História No Regrets - The proposal

Lya olhou ao redor, tudo estava muito bem arrumado, mesmo assim, ela demorou o olhar em qualquer ponto do quarto, adiando mirar o português e claro, a cama.

— Tudo bem? – ele perguntou e ela finalmente o encarou.

— S-sim. – assentiu para dar mais ênfase. Ele sorriu e caminhou em direção à cama, ainda segurando sua mão.

— Deita comigo? – Lya esbugalhou os olhos, ele sorriu e ela ficou vermelha.

— Er...

— Você disse que confiava em mim. – ele lembrou e Lya mordeu com força o lábio inferior.

— Confio. – ele lhe deu um enorme sorriso mostrando a perfeição dos dentes brancos e ela sinceramente amava o sorriso dele, apesar de suas pernas se transformarem em gelatina quando ele lhe sorria daquela maneira.

Cristiano deitou-se e a puxou fazendo com que deitasse em cima dele, encostando a cabeça em seu peito. Quando se acomodaram, Lya ficou rígida feito uma pedra, ele estranhou e a olhou, então sorriu e decidiu provocá-la.

— Espera um pouco. – ele disse e a empurrou gentilmente para que pudesse sentar na cama, ela o olhou e ele tirava a camisa que usava. Lya corou e tentou desviar o olhar, mas se viu olhando de canto de olho para o físico muito bem definido dele.

Cristiano deitou novamente e a puxou, Lya deitou e permaneceu imóvel, ele sorria e começou a acariciar os cabelos dela e as costas, aos poucos, ela foi cedendo e colocou uma mão no peito dele. Ficaram em silêncio por alguns minutos e ele falou.

 — Era isso que tinha em mente quando te chamei para subir ontem. – Lya ficou calada, ainda se sentia mal por tê-lo julgado erroneamente. Ele beijou sua cabeça e ela o olhou.

— Me desculpa. Ainda me sinto mal por ontem.

— Esqueça isso. O que importa é estarmos em bons termos.

— Sim. – e então ela o surpreendeu com um beijo , foi calmo e apaixonado, depois tornou-se intenso, as mãos de Cristiano deslizavam por suas costas e Lya encorajou-se para tocar o abdômen definido dele. Quando se separaram, ela estava corada e ele tinha um sorriso malicioso nos lábios, ela virou o rosto e então ele lhe disse.

— Viajo na sexta feira para Angra. – Lya levantou a cabeça e o olhou, ele continuou .

— Volto na segunda e gostaria que você fosse comigo. – Lyanna ficou sem fala, ele lhe beijou novamente e só depois ela conseguiu dizer.

— Quer que eu viaje com você?

— Sim. – ele tinha um enorme sorriso.

— Quem vai mais?

— Ninguém além de mim. É uma ilha particular que pertence ao Carlos e a Adriana, eles vão subir a serra com o Raul, o professor e a Giulianne, então me emprestaram as chaves da casa.

Lya apenas assentiu, ainda estava assimilando aquilo, o casal amigo dele eram donos de uma ilha particular em Angra! E Cristiano a convidava para ir até lá, era um sonho!

— Então, que me diz?

— Eu não sei, Cristiano, tenho que pensar.

— Sério?

— Uhum.

— Bem, então, sem querer fazer pressão, mas você tem que me dar a resposta até amanhã, pois viajo no outro dia no fim da tarde.  – ela assentiu.  — Na verdade, gostaria muito que você fosse comigo, vamos nos divertir, você vai ver. Já esteve em Angra?

— Não. Nunca.

— Então, é sua oportunidade. – ele disse sorrindo, ela sorriu de volta.

— Tenho mesmo que pensar.

— Está bem, mas me promete que vai pensar com carinho? – ele pediu a olhando intensamente, seus olhos, de um tom claro, quase verdes, eram carinhosos e Lya se sentia muito atraída, prestes a mergulhar na imensidão dele.

— Prometo. – eles sorriram e trocaram outro beijo.

Lyannas’s POV

Sem perceber acabei cochilando nos braços do Cristiano e sinceramente, me senti muito confortável com ele. Eu estava muito travada no início, estava com medo, sei lá, mas depois que decidi confiar nele, percebi que parecia muito certo estar ali com ele. Nossos beijos eram uma coisa de outro mundo, jamais senti tanta afinidade num beijo , tenho que admitir que estou bastante afim dele, também, como não ficar? Não pude não reparar no corpo dele, o que me fez sentir quente, e também o cheiro, nunca vi homem mais cheiroso e isso sinceramente acaba comigo. Por isso mesmo, tenho que pensar com bastante cuidado nessa proposta que ele me fez de passar três dias em Angra, estou em pânico, tenho que falar urgentemente com a Lu, ela vai saber o que fazer.

Descemos para o almoço e Thábata ficou dando risinhos maliciosos pra gente, até finalmente falar.

— Então vocês se acertaram?

— Sim. – Cristiano respondeu sorrindo, ela sorriu também.

— Que bom. A Lya é difícil de ser convencida. – então minha ficha caiu.

— Ah, então é isso. Você me disse que estava sozinha em casa, mas é claro que você sabia que ele estava aqui!

— Claro! – ela me sorriu. Descarada! Fiz uma cara de “vai ter volta”, tentando parecer ameaçadora, mas eles dois só riram de mim.

Depois do almoço, eu precisava ir embora, não queria subir de novo com o Cristiano, quer dizer, é claro que eu queria, mas precisava falar com a Lu, precisava pensar, organizar minha mente e isso seria muito difícil se eu estivesse deitada sobre o peito nu dele.

— Tem mesmo que ir agora?

— Sim. Podemos nos falar mais tarde pelo whatsapp.

— Claro, mas prefiro ao vivo.

— Te faço uma ligação de vídeo então.

— Engraçadinha. Mas tudo bem, nos falamos mais tarde.

Ele segurou minha cintura e se aproximou para me beijar, seus lábios nos meus era como flutuar e deitar numa nuvem, e se tornava cada vez mais difícil querer sair.

— Poderia te beijar o dia todo, sabia? – ele disse com o rosto bem próximo ao meu.

— Eu sei. – sorri, afinal, ele já tinha me dito isso. Ele sorriu de volta e fui embora.

Em casa, tomei um banho e arrumei algumas coisas enquanto a Luciana não chegava, depois de umas duas horas ela apareceu.

— Finalmente, preciso falar com você!

— O que foi?

— Bom, eu e o Cristiano nos reconciliamos e ele me chamou para viajar com ele para uma ilha particular em Angra, na sexta feira.

Eu pensei que Lu fosse desmaiar, ela ficou branca e muda, depois sentou no sofá, levou uma mão ao peito e só depois desse drama todo foi que falou.

— Meu Deus! E o que você disse?

— Que ia pensar.

— Lyanna do céu! Um homem daquele te chama pra ir para uma ilha particular e você diz que vai pensar?! Você não existe, sabia? – revirei os olhos. Lu sabia ser dramática.

— Eu não podia dar uma resposta assim de supetão.

— Por que não?

— Como por que não? Sério? – ela me olhou como se não entendesse. Bufei e falei.

— Lu, ele quer passar três dias sozinho comigo lá. Eu não podia simplesmente dizer que topava, é algo que tenho que pensar a respeito e pensar bem.

— Ai Lya, o seu problema é que você pensa demais.

 — E não é pra pensar? Você sabe que não sou muito intempestiva, exceto com comida. – ela riu.

— Há algumas coisas em que não devemos pensar, devemos apenas nos deixar se levar e essa, com certeza é uma dessas.

— Eu não podia simplesmente aceitar, eu ainda acho surreal estar trocando uns beijos com ele, quanto mais viajar com ele! – ela revirou os olhos.

— Surreal ou não, está acontecendo. Aceita querida! Se joga Lya, é isso que te falta, sabe, se jogar.

— Então acha que devo ir?

— É lógico!

— Mas e se ele quiser transar?

— É muito possível que ele queira e eu acho que você não perde em ficar com ele.

— Mas e se ele só quiser isso e depois nada?

— Lya, escuta, em todo relacionamento há essa possibilidade, você não é obrigada a nada, deixe isso claro pra ele e divirta-se. Quanto tempo faz que você não transa só por transar? – eu fiquei calada.

— Exatamente! É disso que estou falando, você nunca se permitiu, nunca se aventurou. A gente pode se machucar sim, mas a vida é pra quem corre riscos, se não, nunca vamos saber o que dá certo ou não, cada machucado é um aprendizado, o importante é viver sem arrependimentos. – continuei calada absorvendo e pensando nas coisas que ela havia dito. E ela estava certa.

No alto dos meus vinte e cinco anos, eu nunca havia me aventurado, me permitido, me jogado. Lu estava certa, a vida é para quem tem coragem de viver.

 — Acho que estou gostando dele. – falei finalmente.

— Mais um motivo pra você ir, gata. Mas olha, não cria muitas expectativas, não sonha muito, você sabe. Só vive o momento.

— Ok. Eu vou. Sem arrependimentos.

— Isso. Vai lá viver, soltar essa panterona que existe em você. – rimos bastante, só a Lu mesmo.

Mais tarde, como havíamos combinado, conversamos pelo whatsapp, ele me mandou uns vídeos com filtro de cachorrinho que havia feito no snapchat, e mandei uns com o filtro de coroa de flores, ele me mandou um emoji apaixonado e eu corei. Conversamos bastante sobre várias coisas e pela primeira vez, ele me falou do filho, me mandou uma foto que o Cristianinho havia mandado dizendo que estava com saudades, ele falava tão apaixonado do garoto, que acabei me derretendo ainda mais por ele. Fui dormir tarde aquela noite e combinamos de nos ver no dia seguinte, onde eu falaria a minha resposta, eu poderia ter dito naquela conversa, mas acho que a minha pantera interna já estava se soltando, pois decidi jogar charme e deixá-lo dormir com a expectativa de saber o que eu havia decidido, e também com uma selfie mostrando as alças da camisola que eu usava, tirei e enviei pra ele, depois fiquei tão vermelha e arrependida que dei boa noite e fechei o whatsapp. Apaguei a luz e fiquei me martirizando por ter feito isso, o que havia dado em mim? Jamais havia feito nada parecido! Depois de alguns minutos, ele me ligou, hesitei mas atendi.

— Oi.

— Oi Lyanna. Eu tentei te enviar uma foto mas você não está mais online, então decidi ligar, não é justo, gostaria de retribuir na mesma moeda. – fiquei vermelha, no chão.

— Olha, eu, desculpa.

— Pelo quê? – ele havia me pegado. O que eu diria? Me desculpa por ter sido ousada? Não me pareceu que melhoraria a situação. A verdade é que nessas brincadeiras, eu era iniciante, mas ele parecia estar se divertindo e eu também me diverti ao tirar a foto, às vezes é legal se sentir um pouco ousada.

— Por ter ficado offline. – dei essa resposta e ele gargalhou do outro lado da linha.

— Não tem problema meu amor, espero ter a oportunidade de te mostrar ao vivo. – com essa eu fiquei no chão, quase literalmente, nos despedimos e quase não dormi lembrando que ele me chamou de “meu amor”.