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História O Amor da Lua - Pelo que lutar


Escrita por: RyusthLunyia

Notas do Autor


Olá pessoas! Eu sei que eu demorei, e sinto muito por isso. As entrevistas de emprego que fiz essa semana me ocuparam muito tempo, e creio que isso ajudou um pouco no pequeno bloqueio que eu tive pra escrever esse capítulo.
Prometo que vou tentar não deixar mais a fic enrolar <3
Boa leitura! ^^

Capítulo 4 - Pelo que lutar


Fanfic / Fanfiction O Amor da Lua - Pelo que lutar

 

 

   O dia amanhecia e Eclaire já desejava com todas as forças sair daquele lugar. Estava sentada ao pé da cerejeira, tampava os ouvidos e fechava os olhos com força, mas nada conseguia a impedir de ouvir aquele som horroroso. A cada segundo o barulho parecia ficar mais alto.

   - ECLAIRE! – o elfo gritava seu nome sacudindo seu ombro, parecia ser o único jeito de chamar sua atenção. – Você está bem?

   - É só que esse barulho horrível está muito alto...

   - Barulho? – Ezarel olhava em volta, o dia estava calmo, no jardim o silêncio reinava. Não entendia o que “barulho” significava.

   - Podemos sair do QG?

   - Claro, por ser líder de guarda vou conseguir te tirar daqui mais fácil, vamos. – ele pegava sua mão e a guiava rumo ao portão para o exterior.

   Eles adentraram na floresta e caminharam até que a garota aparentasse estar mais calma.

   - Se sente melhor?

   - Sim, obrigada. E sinto muito por lhe preocupar. – ela coçava a nuca envergonhada.

   - Não se preocupe com isso. – logo após isso o silêncio tomou conta, o clima não era pesado, mas ele sentia que deveria dizer algo.

   Todos os devaneios do elfo são interrompidos por um barulho que vinha da floresta, ainda mais fundo do que eles estavam. Ezarel toma posição de ataque e fica na frente de Eclaire, estava prestes a ordená-la para fugir quando se cala pelo que estava a sua frente.

   Um Black Dog estava a alguns metros diante deles, os encarava como se analisasse a melhor maneira de matar suas presas. Eclaire pende seu corpo para o lado para que pudesse entender o que diabos estava preocupando o elfo daquela maneira, quando percebe o Black Dog seus olhos voltam a brilhar como no dia anterior.

   Devagar ela sai de trás do elfo e começa a caminhar rumo a criatura.

   - Eclaire volte aqui, é perigoso. – o elfo ordenava, porém ela não prestava atenção.

   Com passos leves ela pisava na folhagem ao chão fazendo o mínimo de barulho, era óbvio que a criatura já a havia notado ali, sabia muito bem que estava sendo observada atentamente, sua intenção era não assustá-lo, passar confiança.

   O elfo assistia tudo aquilo com o coração acelerado, o som da batida forte contra o peito podia ser ouvida de longe, mas seus músculos se contraiam cada vez mais, estava estatizado pelo medo. Medo de deixar a garota morrer e não ser capaz de fazer nada, medo de atrair má sorte para o QG ou se meter em problemas por causa disso.

   A mão da loira estava esticada, mais alguns passos e encostaria a mão na pelagem negra. Eclaire sentia um fascínio enorme por aqueles fios pretos e olhos roxos, era como se ele a hipnotizasse.

   - Eclaire se afaste dele agora! – Ezarel ordenava entre dentes, não queria deixar a criatura nervosa, não queria que ela fizesse algum movimento brusco e machucasse a garota.

   Novamente sem resposta, a cena se passava em câmera lenta. No mesmo instante que o Black Dog rosnou o elfo sentiu seu coração parar de bater por milésimos de segundos. Eclaire encostava sua mão na pelagem negra, mesmo com o animal rosnando o medo não a consumia, pelo contrário sentia ainda mais coragem para tocá-lo.

   Ezarel se espanta quando percebe que a criatura para de rosnar e adere ao afago que Eclaire o fazia.

   - C-Como...?

   - Eu disse a ele que não íamos machucá-lo.

   - Você falou com ele?

   A garota sorria em resposta. Voltando sua atenção ao Black Dog, ela podia perceber que havia algo errado, logo nota o que era. Uma fita esverdeada estava presa ao rabo dele. Com cautela desfazia o nó apertado e soltava aquela faixa.

   Segundos depois de sua calda estar livre o Black Dog some em meio às árvores da floresta.

   - Que pena eu queria ficar mais algum tempo com ele.

   - Eclaire o que foi isso?!

   - Eu sempre quis passar a mão em um Black Dog. – inocência era como uma arma que ela sabia usar, mas não sabia que existia.

   - Você tem muita pra me explicar mocinha.

   - O que quiser saber.

   - Comece então me explicando porque você queria tanto sair do QG.

   - Eu disse que o barulho estava muito alto...

 

 

(...)

 

 

   - RESPONDA! – mais um soco. Desde que amanhecera Astaroth estava tentando obter respostas sobre a organização que atacara a vila dos ciclopes. Sem sucesso.

   - Eu já disse... Que não... Falarei... Nada... – o homem tossia sangue. A cada golpe que lhe era desferido um grito, poucos segundos eram dados para que pudesse respirar.

   O líder da guarda observava sua superior, esperando por alguma ordem antes de prosseguir com os procedimentos padrões. A kitsune apenas fitava impiedosamente seu inimigo acorrentado. Ela podia sentir o ódio por aquela raça lhe subir a cabeça. Tentava a todo custo não perder a linha, isso poderia lhe custar muito.

   - Liberte-o.

   - O que?!

   - Não é necessário mais manter ele sob custodia. – incrédulo Astaroth ainda encarava-a. Logo ela da continuidade a sua fala. – Agora que já sabemos para quem ele trabalha, não há mais uma razão para ele ficar. Solte-o.

   - Como queira. – cuspindo as palavras ele destrancava as correntes que prendiam seu, até então, prisioneiro.

   O homem assustado como um rato corre e pula no lago, nadando o mais rápido que conseguia. Um mero covarde se rastejava para tentar sobreviver, entretanto Miiko não deixaria que um miserável como aquele ficasse vivo por muito tempo.

   - Miiko o que tem na cabeça? – o silencio permanecia deixando a deixa para a conclusão do azulado. – Podíamos ter conseguido mais informações.

   - Já temos o que precisamos por hora, o resto conseguiremos logo.

   - Explique.

   - Você viu a marca que estava em seu peito?

   - Sim, um triângulo com um olho no centro.

   - Você sabe o que isso significa?

   - Uma organização recente, ou até então muito bem escondida.

   - Exatamente, como ele reagiu a primeira opção é a mais provável. Ele também não tinha medo da morte, até mesmo tentou suicídio para manter os segredos ocultos.

   - Quer dizer então que a organização tem métodos piores do que a morte para traidores... – Astaroth concluía.

   - Essa organização, seja ela qual for, é pior e mais agressiva do que as outras, temos que ser cuidadosos. Mande Snow atrás daquele homem imediatamente e só deixe que retorne com informações.

   - Snow é um Sowige, não acha que o notariam facilmente?

   - O Draflayel de Ezarel ainda não está acostumado com este tipo de missão, seria pego facilmente, e o Minaloo de Tryna saiu em missão junto com ela. É o seu Sowige ou o Valurete da Rose. – ela o provocava, ele responde com um estalo de língua já se retirando da masmorra.

 

 

(...)

 

 

   - VOCÊ FEZ O QUE?!

   - Cale a boca Nevra, e se a Miiko escutar?!

   - A Miiko não pode saber? – Eclaire perguntava.

   - A menos que você queira ir embora do QG, não.

   - O que a Miiko não pode saber? – sorrateiramente Astaroth se aproximou e pegou o pequeno grupo aos cochichos.

   - N-Nada senhor. – os três rapazes respondiam em uníssono. Cerrando os olhos o mais velho analisava cada um.

   - Eclaire, você vem comigo.

   - Ok.

   Ele a levava para o lado de fora, no jardim ele pretendia a treinar, ou ao menos saber o quanto ela sabia lutar.

   - Sobre o que estavam falando?

   - Os rapazes me pediram para não contar... – envergonhada de ter que mentir ela abaixava a cabeça e com os pés passava o dedão no chão, como se desenhasse algo.

   - É algo tão sério assim?

   - Foi porque eu passei a mão em um Black Dog, eles disseram que eu não podia contar para a Miiko a menos que eu quisesse ir embora do QG...

   O homem soltava um suspiro, coçando a nuca ele pensava em alguma resposta, no mínimo uma solução. Segundos que voavam passam e ele decide manter tal informação para si, e diz para Eclaire a mesma coisa que Ezarel.

   - Bom, o principal motivo de eu ter lhe trazido aqui não é lhe dar sermão, eu quero saber o quanto você sabe lutar.

   - Eu não luto.

   - Mas o fez na vila dos ciclopes.

   - Era uma situação diferente... – o habitual sorriso retornava.

   - Eclaire. – ele a chama, encarava-a profundamente nos olhos, encarava aquele azul, nele quase conseguia ver sua alma. – Saiba que se for ficar no QG terá que lutar.

   - Eu não gosto de lutar.

   - Não digo que terá que matar, mas terá que defender a si mesma. Não apenas isso, você se torna mais forte quando lutar pro um propósito, por alguém!

   - A lua dizia a mesma coisa.

   - E ela tem razão. – pegando a pequena mão da garota ele fazia um punho e a segurava. – Quando se tem algo pelo qual lutar, você não luta em vão. Todas as suas ações se justificam.

   - Nada é em vão se feito pelo bem estar de alguém... Lua sempre me dizia isso.

   - Escolha um motivo, e lute por ele.

   - Mas tio Astaroth, como eu vou saber por qual motivo lutar?

   - Você vai saber na hora certa. – um aceno de cabeça por parte de ambos. – Agora me mostre o que sabe.

   Eclaire mostrava poucos golpes, os usava apenas para defesa, por isso não achava necessário mais do que isso para se proteger. Astaroth a mostrava posições e explicava com paciência como executar cada manobra. Era impressionante a atenção que a pequena mantinha, cada detalhe era gravado.

   Memórias vagas rondavam a mente de Eclaire, se lembrava de quando lua a tinha dito que havia um propósito em sua vida, que era para isso que havia sido criada, e apenas por isso deveria lutar. Contudo sempre ocultava esse objetivo, suas palavras eram sempre as mesmas, “Ainda não está pronta”.

   Ela se perguntava qual era esse objetivo, e quando estaria pronta para executá-lo. Seria apenas essa sua única função? Aprender apenas para algo e depois deixar de ter importância?

   Ao se pegar pensando em coisas tão tristes ela balança a cabeça para os lados, na tentativa de espantar tais perguntas. Quando o treinamento se da por finalizado ela se encontra com Valkyon, Nevra e Ezarel no refeitório.

   - Você ainda não pegou um pet? – mais questões saiam da boca do elfo, ele adorava importuná-la, ou ao menos tentar já que suas investidas não surtiam efeito.

   - Não, mas espero pegar um logo.

   - Há quanto tempo está aqui? – era a vez do vampiro lançar perguntas.

   - Duas semanas?! Talvez três. – ela comia os morangos que lhe eram servidos com gula, com certeza sua comida preferida.

   - Pretende escolher qual tipo de mascote? – a garota apenas tomba a cabeça levemente para o lado em sinal de dúvida. Percebendo a ação de Eclaire, Nevra a explica um pouco melhor sobre os mascotes.

   Ele explicava com paciência o fato dos mascotes buscarem tesouros, precisarem de comida e atenção, de cada um ter uma qualidade e ser mais funcional em determinadas funções, etc.

   - Eu pretendo algum dia domar um Black Gallytrot.

   - Fique com seu Gallytrot sem graça, eu vou domar um Draflayel. – o elfo se gabava.

   - E você Valkyon?

   - Eu?

   - Qual mascote pretende domar?

   - Não sei, talvez um Okanya, não dou muita atenção pra isso.

   - E você lindinha, pretende domar algum?

   - Um Musarose com certeza! – a animação que ela transmitia era contagiante. – E ela iria se chamar Floppy!!

   - Floppy?! – todos indagavam em uníssono, se entreolhavam e seguravam os risos. Sabiam que ela era como uma criança, mas ainda tinham esperanças de que ao menos o nome fosse mais... Criativo.

   A conversa se seguiu animada até a hora da cozinha fechar. De alguma forma Eclaire estava animada para tentar pegar sua primeira mascote. Assim como havia repetido inúmeras vezes junto dos rapazes ela se esforçaria para pegar um Musarose.

   Debaixo da cerejeira como de costume ela cantarolava a música que mais sabia. Após um longo suspiro ela sorri largo.

   - Quem sabe algum dia eu não pego um Musarose, não é mesmo lua?

 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, vou tentar trazer o próximo o mais rápido possível. Agradeço a paciência de vocês. <3
Vejo vocês em breve! ^^


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