História Not Gonna Die - Season 1 - Face the past

Narradora On

   "We will face the odds against us
   And run into the fear we run from"
   (It has begun - Starset) 

   Nada podia descrever o que os Dixons sentiram quando viram o dono da voz. A primeira coisa que fizeram foi trocar olhares um com o outro, surpresos e aliviados. O garoto por quem tanto procuraram até algo horrível acontecer com Reyna estava parado bem na frente dos dois, sorrindo, com os braços cruzados. Daryl foi o primeiro a se movimentar e caminhar até Jayden.

   O maior puxou o outro para um abraço, como se um pai reencontrasse um filho após vários anos. Reyna foi logo atrás, e se permitiu abrir um sorriso enquanto o fazia. Jayden não tirava seu sorriso do rosto, exatamente como a irmã mais nova sempre fora; feliz, em quaisquer circunstâncias. A Dixon mal deixou seu irmão se afastar do menor para puxá-lo e abraçá-lo apertado. 

   — Não é todo o dia que um Dixon te abraça. — Jayden comentou, divertido. — Mas falta um. — Ele olhou para todos no grupo, procurando pelo rabugento Merle Dixon. 

   — Não. Não falta. — disse Reyna, com o olhar triste por alguns segundos. O garoto não voltou a tocar no assunto. 

   — Sinto muito. — disse por fim. Daryl tocou seu ombro. 

   — Você está vivo, pirralho. — disse, com uma felicidade distinta. — Depois de tanto procurarmos... filho da puta, você está vivo. — Ele abriu um sorriso, surpreendendo a todos. Jayden riu. 

   — Não sei se posso dizer o mesmo de minha irmã. — disse ele, sem se abalar, justamente igual Cassie. Reyna sorriu dessa vez.

   — Você pode. — afirmou, no exato instante em que Cassie abriu a porta da casa, com Jules nos braços e o sorriso habitual no rosto, que se intensificou ao ver seu irmão.

   — Jay! 

   Ela gritou antes de passar Julian para Rick, que estava ao lado da porta, e correr na direção de seu irmão mais velho. Ela pulou nos braços do garoto, completa e imensamente feliz. Jayden a pegou pela cintura e a tirou do chão, como se ela voltasse a ser a garotinha pequenina que pulava em seu colo toda vez que voltava da escola para casa. Todos do grupo observavam, e não conseguiam esconder o sorriso no rosto pela cena, inclusive os dois Dixons com seus corações de pedra. Mas Carl era o único que não parecia muito feliz com isso. 

   — Minha pequena Cassie. — disse Jayden após se separar de sua irmã e afagar sua bochecha. A menina sorriu e se posicionou ao lado do irmão mais velho. — Olá, pessoal, sejam bem-vindos. Meu nome é Jayden e vou mostrar onde ficarão. — disse ele para o resto do grupo. — Mas antes, terão que entregar as armas, por favor. — Ao ver que todos hesitaram, inclusive os Dixons, ele sorriu. — Me desculpem, não fui eu que criei as regras, infelizmente. 

   Logo após Jayden terminar a frase, uma mulher chegou empurrando um carrinho na direção do grupo e parando em frente à Rick primeiro. Péssima escolha, pensou Reyna ao ver o olhar frio e profundo que o líder lançou à pobrezinha antes de entregar o rifle e o revólver. O resto fez o mesmo, mas Reyna e Daryl mantiveram o arco e a besta. — Se recusaram a entregá-los. — O carrinho terminou cheio, e a mulher olhou assustada para a quantidade de armas. 

   — Tudo bem, vamos lá. — disse Jayden, com o mesmo sorriso no rosto. 

   Durante o caminho, Cassie abraçou o irmão de lado, extremamente feliz por tê-lo reencontrado. Reyna e Daryl caminhavam ao lado dos dois, e controlavam os sorrisos, verdadeiramente felizes por vê-lo vivo. O resto do grupo caminhava mais afastado. Carl permanecia ao lado do pai e não tirava os olhos de Cassie e Jayden. Rick encarava Reyna, como já não era novidade, entretido com os sorrisos que ela deixava escapar. 

   Jayden parou, após alguns poucos minutos caminhando, em frente à duas casas. Reyna encarou as construções, com a sensação desconfortável de ter que ficar em uma casa fechada de volta ao peito. Daryl também não gostava muito da ideia, mas sabia que com sua irmã era pior. Ele tinha plena consciência de que isso era uma circunstância causada pelo convívio com seu pai. Do jeito que ele a prendia no porão por quase um dia, às vezes mais. Era apenas uma parte do passado horrível que tiveram com aquele homem. 

   — Chegamos. — disse Jayden. — As duas são de vocês, fiquem a vontade para se dividirem... ou não. — Ele deu de ombros. 

   — Não vamos nos separar. — Rick disse firme, todos concordaram. 

   — Posso ficar com você? — Cassie perguntou ao irmão. 

   — Meu pai disse para não nos separarmos. — disse Carl, dando um passo à frente. Cassie o olhou, entretida. 

   — Mas, Jay é meu irmão. — disse sem se separar do irmão mais velho. Carl não disse mais nada. 

   — Se quiser, pode ficar com eles. — Jayden falou olhando sua irmã nos olhos. Cassie olhou para Reyna e Daryl, como se pedisse a permissão dos dois. 

   — O que quiser, Cass. — disse Daryl. A garota assentiu. 

   — Posso dormir na sua casa às vezes? — perguntou arrancando mais um sorriso do irmão.

   — Você precisa perguntar? 

                                       (...)

   A primeira coisa que fizeram quando se instalaram em uma das casas foi se limparem, tomarem banho e escovarem os dentes. Fora a primeira vez que Rick se olhara no espelho depois da prisão, e viu seu reflexo como alguém que não reconhecia. Sua barba estava grande, e o deixava mais velho do que realmente era. 

   Ele aparou a barba, e apenas por fazer isso, se lembrara do homem que fora um dia, antes do apocalipse. Um pai responsável, que levava seu filho para a escola. Um marido que amava sua esposa. Quando se lembrava de Lori, ainda sentia um aperto no peito, mas então lembrava-se do dia que vira Reyna sorrir pela primeira vez, e se lembrava do sentimento que nutria por ela. Rick fora completamente sincero quando disse a Daryl que a amava, e sentia algo parecido com orgulho por isso. 

   Ele apenas desviou sua atenção quando ouviu batidas na porta. Rick caminhou até lá, e viu uma mulher loira do lado de fora, com um cesto grande nas mãos. Era bonita. Parecia delicada, gentil e meiga. Seu jeito o lembrou o de Lori. Totalmente o oposto de Reyna. Ele abriu a porta, e ela sorriu. 

   — Oi. Sou Jessie Anderson. Deanna me pediu para trazer isso a vocês. — Ela entregou o cesto, e Rick nem se deu o trabalho de ver o que tinha no interior. 

   — Estamos nos limpando. — disse Rick, e se sentiu um pouco envergonhado quando percebeu que estava sem sua camisa. 

   — Percebi. — Jessie sorriu novamente. — Tem creme de barbear no seu rosto. — Rick se apressou para limpar, e a mulher o observou. — Sabe, eu era cabeleireira antes. Se quiser posso cortar o seu cabelo. — Ela ofereceu. Rick deu de ombros e deu passagem para a mulher. 

   O líder sentou-se em uma cadeira na cozinha, e Jessie se posicionou atrás dele, com uma tesoura e um pente na mão. Ela parecia ágil cortando os fios, outra coisa que nunca imaginaria Reyna fazendo. 

   — Tenho dois filhos. Sam e Ron. — disse ela quando já estava terminando o corte. — Ron tem a idade de seu filho. Quem sabe não posso apresentá-lo a ele. — Rick deu de ombros e assentiu fracamente antes de ouvir a porta da frente sendo aberta. 

   — Rick. — Ele ouviu a voz inconfundível e reconfortante de Reyna invadir seus ouvidos. 

   — Na cozinha. — Rick gritou de volta, logo vendo a figura de Reyna entrar no cômodo. Os cabelos estavam soltos, o que fez Rick a observar por longos segundos. 

   A Dixon se calou quando viu Jessie. Ela a olhou por completo, do jeito que fazia quando via alguém novo. Depois olhou para Rick, e parou seu olhar ali. Ela nunca o havia visto assim. Sem a barba, com o cabelo curto. Dava a ele um ar jovial, e ela gostou de como a simples visão mexera com ela. 

   — Rey, essa é Jessie. — disse Rick, apontando a mulher com a cabeça. — Jassie, essa é Reyna.

   — Olá, é um prazer. — Jessie ergueu uma das mãos. Reyna hesitou, analisando-a novamente, desconfiada. Aceitou o cumprimento, mas não disse nada. — Bom, Rick, já terminei. 

   — Obrigado. — disse ele, conduzindo-a até a saída. Ela sorriu uma última vez antes de se afastar. 

   Rick fechou a porta, e se virou de volta para Reyna. A mulher olhava, com seu jeito desconfiado, para Jessie se afastando pela janela. O líder caminhou até ela, e a fez desviar a atenção, colocando as mãos em sua cintura e roubando um rápido beijo em seus lábios.

   Reyna olhou para o rosto do homem. Ela o analisou por completo novamente, encantada com a visão que tinha. Uma visão que nem todos poderiam ter. Ela estava tão perto. Se pudesse nunca se afastaria do corpo confortável de Rick. Queria que seu irmão fosse mais compreensível, e não a enxergasse apenas como a garotinha que poderia ter um coração partido por algum homem. Aliás, essa tal garotinha indefesa nunca existira. As condições de sua vida não deixavam que existisse. 

   — O que tanto está olhando? — Rick perguntou, cínico. 

   — Nunca vi você assim. — disse ela, passando delicadamente os dedos pelo rosto do homem.

   — Fica bem de cabelo solto. — Ele enrolou uma das mechas no dedo indicador. 

   — Não se acostume. — Ela sorriu, e novamente Rick se sentiu perdido na sensação de como era vê-la sorrir verdadeiramente. 

   A porta se abriu novamente, e Daryl entrou com Julian nos braços. Reyna se afastou, mas Rick não se moveu. O Dixon encarou o líder fria e profundamente. Grimes o olhou novamente, sem estar arrependido de abraçar a mulher que amava. Reyna ficara sem graça, e para disfarçar, caminhou até o irmão e puxou Jules para os próprios braços. 

   — Ele está com sono. — disse Daryl, sem desviar o olhar mortal de Rick. 

   Reyna assentiu, e subiu as escadas, levando Julian consigo. Daryl estava se coçando para não socar o amigo em sua frente. Ele tinha que se acostumar com o fato de sua irmã gostar de alguém, mas era realmente muito difícil, e por isso sentia vontade de ir para cima de Rick ou puxar Reyna para longe quando via os dois juntos. 

   — Só... não façam isso em minha frente. — disse Daryl em um grunhido, deixando a casa em seguida.

                                        (...)

   Todos já estavam prontos para dormir, cada um em seu canto. Na sala estavam espalhados sacos de dormir, já que Rick quisera que todos ficassem juntos. O líder estava deitado ao lado do novo berço de Judith, Reyna estava ao seu lado, e o simples fato de ter se deitado ali, gerou mais uma briga entre os Dixons. Rick entendia o que Daryl sentia. Ele sentiria o mesmo por sua filha depois de alguns anos, se sobrevivessem. 

   Ele sentiu Reyna se mexer ao seu lado, e virou para ela, observando sua figura feminina. Dormindo ela tinha uma delicadeza que não era presente quando estava acordada. Ele analisou todo o seu rosto, um pouco escondido pelas sombras, sendo possível ser visto apenas uma parte, com a luz da noite do lado de fora. 

   — Pare de me encarar, Big Grimes. — Reyna sussurrou ainda com os olhos fechados. Rick sorriu levemente. 

   — Se me disser como, eu paro. — Ele respondeu, fazendo-a abrir os olhos lentamente. A luz iluminou o azul esverdeado de seus olhos, deixando-os mais verdes que o normal. 

   — O que Daryl disse hoje? Depois que levei Jules para dormir. — perguntou ela, após longos segundos admirando as orbes azuis em sua frente. 

   — Ele está tentando. — Foi a única coisa que Rick respondeu, sem desviar o olhar do rosto em sua frente. Reyna soltou uma risada fraca. 

   — Isso me lembra a única vez que Daryl se apaixonou. — disse ela, com um brilho nostálgico no olhar. — Era uma mulher bonita, inteligente, e estava começando sua carreira profissional como cantora. Tinha uma voz excelente. — Ela sorriu. — No começo, eu não conseguia nem olhar na cara dela, mas depois fomos nos conhecendo e me dei bem com ela, justamente porque eu sabia que ela fazia bem para meu irmão. — Reyna fez uma pausa. — Mas, como eu disse, sua carreira estava no começo, e ela se afastou. Sumiu de nossas vidas por um bom tempo. Meu irmão nunca ficou tão acabado como naquela época. Ele realmente amava aquela mulher, e eu já tinha me acostumado com meu irmão mais velho dividindo sua atenção entre ela e eu... mas ela simplesmente se foi. — Seu olhar ficara triste, e Rick quis fazer algo para ter os olhos brilhantes de Reyna em sua frente novamente. 

   — O que acha que aconteceria se a reencontrassem? — Rick perguntou. Reyna deu de ombros.

   — Acho que a mesma coisa que aconteceu conosco quando nos reencontramos. — respondeu. — Daryl é muito orgulhoso. Todos os Dixons são, mas meu irmão é pior. Não sei se receberia aquela mulher de braços abertos. 

   — E você? — Rick ajeitou seu corpo para mais perto do dela. 

   — Sinceramente? Não faço a menor ideia. — Reyna sentiu a mão calorosa do líder sobre a sua. — Às vezes penso que poderia reencontrá-la, apenas para saber como seria. — Ela entrelaçou seus dedos nos dele, e apertou levemente. 

   Rick se apoiou em um dos cotovelos e inclinou sua cabeça para ter uma visão mais clara do rosto em sua frente. Ele não cansava de pensar que Reyna era uma mulher linda. Demonstrava força em qualquer movimento que fazia, ao mesmo tempo que conseguia ser delicada com Julian, e calorosa com as investidas de Rick. 

   — Você é linda, já te contaram? — disse ele, levando uma das mãos até seu rosto, e acariciando levemente sua bochecha. Reyna revirou os olhos e sorriu fracamente. 

   O líder se inclinou sobre ela, e juntou seus lábios de uma maneira um pouco mais desesperada que o normal. Reyna não recuou, porque ela queria tanto quanto ele. Era um beijo caloroso e quente, seus movimentos eram rápidos. Rick desceu a mão até a cintura da mulher, mas a Dixon o parou quase como um instinto. Eles se separaram, a contra gosto. 

   I submit to your demands 
   (Eu me submeto aos seus caprichos)

   I will do anything, girl, you need only ask
   (Farei qualquer coisa, garota, você só precisa pedir)

   — Eu não vou te machucar. — Rick sussurrou em seu ouvido, voltando a mão ao rosto da mulher. — Eu nunca te machucaria. — Reyna encarou os olhos azuis em sua frente. Ela hesitou, mas sabia que o queria mais que tudo. Ela sabia que o amava. 

   — Aqui não. — respondeu ela, após perceber que estavam rodeados por sua família, dormindo em diferentes pontos do andar de baixo e Daryl estava logo ao lado.

   Rick assentiu, e lentamente se levantou do colchão, sem fazer absolutamente nenhum barulho. Reyna fez o mesmo, e em segundos já estavam de frente para a escada, sorrindo um para o outro, sabendo que se Daryl acordasse e visse o que estavam prestes a fazer, Rick levaria uma surra, ao ponto que Reyna seria bruscamente afastada da vida do líder, tendo que seguir seu irmão para onde quer que fosse. 

   — Se meu irmão acordar... — Ela sussurrou já na metade do caminho até o quarto mais afastado. 

   — Me acerto com ele depois. — Rick usou o mesmo tom de voz, puxando a mulher pela mão. 

   Quando chegaram no último quarto do corredor, se depararam com uma cama grande de casal. Rick trancou a porta, e Reyna tencionou os músculos, lembrando-se de quando seu pai a levava até o porão e trancava os dois do lado de dentro. Ela se obrigou a esquecer a memória, e a se concentrar nos olhos, agora em um tom escuro, de Rick se aproximando. 

   Ela se perdeu nas orbes do homem novamente, e nem sentiu quando ele a empurrou, delicadamente, de encontro a cama, e se posicionou em cima dela. Ele capturou seus lábios novamente, mas agora com mais desespero, desejo e paixão. Ela acompanhou os movimentos de Rick e enroscou os dedos em seus fios escuros. 

   Rick desceu novamente a mão até a cintura da mulher, devagar, demonstrando toda a confiança que precisava. Ele a sentiu tensa, então parou, e ficou com a mão repousada ali, até ela se acostumar. Quando a sentiu relaxar novamente, desceu um pouco mais a mão, apertando levemente a carne macia da cintura. Ele encontrou a barra da camisa que ela usava, e a puxou para cima, ainda devagar, respeitando o espaço de Reyna. 

   A Dixon percebeu todo o cuidado que o líder estava tomando naquele momento, e ficou mais aliviada por conta disso. As imagens de seu passado a invadiam, mas ela se obrigava a se concentrar apenas no homem que pressionava seu corpo, delicadamente, contra o dela. Quando sentiu Rick puxando sua camisa para cima, levou instintivamente a mão até lá e o parou, sem separar seus lábios. 

   — Relaxe, Rey, não irei fazer nada que possa machucá-la. — Rick sussurrou em seu ouvido quando separou os lábios dos dela e os direcionou para o pescoço da mulher. 

   Girl, relax, let's go slow
   (Garota, relaxe, vamos devagar)

   I ain't got nowhere to go
   (Eu não vou a lugar algum)

   I'm just gonna concentrate in you
   (Eu apenas irei me concentrar em você)

   Girl, are you ready? It's gonna be a long night
   (Garota, você está pronta? Vai ser uma noite longa)

   Reyna fechou os olhos, sentindo o prazer a consumir enquanto sentia Rick depositar leves beijos ao longo de toda a extensão de seu pescoço. Ela soltou a mão do líder lentamente, voltando-a para os cabelos, puxando os fios levemente, sentindo as reações que o corpo de Rick demonstrava com o simples ato. 

   Ele subiu a camisa, revelando todo o abdômen de Reyna. Rick afastou rapidamente o rosto do pescoço da mulher. Reyna o ajudou e ergueu os braços, para que ele pudesse se livrar do primeiro pedaço de pano. Então ele viu, do lado direito de sua cintura, a grande cicatriz da mordida, e seu coração se apertou levemente. A mulher investiu dessa vez, e puxou em uma velocidade absurda o outro pedaço de pano que impedia as peles, já quentes, de se tocarem. 

   As camisas foram jogadas longe, e Rick voltou a enterrar seu rosto no pescoço de Reyna. Ele explorava toda a extensão do tronco da mulher com as mãos, sentindo prazer com o contato direto com a pele dela. Reyna se arrepiava cada vez que Rick movia suas mãos por sua cintura, desejando ter seus lábios de volta nos dele. 

   Ela puxou com um pouco mais de força os cabelos de Rick, e o obrigou a erguer a cabeça e olhá-la. Eles se focaram nos olhos um do outro, e viram o desejo presente nas orbes de ambos. Reyna foi a primeira a puxá-lo e capturar seus lábios novamente, beijando-o desesperadamente, como se fosse a última vez que iriam se tocar desse jeito. 

   Reyna trocou as posições, e agora por cima do líder, explorava com as próprias mãos o tronco nu de Rick. Foi a vez do homem se arrepiar com cada caminho que as mãos da mulher faziam por sua pele. Ele levou os dedos até o fecho do sutiã de Reyna, e brincou com ele antes de finalmente abrí-lo e descartá-lo pelo quarto, dando o mesmo destino das duas camisas. 

   Rick desejou se afastar e olhar o corpo da mulher que amava, mas a única coisa que conseguiu foi encarar seus olhos. Ele não conseguia desviar a atenção do rosto de Reyna, porque ele já era simplesmente suficiente para encantá-lo. Ele sabia que Reyna estava enfrentando seu passado naquele momento, e ficava cada vez mais feliz por saber que estava sendo com ele. 

   Baby, tonight is your night
   (Baby, essa noite é sua)

   And I will do you right
   (E eu farei tudo certo)

   I will give you the love of your life
   (Eu lhe darei o amor da sua vida)

   O líder trocou as posições novamente, e agora estavam sentados. Reyna por cima de Rick. O homem explorou as costas da mulher, sentindo os leves relevos que cicatrizes antigas proporcionavam. Ele tentou imaginar o que o pai dos Dixons era capaz de fazer, mas logo expulsou o pensamento. Ela voltou a enroscar os dedos nos cabelos dele. Rick desceu até o pescoço da Dixon novamente, e a sentiu inclinar a cabeça para o lado, deixando a pele do pescoço livre para os beijos e mordidas que seguiriam. 

   Ela fechou os olhos, desejando que aquele momento nunca acabasse. Reyna desceu as mãos para os ombros de Rick, e arranhou levemente a pele quente. O corpo do líder reagiu novamente, e isso o fez deitá-los novamente. Ele por cima e ela por baixo. Rick levou as mãos até o cós da calça de Reyna, e brincou com o tecido levemente, indo devagar e ainda respeitando o espaço da mulher.

   Reyna se lembrou de seu passado novamente, e viu que uma lágrima queria escorrer, mas logo se lembrou de quem estava realmente em cima dela, beijando-a apaixonadamente, esperando o comando dela para que pudesse continuar. A Dixon se adiantou, e desabotoou a calça do homem, deixando-o levemente surpreso. 

   Rick abaixou a própria calça primeiro, e com a ajuda de Reyna jogou as duas peças de roupa pelo quarto. A única coisa que os separava no momento era a decisão de Reyna. Ela procurou os olhos do homem, certificando-se de que era realmente ele. Rick transmitiu toda a confiança a ela, e viu o medo que sentia de seu passado nos olhos azul esverdeados em sua frente. 

   — Está tudo bem. — disse ele, tentando acalmá-la, com êxito. 

   — Eu sei. — Ela respondeu, com a voz rouca pelo desejo que sentia, sentindo o corpo de Rick reagir novamente. — Vá em frente. 

   I'll make love to you 
   (Eu farei amor com você)

   Like you want me to
   (Como você quiser)

   And I'll hold you tight 
   (E te abraçarei forte)

   Baby, all through the night
   (Baby, a noite toda)

   Ele olhou uma última vez nos olhos dela, confirmando a permissão que acabara de receber. Ela assentiu, e Rick fez o primeiro movimento. Reyna tencionou os músculos e fechou os olhos, sendo invadida pelas imagens de seu passado. Rick parou, e esperou até que ela estivesse pronta novamente. 

   — Abra seus olhos. — disse ele. Ela o fez. — Sou eu, Big Grimes, aqui e agora. — Ele tocou sua bochecha. — Não precisa se preocupar. 

   Ele a beijou novamente, e sentiu os músculos relaxarem mais uma vez. Ele fez o segundo movimento, e esperou para ver a reação de Reyna, e como não obteve nada repreensivo em troca, se movimentou novamente. Reyna se perdera nos lábios de Rick, e tudo o que conseguia sentir no momento era o desejo correndo por todo seu corpo. Ela esqueceu as imagens de seu passado, e se sentiu como uma mulher normal, junto com o homem que amava. 

   Os movimentos aceleraram, e ambos faziam esforço para não fazerem muito barulho por conta do prazer que sentiam. Apesar de estarem realmente amando aquele momento, sabiam que não poderiam acordar ninguém. Os dois estavam em êxtase, e entorpecidos um pelo outro. Os corpos reagindo com qualquer mínimo movimento de cada um. 

   Reyna arranhava levemente a carne das costas de Rick, enquanto ele passava as mãos por todo o corpo da mulher, apertando levemente a carne da coxa e cintura. Eles estavam ofegantes. Os beijos não cessavam, assim como os movimentos, e quando atingiram o ápice, Reyna arqueou as costas, ao ponto que Rick apertou mais forte a coxa da mulher. Eles caíram um ao lado do outro. Exaustos, mas ao mesmo tempo satisfeitos. 

   I'll make love to you
   (Eu farei amor com você)

   When you want me to
   (Quando você quiser)

   And I will not let go
   (E não lhe deixarei ir)

   Till you tell me to
   (Até você mandar)

   Rick puxou o lençol fino que se encontrava na cama e colocou por cima dos dois. Ele a beijou novamente, calma e lentamente dessa vez, antes de puxá-la para mais perto e deitar o rosto feminino em seu peito. Reyna se acomodou ao corpo do líder, e depositou leves beijos na pele ainda quente do homem, para em seguida fechar seus olhos e finalmente confessar:

   — Eu amo você, Big Grimes. — Rick sorriu, mesmo que ela não pudesse ver. 

   — Essa fala já é minha, meu Anjo Caído. — disse ele, deixando que a escuridão o levasse tranquilamente, sabendo que estava ao lado da mulher que amava, após o melhor momento de suas vidas.