Bradford – Sábado 10:17 A.M
Melissa Brooke
- Alô? Mãe?
- Oi filha! Como você está? Que milagre é esse que me ligou no sábado? Estou sentindo tanto a sua falta! Suas provas já começaram?
- Mãe, estou bem sim. Ah eu quis ligar, espera! Não me metralhe de perguntas!
- Estava com tanto saudade de ouvir sua voz! Sabia que seu pai veio me visitar? Hanna está grávida! Ele tá doido pra falar com você sobre isso.
- Ah, legal.
- O que houve Melissa?
- Mãe, não fica inventando mentiras, tá? Até parece que o papai ia querer falar comigo.
- Será que dá pra você colocar nessa sua cabecinha pequena que seu pai se importa muito com você? Ele te ama, por isso você está aí. Ele achou melhor pra você, nós achamos melhor pra você.
- Para. Para com esse discurso. É sempre isso.
- Que discurso? Eu estou falando a verdade, Mel.
- Podemos mudar de assunto? Como vai as coisas aí?
- Eu tenho uma novidade. Andei pensando no que você me disse meses atrás, e, eu estou saindo com um cara!
- Sério? Que bom. Você precisa experimentar coisas novas, ta na seca a quanto tempo mãe?
- O QUE? Melissa e-eu...
- Tô brincando. Fico feliz por você. Quero conhecê-lo. - A interrompi
- Nas férias que tal?
- É uma boa.
- Preciso ir agora. Tenho que fazer uns trabalhos, sabe?!
- Sei. Até logo filha. Te amo. Fica bem e juízo.
- Também te amo mãe, tchau. - Desliguei a chamada e fui correndo vestir uma roupa. Hoje é o dia de ser babá.
Vesti um short jeans de cintura alta, uma regata de franja vermelha, calcei meu vans branco, peguei meu celular e coloquei no bolso traseiro do short. Abri a porta com cuidado para não acordar Sarah que ainda estava dormindo e comecei a andar pelos corredores do internato. Passei por três garotos que assobiaram pra mim. Mandei o dedo do meio pra eles. Garotos do time de futebol, Luke era do time de futebol, não é atoa que ele é, e sempre foi um babaca, eu que sempre fui cega. Não me faltou avisos de que eu poderia ser traída.
Afastei meus pensamentos quando avistei Zayn, o diretor e uma garotinha pequena segurando nas mãos do diretor James. Seus cabelos eram louros e com ondulações. Ela vestia um vestido rosa florido, e uma sapatilha bege. A coisa mais fofa. Enquanto Zayn estava com uma regata branca, um jeans, e o seu coturno.
- Pensei que não viria mais, senhorita Brooke.
- Ah, desculpe pelo atraso.
- Certo, agora deixa eu apresentar vocês a Sophia. Sophia, essa é a Melissa. - Apontou para mim e continuou - E este é o Zayn. Eles irão cuidar de você hoje, então obedeça-os por favor.
- Claro papai! - Sorriu
- Quando for cinco horas podem deixá-la na casa da minha ex esposa, é bem perto daqui. Só atravessar a rua e andar mais um pouco, a Sophia guia vocês, certo filha? - Falou e a menina assentiu - Então já vou. Até logo, filha. - Se abaixou, ficando do seu tamanho e despejou um beijo em sua cabeça. A menina sorriu, e se virou para nós.
- O que vamos fazer hoje?! - Perguntou. Zayn deu de ombros
- O que você quiser! - Respondi - Posso te chamar de Soph?
- Pode. Eu posso te chamar de que? E o seu namorado? - Perguntou me fazendo arregalar os olhos. Olhei de canto de olho para Zayn, ele estava rindo.
- Não Soph, Zayn não é meu namorado. E pode me chamar de Melissa, Mel. O que você preferir. - Falei sorrindo
- Podemos ir ao parque, que tal? - Zayn sugeriu. Me surpreendi. Ele agachou, ficando do tamanho, da menina, e ela assentiu sorrindo.
- Sim! - Comemorou - Podemos comer um sorvete! Tem o parquinho!
- Claro. - Sorri e peguei em suas mãozinhas pequenas.
Andamos calmamente pelos corredores. Atravessamos o campus e vimos Louis e Liam que deram um tchauzinho pra nós, enquanto Louis dava um sorrisinho. O águia liberou a nossa saída, mas pelo seu olhar ele estava insatisfeito.
[ . . . ]
Estava brincando com uma pedrinha no chão, enquanto Zayn estava observando Sophia no parquinho. O silêncio já estava constrangedor, então eu resolvi puxar assunto mesmo estando com medo das respostas que ele poderia me dar.
- A Gigi ficou sabendo disso? - Perguntei
- Que eu estou sendo babá por um dia? - Se virou pra mim e perguntou - É, está sim. Ela não gostou muito não.
- Entendo. É bem óbvio que ela não iria gostar. Ela não gosta de mim. - Respondi dando de ombros
- Ela já fez alguma coisa contra você? Se fizer me fala que eu...
- Tá tudo bem Zayn. Já lidei com muitas garotas iguais à ela. Não há nada que eu não possa lidar. -Interrompi-o, ele parecia bem preocupado
E o silêncio prevaleceu novamente. Nós nunca tínhamos algo para falar. Quer dizer, eu queria enchê-lo de perguntas, mas eu temia muito por ele ser grosso comigo, como sempre foi. E isso me fazia preferir ficar em silêncio brincando com uma pedrinha no chão com os pés. Sophia saiu do parquinho e se aproximou de nós.
- Tio Zayn, me empurra no balanço? - Perguntou
- Claro, pequena. - E assim ele se levantou. Será que essa menina gostou mais do Zayn do que de mim? Eu sou legal... Acho...
- Brooke? Você não vem? - Zayn me perguntou me tirando dos meus devaneios
- Sophia não me convidou. - Fingi estar triste, olhei para o chão. A garotinha se aproximou e levantou a minha cabeça.
- Tia Melissa, você quer ir com a gente? - Perguntou cheia de esperanças da minha resposta.
- É claro que eu vou! - Me levantei e fomos andando para os brinquedos do parquinho.
Zayn empurrou Sophia no balanço enquanto ela falava "mais rápido tio Zayn". E quando ela enjoou do balanço queria brincar de pique-pega. No começo Zayn recusou, mas ficamos insistindo tanto que ele não teve escolhas. E estava com ele. Eu e Sophia corríamos tanto, eu sentia que ele estava me alcançando, e para não ser colada, soltei Soph. E quando virei pra trás, ele agarrou minha cintura, eu tropecei em uma pedra, mas mesmo assim Zayn continuou com seus braços agarrados em minha cintura, só que ele caiu junto comigo. Ele embaixo, e eu em cima dele. Uma aproximação nada boa.
- D-desculpa. - Falei já me levantando. Sophia apareceu do nosso lado
- Você tropeçou feio tia Melissa. Mas o tio Zayn salvou você.
- Sim. - Sorri pra ela - Obrigada, Zayn. Você 'tá' bem?
- Estou sim, Brooke.
- Ótimo então. Vamos na sorveteria?
- Sim! Eu quero sorvete de chocolate, é o meu preferido.
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- Sua boca tá toda suja, Soph. - Falei para ela e peguei um guardanapo para limpá-la.
- Esse sorvete é o mais gostoso que eu já comi! - Falou
- É sim. Quando eu era da sua idade sempre vinha aqui e comprava um. - Zayn disse e olhou as horas no celular. - Acho que precisamos te deixar em casa agora, pequena. - Bagunçou o cabelo dela
Zayn pagou a conta, e assim saímos da sorveteria, o sol estava se pondo, quando entramos na rua do Internato, Sophia foi nos guiando até chegar em sua casa. Chegamos em sua casa quando finalmente o sol se pôs. Sophia tocou a campainha toda animada por tal ato. Do lado de fora ouvimos um "Já estou indo" . E assim a porta abriu, uma loura com salto e um terno feminino abriu a porta para nós com um sorriso de orelha a orelha. Sophia correu para abraçá-la.
- Ah! Obrigada por cuidarem da Sophia! - Falou - Sou ex esposa do Diretor de vocês. Vocês querem entrar pra tomar um café, ou algo do tipo?
- Obrigada, mas não precisa. Precisamos chegar no internato, sabe? - Respondi-a
- Ah sim, entendo. Mesmo assim obrigada novamente, espero que minha filha não tenha dado trabalho á vocês.
- Ela não deu. - Zayn se pronunciou - Adorei passar a tarde com ela. - E novamente, bagunçou o cabelo dela, Soph estendeu os braços em forma de abraço e Zayn se agachou ficando do seu tamanho para facilitar tal ato. - Tchau, pequena.
- Tchau tio Zayn. - Eu me agachei ficando do seu tamanho e ela me deu um abraço mais forte ainda.
- Tchau tia Melissa, irei sentir saudades, você pode me visitar? - Falou
- Sempre que eu puder. - falei e dei um beijo em sua bochecha
- Você e o tio Zayn fazem um casal bonito. - Sussurrou e logo se afastou de mim, ficando ao lado de sua mãe. Ainda agachada semicerrei os olhos pra ela.
- Mas é a verdade! - Sophia disse, e eu me levantei
- Bem, temos que ir agora. - Zayn disse
- Sim, até logo, Soph.
- Até. - Sorriu e assim saímos da porta de sua casa
As ruas escuras de Bradford me deixavam assustada, mas eu olhava para o lado e Zayn estava lá, e isso por incrível que pareça me deixava segura. Eu queria fazer algo diferente, então sem pestanejar propôs uma coisa bem louca, que poderia nos ferrar bonito.
- Nós poderíamos ir em um barzinho, o que você acha? - Parei de andar, ele também.
- Eu conheço um, aqui perto. - Virou para mim
- Então o que está esperando? Vamos logo.
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