1. Spirit Fanfics >
  2. Not Gonna Die - Season 1 >
  3. Who is she?

História Not Gonna Die - Season 1 - Who is she?


Escrita por: dixonloki

Notas do Autor


HEEEYYYY WALKERS CHEIROSOS!! Tudo beleza??

Gente esqueci de falar no cap passado que vou chamar os zumbis de Walkers oká? Pq eu vi a série legendado, e cada hora traduzia uma coisa... Então resolvi deixar no original...

Acho que é só! BOA LEITURA❤️

Capítulo 2 - Who is she?


Fanfic / Fanfiction Not Gonna Die - Season 1 - Who is she?

Narradora On

   A pequena guerra na prisão afetou as vidas de todos os presentes, mas com toda a certeza, Rick era um dos que estavam, digamos, cara a cara com a morte. Mal se aguentava em pé com um tiro na perna, e vários machucados no rosto e corpo causados pelo Governador, que finalmente estava morto e não causaria mais problemas. Sem contar que havia perdido sua querida filhinha, e não sabia onde e se todos os seus amigos conseguiram sobreviver.

   Mas Rick não perdeu tudo. Ele estava com seu filho, pelo menos ele havia sobrevivido ao ataque. Pelo menos ele estaria ao lado do pai, mesmo se nunca mais achassem seus amigos, não é mesmo? Rick não sabia se poderia contar com essa hipótese. Carl estava devastado internamente, devastado de mais apenas para uma criança. 

   — Carl, vai mais devagar, por favor. — Rick pediu enquanto via seu filho caminhar rapidamente, sem esperá-lo, ou ajudá-lo. 

   Carl parou e olhou rapidamente para Rick. O garoto não disse absolutamente nada, apenas se virou novamente, e andou mais rápido ainda. Rick se esforçou o máximo que conseguia para acompanhar Carl na caminhada, mas cada passo que dava, era mais uma onda de dores absurdas por todo seu corpo. E não era apenas isso que o perturbava. Rick tinha a grande impressão de que alguém os seguiam, ou vigiavam no meio das árvores. A munição dos dois estava quase acabando, Rick nem andava direito, e se tivessem que se defender de algum grupo grande de Walkers, ou de pessoas, seria o fim do restante da família Grimes.

   Quando os dois, finalmente, conseguiram achar um lugar — uma casa para ser mais exata — Rick estava à um passo de desmaiar. Os dois colocaram suas armas na altura dos olhos, e entraram na casa. A sorte deles, e principalmente de Rick, foi que o local estava limpo. Sem Walkers, ou pessoas. 

   — Carl, me ajude a colocar o sofá em frente à porta. — Rick pediu, se posicionando em uma ponta do sofá, pronto para empurrar. 

   Carl foi até o pai com má vontade, pisando forte. O garoto empurrou o móvel até a porta. Rick tentou ajudar ao máximo, mas não acabou sendo de grande ajuda já que não tinha força nem para o peso do próprio corpo. Carl se afastou de Rick novamente, ainda com a cara emburrada, e os olhos cheios de ódio e tristeza. 

   — Não quero que fique assim... — Rick tentou falar, mas o garoto o interrompeu.

   — Assim como? Triste? Com raiva? Com medo? — Carl gritou.

   — Não queremos atrair nenhuma daquelas coisas para cá, então não grite. — Rick ainda tinha seu tom de voz baixo. Parte para não atrair nada nem ninguém, e parte porque não tinha forças.

   — Se tivessem Walkers por perto, eles já teriam vindo. — Por outro lado, Carl não abaixou seu tom de voz. — Olha só... — O garoto caminhou até ficar ao lado de uma parede perto da escada. — EI, FILHO DA PUTA, VENHA AQUI, BABACA, EI, CUZÃO. — Ele gritava enquanto socava a parede ao seu lado. 

   — Chega, Carl. — Rick usou todas as suas forças restantes para dizer. — Já chega. 

   Com isso, Rick foi até o sofá, e praticamente jogou sua carcaça quase morta no móvel. Carl apenas observava enquanto seu pai desmaiava em segundos. O garoto se direcionou ao andar de cima da casa. Achou um quarto — provavelmente pertencera à algum adolescente — com uma cama de solteiro, e foi lá que se deitou e dormiu a noite toda.

                                 (...)

   No dia seguinte, Carl foi novamente até o sofá em frente à porta, e escutou alguma coisa batendo do lado de fora. Logo ele soube que eram Walkers, pelos grunhidos e o cheiro já familiar de morte. Seu pai nem se movera na noite que passou, e nem se movia agora. Carl chacoalhou o mais velho uma vez, e sem obter resposta continuou tentando mais e mais forte, enquanto dizia:

   — Acorde... Acorde... ACORDE... ACORDE, ACORDE! — Ele quase berrava, mas ainda sem resposta. As batidas na porta ficaram mais fortes. Agora estava confirmado para os Walkers que dentro daquela casa havia sua preciosa comida. 

   Carl resolveu atraí-los para longe e matá-los, antes que atraíssem mais deles. O garoto pegou sua arma com a pouquíssima munição restante, e a colocou no coldre, enquanto saía pela porta dos fundos da casa. Quando chegou na porta da frente, viu que eram dois Walkers. Fácil, pensou ele.

   — Ei, vocês dois, venham me pegar. — gritou ele, chamando a atenção das duas coisas à sua frente. 

   Sem nem pensar — já que seria meio impossível — os Walkers voltaram sua atenção da porta para o garotinho delicioso de olhos azuis. Eles grunhiram mais e mais enquanto caminhavam com os braços levantados e dentes batendo na direção de Carl. O garoto nem se importou, apenas conduziu os doentes para bem longe da casa para poder acabar com a vida deles — ou a morte, que seja. 

   Enquanto caminhava, Carl aproveitou para refletir sobre tudo o que acontecera. O pior para ele não foi nem a parte que a prisão foi destruída, mas sim a parte que viu o bebê conforto de Judith vazio e completamente manchado de sangue. Seu coração se apertou, e seu sangue ferveu aquela hora. A única coisa que fez naquele momento, foi atirar em cada Walker que aparecia perto dele e de seu pai, mas ao mesmo tempo estava tão traumatizado, que nem se importou de continuar destravando a espingarda a cada vez que puxava o gatilho, com ou sem balas saindo do cano. 
 
   Carl, assim como Rick, e qualquer um que possa ter sobrevivido, estava devastado. Por fora sim, óbvio, mas por dentro mais ainda. Se sentia exausto. Exausto de ter que dormir com um dos olhos abertos. Exausto por ter que ficar se arriscando, ou vendo alguém que amava arriscar algo tão precioso e raro como a vida, apenas para achar alguns potes de comida vencida e mofada para comer. Exausto de sentir a dor da perda. Exausto desse mundo. E o principal, exausto de ver o pai quase morrendo em sua frente sem poder fazer absolutamente nada por ser apenas uma criança.

   Quando Carl se afastou o bastante, resolveu virar em um corredor para os fundos de uma das casas de uma pequena cidade — que não havia nem percebido que existia na noite anterior e nem teve tempo de explorar ainda — A pequena falha nesse rumo, foi a distração de Carl se tornar presente, e quase ser morto por um terceiro Walker escondido entre algumas árvores do quintal.

   Por esse pequeno erro, o garoto caiu no chão, consequentemente, um dos Walkers caiu em cima dele, enquanto o outro estava a um passo de seguir o mesmo caminho até seu pequeno lanche da tarde. Mas antes que pudesse, Carl conseguiu pegar sua arma no coldre e disparar na cabeça do mais próximo, que apagou instantaneamente. Com o desespero, acabou desperdiçando suas últimas balas no segundo Walker. E não acabou por aí. Ainda existia o terceiro, que tentava a todo o custo colocar suas mãos mortas em Carl, que estava preso em baixo dos dois corpos fedorentos e mortos em cima dele.

   Carl estava quase aceitando sua possível morte, quando se surpreendeu com uma flecha atravessando o crânio do último cabeça oca faminto. Por um breve momento, se alegrou internamente achando que fosse uma das flechas de seu amigo Daryl, mas percebeu que o pedaço mortal de madeira era um tanto grande para uma besta, e constatou que outra pessoa estava ali. O desespero tomou conta do garoto novamente.

   Carl usou todas as suas forças para conseguir sair de baixo dos corpos, mas a silhueta de alguém encapuzado se fez presente em seu campo de visão, segurando um arco com a mão esquerda. Os movimentos para tentar se desvencilhar se tornaram cada vez mais rápidos à medida que a pessoa se aproximava. Carl não viu outra escolha, a não ser um pequeno blefe. Ele pegou sua pistola, que estava no chão, e apontou para a cabeça — ou melhor, para o capuz da pessoa. 

   O encapuzado parou, e levantou lentamente as mãos até os lados da cabeça, ainda segurando o arco com a mão esquerda. Carl conseguiu observar que existia uma aljava lotada de mais flechas nas costas da pessoa. Carl não sabia se falava, ou se esperava o ser se pronunciar. 

   — Vamos ficar aqui o dia inteiro, garoto? — O encapuzado perguntou. Carl identificou uma voz feminina, um pouco rouca. — Sabe que não vai atirar em mim.

   — Como tem tanta certeza? — Carl rebate com uma pergunta e semicerrar de olhos.

   — Primeiro, porque eu salvei sua vida. — A garota, ou mulher, Carl não sabia ao certo, abaixou os braços subitamente, e como um reflexo, ele destravou a pistola, e recebeu algo como uma bufada em resposta. — E segundo, porque gastou toda a sua munição nessas duas belezinhas aqui. — Ela apontou com o indicador para os dois Walkers ainda em cima de Carl. Merda, pensou ele.

   Vendo que o garoto não iria abaixar a pistola de sua cabeça, a mulher apenas se abaixou um pouco para conseguir pegar sua flecha de volta, e quando o fez, empurrou todos os três corpos para o lado, finalmente libertando o garoto de olhos azuis, que continuava em silêncio, apontando a arma sem munição para a cabeça da possível inimiga. 

   — Pra que ainda aponta isso para mim, moleque? — Ela perguntou um tanto grossa. 

   — Não conheço você, portanto, ainda não confio em você. — Carl respondeu sem mover nenhum músculo.

   — Qual é, nem munição você tem, e acredite, se eu quisesse te matar, eu teria atirado em você, e não naquele filho da mãe que estava prestes à te morder. — A voz grossa da mulher, e o jeito grosseiro eram um pouco familiares para Carl. — Um obrigado seria legal, não acha, garoto? 

   Relutante, Carl finalmente abaixou a pistola e a colocou em seu devido lugar no coldre. Ele analisou a figura a sua frente, que observava atentamente a flecha recuperada. Não havia tirado o capuz ainda, e Carl se perguntava como seria a aparência daquela mulher. 

   — Obrigado. — disse ele depois de desistir de suas deduções sobre o físico da figura à sua frente. — Quem é você? Por que me ajudou? — A mulher virou o rosto para Carl.

   — Não importa, garoto. Você está vivo, por enquanto. Comemore. — disse ela irônica. Carl franziu o cenho, e continuou com o seu olhar para a mulher, ainda esperando uma resposta decente. Ela bufou e levou sua mão direita até o capuz.

   Quando ela o abaixou, a primeira coisa que Carl viu foram os olhos verde azulados e os cabelos castanhos desenhados em uma trança de uma lateral a outra da cabeça. Essa mulher, com certeza, era familiar, talvez no jeito de ser ou de falar, Carl não sabia ao certo, mas sentiu algo como um déja vu, ou algo parecido. Também percebeu que já era uma adulta, com seus trinta e poucos anos, mas ainda sim com uma ótima forma. Percebendo o olhar do garoto em si, a mulher revirou os olhos e disse:

   — Reyna. — Carl a olhou confuso. — Meu nome, garoto, é Reyna. — completou um pouco impaciente.

   — Carl Grimes. 

   Reyna não esboçou nada ao ouvir o nome do garoto. Apenas girou nos calcanhares e começou a caminhar para o lado de onde Carl veio minutos antes. O mais novo a seguiu, já que seu caminho de volta era exatamente aquele, mas mesmo assim, a mulher não expressou absolutamente nada apesar de saber estar sendo seguida. 

   — Você está sozinha? — Carl perguntou tentando puxar algum assunto, para não parecer que ele era um projeto de serial killer perseguidor. Reyna parou e olhou para o garoto com uma das sobrancelhas erguidas.

   — Com certeza estou melhor que você e seu velho provavelmente desmaiado naquela casa. — Ela fez um gesto com a cabeça apontando a casa onde Carl passou a noite. Ele arregalou os olhos pensando em todas as possíveis respostas para Reyna saber sobre o estado de seu pai. — Eu vi vocês chegando ontem. 

   — Por que deixou que nos aproximássemos? — Carl perguntou novamente. — Poderíamos ser uma ameaça para você.

   — Coisa que vocês menos eram ontem era "ameaças". — Ela encarou Carl segurando a alça de sua aljava de flechas, que rodeava seu tronco. — De qualquer jeito, não valia a pena. — Reyna completou dando de ombros e voltando seu caminho. Ela se virou para a casa em frente à casa onde Rick estava. 

   — Está morando aí? — Carl continuou sua conversa. Reyna ficava cada vez mais irritada de responder perguntas.

   — Olha só, garoto, não tenho todo o tempo do mundo para responder perguntas, preciso achar alimentos. — Ela disse e apontou para a casa onde estava prestes a entrar.

   — Também estamos precisando de comida, então... Posso ajudar. — Carl deu um passo à frente. 

   — Não. — Reyna respondeu rapidamente. 

   — Eu sei lutar, tá legal? — Carl continuou insistindo. — E também não quero morrer de fome. Aliás, meu pai está naquela casa e nem sei se continua vivo, portanto, deixe-me ajudar. 

   Reyna não disse nada, apenas ficou encarando Carl por longos segundos. Ela sabia que aquele garotinho era forte, e sabia que ele daria conta de alguns Walkers numa boa, mas também sabia que ele não iria desistir de ajudá-la a limpar a casa e buscar alguns suprimentos, então, em resposta, apenas tirou uma faca da bainha e entregou-a à Carl. 

   — Sem perguntas agora. — disse ela se direcionando à porta de entrada. 

   Carl fez silêncio como resposta e seguiu a mulher até a casa. Reyna bateu três vezes na porta e esperou alguns segundos antes de pedir, com um movimento de cabeça, para Carl abrir a porta, enquanto ela posicionava uma flecha no arco. 

   O mais novo abriu rapidamente a porta, levantando a faca na altura dos olhos. Reyna tomou a frente, e entrou, direcionando a flecha para todos os lados, certificando-se de que não havia nenhum Walker ou pessoa ali. Carl observava silenciosamente a mulher enquanto ela caminhava até a cozinha. Quem ela tanto me lembra? Pensou ele, franzindo o cenho enquanto imaginava todas as possibilidades de alguma resposta para aquela pergunta. 

   — Vou verificar o andar de cima. — avisou Carl, recebendo um grunhido como resposta. 

   Enquanto o garoto subia as escadas lentamente, Reyna foi checar a cozinha. Nada de interessante, a não ser uma lata enorme de pudim. Como é possível eu achar uma lata de pudim em pleno apocalípse? Pensou ela enquanto caminhava até a comida recém-achada.

   Reyna travou no lugar ao ouvir algumas batidas no teto, vindas do andar de cima. Ela firmou o aperto da mão esquerda no arco e subiu correndo as escadas, enquanto puxava uma das flechas de sua aljava. Carl estava tentando sair de um quarto, mas um Walker lá dentro puxava seu pé, impedindo-o de escapar. A coisa estava quase mordendo o mais novo quando Reyna atirou em sua mão. Um tiro certeiro, que fez com que Carl tivesse uma pequena brecha para conseguir escapar — mas sem um dos sapatos.

   A mulher correu até a porta do quarto e tirou a flecha da mão do Walker, antes de empurrá-lo para o interior do aposento e fechar a porta rapidamente. Carl estava ofegante quando pegou a faca, que Reyna havia lhe dado, do chão. Ela olhou para o mais novo, os olhos tinham aquela duvida familiar: "Você foi mordido?" 

   — Não. — respondeu Carl. — Estou inteiro, ainda. — Reyna balançou afirmativamente a cabeça, olhando para Carl diversas vezes de cima abaixo. — Achou alguma coisa? — A mulher demorou para responder, mas quando o fez, disse:

   — Pudim. 

                                 (...)

   Carl e Reyna comeram a lata de pudim inteira em alguns minutos. O garoto lembrava da época que sua infância era normal, baseada em ir à escola, assistir desenhos e comer algo doce como pudim nas horas vagas — ou quando sua mãe deixasse. — Já Reyna, tentava se recordar da última vez que comeu algo tão bom como pudim. Sua infância, junto com a adolescência, foram um tanto... Difíceis, como ela costumava dizer. 

   — Eu vi um par de botas em um quarto, parecia de um adolescente. — Reyna comentou enquanto largava a lata de pudim. 

   — É, acho que seria bem útil agora. — Carl comentou com um sorriso fraco. Mais uma vez, recebeu um grunhido como resposta. — Sabe, você me lembra um amigo meu. 

   — E isso é bom? — Reyna perguntou enquanto subia novamente as escadas para pegar o par de botas que havia visto. 

   — É... Mas às vezes não. — A mais velha olhou confusa para os olhos azuis de Carl. — Sinto falta dele. De todos na verdade. De Judith ainda mais. — O garoto desviou o olhar para o chão. 

   — Sinto falta dos meus irmãos. — Ela disse depois de algum tempo. — Só espero que aqueles idiotas estejam em um lugar melhor agora, sabe? — Carl balançou afirmativamente a cabeça.

   — O que aconteceu com eles? — Ele perguntou. Reyna ficou tensa, assim como todas as vezes que mencionavam os acontecimentos para a separação dela e dos irmãos mais velhos ter acontecido.

   — Eu... Acho melhor você voltar para onde seu velho está. — disse ela, mudando de assunto. — Ele pode ficar preocupado. 

   — Mas e você? — Carl levantou novamente seu olhar para a mulher, que ergueu uma das sobrancelhas. 

   — Eu? Vou continuar meu caminho. — Ela deu de ombros enquanto colocava a alça da aljava envolta do tronco. 

   — Por que não fica conosco? — Carl sabia que era uma ideia arriscada. Reyna ainda era uma desconhecida, mas algo dizia que ela era confiável. Algo dizia que ela iria lutar ao lado deles se aceitasse o convite do garoto, porém... 

   — Não. — disse ela, um pouco grossa. — Me saio melhor sozinha. 

   — Por favor. Ninguém é melhor sozinho, Reyna. — Carl insistiu uma vez.

   — Desculpe, garoto. Não posso. 

   — Nós podemos unir nossas forças, sermos uma família. — Carl continuou, apesar de achar que nada mudaria a mente da mulher à sua frente. — Eu tinha uma família, antes de uma grande tragédia acontecer. Nós ajudávamos uns aos outros, e éramos mais fortes juntos. Sozinha você fica quase sem opções a não ser enlouquecer aos poucos. Em silêncio. Sem ninguém em especial para ouvir seus devaneios e pensamentos. Fica tudo guardado para você, e isso deve ser horrível. Então, por favor, fique conosco.

   Reyna ficou alguns longos segundos em silêncio, fazendo com que Carl começasse a pensar que ela estaria mudando de ideia. Mudar de ideia não era bem o que Reyna pretendia. Ela se lembrava de seus irmãos, e como foram separados, e aquilo doía mais do que uma facada. Ela não queria, e não pretendia se aproximar de alguém novamente, sendo que esse alguém tem chances de morrer, assim como ela. Reyna apenas não queria fazer alguém sofrer, porque ela sabia como era, e não queria isso novamente.

   — Não. — Ela repetiu em um grunhido. O olhar de Carl mudou de esperançoso, para decepcionado em uma fração de segundos. Era justamente isso que Reyna não queria nunca mais em sua vida. A decepção, a dor, a tristeza, a dor, o sofrimento, a dor... 

   Carl continuou o caminho até o quarto, e pegou o sapato. Estava um pouco grande, mas nada muito exagerado. O silêncio reinava entre os dois, enquanto Carl descia as escadas e entregava a faca de volta para Reyna. Ela esperava do lado de fora da casa, checando suas flechas, e o arco estava pendurado no ombro direito. 

   — Bom, acho que é a parte que dizemos adeus para sempre, e desejamos uma boa morte um para o outro. — disse ela depois de alguns segundos. Carl ainda estava emburrado, portanto apenas respondeu:

   — Se quiser voltar, já sabe onde estou. — Ele passou reto até os fundos da casa onde seu pai estava. Reyna apenas observou o garoto sumir ao adentrar a residência. 

   Reyna levantou novamente seu capuz e se virou na direção da mata depois de alguns segundos. Ela caminhava atenta a todos os lados, mas o pedido de Carl não saía de sua cabeça. Ela queria ter ficado, mas ela não podia, porque ela tinha medo de decepcionar essas pessoas, ou até mesmo se decepcionar com elas. 

   O assunto apenas se esvaiu de sua mente quando ouviu alguns grunhidos vindos da sua direita. Ela tinha certeza que eram Walkers pela forma arrastada de como andavam, mas tinha mais alguma coisa. Parecia ter alguma agitação, como se alguém estivesse lutando com eles, e provavelmente vencendo.

   Reyna caminhou até a direção dos grunhidos, sempre se escondendo entre as árvores — coisa que ela era muito boa — Quando se aproximou o bastante, pôde ver uma mulher lutando com vários dos cabeças ocas. O cabelo era diferente, além da cor da pele negra brilhante, mas o que mais chamava a atenção era sua espada. Ela deu conta do grupo com facilidade, e pelo que parecia, estava sozinha.

   Reyna não tinha a intenção de se aproximar, e muito menos de se comunicar com a estranha da espada, mas foi preciso quando viu um Walker solitário caminhando em direção à mulher, que estava tão distraída olhando para todos os corpos no chão, e não viu ou ouviu a morte chegando. Ela puxou rapidamente uma flecha da aljava e posicionou no arco, deu um passo para frente e acertou em cheio o meio da testa do cabeça oca. Isso em um segundo ou dois.

   A estranha da espada se assustou com a aparição repentina de Reyna e com o Walker morto atrás de si, mas logo recobrou a postura e levantou a espada para a garota do arco e flecha. Reyna não se moveu nem um centímetro, apenas ficou observando a morena à sua frente. 

   — Quem é você? — perguntou a da espada. 

   — Eu não quero problemas, tudo bem? Só vou pegar minha flecha, e vou embora. — Reyna disse já se aproximando do Walker com a flecha na testa. — Tem uma pequena cidade mais adiante. Procure um garoto chamado Carl, e diga que Reyna mandou você. 

   — Você disse... Você disse Carl? O nome do garoto é Carl? — A samurai perguntou com um meio sorriso. — Olhos azuis, cabelos pretos? — Reyna balançou afirmativamente a cabeça, com o cenho franzido, enquanto a outra sorria abertamente, com algumas lágrimas nos olhos. — Pode me levar até lá? 

   Reyna paralisou o corpo quando ouviu a pergunta. Ela balançou novamente a cabeça em um sim, depois abaixou o tronco e arrancou a flecha na carne podre do corpo no chão, colocando-a de volta na aljava logo depois. Ela fez um sinal com a cabeça para que a samurai a seguisse, e voltou seu caminho até a cidade. 

   — Michonne. — disse a samurai depois de alguns passos seguindo Reyna. — Meu nome é Michonne.


Notas Finais


FOOOOIII ISSO WALKERS ! Espero muito que tenham gostado!

Comentem o que acharam, não tenham medooo hahahah, não mordo hehe

BEIJOS DA BALEIA🐳❤️


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...