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História Nisa Benthon no KOF 97 - Uma falha, sempre será uma falha.


Escrita por: NisaBenthon

Capítulo 13 - Uma falha, sempre será uma falha.


Fanfic / Fanfiction Nisa Benthon no KOF 97 - Uma falha, sempre será uma falha.

O inicio das lutas passou sem grandes tumultos para todos os lutadores.  Os patrocinadores do campeonato promoveram um encontro entre todos os participantes, no qual Athena me colocou no meio.

Havia um recado ao telefone:

- Alo? Nisa?  Aqui é Athena. Não me esqueceu, né?  Pois é.... estou deixando esse recado em sua secretária para avisar que  você está mais que  convidada para nosso fim de semana em um sitio. Vão todos os competidores, e o lugar é  maravilhoso, fica  na costa leste do país. Tratei de chamar você, por que  muitas pessoas que  te viram na apresentação só agora a reconheceram. Os patrocinadores adoraram a idéia e você vai gostar também. Assim que  puder, me ligue para combinarmos.

Liguei e combinei de ir com ela.

As pessoas começavam a chegar ao sitio. Vi vários lutadores nos quais eu não tinha prestado atenção ainda. Eu estava na janela da na cozinha ao lado de Athena e Mai, ajudando a cortar frutas e conversando coisas inúteis para descontrair.

 Haviam se passado 3 dias após o incidente na casa de Iori. Não tínhamos nos falado depois.

  Athena percebeu que  eu estava perturbada com algo, e foi perguntando  como havia sido a tentativa de aproximação com o cachorrinho raivoso do Yagami.

- Acredito que  fui bem... ele é uma boa pessoa – peguei um pedaço de abacaxi, levei a boca e mordi. – é como essa fruta: cascuda e áspera  por fora, doce e delicada por dentro. – pisquei para ela. Mai me olhou sem jeito e sem entender muito o que falávamos.

Yagami não estava muito longe dali, próximo aos outros lutadores. Eles nem mesmo parecia que iriam se enfrentar nos próximos dias. Eu gostava da forma impessoal com que  se tratavam na arena; mas fora dela existiam grupos de amigos fieis.

Não tinha percebido que  os protagonistas de minha vinda a aquela festa haviam chegado. Até alguém comentar sobre a forma inusitada  com que  Iori e Kyo se cruzaram na entrada

Procurei ambos com os olhos. Até te-los em meu campo de visão e telepatia. Iori parecia  não se importar com aquilo que  acontecia em sua volta. Ele ficava em um canto observando tudo e todos sem mover o olhar.  Senti seus pensamentos de forma nítida: ele sentia dores que  eu não saberia descrever... Esse ano pareciam mais fortes e, de alguma forma, eu sabia que tinha algo a ver com Orochi. Ele tinha sua a atenção voltada para Kyo, que estava ao lado conversando com sua namorada Yuki.

Esse ano  ele achava ter mais uma oportunidade de acabar com Kusanagi, já que ano passado tinha sido interrompido pelo Goenitz.

Pensei  comigo que  já tinha ouvido falar neste nome, na minha caçada.

Prestando mais atenção nos movimentos das pessoas do que  nos meus, passo a faca no dedo indicador, que  segurava alguns morangos para cortar.

As cores de meu sangue não são normais, por isso tratei de levar o dedo a boca para disfarçar. Nesse momento encontro o olhar de Yagami depositado em mim.  Fiquei sem graça pela idiotice que havia cometido. Usando  telepatia eu pergunto:

- Como foi a tarde de sono naquele dia? – pisco com o dedo levado à boca.

Após Kyo ter saído de perto dele, ele desviou o olhar de mim, levou as mãos no bolso e saiu caminhando até perto da cozinha. Encarou-me por alguns segundos, esboçou um levíssimo sorriso, virou as costas e voltou a caminhar.

Suspirei e olhei para Athena:

-  Viu como fui bem? Ele vai agir assim sempre. – apontei com o nariz  para as belas costas que ele tinha – Parece um Cão de caça sem dono.  Ele caça sem saber o que é. Isso porque não teve quem tratasse dele nos momentos de dor...  -  falei mais alto e claro para que  ele ouvisse.

Mai olhou para nós duas e com os olhos brilhando, pois havia entendido sobre o que falávamos. Voltou-se para mim e falou:

- Você está amando, pequena Nisa?? – abriu um imenso sorriso e me abraçou.

 Athena consente com o olhar entendendo a situação. E sorri com Mai.

Tentei disfarçar a besteira que ambas falavam e olhei para o meu dedo. O sangue não parava de jorrar. Pedi licença para as duas animadas e  sai da cozinha.

Atordoada com o que tinha ouvido,  esbarrei de ombros propositalmente em Iori, empurrando ele e indo de encontro a Kyo.  Parei em frente ao japonês, que, naquele momento, abria um sorriso para mim.

Em tom serio falei:

- Antes que  acabe isto aqui, preciso falar com você! – peço licença à companhia que ele tinha ao seu lado, entrego um cartão com endereço e telefone e saio em direção de Iori, que  estava com cara de duvida me olhando de canto de olho.

Caminhei com raiva, pois até aquele momento eu entendia Yagami se defender das outras pessoas com esse tipo de atitude... mas não tinha como se esconder (e se defender) de mim!

- O que você quer dessa vez? – ele pronunciou as palavras sem mesmo olhar em meus olhos, antes que eu chegasse até ele.

Sinto aquela barreira maior que  antes e vejo que  ele esta perturbado com alguma coisa.  Naquele instante Chris havia passado por ele falando em um tom irônico:

 - Olá Yagami, você não parece nada bem esse ano... – e sorriu malevolamente para Iori e me cumprimentou.

Quando o garoto se aproxima de Iori sinto as convulsões das  "dores" da fúria despertada em  seu sangue se tornarem cada vez mais fortes.   Eu senti que tinha que  fazer algo. Apenas encaro Chris preocupada e olho feio para ele. 

Paro na frente de Iori e vejo sua testa suando.  Levo minhas mãos aos ombros dele.

- Quero te ajudar... não falei muito sobre mim, mas sei muito sobre você  e sobre a influencia que  os portadores dos elementos possuem. - seguro o  braço dele  e o puxo para longe da multidão.

-É inútil, eu não preciso de ajuda... – ele joga meu braço com força em sentido oposto e fala em tom cínico. -Pouco me importa sobre o meu sangue, ou minha linhagem, eu vou matar Kyo com minhas próprias mãos.

As palavras ditas em um tom feroz  me deixaram arrepiada. Engoli o medo e voltei a pegar em sua mão:

- Não adianta fazer charme comigo, sei cada palavra e dor que  você  sente! Passa tudo aqui dentro! – aponto minha cabeça. – Preciso eliminar a presença dos elementos em você ... para não perder seu controle! – pensei no que ele falou sobre Kyo. -  Não vai ser aqui, em uma festa,  que vocês  dois vão acertar as contas de 1800 anos atrás, né?

Segurando as suas 2 mãos de Yagami, libero uma aura pelas mãos  de cor clara,  singela,  que  aos poucos acalma a ebulição daquela maldição presente no sangue daquele homem. Mas sinto toda a dor que ele sentia a momentos atrás.

Lágrimas brotam em meus olhos. Ele sofria demais, era forte para aguentar tudo aquilo naquele momento.   Por um instante ele abre uma das mãos  e invoca uma chama azulada, que por poucos segundos se transforma nas chamas normais, como as  usadas por Kyo.

- Lute justamente Iori, dentro das regras... – toco a mão em chamas - Se você  fizer algo aqui, será desclassificado e sua chance de revanche ira se perder...- falo olhando em seus olhos ignorando o fogo que aos poucos fazia minha pele arder.

Vendo que  nada surtiu efeito,  dou um imenso tapa no rosto de Iori.

- ACORDA!! - grito com todo o ar que  tenho em meus pulmões. O estalo chamou atenção de alguns ao redor.  Logo em seguida sentindo soluços do choro que  vinham de dentro de minha alma, paralisei o tempo ao nosso redor  e voltei a falar com o ruivo:

- Ninguém nunca torceu por você  Iori! – sinto as lágrimas romperem meu rosto - Eu torço! E não é por ódio ou vingança ou justiça. Torço por você  porque  sei a dor de perder a própria mãe quando se é recém nascida... sei a dor de ser a única de uma família perdida!!

Respirei fundo sentindo o sabor das lagrimas amargas na boca e vendo a situação dele piorar cada vez mais.

- Volta ao que  você  era... faça justiça com suas mãos e  não com as mãos de outro.... não  faça nada as custas de uma maldição....

Faço o tempo voltar ao que  era e fico parada olhando ele. Estava pronta para me teleportar se  ele tivesse a intenção de revidar em mim. Nesse instante  ele gritou com uma voz amedrontadora:

- Seja como uma flor, garota,  e acabará em pedaços! – tremi de medo com o que ouvia e no tom que ele falava.

 Não vendo solução plausível naquele instante, volto no tempo há minutos atrás, evitando assim seu contato com Chris. Senti que aquilo havia desencadeado toda a raiva nele. Volto ao momento do corte no dedo.

Dessa vez eu não passo por  ele  atropelando, e sim paro em sua frente, olhando em seus olhos,  sentindo suas dores. Seguro seu rosto de leve  e beijo seus lábios por segundos.

 Ao abrir os olhos e encarar aqueles cabelos ruivos misturados com os meus e com minha saliva, senti o rosto vermelho de vergonha. Permaneci  parada olhando para ele  sem saber para onde correr.

- Mas o que...?  - Iori estava sem saber reagir nessa hora, enquanto Chris passava bem longe de nós. Sorrindo de mim. 

Sem explicação  Athena e Mai  gritam meu nome escandalosamente pela janela da cozinha. É... eu tinha uma torcida ao meu lado. Abaixei o rosto e subi o queixo encarando  Iori.

- Eu sei o que você  passa, - fecho os olhos sentindo que meus pés já não tocam mais o chão. - Não tenha duvidas disso Yagami... - dessa vez quem sente o sangue ferver sou eu.

Viro as costas e vou me sentar ao longe em  uma cadeira próxima à piscina.  Comecei a chorar compulsivamente pensando no que eu podia ajudar sentindo aquilo, naquele momento.

 


Notas Finais


(Agradecimentos ao amigo: †Yagami Light Iori† que me ajudou muito!! Na escrita desse capitulo, em meados de 2006)


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