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História Numa outra vida. - Descoberta.


Escrita por: AkiseAnna

Notas do Autor


Oie! Finalmente consegui tempo e tranquilidade pra escrever!
A escola está tentando me matar, posso jurar isso! :'D
Mas aqui está e provavelmente postarei outro esse fim de semana <3

Capítulo 3 - Descoberta.


Fanfic / Fanfiction Numa outra vida. - Descoberta.

Parecia um sonho, ao mesmo tempo que era uma completa loucura: mal se conheciam, mas ali, nos braços um do outro, encontraram um estranho e maravilhoso conforto; era como se já se conhecessem desde sempre, como se aquilo sempre tivesse acontecido.

Quando tiveram de se separar, por falta de ar, ficaram se olhando, ambos com sorrisos bobos na face. Lucinda sentia como se seu coração fosse saltar do peito, tamanha era a emoção. Sentia-se como se finalmente estivesse acordado, depois de anos, no paraíso. Como fora por todo esse tempo uma pessoa desprovida de qualquer sentimento, estava assustada, mas ao mesmo tempo maravilhada com a grandiosidade daquele do momento. Natan, porém, já vira aquilo antes. Tinha certeza que era o tão famoso amor; já ouvira muita discrição sobre ele, mas nunca pensara que poderia ser tão poderoso... Era um sentimento avassalador, sufocante...

.... Mas ele tinha a mais absoluta certeza que pertencia a Lucinda. Era simples assim.

Tinha certeza de que qualquer rejeição ou sofrimento por parte da mesma também seria o seu sofrimento. Qualquer alegria ou felicidade dela também seria a sua. O centro do seu mundo agora era Lucinda Heartfilia. Ela, em todo o seu esplendor, era seu sol.

A loira não cabia em si de tanta felicidade. O olhava como se fosse a criatura mais bela e maravilhosa da face da terra, como se ele fosse um anjo. O melhor de tudo é que o sentimento parecia recíproco. Era impressionante como um sentimento poderia ser tão forte, poderoso...

.... Mas ela tinha a mais absoluta que pertencia a Natan. Era simples assim.

- Você.... Parece loucura, mas.... Sinto que sempre o conheci. Que somente esperava você. – disse a moça, tentando explicar o que sentia, mas Natan levou a mão ao seu rosto.

- Eu sinto o mesmo, minha amada... – disse-lhe e mais uma vez beijou-a, beijo este devolvido apaixonadamente pela mesma.

Lucinda começou a rir, deliciada pelo momento. Soltou-se dos braços do rosado e com um sorriso travesso, andou a passos rápidos para a porta, como se lhe fizesse um desafio. O rapaz devolveu-lhe o sorriso com empolgação, indo atrás da jovem que disparou em direção ao jardim. Ambos começaram um jogo infantil e sem sentido, onde o objetivo parecia ser a simples e pura felicidade. A loira levantava a saia do vestido para não tropeçar, olhando de vez em quanto para trás, procurando saber se Natan ainda a seguia, sempre alargando o sorriso ao ver que ainda estava lá. Logo ele a alcançou, agarrando sua cintura e ambos caíram, rolando na grama. Deitaram-se rindo ao mesmo tempo em que arfavam, as mãos laçadas; olharam para os céus, observando as estrelas que eram as únicas testemunhas ali do momento perfeito que o casal vivia.

Estava tudo perfeito, até que o nome de Lucinda ecoou pelos jardins, pronunciado por alguma empregada. A moça arregalou os olhos, sentando-se rápida como um raio. Foi como se a bolha do casal fosse estourada e eles tivessem que voltar a realidade. A loira estava prestes a levantar-se até que o rosado segurou seu pulso; quando ela olhou-o nos olhos, encontrou ali certo temor.

- Está tudo bem? – perguntou-lhe, preocupada pondo a mão com delicadeza em seu rosto.

- Claro.... Eu só que eu tenho de ir, mas.... Quando vamos nos ver de novo? – indagou o rapaz, a ansiedade evidente em sua voz.

- Não poderá me visitar amanhã? – perguntou-lhe, confusa, piscando inocentemente.

- N-não, eu não poderia.... – disse Natan tristemente, lembrando-se de sua posição social; não tinha poder nem de falar com uma mulher do nível de Lucinda se não solicitado, imagine fazer-lhe uma visita – só me diga onde posso encontrá-la novamente – pediu-lhe, quase se ajoelhando. Lucinda olhou para os lados, como se confirmasse que não tinha ninguém ali. Retirou a pequena chave que estava presa a sua pulseira, a chave da estufa, e colocou-a na mão do rapaz, fechando-a com delicadeza.

- Espere-me amanhã à tarde, na estufa – sussurrou. Curvou-se e segurou a face do amado entre suas mãos, dando-lhe mais um beijo e partindo em seguida, na direção da voz que a convocava. Natan observou com tristeza a loira indo para longe dele, mas em seguida olhou esperançosamente a chave em sua mão.

Era como se Lucinda tivesse lhe entregado seu coração.

✦ ✧ ✦ ✧

Lucinda correu em direção a pessoa que a chamava, sorrindo. Desejava que o tempo simplesmente saltasse e que já fosse a tarde do dia seguinte. Mesmo que isso fosse impossível, desejou-o do fundo de seu coração. Finalmente encontrou a empregada que gritava seu nome, por acaso a mesma que a arrumou para o baile. Atirou-se para cima da outra, abraçando-a como se fosse uma velha amiga.

- Senhorita! O que...?

- Desculpe, eu só estou feliz! Ah, eu nem perguntei o seu nome, quão desnaturada sou! Qual o seu nome? – disse a loira, afobada, com um enorme sorriso.

- Maria.... Maria Fernanda* - disse a então Maria Fernanda, balançando negativamente a cabeça enquanto ria.

- É um prazer, Maria.... Então, porque estava me chamando?

- Ah, seu pai está a sua procura, senhorita Heartfilia! A senhorita sumiu da festa com o...

- Oh, vou procurá-lo! Mais tarde passe no meu quarto! – disse a moça, interrompendo-a, voltando a correr em direção ao salão.

Jude praticamente batia o pé no chão, os braços cruzados. Planejara tudo perfeitamente para que sua filha saísse dali já com muitos bons pretendentes, mas a moça sumira do salão junto com um dos guardas que ele mesmo contratou; sentia como se tudo estivesse indo por água abaixo.

Finalmente Lucinda aparecera, mas seu pai logo espantou-se ao vê-la correndo numa louca afobação, as bochechas rosadas e um enorme sorriso nos lábios. Piscou como que para constatar que não enlouquecera, mas a felicidade da filha persistia, deixando-a esplendorosa. Sentiu uma pontada no coração, pois agora, mais do que nunca, Lucinda lembrava sua falecida mãe. Teve que engolir em seco e lembrar-se de que ela não era Layla e sim sua filha, sua responsabilidade. Pigarreou e olhou-a com dureza.

- Me procurava, papai? – perguntou a jovem, virando a cabeça adoravelmente para o lado, com inocência.

- Sim.... Queria saber onde você havia se metido? O motivo da festa é você e logo some como se fosse apenas uma mera convidada! – retrucou severamente.

- Ora, sem querer lhe faltar com o respeito, mas o anfitrião não era o senhor? Apenas tive de comparecer, porque não haveria de faltar uma festa em nossa própria casa, porém não me arrependo – respondeu a loira, sorrindo com doçura. O pai franziu o cenho, numa reação claramente irritadiça.

- Pois seria bom a senhorita parar agora e cumprimentar um pouco os outros convidados! – resmungou, lhe dando as costas e deixando-a um tanto confusa.

- Claro, papai – disse, quase como um sussurro, indo para o meio do salão. E novamente juntou as mãos, a expressão submissa, mas com uma alegria incontida. Só o que importava era que encontraria Natan na tarde seguinte.

Percebeu que estava com sede por conta da corrida e logo procurou algum garçom que levasse alguma bebida de seu agrado na bandeja. Logo encontrou um que levava limonadas e acenou para este que veio caminhando em passos rápidos em sua direção. Tinham olhos e cabelos que um belo tom negro, sua pele pálida, mas sem nenhum exagero. Exalava uma frieza natural, como um dia de neve, mas seu sorriso era bastante caloroso.

- Aqui está, senhorita Heartfilia – disse, entregando-lhe um copo.

- Muito obrigada, senhor....

- Ah, sou Gregory, e não sou um senhor, senhorita Heartfilia – retrucou, parecendo levemente acanhado.

- Então não quer que eu o chame de “senhor”, senhor Gregory? A propósito, prefiro que me chame de Lucinda – apresentou-se a loira, divertida.

- É um prazer, senhorita Lucinda!

- Igualmente, senhor Gregory – lembrou-lhe a outra, arqueando a sobrancelha.  

- Bom, eu não devo chamar-lhe apenas por seu primeiro nome! – disse o outro, arregalando os olhos com tal ideia.

- Mas eu estou pedindo! Não há problema! – retrucou Lucinda com teimosia.

- Certo, certo! Ah.... Lucinda – o rapaz sussurrou, timidamente e logo olhou para os lados nervosamente, como se estivesse com medo de ter sido ouvido. A moça não conseguiu conter o riso.

- Ora, sinto como se estivesse zombando de mim! – disse o garçom, mas não parecia zangado.

- M-mas não sabe o quanto foi c-cômico! – tentou dizer a outra, entre risos. Quando conseguiu se controlar, reparou que o rapaz olhava para certo ponto do salão com um claro encanto. Seguiu seu olhar e logo avistou uma exótica moça que os encarava. Tinha cabelos e olhos azuis, estes opacos, e era muito bonita. Olhou novamente para o garçom que a admirava e deu um sorriso presunçoso.

- Chame-a para dançar! – disse Lucinda, dando-lhe um leve empurrão. O outro novamente arregalou os olhos.

- M-mas eu não posso! Eu sou apenas um garçom! Foi até graças ao meu poder que consegui a função, já que como controlo o gelo, posso deixar os refrescos numa excelente temperatura, sabia? – tagarelou nervosamente.

- Não vamos morrer se ficarmos sem refrescos perfeitamente gelados e certamente pode entregar a bandeja para outro garçom, não? Vamos, divirta-se também, Gregory! – insistiu a loira. O moreno engoliu em seco, mas assentiu. Estufou o peito e levou o instrumento prateado até um de seus colegas, que quase largou-o de tão fria que era sua temperatura. Foi até a azulada que lhe sorriu e pôs a mão na sua com extrema gentileza, deslizando junto com ele para a pista de dança. O rapaz não parecia acreditar na própria sorte.

Lucinda estava calculando quanto tempo mais teria de ficar ali para agradar o pai antes de ir para seu próprio quarto, quando sentiu uma presença desagradável atrás de si. Virou-se e viu ali o mesmo rapaz que a tirara para dançar, Steven Eucliffe, que tinha um enorme sorriso presunçoso no rosto.

- Posso fazer-lhe companhia? A senhorita parece um pouco solitária – comentou distraidamente.

- Ah, claro.... Acho que devo socializar mais um pouco antes de me retirar, mesmo estando cansada. Afinal sou como uma anfitriã também, certo? – comentou, com um pequeno sorriso, lembrando a si mesma que não haviam motivos de afastar o jovem.

- Claro, claro! Está gostando da festa? Nunca havia lhe visto em nenhuma outra, mesmo que compareça a várias e estou certo de que lembraria da senhorita – disse o loiro, o charme explícito em sua voz. A outra limitou-se a revirar os olhos.

- Realmente não costumo ir a festas ou mesmo socializar com um grande grupo. Estava completamente desacostumada a ver tamanha multidão – retrucou a moça.

- Ora, uma moça como você não deveria esconder-se! Se aceitar, posso ajudá-la a ingressar na sociedade novamente – ofereceu-se, como que estendendo-lhe a mão, porém Lucinda viu ali segundas intenções. Pensou então como recusar a “ajuda” da forma mais educada possível.

- Ah, mas eu tenho medo das maluquices desse pessoal – disse, sorrindo, apontando para rapazes que riam e piscavam para um conjunto de moças – acho que devo me retirar, com licença...

- Mas senhorita Heartfilia, eu... – porém fosse qual fosse o apelo do loiro, a outra já subia a escadaria.

- Você vai ser minha, Lucinda Heartfilia. Custe o que custar – sussurrou, abrindo um imenso sorriso indecente, só então mostrando sua verdadeira face.

✦ ✧ ✦ ✧

Ainda no topo da escada, a loira olhou discretamente para trás, sentindo a presença que tanto ansiava. Avistou o rosado adentrando o salão e este logo sorriu-lhe ao encontrar seu olhar. Fez um gesto de tirar o chapéu, como se estivesse cumprimentando-a e Lucinda mandou-lhe um beijo rápido e apaixonado, disparando para seu quarto, o coração de ambos batendo descompassadamente. Assim que adentrou o ambiente, a loira começou a rir, sem nem mesmo saber o motivo. Quando Maria Fernanda entrou em seu quarto, encontrou-a rodopiando e cantarolando. Não conseguiu conter o riso, divertida com a atitude da patroa.

- Pelo visto gostou bastante da festa, senhorita Heartfilia – disse a empregada, arqueando uma sobrancelha.

- Ahhh, me chame de Lucinda, Maria Fernanda! Maria Nandinha! Foi tãoooo bom! – disse a loira, certa de que poderia confiar na outra e vendo ali uma amiga e confidente.

- Certo.... Lucinda. Algum rapaz ali lhe atraiu? – perguntou a outra, com interesse, puxando Lucinda para que ambas sentassem na cama da loira.

- Sim, sim! O rapaz com quem dancei, o de cabelos róseos! Natan! – pronunciou o nome do amado como se fosse uma música, dando um longo suspiro em seguida. Mas Maria Fernanda prendeu a respiração, pondo a mão sobre a boca. Logo segurou as mãos da moça, os olhos cheios de medo.

- Lucinda, justo ele?! De tantos rapazes na festa! Ah, eu suspeitava quando vocês dançaram, mas não queria acreditar.... Ah, senhorita.... – choramingou a servente, os olhos marejados.

- Por que? Algum problema com ele? – perguntou a loira, com inocência.

- Ora, senhorita! Não prestou atenção nos uniformes? Ele certamente tinha permissão para dançar com outras damas, mas não com a senhorita.... Ah, não deve contar para seu pai! – disse subitamente, arregalando os olhos.

- Me explique o porquê, Maria, por favor! – implorou Lucinda, quase sacudindo-a.

- Ele não era convidado, senhorita.... Ele estava aqui a serviço....

Só então caiu a ficha: a roupa do rapaz, a mesma que a de outros nas extremidades do salão, não servindo, mas assegurando-se de que a ordem se manteria....

Havia se apaixonado por um mero guarda. 


Notas Finais


*O nome Maria Fernanda foi uma pequena menção/homenagem a minha mana, MaryLittleGhost e a escritora que daqui que eu acompanhava muito no meu tempo de vicio no "Anime" Spirit, Feer-chan XD <3
Ficarei muito feliz com comentários/críticas educadas (U-U) e favoritos <3
Obrigada por ler e até o próximo capítulo! <3


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