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História O Céu e o Sol - Capítulo Único


Escrita por: YukoTsu

Notas do Autor


Fanfic também postada no Nyah! pela minha conta Yuko T
Ficou beeem meloso, espero que não se importem. :B

Boa leitura.

Capítulo 1 - Capítulo Único


    A criança chorava, arrastando consigo seu mico-leão-dourado de pelúcia. Alguns adultos e crianças o observavam, sem se importar muito. O dia naquele parque estava bonito. Todos contentes ao ver suas crianças a brincar — com exceção de Afonso, que acabara de ralhar com o nosso pequeno Luciano. Tudo isso porque o menor perguntou sobre as sobrancelhas grossas de sua mãe — que na verdade se tratava do amigo inglês de seu pai. Pobre criança.

    O pequeno decidiu caminhar um pouco pelo local, apenas por não querer ficar perto dos adultos. Não demorou muito para que encontrasse uma pequena fonte, que se encontrava no centro daquele parquinho. O garoto se inclinou um pouco, vendo seu rosto refletido na água. Seus olhos estavam vermelhos e inchados por conta do choro, ainda fungava um pouco. 

Até que sua visão se focou em algo, reparou então no azul atrás de si, que também era refletido nas águas. Olhou para o céu, nunca havia reparado no quão bonito era aquela imenso azul, com as nuvens tentando timidamente cobrir o sol. Luciano se sentou, encostando-se na fonte e abraçando o seu bicho de pelúcia tão querido. Perguntou-se qual seria o sabor das núvens, se eram como algodão-doce.

   — Eu também gosto do céu, da. 

Ele então foi surpreendido por uma voz que vinha a sua esquerda, virou um rosto num movimento brusco devido ao mini susto. Era um garoto que parecia ser alguns anos mais velho. Cabelos bem loiros, praticamente platinados. Sua pele era tão branca quantos as núvens que observava. As bochechas coradas revelavam sua boa saúde. O sotaque era forte, demorou um pouco para que o menor entendesse o que ele havia dito. Permaneceu calado.

 — Qual é o seu nome? — O garoto misterioso perguntou, se sentando ao seu lado com um sorriso no rosto. — Me chamo Ivan! — Completou com um tom animado. Aqueles olhos violetas chamavam a atenção do pequeno.

 — Lu... Luciano.

— Luchano, da? — Repetiu, numa pronuncia errônea. O silêncio reinou por alguns minutos, ficaram apenas contemplando o céu acima deles. O vento batia no cabelo de ambos, fazendo com que balançassem. Ivan admirava o céu daquele lugar, tão limpo e vibrante, diferente da tão gélida Rússia. Tudo o que via ao olhar para o alto era a neve branca cair sobre seu rosto infantil, diferentemente de agora, onde recebia o calor ameno do sol.

O menor sempre fora uma criança bem faladora e energética, não tanto quanto o filho de Arthur, mas era o suficiente para fazer Afonso ficar louco. É algo que contrastava totalmente com as atitudes de agora. Por algum motivo, a presença de Ivan o deixava manso e ao mesmo tempo aguçava a curiosidade do garoto. 

Aqueles olhos, nunca tinha visto algo assim. Tão profundos, pareciam gritar por algo, um sentimento triste que ainda não sabia discernir.

— Por que você não responde? — Este perguntou, num expressão preocupada. —Você também tem medo de mim? 

 Luciano viu uma aura escura emanando de Ivan. Seu rosto, por mais que ainda seja a de uma criança com seus traços pequenos e delicados, aos poucos se alterava para uma expressão que sequer o garoto conseguia descrever. Os olhos de cor púrpura pareciam vazios, refletindo sua alma que tão cedo fora sufocada.

 Ele, porém, não sentiu medo algum. Talvez por ser inocente demais a ponto de não perceber do que se tratava.

A aura se dissipou rapidamente, quando Ivan se deparou com um bichinho de pelúcia que fora estendido para ele, um boneco de um animal que até então desconhecia, algo parecido com um macaco. Fitou o brinquedo um pouco confuso, dando depois sua atenção para o outro garoto.

 — Você parece mal, pode ficar com ele! — O moreno exclamou, abrindo um leve sorriso. Os dentes pequenos e frágeis de leite faziam um contraste bonito com a pele morena.  — Sempre que eu fico triste o papai me manda o abraçar, talvez isso funcione com você. 

   Os olhos de Ivan brilharam.     

— Eu não posso aceitar... eu não tenho nada para dar em troca.

— Não precisa dar nada em troca, é um presente! Na minha casa tem vários desses, se você me visitar, posso te mostrar alguns.

 Pela primeira vez em doze anos, Ivan estava sendo tratado bem. Luciano não havia o julgado, muito menos correu de medo enquanto chorava. Ele era diferente, e aquilo o fascinou. Algo novo estava começando ali. 

  — Visitar... Como amigos fazem? — O loiro perguntou.

— Sim! Vamos ser amigos!

Amigos. Amizade era algo que Ivan nunca teve experiência. Seja nas terras de montanhas frias de seus vizinhos ou nas ilhas ao sul, ninguém nunca havia olhada para Ivan da mesma forma que Luciano fizera. Nenhuma terra era tão calorosa e aconchegante, nem tinha o verde tão bonito como aquela terra, onde o sabiá canta de forma graciosa. 

O russo não poderia recusar aquele presente, não de baixo daquele céu que ele tanto havia amado. 
                    -x-

 O terno e a gravata irritavam o jovem adulto. Luciano odiava formalidades, odiava ter que ir em reuniões. Estava cansado, irritado e morrendo de calor. Fazia um tempo que simplesmente não parava para sentar e apreciar o azul do céu, agora a luz do sol somente lhe incomodava, sendo tão forte daquela forma. Era possível sentir a sua pele arder com a quentura, implorando por um pouco de frescor.

Aquela poderia ser mais uma tarde como todas as outras, com o moreno seguindo sua rotina agitada e cansativa, sempre preocupado com seus afazeres e problemas que apareciam repetidamente. Mas aquela tarde aconteceu algo de diferente, algo que definitivamente não esperava.

Em sua frente, Ivan lhe oferecia um buquê de girassóis. Colhidos de seu próprio quintal, e enrolado com a mais bonita fita.

A verdade era que o russo ainda sentia a necessidade de retribuir o presente ganho. Ele nunca havia se esquecido do quão bonito o sol estava naquele dia, tão belo quanto as flores que segurava. Sendo esse justamente o motivo de ser a sua flor favorita, pois lembrava do sol e do calor que pôde sentir naquele dia.

E neste dia, o céu estava tão bonito quanto. O brasileiro lhe abriu um leve sorriso, assim como havia feito naquela vez.

 Luciano não poderia recusar aquele presente, não de baixo daquele céu que lhe trouxe a pessoa mais importante.
 



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