


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