1. Spirit Fanfics >
  2. No limite do Universo >
  3. Fale tudo que precisa ser dito enquanto ainda há tempo

História No limite do Universo - Fale tudo que precisa ser dito enquanto ainda há tempo


Escrita por: ValotDeadly

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece, né não?

Capítulo novinho pronto com a parte 2 do capítulo I aqui, espero que entendam e gostem 💜

Qualquer coisa me gritem!!!

Links amor nas notas finais

Capítulo 3 - Fale tudo que precisa ser dito enquanto ainda há tempo


Capítulo I

Parte 02/02 — Fale tudo que precisa ser dito enquanto ainda há tempo

 

“Acreditamos ter algo dentro de nós capaz de dizer quem de fato somos, chamamos tal coisa de personalidade, mas ela é moldada através das experiências que temos. Mas e se essas experiências forem controladas? E se o tempo, a vida, o universo e tudo que conhecemos não passarem de uma mentira muito bem elaborada para manter-nos presos nas garras de um mundo inexistente?”
Byun Taeyoen, Personalidades moldadas - 3816 g.c.

 

“Fomos ensinados a crer. A crer sem nos questionar os porquês. Podemos perceber que o universo tem uma idade infinitamente superior àquela que fomos ensinados a não questionar. E a única pergunta que vos deixo é ‘por que?’, mas sei que ela nunca será respondida, afinal fomos ‘feitos’ para crer e não para questionar.”
Byun Tiffany, Crer no porquê é uma dádiva, 3817 g.c.

 

Planeta Ciência Maior, 3858 g.c.

 

Baekhyun trabalhou duro para subir de classe e ter acesso aos equipamentos de pesquisas, ainda mantinha consigo aquele papel que dizia poder mudar a história, e sabia que no fundo, isso já havia sido feito.

Sentia saudades de Chanyeol e Aidan, o garoto com as constelações no olhar e o furão robótico preguiçoso. O cientista nunca mais viu o historiador, mesmo que Baekhyun o observasse de longe. Mesmo que o mais velho ficasse feliz por ver a genialidade do amigo em subir de classe tão rápido, em estudar e provar coisas que ele jamais teria cabeça para sequer pensar. Ainda o amava, e questionava se esse sentimento um dia passaria, mas sabia bem no fundo de sua alma que isso seria impossível; já haviam se passado mais de vinte anos desde que se afastou do seu único amigo.

Chanyeol era agora um cientista bem sucedido, inclusive havia ganho alguns prêmios. Baekhyun ia em todas as premiações e ficava feliz por ele. Esse era mais um dia entre tantos outros; Chanyeol estava sendo premiado por provar O Princípio das Partículas Atemporais — mostrando que tudo no universo era formado dessas partículas que transcendem o espaço-tempo. Baekhyun estava tomando coragem de falar com o melhor amigo, mais que isso, iria impedir que ele estragasse tudo que havia conquistado. Sabia dos planos secretos de Chanyeol apenas por ver as linhas de pesquisas e se não estivesse enganado, era culpa do Portal, e se ainda se lembrava bem, aquelas linhas de pesquisa do melhor amigo levavam a Fallout também.

Não que Baekhyun desacreditasse nos papéis que havia lido escondido de Chanyeol quando foi embora — levando embora consigo naquela data o seu preferido: Assassin’s Creed —, mas tinha medo de ver aqueles olhos repletos de estrelas perderem o brilho, tinha receio de que Chanyeol fosse louco o suficiente — no fundo sabia que ele o era —, de testar a paciência dos deuses universais e acabar tentando provar algo que nem era de sua área.

O mais velho sabia que a infância banhada a sonhos era culpada disso, e não se arrependia de nada, nem mesmo de quando fugiu. O fez para proteger Chanyeol, e havia dado certo — de certa forma. Agora ambos tinham reconhecimento na classe que queriam, mesmo que no brilhos dos olhares distantes ainda existissem sonhos que seriam dificilmente realizados.

Era Natal para os amigos.

Mesmo que Chanyeol nunca tenha procurado Baekhyun nessas datas, e mesmo que Baekhyun continuasse a ver o amigo de longe. Sentia cada dia mais uma necessidade absurda de ir até ele, de impedi-lo de testar a paciência dos deuses. Baekhyun era vigiado praticamente em todos os momentos, o seu histórico familiar e sua ascensão causavam receio nos mestres e governantes do universo. Mas mesmo assim pesquisava, mesmo assim sonhava; e queria um dia provar que tudo que viviam era uma farsa, que a vida existiu no Planeta de Exploração e que essa provavelmente fora destruída pelos deuses.

A história gritava, era claro como água para o historiador.

Haviam dados ocultos, que conseguiam ser provados por um processo arcaico de meia-vida atômica, além de um mistério da criação que cheirava a mentiras.

Mentiras muito bem contadas para manipular todo um povo. Mentiras que não podiam ser questionadas, mentiras que eram tomadas como verdade mesmo para aqueles que as questionavam.

Sabia disso porque havia achado as pesquisas das mães e era tudo muito óbvio, assim como o real fato do rebaixamento delas de classe. As Byun haviam chego perto demais da verdade e com isso levado boa parte da comunidade científica a pesquisar e questionar os deuses universais e o sistema de governo. Cientistas eram questionadores por natureza, alguns mestres explicam tal fato pelo DNA que esta classe era construída.

E assim, a anos atrás, aconteceu a primeira rebelião no Planeta Ciência Maior, com o questionamento do mundo por aqueles que deveriam por sua criação duvidar. Mas esta rebelião foi acalentada brutalmente pelos deuses com suas armas e o seu exército. Os cientistas ficaram sem contato com os outros planetas e as outras classes; o nitrogênio foi controlado, matando muitos que não conseguiam respirar — aquelas famílias menos produtivas que viviam longe do centro da sociedade —, ou que sofriam com o ar que se tornava cada dia mais rarefeito.

Mas mesmo com a opressão daqueles que se auto intitulam deuses milhares de artigos — que hoje eram escondidos da nova geração — saíram com teses, estudos, e provas contra os seres que tentavam controlar o universo. Porém todos os autores desses foram mortos apenas por questionarem a vida.

Com isso, algumas famílias fizeram acordos e foram rebaixadas conforme o nível da heresia, outras achavam que a sociedade científica estava forjando provas e usando métodos arcaicos — como o processo de meia-vida atômica —, outros ficaram ao lado dos deuses por poder — mesmo que acreditassem nos artigos e nas técnicas usadas.

Nenhum outro planeta ou classe se envolveu pois sequer soube desta disputa. Os cientistas que estavam trabalhando fora de seu Planeta subiram de classe e nada souberam. A sujeira foi varrida para debaixo do tapete e se alguém ousasse abrir a boca, teria toda a família morta pelos deuses universais.

Taeyeon e Tiffany foram rebaixadas a exploradoras e nunca falaram o real motivo para proteger o pequeno filho, assim como tantas outras famílias espalhadas pelos diversos satélites de exploração artificias — todas as que desejavam proteger seus filhos, ou suas próprias vidas fizeram acordos de rebaixamentos e se calaram.

O silêncio dos cientistas foi comprado com as próprias vidas.

Baekhyun sabia que nenhum deus, humano ou Gumeshian criaria algo por amor, o amor não fazia isso. Era mais que isso, o amor daria igualdade e sonhos, mas os humanos nunca puderam sonhar sem medo.

Que tipo de deus tira de sua criação um dos mais belos sentimentos? Que tipo de deus deixa que o brilho nos olhos de seu povo morra apenas para que o sistema permaneça?

Baekhyun sabia que eram escravos.

Os humanos eram a raça perfeita, não envelheciam pois não oxidam as células, viviam até quando o cérebro conseguisse guardar as informações eram fiéis para conseguir tudo que os Gumeshians querem.

Eram mais que escravos, eram escravos perfeitos.

E foi ao ouvir o amigo dizer que as opções foram tiradas de todos os humanos ao nascer que temeu e tremeu. Tremeu em sua cadeira, em pleno natal e temeu porque sabia da história, porque havia achado vestígios dessa disputa dos cientistas e dos deuses em um arquivo com uma criptografia que lembrava as línguas que ele e Chanyeol falavam. Sabia do cientista que havia ensinado o pai de Chanyeol e acreditava que aquele arquivo muito bem escondido com os dizeres “Me encontre”, em uma das línguas que nenhum outro sabia era obra dele.

O historiador leu tudo, mesmo que aquilo fosse estranho e tivesse mais de cinco das línguas perdidas neles. Baekhyun quis encontrar Chanyeol e mostrar a ele, mas por pura teimosia — ou burrice mesmo — o físico estava falando coisas que não deveriam ser ditas antes de Baekhyun conseguir o mostrar o que havia descoberto.

O idiota do Chanyeol estava falando tudo que Baekhyun de fato acreditava mas que faziam os cientistas mais velhos — mesmo que todos mantivessem a face e corpo como nos seus vinte anos — olharem torto, reprovando as atitudes do nascido explorador. E Baekhyun correu, correu como se não existisse amanhã — o que é amanhã, afinal?! — e abraçou Chanyeol enquanto este tentava falar mais de suas sentenças problemáticas. O abraçou forte retirando-o de perto do microfone e com os olhos cheios de esperanças e sonhos murmurou:

— Feliz Natal, Chan — Sorriu mostrando os dentes salientes que inundavam os sonhos de Chanyeol.

— O que você está fazendo aqui? — O físico disse com sua voz grossa, uma que Baekhyun conhecia apenas dos discursos. Havia abandonado Chanyeol antes mesmo dessa voz ser como é.

— Vim ver o grande cientista-físico ganhar mais um de seus prêmios — enfatizou a palavra grande fazendo o amigo arquear a sobrancelha direita. — Que foi? — Prendeu ainda mais o abraço. — Hey, estou orgulhoso garoto.

Então os dois foram retirados do palco por um Yifan que estava farto daquela demonstração de afeto gratuita e irritante — desde quando seus subordinados subiam em suas premiações para acasalar? —, e quando desceram puderam ouvir a piada do mestre dos cientistas:

— Já sabemos quem serão os próximos a ter a bênção dos deuses em uma união — Sorriu faceiro olhando para o seu amigo que estava sendo carregado em um abraço pelo pequeno historiador. — sejam felizes e não atrapalhem mais uma premiação, obrigado. — Acabou dizendo tudo de uma forma extremamente rápida e irônica.

Yifan era mestre por ser extremamente bom em todas as áreas científicas e um mestre jovem que não se dava bem com os outros mestres. Eficiente e repleto de piadas sádicas ou sem graça alguma terminava o discurso sobre as partículas atemporais e o que esperava delas no futuro, dividindo grupos e linhas de pesquisa. Era um sádico que insistia em trabalhar até nas premiações alheias, porém um sádico extremamente bom naquilo que fazia.

Então como em um passe de mágica, Chanyeol saiu do abraço, invertendo as posições e acabou puxando Baekhyun pela destra — como tantas outras vezes em uma infância distante —, levando-o para a mesa dos premiados pouco se importando com os cochichos alheios.

Pegou seu cigarro do bolso, acendendo com dois girares na base eletrônica e tragou sentindo uma calmaria inebriante a cortar-lhe o peito vazio enquanto o historiador apenas se limitava a observar cada pequeno trejeito do garoto — hoje homem feito e bem sucedido — que o havia deixado na noite de natal.

— Pronto, estou mais calmo. — Chanyeol tragou novamente, soltando um nitrogênio mais claro que a neblina constante que viviam pelas guelras de seu pescoço. — Agora você pode falar o que veio fazer aqui, Byun Baekhyun. — Soltou o nome do historiador quase como uma ofensa, como se fosse difícil demais verbalizar seu passado sonhador e seu coração partido em forma de gente.

Sorriu sozinho quando Baekhyun frustrado pegou da mão do maior o cigarro, tentando — inutilmente — tragar.

— Se-eenti — Baekhyun tossiu as palavras soltando o ar. — Ss-ua falta… — Soltou aquilo que se prendia nos pulmões secos pelas guelras do pescoço e respirou fundo. — Caralho que gosto horrível! — Balançou o cigarro na mão meneando a cabeça negativamente. — Por que raios você criou algo tão ruim, Chan?

— Por que me acalma, e porque me lembra da infância. — Chanyeol olhou para os olhos que inebriam seus sonhos desde que era apenas um garotinho no Satélite de Exploração e deixou-se perder naquele brilho que lhe sugava a alma. Viu o brilho desses olhos nascer e sentia-se traído por não saber ao certo o motivo deles ainda brilharem.

Era injusto.

Baekhyun havia sido um péssimo amigo, pois os dois eram mais que apenas isso — mesmo que nunca quisessem assumir que aquela era uma relação repleta de segredos e de intimidade —, e então quando Chanyeol abre seu coração de fato, contando ao amigo tudo que acreditava, mostrando a Baekhyun o porquê do brilho de seus olhos ser sempre presente, o jovem amedrontado foge. Foge sem dizer mais nada exceto aquilo que Chanyeol já sabia: que ele era um louco.

O físico então se encontrou, no sorriso com aqueles caninos marcados enquanto o historiador tentava — desgraçadamente — fumar aquilo que marcava ainda seus sonhos e a realidade dos dois.

— Credo Chan — Baekhyun por fim verbalizou. O físico estava o olhando a algum tempo e aquilo o desconcertou, era difícil manter a pose de indiferente a presença do outro, era complicado esconder o brilho que sabia nascer em seus olhos única e simplesmente por estar ao lado dele. — O cigarro consegue ser tão ruim quanto a careta que você faz ao tentar me analisar.

Chanyeol sorriu. Não soube ao certo o porquê, somente sorriu ao ouvir palavras tão certas e sinceras. Baekhyun estava ali, sendo o mesmo de seus sonhos e isso era motivo suficiente para que o físico deixasse o sorriso fluir por toda sua face e alma.

— Eu não te ofereci, pegou porque quis. — Aproximou-se do corpo de Baekhyun e puxou o cigarro de suas mãos, tragando da forma certa em uma proximidade perigosa do rosto bonito — para Chanyeol, é claro — do outro. — Você veio em todos os natais. — Soltava o ar rarefeito pelas suas guelras lentamente enquanto via Baekhyun sorrir, e mexer em uma mecha de cabelos — fazia sempre isso quando estava nervoso, Chanyeol se lembrava bem. — Você não é muito bom de escondendo!

— Você sabia? — Baekhyun esbravejou alto, fazendo Yifan olhar em reprovação para a mesa que estavam. Chanyeol maneou a cabeça positivamente, deixando o historiador possesso. — Se você sabia, porque não veio me ver? — Cochichava as palavras para que não fosse expulso do lugar por Yifan. — Porque me deixou acreditar que eu não conseguia ser visto? Porque raios me deixou crer que você estava bem sem mim? — Baekhyun tolamente soltava as palavras que se prendiam na garganta.

Em todos os natais Chanyeol estava acompanhado de Yifan, sorrindo, fumando e bem. Muito bem, enquanto Baekhyun se culpava por não ter coragem de falar que o amigo estava certo, que havia muitas coisas que os deuses escondiam. Quis tanto proteger ao pequeno garoto que havia roubado sua alma e coração com apenas um sorriso sincero e um furão em mãos que se esqueceu deixar o garoto lutar sozinho.

Baekhyun carregava sozinho o peso do saber. Saber mais que era permitido, acreditar em mais do que era contado e ver nas estrelas um mundo que nunca foi explorado, e naquele momento enquanto via a  face daquele que observou ao longe por anos ganhar um sorriso, quis pedir ajuda, quis contar tudo a ele. Carregar sozinho por tanto tempo o peso do saber estava acabando consigo, mas ainda queria que Chanyeol fosse feliz e bem sucedido.

Se não tivesse fugido o amigo estaria onde está hoje? Sendo premiado por ser brilhante? Sendo reconhecido pelo seu trabalho duro? Ou os dois estariam presos na prisão universal?

Baekhyun gostava do saber. O benefício da dúvida não lhe cabia. Então apenas sorriu enquanto pensava em um passado que jamais poderia mudar e deixou-se inundar por sonhos que talvez um dia viesse a conquistar.

— Porque eu não sei de nada, Baek. — Chanyeol tragou o cigarro mais uma vez, demorando um certo tempo para soltar a fumaça. — Você não é muito bom em esconder sua presença, mas é ótimo em esconder o que sente e o que pensa.

O historiador se manteve em silêncio. Havia escondido seus sentimentos para proteger o garoto com a constelação no olhar, mas nunca havia deixado de sentir. Estava ali para proteger Chanyeol, continuaria se escondendo se ele não tivesse começado com aquele discurso que o levaria para a prisão universal. Era tudo por proteção, mas naquele momento, vendo os olhos brilhantes perder o brilho pensou se havia valido a pena. Estava se sufocando em dúvidas e a única certeza que possuía era que Chanyeol estava ali, e ainda possuía as constelações no olhar e sonhos na mente.

Por um momento, sentiu que estava tudo bem em não saber de muitas coisas, como na infância que se deixava levar pelo amigo. Saiu daquela sala de premiações sorrindo, com a destra presa na mão do melhor amigo — podia ainda chamá-lo assim? — e por um instante, um breve instante, teve a certeza de que poderia deixar que suas dúvidas fossem sanadas lentamente por aquele que suava pelas mãos geladas.

Chanyeol estava nervoso. Baekhyun tinha esse poder sobre ele, era desgraçadamente irritante quando o historiador se escondia de si no natal. E por ser natal, o físico sentia uma solidão sem limites, mas sempre estava ao lado de Yifan, o garoto que treinou e estudou para subir de classes junto com Chanyeol. Ambos viam Baekhyun tentando se esconder, e por mais que o cientista quisesse sorrir não conseguia. Não entendia os porquês do amigo, não entendia nada e odiava não entender algo.

Yifan percebeu isso. Na realidade o hoje mestre sempre fora um gênio e não foi difícil entender que o historiador e o amigo espalhafatoso tinham algo a esconder. Mas estava tudo bem em dar-lhes espaço, em deixar que ambos viessem a conversar um dia e colocar as cartas na mesa. O mestre acreditava que ambos poderiam crescer ainda mais juntos, eram brilhantes em suas áreas — era uma pena Baekhyun ter sido punido a não chegar no planeta ciência maior pelo erro de suas mães, as hereges.

Mas havia algo estranho.

Muito estranho para Yifan, sabia que Baekhyun vinha se metendo em pesquisas escondidas e podia ver nos olhos brilhante daquele que tinha uma sede de conhecimento beirando ao infinito que ele havia decifrado tudo. Tudo que Yifan não havia conseguido. Tudo que Yifan queria saber mas que não podia. Então deixou que os amigos se aproximassem e fingiu não ver quando eles saíram da mesa dos premiados no meio de seu discurso. Iria dar corda suficiente para que ambos o levassem até onde ele não conseguia chegar.

Yifan era um gênio. Um gênio manipulador, mas ainda assim um gênio.

Chanyeol levou Baekhyun para sua casa, uma metálica como no satélite que vivia, muito diferente das casas dos cientistas maiores. Baekhyun não hesitou em entrar e olhar pela clarabóia, sorrindo ao ver as estrelas que brilhavam no céu. Era tudo tão familiar que apenas sentou-se no carpete fofo do chão sem nem esperar que o outro lhe dissesse nada. Chanyeol apenas o seguiu, como faziam em uma das infinitas memórias que dançavam na mente dos dois.

— Senti sua falta — Baekhyun sorriu com os caninos expostos e Chanyeol deixou-se perder naquela face banhada pela luz amena das estrelas que entrava pela claraboia.

— Eu também — Sentou-se ao lado daquele que inundava seus sonhos. — Mesmo que eu tenha te visto escondido todos os anos, sinto falta de você. Sinto saudades de você, droga. Porque você fugiu? — Não conseguiu segurar a frustração na garganta, queria saber. — Porque veio em todos os natais? Pelos deuses, Baek, porque você não me apoiou quando eu precisava? Pelas estrelas po-o. - Baekhyun o calou com beijo. Um selar doce que não respondia nenhuma das perguntas, mas que fazia o coração de ambos bater no peito seco. — Droga, Baekhyun, você me enlouquece.

Chanyeol não perguntou mais nada, entendeu que Baekhyun não iria falar coisa alguma, mas deixou-se levar pelos selares e olhares afetuosos dele. Chanyeol não resistia, não podia resistir, Baekhyun lhe punha louco apenas com o olhar, e pelas estrelas, sentia saudades da boca dele na sua, das mãos grandes a traçar um caminho em seu corpo e dos sussurros de desculpas que escapavam da garganta daquele que amava.

E pelos deuses. Sempre havia amado aquele que estava ao seu lado agora. Sempre soube, desde que este o deixou entrar na sua casa e sua vida, quando ainda eram pequenos.

Baekhyun empurrou Chanyeol contra o carpete, mas apenas deitou ao seu lado. Devia muitas explicações, e estava na hora de começar a falar.

— Eu só tive medo — Aconchegou-se perto das guelras do pescoço do outro, as soprando, fazendo Chanyeol sorrir pelas cócegas. — Sabe, eu sei que você quer muito saber de tudo e sei também que eu sou um covarde, mas eu ainda tenho medo — Chanyeol segurou a mão de Baekhyun firmemente, como se dissesse com um toque para o outro continuar a falar, o que deu certo. — não é medo por mim, Chan, pelo universo, não. É por você, por nós dois, pela sua família.

— Como assim por mim? — Chanyeol cravou os olhos na face de Baekhyun? — Eu não preciso da sua proteção e nem nunca precisei, você teve medo por si próprio, Baek. Você teve medo de ficar preso na satélite de exploração, teve medo de ter o mesmo destino das suas mães, não me culpe por suas inseguranças, por favor, não faça isso.

Baekhyun respirou fundo, contou quantas estrelas podia ver e tentou se acalmar. Chanyeol estava errado, muito errado, e por mais que quisesse provar isso para ele, apenas deixou que seu coração falasse por si antes de sua mente.

— Acredite no que quiser, Chan. Mas eu nunca te deixei, você sabe. Eu vim em todos os natais, eu estive aqui, porque, droga, você tem algo que eu nunca vou ter, algo que roubou de mim e eu não podia deixar para trás.

— Seu lugar no planeta ciência maior? — Chanyeol riu de escárnio, maldito egoísta de sorriso bonito, maldito.

Baekhyun levantou parte do corpo, apoiando-se no braço esquerdo e quanto via o outro ficar vermelho de raiva. Acabou verbalizando as coisas mais tolas que já havia dito na vida, com um sorriso na face: — Você roubou meu coração, seu idiota.

Ambos sorriram, mesmo quando Baekhyun roubou outro beijo de Chanyeol. Tudo era como na infância distante, até mesmo os beijos desajeitados em meio a sorrisos que faziam o peito dos cientistas aquecer.

O universo seria perfeito para ambos se continuasse assim.

 

— X —

 

Os amigos voltaram a se ver não apenas no natal, mas sempre que podiam. Escondiam de todos um relacionamento, sabiam que por Baekhyun ser de classe mais baixa, Chanyeol teria que descer para poderem se casar. Ou teriam de esperar Baekhyun subir de classe, o que era impossível graças a punição que levou pela coragem das mães.

Baekhyun mostrou a Chanyeol as pesquisas que havia descoberto. Como agradecimento, o físico estava levando o pequeno historiador para o Lar dos exploradores, queria lhe dar um presente e mostrar uma coisa que seu pai havia trazido a pouco tempo para a casa.

Já fazia seis meses desde que haviam voltado a se ver, mas pareciam apenas minutos, a relatividade do tempo estava presente a todo momento quando estavam juntos.

Chegaram no satélite e foram recebidos pelas famílias felizes em ver a aproximação dos filhos. A senhora Park abraçou fortemente Baekhyun enquanto as a mães deste correram para abraçar a Chanyeol.

Estavam felizes como a muito tempo não estiveram.

Passaram o dia ouvindo histórias do senhor Park, e comendo guloseimas das Byun. Aidan não estava mais entre eles, Chanyeol não era mais um garotinho e este fora reprogramado para outro garoto da classe dos exploradores. Mesmo assim, o cientista sentia falta do furão, porém sempre o teria guardado na memória.

Quando deu o horário de recolhida, Chanyeol e Baekhyun seguiram para a caverna onde Chanyeol fez o ritual para pegar a caixa de tesouros e lá estava o objeto brilhante que havia falado com Baekhyun.

Baekhyun ficou encantado, era bonito,continha flores de pequenas pedras coloridas ao redor de um estrutura metálica, reta. Nunca havia visto nada igual, e teve a certeza que o objeto não era deste tempo, possivelmente possuiu um dono na civilização que vivia no universo antes dos Gumeshians.

Baekhyun sorriu. Tinha nas mãos a prova que suas mães estavam certas e não foi preciso pedir a ajuda de Chanyeol para calcular a idade deste pelo processo de meia-vida atômica. O físico já havia feito.

Ficaram na casa das famílias por pouco tempo, precisavam voltar e mostrar a todos o que haviam descoberto.

Chanyeol havia calculado a idade do objeto por processo de meia-vida carbônica e Baekhyun ficou a par de estudar mais sobre o objeto em si. Achou alguns escritos em uma das línguas que havia aprendido com Chanyeol, e acreditou tratar do nome do dono do objeto “Oh Sook Hee”.

O historiador escreveu sua tese, culpando os deuses universais pelo ataque ao planeta ciência maior, citando os documentos que havia encontrado, e como um gancho, questionou o que era aquele objeto datado a muito mais anos que os livros de história contam, com uma escrita e língua própria.

Fez tudo como deveria, dando créditos a Chanyeol que estava ocupado estudando as partículas que havia descoberto, o amava tanto que não suportaria que este  perdesse a vida. Como o egoísta que sempre fora, não deixou que Chanyeol encarasse os problemas que viriam a seguir, escondeu suas pesquisas do físico, apagou as  provas da participação do namorado e apresentou a pesquisa as escondidas para a comunidade científica.

Sabia do seu destino e não queria o mesmo para aquele que amava.

Foi preso enquanto Chanyeol estudava aquilo que lhe tornou famoso, e mesmo estando na prisão universal não se arrependeu, jamais desejaria tal desgraça aquele que tinha seu coração.

Chanyeol não entendia o porquê Baekhyun o havia enganado, não fazia sentido. Quando o historiador foi preso, o físico estava indo o visitar no planeta ciencia menor. Queria brigar por Baekhyun não ter lhe dado os devidos créditos, mas deixou tudo de lado ao ver na espreita, escodindo em uma esquina, como Baekhyun aguentava ser exemplo para os outros. Foram chutes, tapas, pontapés e um Baekhyun gritando que os deuses universais escondiam a história do povo, com coragem que fez o físico cair de joelhos no chão e chorar.

Aquele que estava sendo protegido pela coragem alheia sentiu medo, e se escondeu, sabia que muitos tinham consciência da proximidade dos dois, e não queria o tratamento que o outro estava recebendo. Os olhos brilhantes de Baekhyun ganharam lágrimas e brilhavam ainda mais, a boca fina de sorriso faceiro ganhava sangue a cada nova investida dos soldados que gostavam de mostrar a força e o poder dos deuses universais.

Chanyeol temeu por sua própria vida e enquanto chorava vendo Baekhyun passar por si com um sorriso ensanguentado.

O cientista jamais se perdoou. Ainda mais quando voltou para a casa no satélite universal e viu nos olhos das Byun desespero e saudade do filho. Nunca se perdoou, e sentiu-se culpado quando entrou na caverna e abriu a lata de tesouros, vendo uma carta criptografada por Baekhyun. Jamais se perdoou quando o covarde era ele e quando era Baekhyun a pedir desculpas por proteger o amante:

 

“Chanyeol, eu te amo.
Tanto que nem sei como explicar, mas me entenda. Eu sei que você me odeia agora e está tudo bem em me odiar, eu mesmo me odiaria tamanho é meu egoísmo.
Não escondi seu nome nas pesquisas pois não queria dividir um prêmio com você, acredito que já esteja preso e que você voltou para avisar minhas mães, certo?
Eu sabia.
Sempre soube.
A história vai muito além dos que nos contam e se os que se chamam deuses foram capazes de dizimar toda uma civilização e esconder de nós a realidade o que fariam com apenas um homem?
Chanyeol não seja burro, você sempre foi muito mais esperto que eu. Entenda.
Quando você me mostrou o compartimento secreto da Caixa de tesouros eu soube que havia muito mais escondido, muito mais coisas e eram tantas que eu entendia que jamais caberiam nesta caixa.
Chanyeol eu não fugi por medo de me encrencar ou morrer, longe disso.
Fugi de você pois minha alma e minha mente tem sede de conhecimento e eu nunca quis que você se perdesse comigo, eu posso me virar sozinho, mas não posso te proteger na morte, da prisão ou da ira daqueles que comandam o universo.
Eu te amo tanto que ia te ver escondido a cada natal e Chanyeol, eu estava feliz em apenas te ver.
Porque você tinha que falar sobre as opções que nos foram tiradas? Chanyeol eu precisei intervir. Você poderia estar onde eu estou agora e eu não suportaria, eu sou egoísta e te amo demais para te ver assim. Mas eu me aproximei de ti, e pelo universo, você era tão viciante para mim quantos os cigarros são para você, eu não pude te deixar.
Os meses que passamos juntos foram os melhores de toda a minha vida, mas agora eu tenho a certeza que jamais iram voltar.
Eu não tenho certeza sobre a minha condenação, mas talvez seja a morte.
É estranho escrever algo pensando na morte, eu não quero morrer, mas não há nada que eu possa fazer, então, apenas não deixe que meu nome morra comigo, Chanyeol.
Não deixe que eu seja um herege sem causa. Lembre-se de mim, por favor e um dia, conte aos seus filhos belas histórias de dois garotos e um furão.
Nunca se esqueça do passado e não procure a ira dos deuses.
Daquele que te ama mais que tudo, o bastardo egoísta que não é capaz de te imaginar sofrendo,

Byun Baekhyun.”

 

O físico não ficou bem depois de ler a carta, sentiu-se um lixo, mas tudo só piorou quando sua irmã entrou na caverna, limpando suas lágrimas e contando para Chanyeol a pior notícia que poderia ouvir.

Baekhyun fora morto por heresia sem nem ao menos um julgamento. A família não tinha direito nem de jogar suas cinzas as estrelas, era um herege.

Chanyeol trabalhou duro, dia após dia, noite após noite, mesmo quando Yifan o mandou tirar um descanso, mesmo quando as Byun o mandaram parar, mesmo quando já não havia mais esperanças. Pensava consigo que se Baekhyun tinha coragem de provar que a história existiu graça aquele maldito folheto que havia lhe mostrado na infância, ele também seria capaz de criar portais e fugir pelo espaço-tempo, salvando Baekhyun da cadeia.

E foi assim que ele criou a esfera metálica oca cruzadora do tempo e espaço —  E.M.O.C.T.E. e seu núcleo, repleto de partículas atemporais a esfera maciça metálica — E.M.M.

Deste modo, quando um Yifan tentava invadir seu laboratório trinta anos depois da morte de Baekhyun, o primeiro portal se abriu e foi quando Chanyeol começou esta viagem psicodélica, vendo seu passado, presente e futuro pelas fendas atemporais do portal.

 

 Prisão universal, 3859 g.c

 

Baekhyun estava farto daquele lugar. A cela era metálica e fria, a comida escassa e a morte eminente. Ainda não sabia a sua punição mas tinha algumas idéias, principalmente quando os guardas passavam o insultando.

Provavelmente seria julgado culpado e morreria por heresia.

Não conseguia distinguir o dia da noite naquele lugar, sua mente estava a todo momento procurando por soluções, mas havia feito o que achava certo, teria seu nome para sempre lembrado no coração daquele que amou e as pessoas não esqueceriam do herege que lutou contra os deuses, certo?

Estava tão cansado que a sua visão estava se tornando turva, um portal estava se abrindo bem na sua frente ou ele já havia pirado?

Assustado encostou na parede da cela e quando pensou em gritar pelos guardas viu que algo saia do portal, era uma espécie de nave arredondada. Assustou-se ainda mais, não era possível que os malditos dos guardas não estavam ouvindo e vendo aquilo.

O portal sumiu, a nave abriu suas portas e Chanyeol saiu de dentro dela quando os guardas chegaram e começaram a gritar desesperados.

— Pelas estrelas, entre Baek — Chanyeol gritou e Baekhyun sorriu sem entender o que estava acontecendo. — Eu passei trinta anos criando tudo isso para te salvar e você fica aí parado?

Trinta anos? Baekhyun havia ouvido certo? Entrou rápido na máquina enquanto os guardas abriram a porta de sua cela.

Ganhou um selar de Chanyeol e  sorriu.

— Você fez isso baseado no portal? — Baekhyun limitou-se a dizer enquanto Chanyeol fechava a porta da nave, girando em suas mãos uma esfera metálica.

— Fiz, agora vamos seguir Assassin’s Creed e provar que você estava certo o tempo todo.

Com essas promessas, Chanyeol disparou a arma que criava outro portal e sorriu quando viu Baekhyun pegar a caixinha de tesouros. Dentro dela havia um diário de bordo, que foi usado para anotar tudo que fez para criar sua máquina do tempo. Em cada linha, em cada página, e em todas as palavras, Baekhyun sentia o amor do outro, de uma forma estranha já que quando a nave entrava no portal e a viagem começava, Baekhyun sentia seu corpo mais leve.

Chanyeol virou para ver o amante e se desesperou. As partículas atemporais do corpo de Baekhyun estavam sumindo aos poucos, não sabendo o que fazer, pegou a E.M.M que era um imã destas partículas e se aproximou do corpo de Baekhyun.

— Chanyeol, eu te amo. — Baekhyun verbalizou o que o físico já sabia, mas que o fez chorar. — E vou te amar para sempre em qualquer lugar que eu estiver.

— Eu também te amo. E vou te amar para sempre, em qualquer lugar que você estiver.

— Alguma coisa deu errado, não é? — Sinto meu corpo ficando leve e vejo um brilho estranho saindo dele e indo até essa esfera.

— Baek, — Tocou a face daquele que amava enquanto deixava as palavras ganharem vida. — me perdoa?

— Pelo quê? — Baekhyun segurou a mão de Chanyeol e sorriu ameno. — Não tenho o que te perdoar.

— Acho que o portal não estava completo, — Naquele momento nada mais importava, tentava ao máximo ver e tocar o rosto de Baekhyun. — a nave não está aceitando dois corpos baseados em carbono.

— E como um corpo estranho eu estou sendo repelido? — Baekhyun sorriu, enquanto via que de fato era isso que estava acontecendo.

— Sim — Chanyeol deixou uma lágrima escapar e Baekhyun a limpou.

— Hey, Chan. — Segurou a mão do amante enquanto se despedia, era necessário. — Você já chorou a minha morte por trinta anos, prometa que não vai mais chorar, está tudo bem, eu vou ficar bem.

Foram as últimas palavras de Baekhyun, ambos não conseguiram mais verbalizar nada, as partículas foram sugadas para dentro da E.M.M. e Chanyeol não conseguiu cumprir a promessa.

Chorou.

Colocou a E.M.M. no centro da máquina e apenas deixou que as lágrimas caíssem por seu rosto. Teve ao longo dos anos duas chances de salvar Baekhyun, e havia falhado nas duas.

— É necessário calcular e melhorar os dados para que mais formas de vida baseadas em carbono viagem conosco? — Uma voz doce apesar de um pouco metálica saía do centro da máquina, que ficava atrás de Chanyeol.

Era o local onde o cientista havia colocado o sistema integrado de som da máquina cruzadora do tempo-espaço, mas aquela voz não estava na programação, muito menos aquela frase ou as pausas que apenas uma pessoa dava enquanto falava e aquela era pessoa que havia se desintegrado bem diante os olhos — agora úmidos — de Chanyeol.

Com os olhos ainda repletos de lágrimas e o coração sendo dilacerado por ter visto partícula à partícula do corpo de Baekhyun sendo desintegradas e sugadas para dentro da esfera maciça de metal — E.M.M. — por sua culpa, acabou olhando para trás, o local onde aquela voz doce surgia. Talvez os deuses tenham sentido pena de si e dado-lhe outra chance quando viram o desespero do — grande — cientista que ainda podia fazer muito pela sociedade. Era isso, a voz de fato era de Baekhyun, sonhou com ela a vida toda, não podia estar enganado.

Secou as lágrimas, e viu com clareza o corpo esguio, o sorriso com os caninos expostos e o olhar perdido que sabia ser de Baekhyun, mas logo às lágrimas voltaram. Quando tentou tocar aquela face que o olhava confusa ainda que mantivesse os trejeitos e  toda a estrutura do historiador a mão do físico foi transpassada nos milhares de pontos brilhantes que formavam o rosto redondo do amante. Byun Baekhyun era um holograma que estava sendo refletido pela E.M.M., suas partículas atemporais foram sugadas pelo computador da máquina que Chanyeol havia criado para o salvar.

Baekhyun agora era a E.M.M., estava fundido aquilo que o havia sido construído para o salvar. Com um trejeito atípico do seu ser, questionou os números da viagem e se ou não deveria recalcular e aperfeiçoar as linhas de programação que o haviam desintegrado.

Chanyeol abraçou as luzes, mesmo que elas apenas marcassem sua pele, como um filme mal refletido e chorou, meio que abraçando a si mesmo, chorou como quando soube que Baekhyun o havia abandonado, ou quando teve a certeza que Baekhyun havia morrido por heresia, uma heresia que era sua culpa, constatando toda a vida que havia perdido por não ir atrás do amante e por não ter conseguido o salvar. Derramou todo o líquido do corpo em soluços audíveis e gritos grossos de um corpo que não aguentava mais sofrer.

Era natal e  Chanyeol havia transformado Baekhyun em um holograma que agora tinha a consciência meio humana e meio máquina. Era o computador daquilo que deveria ter lhe salvo da morte.


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...