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História Numa outra vida. - Brotar.


Escrita por: AkiseAnna

Notas do Autor


Eu poderia culpar qualquer coisa por não ter escrito logo: muito trabalho na escola, temporada de provas, meu word que não está funcionando... Mas a culpa é da preguiça mesmo :B /APANHAMUITO
Vou continuar escrevendo mais aos poucos <3 esse capítulo estava quase todo pronto em um caderno - pois esta vagabunda aqui só escreve na sala de aula QQQ - então aguardem porque logo estarei concluindo a primeira vida <33
Boa leitura!

Capítulo 4 - Brotar.


Fanfic / Fanfiction Numa outra vida. - Brotar.


Jude já começava a achar que a felicidade de sua filha fora apenas momentânea. Depois da festa, fora procurá-la em seu quarto, mas a moça já havia adormecido. Na manhã seguinte, onde ele acreditava que Lucinda dormiria até tarde, surpreendeu-se ao descer para tomar café e já encontrá-la na mesa. Apenas deu-lhe “bom dia”, sem a menor emoção explícita, como sempre. Logo terminou, levantou-se e foi em direção à porta, provavelmente para visitar a estufa da mãe e seguir sua rotina. O pai não pode deixar de ficar confuso e um tanto decepcionada ao ver que o baile tão pouca diferença permanente causou na personalidade de Lucinda.
A loira, porém, estava completamente perdida entre razão e sentimento. Não ia para a estufa de Layla como Jude supunha, pois entregara a chave – e praticamente seu coração – para o misterioso guarda que a cativara na noite anterior. Se soubesse que o rapaz era apenas um empregado, não o teria feito. Ou será que teria?
Achara suspeito quando o rosado pedira para encontrá-la escondida e não combinara de vir visitá-la para um cortejo adequado. No momento, a pressa era tamanha que não o questionara. Só depois que veio entender o porquê: como um mero guarda, sua posição social era muito baixa para uma moça como ela. 
Não que Lucinda acreditasse realmente que era melhor que todos. Nunca se importara com isso, mas tinha de seguir as regras da sociedade e mesmo que quisesse questioná-las, seu pai seria capaz de trancá-la em casa pelo resto da sua vida ou até que “tomasse juízo”.
Porém, mesmo com todos os motivos do mundo para esquecer o rapaz, ele preenchia todos os seus pensamentos. Sabia que tinha de acabar com tudo aquilo e afastá-lo, mas só pensar na ideia doía e seu coração ansiava por encontrá-lo novamente. A expectativa de ver Natan dominava sua mente e acabava por sufocar a razão.
✦ ✧ ✦ ✧
Em outro lugar, certo rosado contorcia-se durante o sono, sorrindo. Sua família preferiu deixá-lo dormir mais, já que passara a noite inteira trabalhando. Apenas o irmão mais novo notara a alegria fora do normal estampada no rosto do irmão e no momento, vigiava o rosado adormecido, o olhar estreito e cheio de suspeita.
O mais velho então acordou, arregalando os olhos subitamente e sentando-se de uma vez, fazendo o azulado quase cair para trás.
- O que diabos é isso, Natan? – perguntou Hugo, numa posição extremamente cômica depois de se agarrar no criado-mudo para não ir ao chão.
- Eu que pergunto... Estava me vigiando, por acaso? – questionou o outro, mas estava rindo.
- Você estava estranho! – tratou de se justificar – chegou todo “sorrisos” e estava rindo enquanto dormia!
- Agora é considerado estranho estar feliz? – retrucou Natan, arqueando uma sobrancelha. 
- Do jeito que você estava, era sim – resmungou o azulado como resposta. O irmão riu, assanhando afetuosamente os cabelos do mais novo. 
- Moleque malandro – disse, levantando da cama e verificando no relógio que horas era: acordara quase na hora do almoço. 
- Diga para mamãe que acordei e fui tomar banho, certo? – pediu, correndo para o banheiro sem esperar uma resposta por parte do outro.
Só depois que a água fria deslizou por seu corpo que ele convenceu-se de que tudo que vivera na noite anterior fora verdade. Mal podia acreditar que um sentimento pudesse ser tão incondicional. E o melhor de tudo: o sentimento era recíproco! Claro, não levara em conta sua posição social no momento que vira Lucinda. Esse obstáculo lhe veio como um balde de gelo sobre si, lembrando-lhe que não era um rapaz nobre e que não tinha qualquer riqueza; desse modo, jamais poderia cortejar a moça ou sequer chegar perto dela. O que faria? 
A loira não parecia nem por um segundo se importar com suas humildes origens enquanto estavam juntos. Havia um brilho em seu olhar, que parecia dizer que mesmo que ele fosse um mendigo, ainda seria amado por ela. Acontece que por mais que a jovem o quisesse, não poderia casar-se com ele: a sociedade tinha regras e uma moça do nível dela jamais poderia juntar-se a um mero guarda. Se o amor dos dois fosse descoberto, seriam separados num piscar de olhos e Natan corria o risco de até perder o emprego. Isso tudo passara por sua cabeça quando a moça fora convocada no jardim e logo desesperou-se, pronto para implorar-lhe para que se encontrasse com ele novamente, mas escondida. No momento, ela pareceu confusa, mas pegou a chave da estufa de sua mãe – um gesto de extrema confiança – e entregou-lhe, disposta a encontrá-lo novamente na tarde seguinte. A atitude dela deixara o coração do rosado cheio de esperanças. 
Saiu do banheiro, uma toalha enrolada na cintura e outra nos ombros, a qual ele usava para secar o cabelo. Foi para o quarto e abriu a cômoda, retirando dali a chave que recebera da amada. Revirou-a na mão: parecia ser de prata e tinha o formato de um coração, preenchido com uma pedra rosada. Era uma bela peça e parecia ser bastante preciosa e bem cuidada. 
O rapaz não pode deixar de sorrir, imaginando como seria seu encontro. 
Procurou em seu guarda-roupa um traje decente que pudesse usar, escolhendo-o e tirando-o do móvel em seguida. Vestiu-se e passou a se avaliar no espelho, tentando procurar algo em sua aparência que pudesse consertar, mas acabou desistindo. Enrolou a chave cuidadosamente num lenço e colocou-a no bolso, partindo para as escadas em seguida e quase esbarrando em sua mãe que colocava a comida na mesa. Tamanha era a ansiedade em reencontrar a amada que se esquecera que tinha de alimentar-se. 
- Para que tanta pressa, Natan? – perguntou sua mãe, assustada, enquanto o rapaz a soltava; havia segurado-a para que não caísse. 
- Por nada. Desculpe, mamãe – respondeu o filho com doçura, dando-lhe um beijo na cabeça.
- Sei, sei... Está desculpado, agora vamos comer – disse, parecendo desconfiada. 
Dito isso, todos foram para a mesa e começaram a servir-se. Natan parecia querer saber se toda a comida poderia caber de uma vez em sua boca. Todos pararam de comer, assombrados com a capacidade anormal do rapaz de comer tão rápido. Num instante, um imenso prato de comida estava vazio e o rosado levantava-se, dando tapinhas satisfeitos na barriga cheia. 
- Mas o que diabos...? 
- Eu estou indo, tenho compromisso, tchau, família! – gritou, já na porta, saindo antes que alguém pudesse questioná-lo. 
Quando fora, seguiu pelo mesmo caminho que seguira na noite anterior, a cabeça completamente preenchida por pensamentos românticos. Tinha um enorme sorriso estampado no rosto e pouco lhe importava que as pessoas estranhassem. De fato, ninguém estranhou, mas ficaram absolutamente encantados com a beleza encantadora do rapaz obviamente apaixonado. Este estava alheio ao mundo lá fora, como se estivesse dentro de uma bolha particular. Esta bolha, porém, haveria de estourar quando o rapaz aproximou-se da mansão Heartfilia. A propriedade parecia reforçar a riqueza da família, o seu nível muito mais alto que o simples rapaz. Porém, Natan não desistiu: apenas respirou fundo e procurou uma entrada por onde pudesse penetrar pela casa. Identificou a entrada dos funcionários e foi por lá que se penetrou, entrando normalmente como se fosse parte de sua rotina. Depois que se viu dentro da propriedade, disparou para os jardins, procurando a pequena trilha que levava à estufa. Sorriu ao avistá-la, correndo para a porta, enquanto tirava com extremo cuidado a chave do bolso. Abriu a porta e entrou, fechando-a silenciosamente, guardando novamente a chave no lenço. 
Enquanto Natan atravessava o jardim, fora visto somente por certa loira, que vigiava os jardins, pendurada em sua varanda, à espera do rapaz. Quando avisou o que esó podiam ser seus cabelos róseos, o coração de Lucinda disparou e quase que involuntariamente, ela pôs a mão sobre o peito. Sabia que deveria tomar sua chave de volta e acabar com tudo aquilo, mas só no que pensava era em estar nos braços de Natan. Quase correndo foi até a porta, disparando escadaria abaixo até a entrada; pela primeira vez, amaldiçoou sua própria mansão por ser tão grande. Ainda na saída apressada cruzou com com Maria Fernanda, mas esta apenas riu da afobação da patroa e continuou seu caminho. Finalmente chegou aos jardins onde se recompôs, respirando fundo e tentando acalmar o coração. Tamanho nervosismo era uma sensação nova para a moça que, descrente do poder do sentimento, começou a suspeitar que estava doente. 
Chegando frente à estufa de sua mãe, pôs a mão na fria maçaneta ou pelo menos ela esperava que assim estivesse. Seus dedos trêmulos encontraram no metal o calor característico do rapaz; não pode deixar de sorrir ao sentir um sinal de sua presença. Virou o objeto e adentrou o local, o coração batendo rápido como as asinhas de um beija-flor. 
Ele estava de costas para a entrada, admirando a planta que estava no centro da estufa: a roseira Nalu. Trajava roupas muito mais simples que as da noite anterior, mas ainda assim continuava belíssimo. A admiração de Lucinda durou apenas uns poucos segundos, pois apesar de sua entrada silenciosa, era como se o outro sentisse sua presença. Virou-se e deu-lhe um enorme sorriso caloroso, o qual a moça não pode evitar derreter-se nele; Natan abriu os braços e a loira quase atirou-se nele, os dois encaixando-se perfeitamente como na noite anterior. Lucinda levou a mão para a nuca do rapaz e levantou o rosto, olhando-o nos olhos; finalmente selaram os lábios, num beijo desesperadamente apaixonado e assim permaneceram por um bom tempo, até que separaram-se por falta de ar. Após isto, a jovem beliscou-se, tentando afastar-lhe com delicadeza, como se estivesse tentando voltar à realidade.
- Ah, Natan... Nós... Nós não podemos - disse, odiando a si mesma por proferir tais palavras. 
- Por quê? - perguntou o rosado, sentindo-se rejeitado. A outra pôs a mão em seu rosto, acariciando-o.
- Nós não podemos, você sabe o porquê... Meu pai não permitiria nunca e... - foi interrompida pelo beijo apaixonado do rapaz que em seguida sorriu, extremamente aliviado.
- O problema é esse? Ah, Lucinda! Você não sabe o quanto isso me tranquiliza! Quanto a isso, daremos um jeito... Mas eu pensei que o problema fosse eu... - admitiu, acanhado. 
- Não, não! Claro que o problema não é você! - apressou-se em dizer a loira, tocando a testa na dele - eu sei que é muito cedo para dizer isso, mas acho que o amo. Sinto como se fosse a sensação mais natural do mundo...
- Ah, minha amada, eu também... - confessou Natan, fechando os olhos  - a propósito... Ontem você me mostrou essa roseira, a que sua mãe mais gostava. Você disse que ela não floresceu mais depois da... Fatalidade, mas... Bom, eu não sou botânico, mas creio que aquelas coisinhas minúsculas sejam botões, certo? - perguntou, apontando para o que eram de fato pequenos botões em desenvolvimento.
- Oh! - exclamou Lucinda, arregalando os olhos. Acariciou com extremo cuidado a prova de que a planta poderia voltar a dar flores, completamente encantada - sim! Ela pode florescer novamente, Natan! - disse, um sorriso iluminado aparecendo em seu rosto.
- Agora você poderá me mostrar as flores de sua mãe, a rosa Natan-Lucinda... - brincou o rosado, olhando-a com extremo afeto. A outra riu ao tocar-se do que ele dizia.
- Nossas sílabas iniciais! Na-Lu! - disse, rindo como uma boba. O rapaz riu junto com ela, abraçando-a.
- Acho que sua mãe era vidente... - comentou com um grande sorriso brincalhão.
- E das boas - completou a outra, com uma gargalhada. Mais uma vez tocaram os lábios, num beijo suave e afeuoso. A loira apontou duas cadeiras no fundo da estufa, em frente à uma enorme bancada. Sentaram-se enquanto Lucinda puxava dois vasos de terra.
- Vou lhe ensinar a plantar mudas de roseiras - informou, decidida. O outro riu, deliciado com sua determinação.
- Sim, senhora - disse, enquanto a loira começava a trabalhar. Parava de minutos em minutos para dar-lhe instruções, enquanto o rosado lhe observava, absolutamente encantado. O que o cativara não fora somente as plantas, mas principalmente o cuidado de Lucinda e o fato de ela trabalhar direto na terra com as mãos nuas, sem se importar com a sujeira que certamente incomodaria outras damas. E que habilidade! Mesmo que ela se movesse mais lentamente que seu normal, a fim de que o outro acompanhasse o processo, mesmo assim Natan não conseguia acompanhar suas mãos.
- Pronto! - concluiu, empurrando um pequeno vaso com uma mudinha dentro - essa é para você... Vou lhe ensinar e você poderá plantar em casa, para lembrar-se de mim - disse a última frase num tom mais baixo, a face ruborizando suave e adoravelmente.
- Não que eu pudesse lhe esquecer, certo? - observou Natan, sorrindo. Levou a palma suja da amada até seu rosto, virando a cabeça e beijando-a suavemente, sem se importar com a terra. A outra sorriu, fechando os olhos, deliciada pela demonstração de carinho. 
Assim continuaram por um bom tempo, conversando e rindo, felizes por estarem juntos. Mal perceberam o tempo passar, pois apenas o sol se pondo lembrou-lhes que Natan já deveria estar em casa. Levantaram-se e mais uma vez beijaram-se apaixonadamentem, o rosado levando o vaso com a mude de roseira em uma mão e outra no rosto da moça.
- Quando nos encontraremos de novo? - perguntou, ansiosa.
- Daqui a dois dias, neste mesmo lugar, neste horário - respondeu o outro, tocando a testa dela. 
- Não há com ser antes? - pediu e Natan alargou o sorriso.
- Se eu puder, lhe avisarei... Um bilhete numa rosa - prometeu-lhe, tocando seus lábios com os próprios uma última vez - até breve, minha dama... - despediu-se num sussurro, saindo da estufa. 
Lucinda precisou de alguns segundos para controlar-se. Não tinha um espelho frente a si, mas tinha absoluta certeza de que sua face estava completamente ruborizada; O coração batia loucamente e sua respiração estava acelerada, arrepios de energia percorrendo sua espinha. Fora a tarde mais adorável que tivera em vários anos e, pela primeira vez em muito tempo, tinha uma razão para esperar o dia de amanhã.
✦ ✧ ✦ ✧
Os encontros entre Natan e Lucinda continuavam - com intervalos de tempo completamente aleatórios - seu amor crescendo cada vez mais. O Sr. Heartfilia ficava cada vez mais surpreso com as súbitas mudanças de humor de sua filha, mesmo que ela tentasse ao máximo esconder seus sentimentos. Certo dia, o rapaz recebera uma carta da amada, mas esta parecia especialmente carregada de euforia; abandonando tudo o que faria no dia, Natan dirigiu-se  à mansão Heartfilia, esgueirando-se direto para o ponto de encontro: a estufa de Layla. Abriu a porta e, antes mesmo de vislumbrar o ambiente, sentiu a loira atirar-se contra ele, abrançando-o. 
- Natan, Natan! Você não vai acreditar, olhe aquilo! - disse, rápida e animadamente, o sorriso largo. Natan riu da afobação da amada, acariciando-lhe as bochechas.
- Acalme-se e diga exatamente o que eu tenho de ver... - pediu o outro, branda e suavemente. 
- A roseira de minha mãe, Natan! - respondeu a outra e o puxou pela mão, indicando a enorme planta no centro da estufa.
- Oh! - o rosado não pode conter a exclamação de surpresa. Na primeira vez que viera ali, observara aquela planta; Na época era diminuta e, apesar de todo o cuidado que Lucinda tinha com ela, as folhas eram murchas, os espinhos frágeis e de um amarelo doentio. Agora, poderia claramente notar a diferença: A roseira erguia-se gloriosa, a maior planta do local. Seus espinhos brilhavam com pequenas gotas d'água sobre si, ameaçadores. E o melhor de tudo: os botões haviam florescido e agora Natan pode admirar as belíssimas rosas que Layla Heartfilia criara. Era como se o vestido de Lucinda na noite em que ele a conhecera tivesse sido recriado. Seu centro era amarelo, uma cor encantadora, como os cabelos de Lucinda; As pontas, ora pois, eram do mesmo tom de rosa dos cabelos de Natan! Acariciou a flor com extremo carinho, sorrindo, virando-se em seguida para a loira que sorria radiante.
- É nesse momento que você confessa que sua mãe era mesmo uma vidente? - brincou.
- Seu bobo! Mas é impressionante, não é? São lindas... - disse com um suspiro, cheirando uma das rosas. O rapaz concordou, fazendo o mesmo; não se surpreendeu ao constatar que as rosas tinham o cheiro de Lucinda: talvez sua mãe tivesse tentando recriar o cheiro da filha nas rosas ou talvez Lucinda passava tanto tempo próxima às rosas que adquirira seu odor. De qualquer forma, achara adorável.
- Isso é incrível! Temos que comemorar! - disse Natan de repente, assustando a loira. 
- Como assim "comemorar"? - perguntou, curiosa.
- Uma divertida comemoração! Num lugar que você ainda não conheça... Está na hora de conhecer meu mundo, minha bela dama - respondeu o rosado, com o belíssimo sorriso brincalhão que Lucinda tanto amava. 
 


Notas Finais


Muito obrigada a você que ainda está lendo, serião, me deixa muito feliz <333
Até a próxima!


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