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História Not Gonna Die - Season 1 - Broken


Escrita por: dixonloki

Notas do Autor


WALKERS CHEIROSOOOOOSSSS, HERE I AM!!!! Estou na minha vózinha novamenteeeee por isso estou com internet hoje!!! Gente preciso urgente mandar um cara pra ver minha internet lá em casa! Kkkkkkk

Então, galerinha, primeiramente queria MUITO agradecer TOOOOODOS os comentários e favs... VELHOOOO VOCÊS SÃO AMAZING DEMAISSSS, fico cada dia mais animada para escrever kkkkkk

Agora, prepara o heart, porque esse é o maior cap de toda fic (eu acho) e eu chorei escrevendo, principalmente o final!!! PREPARA O CORAÇÃO KKKKKK

Boa leitura, enjoy ❤️

Capítulo 15 - Broken


Fanfic / Fanfiction Not Gonna Die - Season 1 - Broken

Narradora On

   Reyna manteve sua expressão serena e indiferente à medida que Rick acertava diversas vezes a cabeça de Gareth na igreja. Ela não esboçava sentimento algum e aquilo estava começando a preocupar Cassandra. A garota permanecia com o olhar fixo na mulher, com grande preocupação e surpresa nas orbes azuis. 

   Carl estava ao lado, mas este estava vidrado no pai. O homem estava, novamente, com a insanidade controlando sua mente, movimentos e sentimentos. Ele sabia que era preciso ser assim em um mundo como esse se quisesse manter um grupo vivo, mas ainda era assustador para o garoto ver seu pai, antigamente policial, homem da lei, acabar com a vida de um bastardo como se fosse a coisa mais comum do mundo. 

   Sasha descontava toda a sua raiva e tristeza em outro membro imundo do grupo. A mulher estava parcialmente destruída. Ela ainda tinha seu irmão, com toda a certeza, mas o jeito que perdera o homem que amava a deixava com ódio de tudo e todos que visse pela frente. Ela não queria estar brava com Reyna. Aquilo poderia ser algo bom. A garota Dixon poderia salvar vidas, mas no momento Sasha se perguntava por que tinha que ser Reyna e não Bob? 

   Rick não enxergava absolutamente nada em sua volta, apenas a cabeça de Gareth se deformando conforme as severas facadas eram desferidas pelo líder. Ele se sentia como quando perdeu sua esposa. A sanidade sumia aos poucos à medida que dava um passo atrás do outro para descontar sua raiva, tristeza e autodestruição em algo. No momento estava sendo a cabeça de Gareth. O motivo? Mexer com seu anjo caído de forma suja e desumana. 

   Após Michonne acertar outro com um tiro, mesmo sabendo que era errado, desviou seu olhar para Rick e Reyna. Ela escondia seu olhar surpreso em ver Rick novamente insano, mas principalmente por ver a expressão no rosto da mulher. Ela estava indiferente, como se a morte horrível de Gareth fosse algo indiferente. Como se ela estivesse vendo um filme de terror barato e amador.

   Reyna, como a própria expressão já confirmava, não sentia nada em relação à morte de Gareth. Se Rick não o tivesse feito, ela mesma, com toda a certeza, faria. Para ela, aquilo era uma imagem ótima de se apreciar. Ela via a vida daquele nojento se esvair junto com sua experiência no Terminus e parte do seu passado com seu pai. Aquilo era o que ela tinha mais próximo de alívio. 

   Tyreese observava tudo, assustado demais para fazer alguma coisa. Ele sabia que a culpa daquilo tudo era parcialmente dele. Se tivesse realmente matado um dos ratos do Terminus quando ameaçou Judith, e não mentido a todos, provavelmente Gareth não saberia do paradeiro do grupo e toda essa carnificina não estaria acontecendo. 

   Rick foi o primeiro a acabar com toda a ação, recuperando sua sanidade em tempo suficiente para olhar para Carl e Cassie lado a lado, horrorizados mas ao mesmo tempo aliviados. Ele desviou seu olhar para Reyna. A garota permanecia com a mesma expressão, olhando fixamente para o corpo morto de Gareth. A repulsa que ela sentia pelo bastardo, agora sem vida, era quase palpável. 

   — Rey. — Ele chamou a atenção da mulher. Ela o olhou após alguns segundos. — Acabou. — disse Rick, tentando confortá-la de algum jeito. 

   Reyna sustentou seu olhar, procurando pelo conforto que sempre achava nas orbes azuis do homem. Ela assentiu fracamente antes de virar seu rosto e avistar Cassie, ainda assustada ao lado de Carl. A culpa por tê-los deixado ver aquela cena tomou conta da garota Dixon, mas ela não sentia remorso algum pela morte de Gareth. Muito pelo contrário, ela sentia-se aliviada. 

   Ela tentou lançar o famoso olhar de perdão para os dois. Carl e Cassie sabiam que ela estava certa em se sentir daquela maneira, e eles sabiam que pessoas como Gareth ou o Governador só iriam piorar a situação atual do mundo. O garoto assentiu, ao passo que a garota sorriu fracamente para a mulher, fazendo-a relaxar os músculos que nem percebera que tencionara. 

   O grupo parecia paralisado pela recente cena. Se sentiram assim quando conseguiram escapar da prisão. Cada um para um lado. A preocupação enchendo seus corações ao ponto de fazê-los ficarem atônitos pelo medo crescente. Não sentiam medo agora. Estavam atônitos pelo que foram capazes de fazer para proteger os seus, e o mais importante, nunca deixar com que algo como o triste fim da prisão aconteça novamente com eles. 

   — Está tudo acabado, agora. — Rick gritou para todos. — Gareth e o povo do Terminus não são mais uma ameaça. — Sua voz firme não vacilava em momento algum. 

                                (...)

   Passados alguns minutos da marcante carnificina na igreja, todos já estavam mais calmos, enquanto se preparavam para descansar um pouco. — se fosse possível. — Reyna estava do lado de fora, na pequena escadaria do que antes fora um local sagrado. Ela olhava fixamente para seu arco, perdida em pensamentos. Se sentia parcialmente culpada por ter deixado Carl e Cassie assistirem à morte de Gareth, e principalmente por tê-los deixado ver sua expressão vazia em relação a isso. 

   Mas não era apenas isso em que ela pensava. Ela não sentia nenhum remorso pela morte brutal de Gareth. Ela até achava que havia sido pouco. Reyna reprisou todo o inferno de seu passado quando esteve no Terminus. Os irmãos, até depois do apocalípse, não sabiam sobre o que ela passava com o pai monstruoso que tinham. Merle menos ainda, já que partiu na primeira oportunidade que teve. 

   A história que ela contara a todos era que ela apenas acordava algumas vezes, mas logo desmaiava por conta da dor de cabeça e na perna, mas ela não queria expor seu passado a nenhum daquele grupo. Primeiro porque não conhecia nenhum deles além de Rick, Michonne, Carl, Cassie e, óbvio, Daryl. E segundo porque não queria pena nos olhares de todos. Isso a fazia se sentir como uma garotinha vulnerável. 

   No Terminus, não chegaram tão profundamente quanto seu pai, mas tiraram algumas peças de roupa da mulher, como sua jaqueta com o capuz que ela usava para caçar, mas mesmo assim ela saiu de lá se sentindo suja, repugnando seu próprio corpo. E ela imaginou que quando se cansaram de tentarem algo, deixaram um morto ao seu lado, para que morresse da forma mais hedionda possível. 

   A mulher espantou os pensamentos da cabeça no momento que viu uma movimentação ao seu lado. Nos arbustos, mais precisamente. Ela puxou rápida e abilidosamemte uma das flechas da aljava em suas costas e preparou-a no arco. Reyna apontou a mira para onde as folhas balançavam com a movimentação por trás delas. Ela estava prestes a soltar a flecha quando a figura se revelou. 

   Ela relaxou a tensão no maxilar quando viu que era seu irmão. Suspirou aliviada enquanto abaixava o arco e guardava novamente a flecha. Reyna teve que se controlar para não abraçá-lo, finalmente permitindo que sua preocupação se esvaísse pelo menos um pouco. Mas foi bem menos que ela esperava, já que não viu a figura de Carol em lugar algum. 

   Daryl, por outro lado, olhava para a irmã mais nova com um misto de alívio e tristeza. Alívio por ainda estar viva, mesmo que não demonstre sua pouca alegria em relação a isso, e que controle sua vontade de jogar o orgulho para o espaço e abraçá-la. E tristeza por ter se lembrado o motivo de seu "Orgulho Dixon" existir em relação a ela, enquanto a mulher olhava para os lados a procura de Carol. Daryl nada falou a ela, apenas virou o rosto para o arbusto e disse:

   — Pode sair. 

                                (...)

   Já era dia quando Rick e Daryl terminaram o plano para resgatar Beth. Glenn, Maggie e Tara já haviam partido junto com Abraham, Rosita e Eugene antes de saberem qualquer coisa sobre o assunto. Noah, o garoto que Daryl havia encontrado no caminho, ajudava nos detalhes, já que ele era o único que conhecia o "lado inimigo". Reyna dava algumas dicas de como poderiam entrar despercebidos, sem barulho, caso precisassem. 

   — Quem virá conosco? — Rick perguntou olhando alternadas vezes para os membros do grupo. 

   — Eu vou. — Reyna foi a primeira a dizer, decidida. Daryl bufou em resposta, mas não respondeu absolutamente nada. 

   Sasha foi a próxima, já segurando o rifle com o silenciador em mãos. Tyreese decidiu acompanhar a irmã na decisão, terminando a definição de quem iria e quem ficava. Rick pediu à Michonne que cuidasse de seus filhos e Cassie, ao mesmo tempo que ficaria de olho em Padre Grabriel. Rick não confiava no homem nem cinco metros perto de seus filhos, então precisava de alguém de confiança, para que se sentisse mais seguro. 

   Daryl não dizia, mas queria que a irmã fosse. Ela era a melhor em estratégias e, assim como ele, não abandonaria o grupo por absolutamente nada. Durante o tempo que ficou fora para procurar por Beth, pensou e muito sobre a pequena briga que tiveram na igreja. Ele queria que ela visse o quanto esteve errada quando fugiu dos dois, mas não conseguiu conter a raiva no momento. 

   O que fez Daryl parar de falar fora quando Reyna contara sobre como se sentia em relação à mordida. De algum jeito ela sentia que aquilo estava nela, diferente dos outros, mas Daryl não conseguia entender o grande medo da mulher de morrer diante das pessoas que ela se importava. O normal seria uma atitude contrária, e era exatamente isso que o Dixon sentia. 

   Foram com esses pensamentos que Daryl saiu da igreja junto de Rick, Sasha, Tyreese, Reyna e Noah até o carro que haviam achado. Sasha tinha seus pensamentos perdidos em Bob, Tyreese, assim como o resto do pequeno grupo, permanecia calado o caminho inteiro apenas escutando enquanto Noah repassava algumas informações sobre o Hospital Grady Memorial, onde Beth e Carol estavam. 

   Quando chegaram em seu destino, foram em direção de um tipo de galpão, apenas repassar o plano de resgate. Rick se agachou e refez todo o rascunho do plano no chão sujo do local, enquanto os outros escutavam atentamente. 

   — Atiramos para cima ao pôr do sol. — dizia ele. — Dois deles sairão em patrulha, e quando ficar escuro e o vigia do teto não nos vir, vamos atacar. — Todos assentiram fracamente. — Cortamos os cadeados da escada, subimos ao quinto andar, eu abro a porta, Daryl acaba com o guarda. — Ty franziu as sobrancelhas. 

   — Como? — perguntou ele. 

   — Cortando a garganta. — Rick respondeu sem rodeios, arrancando um par de olhos semicerrados em sua direção por parte de Reyna. — Temos que agir em silêncio, mantendo a vantagem. — Ele se explicava. — Eles não estão esperando por nós. — Tyreese permanecia com a mesma expressão, como se não gostasse nem um pouco do plano do líder. — Depois nos espalhamos. Facas e armas com silenciadores. Precisamos ser rápidos.

   — O que precisamos fazer? — Sasha perguntou, com a expressão fria. 

   — Você e Ty acabam com os da ponta. — Rick desenhava no chão enquanto falava. — Daryl e Reyna, cuidem de quem estiver na cozinha. — Daryl tensionou os músculos assim como a irmã. — Eu fico com Dawn, e se forem espertos, o resto se entrega. — Tyreese ainda não estava convencido. — Ficarão seis no terceiro andar, na verdade sete, contando com Beth armada. 

   — Vão ter mais ajudando no terceiro andar. — Noah cortou o líder.

   — Se tudo correr bem. — disse Tyreese, com o semblante agora triste. — Mas existe a opção de que não corra tudo bem. Basta apenas um policial passar no corredor na hora errada e o silêncio acaba. — dizia sem olhar para nenhum dos presentes no local. — Não vão faltar balas voando. 

   — Se for preciso... — Sasha começou, indiferente.

   — Não é preciso. — Ty a interrompeu. — Podemos capturar dois dos policiais, vivos, fazê-los refréns, fazer uma troca. Sem tiros, sem perigo, sem mortes. — Rick se levantou. 

   — Pode dar certo, mas isto... — Ele apontou para o plano rabiscado no chão. — Vai dar certo...

   — O outro jeito também pode funcionar. — Reyna se apressou em dizer. Para ela, a ideia de Tyreese era mil vezes melhor e menos doentia. — Essa tal de Dawn só quer fazer as coisas funcionarem, não? — perguntou para Noah.

   — Falar é uma coisa, fazer é outra. — O garoto respondeu simplesmente. 

   — Pegando dois policiais dela, que opções ela tem? — Daryl se intrometeu de repente, ao lado de Reyna. Por um momento os dois se esqueceram de tudo o que acontecia entre eles e apenas permaneceram em família. 

   — Sem tiros, sem perigo, sem mortes. — Reyna falou novamente. — Como Ty disse. 

   Rick encarava os dois irmãos, cogitando  seriamente as opiniões dos Dixons, mas principalmente percebendo que quando se tratava de família e ética, os dois eram extremamente iguais, e não deixariam que nada contradissesse um ao outro. O líder aceitou o plano no fim, singelamente aliviado pela proximidade involuntária de Reyna e Daryl. 

                                (...)

   Noah começara a colocar o novo plano em prática, atirando cegamente para o ar, justamente para atrair a atenção dos dois guardas que estavam em patrulha procurando por ele, como Dawn pedira. O garoto corria desengonçado por conta da perna machucada, mas isso não faria diferença no plano. Logo o carro da polícia seguia o garoto pelas ruas de Atlanta, até conseguirem contê-lo

   — Abaixe a arma, Noah. — A policial dizia enquanto descia do carro junto do companheiro. Noah colocou o revólver no chão, como o plano dizia. — Levante as mãos e vire-se. — concluiu ela. O outro caminhou até o garoto e puxou suas mãos para trás, algemando-o em seguida. 

   — Diga se estiver apertado, ok? — O policial disse sarcasticamente. 

   — Pensei que fosse mais esperto, Noah. — disse a policial. — Achou mesmo que não ouviríamos? — perguntou ela ainda apontando o revólver para o garoto. Noah se calou por um momento, enquanto o outro cara procurava algo ao redor. 

   — Onde estão as coisas em que atirava? — perguntou ele. 

   Era a deixa para que Daryl, Reyna, Rick, Sasha e Tyreese se aproximassem lentamente, com os rifles, revólveres e arco em mãos, apontando para os policiais. Daryl assobiou para chamar a atenção dos outros, que se viraram assustados e mudaram a pontaria de Noah para as cinco novas figuras. 

   — Levantem as mãos. — disse Rick, com seu tom autoritário na voz. 

   — O que querem? — A policial perguntou. — Seja lá o que for, podemos ajudar. — Sua respiração, assim como de seu colega ao lado estavam irregulares. O medo já subia por suas espinhas.

   — Obedeçam e não machucaremos vocês. — Rick disse mais uma vez. O homem foi o primeiro a ceder às ordens de Grimes, seguido pela companheira. — Bom. Agora, virem-se. — Ele se aproximava ainda apontando o revólver com silenciador para os dois. — Coloquem as armas no chão e ajoelhem-se. 

   Os policiais fizeram o que Rick mandou, lentamente, sem movimentos bruscos. Tyreese caminhou até Noah e desatou suas mãos, enquanto Reyna guardava sua flecha na aljava e se dirigia a mulher ajoelhada e a algemava. Daryl fazia o mesmo com o outro, mas apoiando a metralhadora no ombro. 

   — Precisamos conversar. — disse Rick, observando a ação dos dois Dixons. 

   — Posso fazer uma pergunta? — O policial perguntou enquanto era erguido do chão por Daryl. Rick virou-se. — Pelo seu jeito de falar, de se comportar... você era policial? — A respiração do outro permanecia irregular. Rick apenas o encarou intimidando-o. — Acredite se quiser, eu também fui. — Ele sorriu, irônico. Rick se virou para Noah. 

   — Esse é Lamson. — disse o garoto. — Vai topar, é um dos bons... 

   A fala do garoto foi interrompida por um carro se aproximando. Daryl atirou enquanto Sasha corria junto com Reyna e Tyreese para se protegerem. Rick puxou Noah para o outro lado. Reyna passou o arco pelo tronco, visando que ele não seria de grande utilidade no momento, enquanto puxava o rifle das costas e apontava na direção do carro. 

   A troca de tiros começara. O policial dentro do carro atirava nos seis atrás de algumas caixas, para que os outros dois algemados pudessem entrar e fugir. Reyna mirava precisamente no homem, mas pela adrenalina crescente no momento, não conseguiu atingir seu alvo assim como os outros, consequentemente, foi uma questão de tempo para o carro dar a partida e sair. Reyna saiu de trás da proteção antes de todos e mirou no pneu do veículo, com a mira precisa. 

   Eles correram com toda a pressa até o carro. Rick foi na frente enquanto Tyreese ficava para trás para poder ajudar Noah, que não corria tão rapidamente por conta da perna. O grupo logo chegou em um local aberto, com trailers parcialmente queimados e vários corpos de Walkers queimados e grudados ao chão, gemendo como de costume, tentando erguer os braços na tentativa falha de chegarem até suas vítimas para uma refeição completa. 

   O carro onde os três policiais estavam se encontrava vazio, mas todos os seis sabiam que os outros estavam à espreita. Todos estavam com as armas erguidas, prestando atenção até no mínimo movimento, prontos para mais uma troca de tiros. Daryl permanecia ao lado de Reyna, como um ato involuntário de proteção, e vice e versa. 

   Logo, os seis caminharam entre os Walkers no chão, sem se importarem em serem mordidos, já que sabiam que aqueles não eram uma ameaça. Eles voltaram a correr no momento que viram dois dos policiais correndo atrás de um carro. Rick usou toda a fúria que tinha para correr. 

   — São os dois algemados. — disse ele. — Sigam-me. 

   Todos foram prontamente atrás do líder, mas Daryl ficara para trás, tentando procurar pelo policial que faltava. Aquele era uma ameaça maior já que as mãos permaneciam livres. Reyna percebeu a atitude do irmão, e se escondeu atrás de uma parede caso precisasse atacar de surpresa, facilitando a captura do outro. 

   Não tardou para que o último policial aparecesse e derrubasse Daryl no chão. Reyna se controlou para não sair do esconderijo, vendo que poderia guardar o ataque surpresa caso seu irmão estivesse realmente muito ferrado. Daryl parecia dar conta da situação, com uma luta direta com o homem. O Dixon avançou furiosamente, mas o policial foi mais rápido e o agarrou pela cintura, trilhando novamente o caminho de Daryl ao chão, perigosamente perto da cabeça de um dos Walkers derretidos. 

   Reyna esperou mais um pouco, certificando-se de que seu irmão tinha mais alguns segundos para conseguir se desvencilhar das mãos do policial em seu pescoço. Mas seus músculos se mexeram automaticamente ao ver que a cabeça de Daryl estava quase se encostando nos dentes do Walker. Ela estava furiosa, como se fosse uma mãe urso protegendo seu filhote, no caso, seu irmão mais velho. 

   Ela jogou o rifle no chão, pretendendo impedir homem com as próprias mãos. A mulher demorou apenas alguns segundos para chegar até onde os dois lutavam, e puxar o policial pelo uniforme, com força o bastante para fazê-lo cair de costas no chão queimado. Daryl tossiu pelo enforcamento recente e observou enquanto a irmã mais nova virava o homem de barriga para baixo e o imobilizava no chão. 

   — Tudo bem, tudo bem. — O policial dizia com uma expressão de dor por conta da mulher estar quase quebrando seu braço. — Você ganhou, vadia. — Ele praticamente implorava. 

   Logo Rick aparecera após sentir falta dos dois Dixons. Ele apontava seu revólver para o rosto do homem enquanto fazia um gesto para que Reyna o soltasse. O policial se levantou, seguido de Reyna. Ela deu um passo até o irmão para ajudá-lo, mas hesitou por um instante. O Dixon respirava irregularmente, ainda de joelhos, o que fez a mulher revirar os olhos, caminhar até o irmão e erguê-lo do chão.

   Daryl surpreendentemente aceitou a ajuda, mas logo se afastou da irmã e olhou para Rick. O líder permanecia com o revólver apontado para a cabeça do policial, com a expressão fria e indiferente, exatamente como olhava para Gareth na noite anterior. Reyna tensionou o maxilar. Daryl se aproximou alguns passos.

   — Rick. — Ele tentou chamar a atenção do líder. — Rick! — chamou novamente, mais alto. — Rick, três é melhor que dois. — disse ele, caminhando até onde sua metralhadora estava.

   Rick olhou para o amigo, e abaixou o revólver depois de alguns segundos. Reyna foi até o policial e puxou bruscamente os braços do homem para trás, tirou a algema do bolso e amarrou-o pelas mãos. Rick encarava a mulher intensamente, viciado em sua figura como ficara dês da primeira vez que a vira, impressionado por sua segurança e confiança, mas ainda sim com o coração bom, assim como Daryl. 

   Sasha, Tyreese e Noah deram conta dos outros dois policiais, e rapidamente o grupo já voltava com os três refréns para o galpão onde estavam planejando antes. Sasha escoltava a mulher, Shepherd, e um dos homens, Licari, enquanto Tyreese escoltava Lamson.

   — Como seu amigo se chama? — Shepherd perguntou para Daryl e Reyna, que andavam mais à frente do grupo. Os dois ignoraram. — Preciso conversar com ele. Seu plano será nossa morte.

   — Faremos funcionar. — Sasha disse simplesmente, caminhando atrás de Daryl e Reyna até onde Rick e Noah conversavam. 

   — Seria diferente se fossem trocar outros policiais. — Ela continuava insistindo. Todos a encararam dessa vez. — Dawn está levando o Grady para o chão, e alguns querem tirá-la da liderança, e ela sabe. Além de que queremos Lamson em seu lugar. — Reyna ergueu uma sobrancelha e olhou de relance para o policial citado. — Acham que ela fará a troca? Isso pode resultar em todos nós mortos, mas podemos dar um jeito em Dawn se nos deixarem ir, e traremos suas amigas de volta.

   — Você sabe que não faremos isso. — Lamson a interrompeu. — O plano pode funcionar, mas terão que falar com ela. Conheço aquela mulher há muito tempo, e tudo o que eu quero é uma solução pacífica. — Ele olhava para cada um do grupo. — Então, me deixem ajudá-los.

   — Hey, Rick. — Reyna chamou depois de alguns segundos encarando os três policiais. — Vai querer ouvir isso.

                                (...)

   Reyna encarava Rick enquanto ele falava com Lamson sobre Dawn. Ela já havia o olhado por inteiro tantas vezes só naquela posição, mas seus olhos pareciam nunca se cansar da figura do líder. O jeito confiante de ser, mesmo que por dentro estivesse totalmente quebrado pelas perdas. A voz forte e autoritária, que nunca falhava quando precisava usá-la contra algum ser humano vivo que ameaçasse sua família. Ela admirava Rick por isso. Por continuar forte, mesmo com o mundo tentando te enfraquecer.

   — Obrigado, sargento Lamson. — disse Rick por fim, se levantando em seguida.

   — Meu nome é Bob. — Ele se apressou em dizer, fazendo com que Sasha desviasse sua atenção das armas e olhasse surpresa para o policial. Reyna a olhou, preocupada.

   Mais alguns minutos se passaram, e todos já estavam quase prontos para saírem. Reyna arrumava a aljava e o arco no tronco, enquanto verificava a munição do rifle que segurava. Ela sabia que, por mais que se sentisse melhor com o arco, ele não seria tão útil se a coisa toda complicasse. Enquanto todos estavam distraídos, Sasha falava com Lamson.

   Os dois caminharam até uma das janelas mais afastadas do galpão. Reyna e Daryl trocaram alguns olhares desconfiados enquanto observavam Sasha e Lamson desaparecerem por uma das portas do lugar, mas não precisavam ficar preocupados. Sasha era uma garota forte, conseguia lidar com o policial caso ele fizesse algo estupido. 

   Os cinco que restaram se dividiram entre vigiar Shepherd e Licari e terminar de arrumar todas as armas que levariam para resgatarem Beth e Carol, quando ouviram um baque abafado vindo de onde Sasha e Lamson estavam. Rick correu ao lado de Tyreese até lá. Daryl e Reyna pararam no meio do caminho e Noah ficara para trás, vigiando os dois policiais. 

   — Filho da puta. — Rick gritou assim que viu Sasha desacordada no chão, com um corte na testa, e que Lamson não estava em lugar algum. 

   O líder correu, mas antes gritou para que Tyreese mantivesse todos no galpão até ele voltar. O homem pegou a irmã nos braços e a levou até onde Reyna, Daryl e Noah estavam com Shepherd e Licari. Os dois Dixons correram para ajudá-lo com a mulher desacordada. 

   — O que houve? — Reyna perguntou analizando o machucado na testa de Sasha. 

   — Lamson fugiu. — Ty respondeu, preocupado, sem desviar os olhos da irmã mais nova. — Rick foi atrás dele e pediu para que esperássemos aqui. 

   Reyna ajudou com o possível no curativo de Sasha, enquanto Daryl permanecia ao lado dos dois, apenas checando se estava tudo sob controle. Ele era um tipo de segundo no comando quando Rick não estava, e todos sabiam disso e respeitavam, já que Daryl era o melhor cara, além de Rick, que poderia manter a segurança naquele grupo. 

   Já haviam passado alguns minutos. Sasha já acordara e estava furiosa consigo mesma por ter abaixado a guarda apenas porque aquele bastardo tinha o mesmo nome do homem que amava, mas não o mesmo caráter. Um som de tiro ecoou ao longe e Reyna já começara a ficar preocupada, pensando que alguma coisa poderia ter acontecido a Rick. Ela tentou sair do galpão para procurá-lo mas Daryl a impediu. 

   — Ele pode precisar de ajuda. — dizia ela enquanto tentava passar pelos braços do irmão.

   — Ele está bem. — disse Daryl. Reyna o olhou profundamente. — Confie em mim, ok? — Ele tentou mais uma vez devolvendo o olhar à irmã, deixando, pelo menos um pouco, o Orgulho Dixon de lado. 

   Reyna se afastou ainda preocupada com o homem, mas um pouco mais calma por conta do olhar que Daryl lhe lançou. Ela se lembrou de quando eram crianças, e mais uma vez as palavras que Daryl sempre dizia a ela lhe vieram a cabeça. Você é minha irmã. Nunca deixarei nada acontecer contigo. Ela se permitiu sorrir singelamente com a lembrança. 

   Mais um tempo se passou, e Reyna e Daryl caminhavam de um lado para o outro, apenas esperando notícias do líder. Sasha encarava o chão, a expressão fria e indiferente. Tyreese permanecia com Noah ao lado dos policiais. Reyna já estava quase tentando sair novamente quando viu a figura de Rick entrar no galpão. Ela suspirou aliviada, e o abraçou em um ato involuntário, sendo prontamente retribuída por ele. 

   A Dixon tentava demonstrar toda a preocupação que sentira no abraço, e Rick toda a confiança e conforto de que ela precisava. Daryl os encarava, novamente com aquele incômodo que Tyreese chamava de "ciúme de irmão", e quando eles se separaram, Daryl ainda encarava o amigo, com o semblante rígido. 

   Rick caminhou para um canto mais longe dos outros, enquanto Daryl e Reyna o seguiam. Eles já imaginavam o pior, mas esperaram para ouvir a explicação do líder. 

   — Ele não parava. — disse ele simplesmente, em tom baixo. 

   — Isso muda as coisas? — Daryl perguntou, esquecendo o "ciúme de irmão" por um momento. 

   — Acredito que sim. — Rick respondeu por fim, encarando os outros dois policiais.

   — Talvez não. — Reyna tentou. 

   — Ela disse que não funcionará, porque o autor do plano morreu. — disse Rick apontando para Shepherd. — Talvez tenhamos que repensar o plano.

   — Mas disseram que a tal de Dawn não gostava do sujeito. — Daryl falou dessa vez. — Talvez tenha feito um favor a ela.

   — Eles podem não cooperar. — Rick mantinha-se na defensiva.

   — Vamos descobrir, então. — Reyna terminou a conversa, caminhando ao lado de Rick e Daryl até onde todos estavam. 

   — Foi atacado pelas coisas. Vi tudo acontecer. — disse Shepherd quando os três se aproximaram o suficiente 

   — Você é uma ótima mentirosa. — Rick comentou, sarcástico. 

   — Você disse que a troca era uma má ideia. — disse Daryl, encarando-a. — O que mudou? 

   — Lamson era a nossa aposta, mas agora não temos mais...

   — Se essa merda toda der errado... — Reyna começou, mas Shepherd a interrompeu. 

   — Eu sei. — disse ela. — Sei diferenciar os bons dos maus. — Seu olhar pedia por misericórdia. — Deixem-nos ajudá-los. — pediu uma última vez.

   — E você, idiota? — Reyna apontou para Licari. 

   — Ela verá a troca como uma fraude se achar que matou um de nós. — O homem respondeu, alternando seu olhar de Reyna para Rick. — Então, é uma boa ideia Lamson ser morto pelas coisas. 

                                (...)

   O plano continuava de pé, e no momento, Sasha, Tyreese, Noah, Reyna e Daryl estavam, junto de Shepherd e Licari, no telhado de um dos prédios. Sasha apontava sua arma para o local combinado por Rick e outros policiais do Grady, caso a conversa não fosse como esperavam. Os outros guiaram os dois refréns antes de se juntarem a Sasha e Ty.

   Não demorou para o carro da polícia chegar no local combinado. Daryl fez um gesto informando os outros da chegada. Tyreese informou Rick pelo walkie-talkie, e o líder mantinha sua postura autoritária e confiante enquanto esperava o carro chegar, e quando ele o fez, Grimes levantou os braços.

   — Policial Franco, policial McGinley, sou Rick Grimes. — disse ele. — Estou aqui para fazer uma proposta. — Os policiais hesitaram antes de dizerem alguma coisa. 

   — Coloque sua arma no chão. — Franco deu o primeiro comando, e Rick assim o fez, colocando o revólver prateado no chão. 

   — O que propõe? — McGinley perguntou, enquanto se aproximava. 

   — Vocês têm dois dos meus, eu tenho dois dos seus. — Rick disse sem rodeios. — Queremos fazer uma troca, depois iremos embora. Ninguém se machuca.

   — Quem? 

   — Policiais Shepherd e Licari, por Beth e Carol. — Rick mantinha a voz calma. — Pegaram uma mulher ontem depois que a atropelaram.

   — Noah está com você? — McGinley perguntou novamente. — É assim que ficou sabendo? — Rick assentiu. — E policial Lamson? 

   — Foi atacado pelos mortos antes que conseguíssemos pegá-lo. — Rick respondeu.

   — Onde está o seu grupo? — Franco perguntou, após perceber um Walker atrás deles. Reyna atirou no morto do telhado, precisamente. Os policiais se entreolharam assustados.

   — Estão perto. — Franco e McGinley se entreolharam mais algumas vezes. — Avise sua tenente. Eu espero.

                                (...)

   Não tardou para que Rick e seu grupo seguissem Franco e McGinley até o Grady Memorial, ainda escoltando Shepherd e Licari para que pudessem fazer a troca. Reyna repousara o rifle nas costas, e em sua mão permanecia o arco, fazendo com que ela se sentisse mais confortável e segura. 

   A tensão entre os membros do grupo de Rick era quase palpável. Eles temiam que algo desse errado, não sabiam como Dawn era, e havia chances de ela simplesmente não querer fazer a troca na última hora, e alguém poderia sair machucado. Reyna se coçava para não puxar uma das flechas da aljava. 

   Eles subiram vários lances de escada até chegarem no terceiro andar, onde todos ficavam, e quando finalmente chegaram onde queriam, uma fileira de policiais esperavam junto com Dawn, Carol e Beth. A chefe deu a ordem para que todos guardassem as armas, e Rick deu o mesmo comando antes de poderem abrir a porta. Reyna permaneceu com o arco na mão, já que ele não seria de grande utilidade sem uma flecha.

   — Eles não foram machucados. — disse Rick de forma calma.

   — Onde está Lamson? — Dawn perguntou. 

   — Foi atacado pelas coisas. — Shepherd respondeu.

   — Nós vimos acontecer. — disse Licari. Dawn parecia apenas um pouco abalada, mas logo disse:

   — Um dos seus por um dos meus. — Rick assentiu e se virou singelamente para Reyna. 

   — Dixon. — chamou ele. Ela o olhou, vendo-o fazer um gesto com a cabeça para que levasse Licari e buscasse Carol. 

   A mulher repousou o arco no ombro e levou o policial até a metade do caminho, onde algum desconhecido empurrava a cadeira de Carol. Reyna não tinha noção do quanto Beth e Cassie eram parecidas. Chegando mais perto, pode notar à semelhança. Ela se abaixou até Carol e a tocou no ombro, antes de ajudá-la a levantar e voltar com ela até onde todos estavam, mas não sem antes receber um sorriso por parte de Beth.

   Rick levou Shepherd assim que Dawn empurrou Beth de encontro a ele. A troca foi realizada e a garota correu até o grupo. Daryl estava parado ao lado de Reyna e ela olhava alternadas vezes para os dois, com um sorriso no rosto, o que fez ela se parecer ainda mais com Cassie. Daryl sempre achara isso, talvez esse tenha sido o motivo de ter se afeiçoado tanto à garota.

   — É ela? — Beth perguntou para Daryl, apontando Reyna com a cabeça. O Dixon olhou para a irmã antes de assentir com a cabeça e receber mais um sorriso por parte da loira. — Daryl falou muito de você. — Ela desviou a atenção para a Dixon. Daryl bufou. 

   — Também ouvi sobre você. — Reyna respondeu, sem sorrir. 

   — Que bom que resolvemos as coisas. — disse Dawn após alguns segundos. 

   — Pois é. — Rick respondeu antes de se virar e acompanhar seu grupo para a porta onde entraram.

   — Mas agora preciso de Noah. — A chefe completou, fazendo todos a encararem. — E depois podem ir embora. 

   — Isso não fazia parte do acordo. — Rick tentou protestar. 

   — Ele era meu auxiliar. Beth pegou seu lugar e eu a perdi, então o quero de volta. — dizia Dawn. Shepherd tentou intervir mas foi cortada pela chefe.

   — Ele fica, idiota. — Reyna protestou, puxando Noah para trás. 

   — Ele é um dos meus, não têm direitos sobre ele. — Dawn permanecia indiferente. 

   — Ele não é um objeto para pertencer a você, vadia. — disse Daryl, já sem paciência. 

   — Então não temos um acordo. — Dawn concluiu simplesmente.

   — O acordo está feito...

   — Está tudo bem. — disse Noah se apressando até o líder, mesmo com os protestos desferidos por ele. — Eu tenho que fazer isso. — Ele entregou o revólver à Rick e caminhou até Dawn. 

   — Espere! — Beth disse já correndo para abraçar o garoto. Noah sorriu com a atitude da loira. 

   — Está tudo bem. — Ele disse simplesmente.

   — Sabia que você voltaria. — disse Dawn em tom provocativo. 

   Reyna, Rick e Daryl estavam mais perto dos dois, e a mulher sentiu que a conversa não estava caminhando para um lado muito tranquilo. Ela manteve sua atenção toda na chefe, apertando o arco fortemente, esperando o momento certo para puxar uma das flechas. Beth era importante para todos daquele grupo, isso era perceptível. A garota se afastou de Noah e caminhou até Dawn.

   — Eu entendo, agora. — disse ela. 

   Depois disso, tudo aconteceu muito rápido. Em um piscar de olhos, Beth enfiava uma pequena tesoura de cirurgia no ombro de Dawn, e o som estrondoso do tiro invadiu os ouvidos de cada um que estava ali. Todos arregalaram os olhos à medida que o corpo de Beth Greene caía no chão, como uma fruta madura cai de um pé de árvore. 

   Estava tudo em câmera lenta. Sasha e Tyreese arregalaram os olhos, olhando estáticos para a cena, as lágrimas queriam voltar aos seus olhos. Sasha lembrou-se de Bob, e o jeito que estava sofrendo para esquecê-lo. Não queria imaginar como seria com Beth.

   And if you have to leave, I wish that you would just leave
   (E se você tiver que ir, eu desejo que você apenas vá) 

   'Cause your presente still lingers here
   (Porque sua presença ainda permanece aqui) 

   And it won't leave me alone
   (E não vai me deixar sozinha)

   Rick desviou sua atenção quando o tiro soou, com o sangue de Beth respingando em seu rosto. Quando ele virou novamente, os olhos arregalados, cheios de lágrimas por conta de mais uma perda. Ele já não aguentava mais. Estava completamente quebrado por dentro. Um trapo ambulante, apenas fingindo a si mesmo que se mantinha forte, afinal ele era o líder daquele grupo. Existiam horas que Rick queria jogar tudo para os ares e desistir, mas nunca o fazia por medo. Medo de decepcionar seu filho, Reyna, Daryl, e medo de que essa decisão poderia lhe trazer mais perdas. 

   Carol não quis controlar suas lágrimas. Beth e Cassie foram as garotas mais doces e gentis que já conheceu, e uma delas estava deixando esse mundo definitivamente. Ela lembrou dos momentos que Beth iluminava qualquer lugar com seu jeito meigo e feliz de ser, e que agora se esvaía conforme ela caía. 

   You used to captivate me by your resonating light 
   (Você costumava me cativar pela sua luz ressonante)

   Now I'm bound by the life you've left behind
   (Agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás) 

   Daryl era o que mais sentiu com isso tudo. Beth era uma das quatro pessoas mais importantes para ele naquele momento, e ela o estava simplesmente deixando. Daryl não controlou absolutamente nenhuma lágrima enquanto ficava estático assistindo, lentamente, o corpo sem vida da garota cair. Daryl se quebrava aos poucos. Uma parte fora quando Reyna havia sido mordida. Outra quando teve que apunhalar a cabeça do irmão quando se transformara. E o último pedaço que faltava estava ruindo naquele momento. Beth conseguiu despertar a esperança naquele homem fodido de todas as mais horríveis maneiras possíveis, e agora essa também estava se perdendo dentro do homem. Ele só não aguentava ver todos que amava partirem. 

   These wounds won't seem to heal 
   (Essas feridas parecem não querer cicatrizar)

   This pain is just too real 
   (Essa dor é tão real)
 
   There's just too much that time cannot erase
   (Há simplesmente tantas coisas que o tempo não pode apagar)
 

   Reyna não sabia o porquê, mas de algum jeito, enquanto via a cabeça de Beth tombar para trás antes de seu corpo cair no chão, ela viu Cassie. Ela viu a garota que prometera que protegeria ali, e sentiu seu coração quebrando percebendo que a promessa não adiantara de nada. Ela não conseguiu proteger Beth, e consequentemente não conseguiu proteger seu irmão da dor novamente. Ela via a dor nos olhos de todos, mas em Daryl era pior. 

   As lágrimas rolavam no rosto da mulher contra sua vontade, enquanto ela puxava furiosa uma flecha do arco e mirava na cabeça de Dawn. Ela estava tomada pela fúria de não ter protegido sua família da dor da perda. Ela puxou a flecha sem hesitar nenhum segundo sequer, acertando o meio da testa de Dawn. 

   Reyna estava tonta. Nem viu o que aconteceu depois, apenas correu para o caminho por onde entraram e saiu do hospital. Quando chegou na parte de fora, viu que Michonne chegava com os outros, mas ela não conseguiu dizer nenhuma palavra enquanto olhava para a expressão esperançosa de Maggie. A Dixon desabou no chão, por conta da pequena tontura. Ver Cassie caindo, mesmo que por imaginação, não havia sido algo fácil. 

   Tudo ainda rolava em câmera lenta. Michonne correu até a amiga e se ajoelhou diante dela, segurando sua cabeça, tentando chamar sua atenção, mas Reyna ainda estava atônita. As lágrimas ainda escorriram sem que ela quisesse, e quando olhou para a entrada do hospital, e viu seu irmão carregando o corpo pequeno de Beth no colo, com lágrimas em seus olhos, não aguentou continuar olhando. 

   Maggie mantinha um sorriso no rosto, até ver a situação que Reyna se encontrava quando saiu do hospital. Ela até tentou correr até a mulher, mas quando Daryl saiu, o rosto molhado pelas lágrimas, com sua irmãzinha nos braços, Maggie paralisou e tentou entender a situação, até constatar a morte de Beth pelo sangue escorrendo da cabeça. 

   A Greene mais velha desabou no chão, aos prantos. Ela era apenas mais uma do grupo que estava completamente quebrada e só escondia a sua dor. Havia acabado de perder seu pai, o homem que ela mais admirou em sua vida, e agora, criar esperanças de que sua irmã estava viva, e descobrir que era completamente o contrário era algo que Maggie não conseguia aguentar. 

   Ela se lembrou de todos os momentos com Beth. As conversas, os momentos divertidos, os tristes, as broncas que demonstravam que Maggie se importava com sua irmã mais nova. Tudo chegou até a morena como um soco no meio de seu estômago. Maggie sentiu que não aguentava mais continuar dali por diante. Ela não queria viver em um mundo onde Beth não estaria lá para animá-la quando tudo estivesse fodido. Ela simplesmente não queria. 

   When you cried I'd wipe away all of your tears 
   (Quando você chorou, eu enxuguei todas as suas lágrimas)

   When you'd scream I'd fight away all of your fears 
   (Quando você gritou, eu lutei contra todos os seus medos)

   And I held your hand through all of these years 
   (E eu segurei sua mão por todos esses anos)

   But you still have all of me
   (Mas você ainda tem tudo de mim)

   E foi assim que o resgate de Beth e Carol acabou. Todos completamente fodidos internamente. Os corações aos pedaços, como se algo muito pesado e grande pisasse em todos, diversas e variadas vezes, sem dó nem piedade, até acabar com o psicológico de todos, para depois começar tudo novamente. 

   Eles não suportavam mais.


Notas Finais


Link da música do cap:
https://youtu.be/5anLPw0Efmo

GALERINHAAAAAA FOOOIII ISSOOOOOO, me desculpem meeesmo, eu precisei matar a Beth, para ajudar nos acontecimentos dos Dixons (principalmente do Daryl) ao longo dos caps... ME DESCULPEEEEMMMM kkkkkk amava a Beth, mas ela teve que partir, infelizmente!!

Bom genteeeee, espero muuuuuito que tenham gostado!! COMENTEM BASTANTEEEEE, PQ EU AMO CONVERSAR COM VCS!!! Se quiserem dar alguma sugestão, aceito tudo!!! Kkkkk

Foi isso, walkers, ATÉ QUINTA QUE VEM (talvez) BEIJOS DA BALEIA❤️🐳


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