História No Peace [EM REVISÃO] - Charlie - Jason: Boate

Charlie 

Um mês se passaram e assim como Zack e Ryan, fiquei preocupada com o Jason no caso do Brad.

O círculo estava se fechando e era questão de tempo para a bomba relógio explodir nas minhas costas.

Eu sentia a pressão de todos os lados, do Jason por talvez descobrir que eu estava metida nisso. Do Zack porque eu seria a responsável dá queda de tudo. Era uma coisa já insuportável para conviver.

Não tinha muitas informações do caso, sabia apenas que o processo era lento por causa de falta de provas que ajudariam o Brad a se livrar dessa.

Depois de amanhã eu viajaria de volta para casa junto com Jason. Minhas malas já estavam todas prontas e tudo organizado para o grande dia.

Eu estava super animada, iria dar um tempo de Nova York e respirar um ar familiar mudaria muita coisa, poderia  passar mais tempo com Jason e com minha família e tentar recuperar um tempo perdido.

Nesse mês que se passou, quase nada mudou, a não ser pelo fato de que eu e Ryan estávamos bem novamente.

Eu tinha ido visitar a dona Ana, que tinha me ligado dizendo que se sentia sozinha e que adoraria minha companhia, não resisti e passei a tarde por lá, acontece que Ryan acabou aparecendo também, claro que isso tinha sido ideia dá idosa.

Foi um dia muito agradável, e eu enxergava o antigo Ryan ali.

Ele me tratava bem, como se nada tivesse acontecido e isso era um peso enorme tirado das minhas costas mesmo que ele e Zack já tivessem voltado a se falar.

Nós reaproximamos um do outro naturalmente igual no início.

Como sempre, eu não tinha nada para fazer, decidi então ir na casa do meu amigo para perturbar a sanidade mental dele.

Alguns dias atrás eu tinha levado o maior esporro do Zack porque ele finalmente criou coragem para ver a conta do cartão que eu estava -e ainda estou- usando. Ele surtou com o tanto que gastei quando o mesmo tinha dito que eu poderia o quanto eu quisesse. Mesmo reclamando por uma hora no meu ouvido, concordou em deixar o cartão comigo contanto que eu não abuse e usasse apenas em questões de emergência. Convenhamos que nem se eu comprasse um carro, faria diferença para ele, Zack apenas se assustou porque não tinha noção de quanto gastava uma festa ou de quanto uma garota podia gastar se fosse no shopping com um cartão de crédito a vontade.

Peguei as chaves do carro e parti em direção a casa do Zack. 

O mesmo caminho de sempre com o mesmo tempo de sempre e eu cheguei lá.

Com sorte, dei de cara com a dona Ana no elevador, o que tornou o caminho mais agradável e rápido.

Me despedi dela e esperei a porta ser aberta.

-Meu Deus, você não tem casa? -meu amigo perguntou quando me viu parada em frente a sua porta.-

-Tenho, mas eu prefiro a sua. -falei revirando os olhos e entrando.- Sua mãe não ensinou a receber bem as visitas?

-Você já criou raiz na minha casa, Charlie... você não é mais uma visita. -ele riu e sentou no sofá pegando o controle do vídeo game e dando play.-  Alguma novidade sobre o caso do Brad?

-Só sei que está difícil para o Jason provar que Brad é inocente, as provas estão todas contra ele. -falei.-

-Então tudo certo, não vão descobrir nada sobre a gente. -ele disse enquanto jogava alguma coisa na TV.-

-Vou viajar depois de amanhã. -me deitei.- 

-Vai pra onde? -ele me olhou rápido.-

-Austrália, Sydney.

-Fazer o que num lugar tão longe?

-Minha família mora lá. Jason tirou férias e meu pai me pediu para ir fazer uma visita... -expliquei animada.-

-Parece divertido, vai demorar lá? -ele bufou quando perdeu no jogo e desligou a TV.-

-Uma semana. -dei de ombros- Quando eu voltar, tenho uma sessão de fotos profissionais. Eles querem que eu seja a garota propaganda. -sorri largo porque estava realmente muito feliz.-

-Pera, garota propaganda de que?

-Lingerie. -dei de ombros.-

-Você vai tirar fotos de lingerie? -assenti.- Como o Jason deixou uma coisa dessas?

-São só fotos, Zack. -ri dá cara que ele estava fazendo- Não tem nada demais nisso.

-Nada demais Charlie? Você vai tá só de calcinha e sutiã estampada em outdoores, revistas e TV por aí. Um monte de macho te olhando.

-Você não tá com ciúmes, tá? -gargalhei mais ainda.-

-Claro que não! -ele revirou os olhos.-

-Se você quiser, pode ir comigo no dia. 

-Não era o seu namorado que deveria ir?

-Ele vai tá ocupado. -me levantei e me joguei no Zack.-

-Ah e eu sou a segunda opção? -o moreno disse com cara de ofendido.-

-Sim. -afirmei segurando o riso.-

-Vive na minha casa, usa meus cartões de crédito, come dá minha comida e tem a cara de pau de me fazer de segunda opção, isso é um absurdo. -ele falou fingindo irritação, eu não aguentei e gargalhei alto.-

Andei até o Zack e e me joguei em cima dele.

-Se você não quiser eu posso chamar o Ryan.

-Duvido que ele aceite ser a terceira opção. -o garoto me abraçou e sorriu engraçado.- Eu vou só para garantir que nada vai dar errado.

-Claro que nada vai dar errado, eu vou ser uma modelo perfeita. -joguei meu cabelo para o lado.-

-E convencida né? -disse arqueando uma das sobrancelha.- Tá afim de sair?

-Afim eu tô, mas depende pra onde você quer me levar. -fiz cara de pensadora.-

-Boate, hoje os caras tem folga e me chamaram pra ir marcar presença lá.

-Que caras?

-Os que trabalham pra mim naquele galpão. -ele tirou seus braços de mim e levantou- Bate lá na casa do Ryan e chama ele pra ir também enquanto eu tomo banho.

Assenti e fui para o apartamento dá frente tocar a campainha. Esperei alguns minutos e finalmente Ryan abriu a porta com a maior cara de sono.

-Ah é você Charlie. -disse com a maior voz sonolenta.- 

-Você e o Zack precisam urgentemente de aulas de como receber visitas, sabia? -revirei os olhos.- Vim te fazer um convite.

-Como se você fosse visita por aqui. -ele riu passando a mão na cara.- Fala aí.

-A gente vai sair daqui a pouco, queria saber se quer ir na boate também.

-Pode ser. -dei de ombros.- Vou tomar banho e depois vou pra casa do Zack.

-Já que vocês vão se arrumar e eu vim despreparada, vou em casa me arrumar também, avisa a ele. -disse e dei um beijo em sua bochecha.- Passem lá casa quando terminarem. -pedi e depois saí em direção ao elevador.-

[...]

Coloquei uma saia branca, um cropped de manga longa dourado e passei uma maquiagem que destacasse os olhos.

Depois de um tempo me arrumando, avisei Jason que ia sair com uns amigos mas não citei quais claro, foi apenas para dar uma satisfação de onde eu ia. Ele nunca foi de controlar minhas saídas ou dizer se posso ou não sair, até porque sabia que não mandava em mim apesar de ser meu namorado.

Hoje era quinta feira e a boate com certeza estaria cheia com a chegada do fim de semana.

Os meninos não demoraram o logo já estavam a minha espera, desci e os encontrei no carro do Ryan.

Ficamos jogando conversa fora pelo caminho, passou tão rápido que eu nem vi.

Como eu suspeitava, a boate estava cheia de gente, as luzes piscavam freneticamente e a música alta invadia os meus ouvidos fazendo meu corpo vibrar com a batida intensa. Tocava alguma coisa que eu reconhecia ser Martin Garrix.

-O pessoal reservou a área VIP de cima pra gente, bora subir. -Zack gritou para falar pois a música tornava impossível falar como uma pessoa normal.-

Segurei na mão do Ryan para não me perder na multidão e me guiar dentre as pessoas dançando e bebendo com seus corpos suados encostando uns nos outros.

Com um pouco dificuldade, conseguimos chegar na escada que dava acesso a nossa área,  Zack falou nossos nomes para o segurança, o mesmo marcou alguma no aparelho que portava e nos permitiu entrar.

Logo avistei os três rapazes que tinha conhecido a um mês atrás. Hunter, Trevor e Drake conversavam entre si animadamente sobre algo ainda desconhecido por mim. 

-Hey pessoal. -falei invadindo a rodinha deles.-

-Charlie! -exclamaram juntos.-

-Como você tá gatinha? -Hunter disse enquanto passava os braços pelos meus ombros, seu hálito fresco de álcool chegou rapidamente até mim.-

-Tô ótima, e vocês? -sorri enquanto eles falavam que estavam o quanto estavam animados com minha presença ali pois havia tempo que não aparecia no galpão.-

Ficamos um bom tempo ali, conheci uma garota chamada Sandy, descobri que ela era super afim do Ryan mas ele não dava a mínima para ela. Senti pena, era uma menina bonita, ruiva com cabelo curto, olhos verdes, baixinha e com uma cara inocente.

Se eu não soubesse como todos ali tinham acesso a esse lugar, podia jurar que ela era uma garota normal.

Dancei várias músicas com a Sandy, ela dançava muito bem e rebolava de um jeito que parecia fazer desde que nasceu, não era para pouco já que era brasileira. Nunca tinha ido ao Brasil, mas sabia que lá era um país com muitas culturas e danças.

A garota ruiva foi buscar mais bebida, eu não tinha bebido muito pois ainda tinha receios do que eu poderia fazer com a presença do álcool no meu sangue.

Zack estava dando uns amassos em uma morena em um canto dá sala.

Começou a tocar Blame Do Calvin Harris e Ryan apareceu me puxando para dançar.

Eu adorava essa música, me movia com vontade e sincronismo com a batida.

Ryan parecia se dedicar na dança, o jogo de lasers jogavam luzes para todos os lados e se mexiam o tempo todo.

Passei meus braços pelos ombros de Ryan e ele por sua vez segurou em minha cintura.

Começamos uma dança quase coreografada onde nos moviamos de um lado para o outro.

A música foi ficando lenta até que se acabou.

Ofegantes, eu e o garoto ficamos por alguns segundos do mesmo jeito. Sandy apareceu e eu logo tratei de soltar o seu 'pretendente' mesmo sabendo que ele não queria nada com ela.

Peguei meu copo de bebida e virei quase tudo.

-Você namora alguém daqui? -ela me perguntou enquanto estávamos descansando.-

-Não, meu namorado é advogado e nem sonha que estou aqui. -ri com isso.-

-Wol. -ela disse e Hunter colou na gente.-

-Oi gracinhas. -ele sorriu e me abraçou.- Eai Sandy, vai querer dropar um hoje?

-Talvez mais tarde, Hunter. -a garota bebeu o resto dá bebida e saiu para pegar mais, isso que era saber beber.-

-E você loirinha? Vai querer um?

-Nunca usei, não sei não... -falei insegura.-

-Não tem nada demais. -ele mostrou a droga e me entregou uma.- A vibe é boa, tu vai se amarrar.

Segurei entre os dedos observando enquanto pensava se eu usaria ou não. Sentia o olhar do rapaz em mim, talvez não tinha nada de mais.

-Pode ser. -falei arrancando um sorriso dele, abri o negócio é quando estava prestes a colocar na boca uma mão segurou a minha me impedindo de concluir o ato.-

-Ficou louca? -a voz grossa do Zack se fez ao meu lado e obviamente percebi que o responsável do impedimento era ele.- Hunter seu bosta, se você gosta de fica usando essas merdas usa sozinho porra. -Zack gritou com o rapaz.-

-Relaxa cara, o efeito desse passa rápido... Ela já é grandinha, não precisa de um guarda costas atrás dela.

-Cala boca. -meu amigo empurrou o outro.- Fica longe dela, Hunter.

-Qual é, tu nem é namorado dela, se liga Zack.

-Chega pessoal. -intervi antes que os ânimos ficassem fora de controle.- Tá tudo bem, Zack. -afastei ele do Hunter pois tive receio de uma briga sair dali.-

Andamos até aonde dava para ver a boate toda.

-Charlie, você não pode aceitar uma coisa dessas, tá me ouvindo? Não quero que você experimente uma vez e acabe sendo uma viciada. -ele dizia gesticulando com as mãos demonstrando um pouco de raiva.-

-Eu não ia ficar viciada, tava tudo sob controle. -falei.- Você não precisa ficar cuidando de mim, eu posso me virar. -cruzei os braços.-

-Só me prometa que não irá se envolver com drogas. -Zack segurou meu rosto para que eu o encarasse.- 

-Eu prometo. -falei por fim e ele sorriu enquanto me abraçava.- Agora vou voltar a pegar aquela morena porque a foda de hoje já tá garantida.

-Me poupe dos detalhes. -gritei quando ele já tinha saído se afastado um pouco.-

[...]

  Jason

Eu já estava exausto e menos de cinco minutos minhas aulas acabavam.

-É aí, cara? -meu amigo Greg me chamou atenção.- Pessoal vai pra balada depois daqui, bora?

-Ah não sei mano, to cansado pra caralho. -falei guardando algumas coisas na minha bolsa.-

-Qual é, Jason. Todo mundo vai. -ele insistiu.-

Pensei um pouco, eu realmente estava cansado e só queria chegar em casa para tomar um banho e dormir até não aguentar.

Lembrei das mensagens dá Charlie dizendo que ia sair, então pensei melhor e... por que não?

-Pode ser, mas eu não vou dirigir dessa vez. -disse por fim arrancando um sorriso do garoto que chamava de amigo.-

-Assim que se fala. -ele me deu dois tapas nas costas e saímos quando o sinal bateu.-

Guardei minha coisas no armário e encontrei o resto do pessoal na frente dá universidade.

Éramos ao todo 10 pessoas ocupando 2 carros.

Fui no carro de Greg junto com mais dois amigos e uma garota que era namorada de um deles.

O resto foi no carro do Oliver.

Não sabia qual era a balada dá vez, mas não demorou tanto para descobrir. Em 15 minutos já estávamos em frente ao Dance Nightclub e o lugar estava lotado em plena quinta feira.

Já dentro do local, um garçom que circulava por ali cuidou logo de distribuir  bebidas para todos do nosso grupo.

Peguei alguma bebida dr cor rosa e bebi de uma vez só, a música alta invadia meus ouvidos e havia várias pessoas dançando por ali.

Depois de curtir um pouco com meus amigos, sentei no balcão ao lado de uma das garotas que vieram com a gente e pedimos dois copos de vodka.

-Sorte das pessoas dá área VIP que não precisam ficar junto desse monte de gente. -ela comentou e eu assenti olhando para cima onde ficava a área VIP.-

Meu mundo parecia parar naquele instante em que meus olhos encontraram uma figura conhecida lá.

A garota de cabelos claros ali era com toda certeza a minha namorada. 

Ela conversa com um cara que eu reconheci de imediato, era o babaca do Zack. Não acredito que esse cara estava no meu caminho de novo. Não acredito que a Charlie tinha feito isso depois de eu pedir mil vezes para se afastar desse cara que só trazia problemas.

Ele gesticulava como se estivesse brigando com a minha namorada e ela parecia brava com alguma coisa que o mesmo dizia. Depois de trocar algumas palavras ele apenas a abraçou e saiu.

Meu sangue fervia tanto de raiva que eu não estava ouvindo mais nada em volta de mim.

Uma mão tocou meu braço me chamando atenção.

-Tudo bem, Jason? -a garota que eu não lembrava o nome me tirou do transe.-

-Como eu faço pra entrar ali? -apontei pra área VIP em que a Charlie estava.-

-Você não pode entrar ali. -ela riu tomando sua vodka.- Aquela área não é pra qualquer um, todos ali mexem com coisas ilegais mas nunca foram presos porque nunca conseguiram provar nada. Ouvi dizer que o chefe de tudo tá por aí hoje...

-Sabe quem é ele? -perguntei interessado, era muita informação rodando a minha mente, e agora eu tinha toda a certeza do mundo de que Charlie estava envolvida nesse esquema podre.-

-Por que está tão interessado? Ninguém nunca conseguiu colocar nenhum desses caras atrás das grades.

-Só quero saber.

-Todos querem... a identidade dele nunca foi revelada também, tem vários caras ali, pode ser qualquer um deles. -ela disse e saiu.-

Eu estava sem reação, não sabia se queria chorar ou gritar com a Charlie até ela me contar a verdade.

Eu fui burro de ignorar a verdade e agora ela caia como bomba na minha cabeça. Agora mais do que nunca eu sentia tudo escorrendo pelas minhas mãos, assim como areia. Charlie não era a mesma, eu não era o mesmo e o pior de tudo era que que nosso namoro não era mais o mesmo.

Naquele instante eu larguei tudo e sai da boate sem avisar. Tentava descontar toda minha raiva diferindo vários socos contra a parede mas não adiantava, minha mão estava sangrando mas o ódio que eu sentia ainda me consumia.

A minha vontade era de chegar lá arrebentando tudo que viesse pela frente, tirar minha namorada -se é que posso chamar ela assim- dali e exigir satisfação de toda a porra que estava acontecendo.

Em vez disso, eu simplesmente fui para casa colocar a cabeça no lugar antes de tomar qualquer decisão.