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História O Coelho Brilhante De Olhos Vermelhos - Único


Escrita por: AliciaMatteNy

Notas do Autor


Boa leitura :3
Desculpem qualquer erro.

Capítulo 1 - Único


   "O Coelho Brilhante De Olhos Vermelhos" 

 

Olho o reflexo das minhas orbes na tela negra e ainda hoje me pergunto: onde está o coelho?  

 
 

Sei que parece loucura pergunta-se isso, também acho que seja, mas quem começou com isso não foi eu.  

 
 

Tudo começou na minha infância, quando eu tinha uns 6 ou 7 anos. Eu nasci em uma cidade no interior do meu país, até que bem populosa, mas logo depois mudei-me para capital, na realidade, meus pais mudaram pois eu ainda era muito novo para entender algo do tipo. Nunca fui uma criança muito social portanto não possuía amigos, o que não era comum a uma criança da minha faixa etária. Mas, pra ser sincero, eu tinha um amigo.  

 
 

Eu sempre tive uma memória muito boa, lembrava-me de coisas desde que era bem novo, por volta de quando eu tinha uns 2 anos são minhas primeiras memórias.  

 
 

Mas, voltando a meu único amigo. Todas as ferias meus pais me mandavam para a casa da minha tia, que ainda morava em minha cidade natal em uma grande casa com um parquinho movimentado à frente, bem mais apropriado a uma criança do que um apartamento pequeno no centro de Seul. Esse amigo, morava próximo a casa dela, nunca irei me esquecer do seu endereço "Dois quarteirões subindo a rua, casa azul com uma enorme árvore na frente" foi o que ele me disse no primeiro dia que falou comigo, acompanhado de outra marcante frase.  

 
 

Eu nem tinha perguntado onde ele morava, mesmo assim ele falou, pra ser sincero eu ao menos havia respondido seu "Oi". Sim, talvez eu fosse uma criança bastante antipática. Mas veja pelo meu lado, eu havia tentado, pela primeira vez, fazer amizade com algumas crianças que brincavam no parque, mas essas me ignoraram completamente. Então eu estava sentado no meio fio da calçada com as cabeça apoiada nas mãos e os cotovelos no joelhos contando os carros vermelhos que passavam, quando uma criança com um sorriso geométrico, de mais ou menos 5 anos, me aparece com toda a felicidade. Isso me deixou bem mais chateado.  

 
 

Mas não seria assim que ele desistiria de mim. Apesar do meu palpável mal humor, ele tomou coragem para sentar ao meu lado e perguntar meu nome, sendo, mais uma vez, não correspondido, não se deixando abalar e respondendo sua própria pergunta me apelidando de "Suga". Não tive a chance de pergunta-lo nessa época o porquê do apelido, todavia, mais tarde eu descobriria.  

 
 

- Suga - chamou-me pelo apelido, primeiramente considerado tosco, que havia dado. - Eu nunca te vi aqui... você não mora aqui, mora?  

 
 

Ele se embolava por vezes enquanto falava, trocando diversas vezes o "R" pelo "L", por conta de sua idade . Mas eu era o garotinho de língua presa, então não tinha lá muito crédito. Além de aparentar, extrema, fofura, falando dessa maneira enquanto esmagava as bochechas com suas palmas das mãos tentando observar meu rosto, agora virado pro asfalto abaixo dos meus pés. Pena que eu não dei valor na época, apenas me afastando um pouco mais dele e virando meu corpo para o lado lhe dando a costa.  

 
 

Mas é claro que ele ainda não tinha desistido, me falou exatamente onde morava, me chamou pra ir até sua casa, me convidou para brincar e de tanto insistir acabei cedendo a sua fofura e felicidade, que agora não incomodavam-me mais, muito pelo contrário, me contagiavam.  

 
 

Nós brincamos, corremos e pulamos, fizemos até a sua mãe comprar picolé para nós, lógico, ficamos todos sujos depois disso tudo. Entretanto o que mais me marcou foi a sua inocente afirmação.  

 
 

Estávamos agora no final do dia, depois de toda a diversão. Ainda riamos, nos lembrando do dia que tivemos. Sentados em um dos bancos onde se esperavam ônibus, seus pés balançavam no ar por ele ser muito pequeno. Foi quando em uma dessas risadas nós nos olhamos, eu não achei nada demais, iria desviar logo em seguida, mas ele continuou a me encarar, olhando profundamente dentro dos meus olhos. Confesso que me assustei no começo, iria pergunta-lo o que olhava mas na hora que eu ia abrir a boca ele fez a tão inesquecível afirmação, que viria a se tornar uma interrogação para mim durante anos.  

 
 

- Hyung, você tem um coelho brilhante de olhos vermelhos, dentro do seu olho! - Sorria  

 
 

Eu lhe observei confuso, espantado talvez, e até levei minhas mãos aos olhos, apenas ganhando mais uma risada dele acompanhado da voz da sua mãe gritando seu nome no final da rua logo recebendo uma despedida dele.  

 
 

Aquele era só o primeiro dia! Eu voltei a encontrá-lo no restante dos dias de verão para brincar, sempre ganhando no final do dia seu sorriso, uma despedida e a mesma afirmação curiosa. Ele não deixava passar nem um dia sequer. Isso foi ficando na minha cabeça em um desses dias após voltar pra casa resolvi perguntar a minha tia o que ela via dentro do meu olho. E sua resposta era sempre a mesma:  

 
 

- Eu vejo meu reflexo Yoonie - respondia calmamente, sempre acompanhado de - Mas, por que a pergunta?  

 
 

Ganhando sempre a mesma resposta: um "Nada" quase inaudível.  

 
 

Eu não parava por aí, logo depois ia até o espelho e ficava horas tentando enxergar algo na minha Iris, mas nunca via nada, na verdade via exatamente o mesmo que minha tia "Meu reflexo".  

 
 

As férias acabaram com uma promessa de passarmos ela juntos de novo no outro ano. Voltei para casa sem deixar a afirmação - que agora tinha virado pergunta- fugir da minha mente. Perguntei a minha mãe também o que ela via, recebendo a mesma resposta de minha tia. Também perguntei ao meu pai, alguns, poucos, professores que eu conseguia falar na escola, que sempre davam, novamente,a cansativa resposta. Isso já estava me chateando.  

 
 

Até que as férias vieram novamente junto com a chance de tirar minha dúvida. Voltei a casa da minha tia, sentei no nosso ponto de encontro -o mesmo meio fio que nos conhecemos- e o esperei. O esperei bastante, mas ele não apareceu. Decidir ir até a casa azul, com uma grande árvore na frente, dois quarteirões a cima, mas ela estava fechada. Eu apertei a campainha mas ninguém atendeu a porta. Pensei que podiam ter saído. Sentei debaixo da grande árvore e esperei de novo. Contudo, mais uma vez ele não apareceu. Voltei lá mais dois dias seguidos, até minha tia me avisar que ele havia se mudado.  

 
 

Eu fiquei triste bem triste, mas talvez até mais zangado do que triste. "Minha pergunta nunca teria uma resposta" era a única coisa que eu pensava.  

 
 

O tempo passou. Eu cresci. Ninguém nunca mais viu o coelho em mim. Ele não voltou a casa, mas a pergunta continuou rondando. Tentei durante muito tempo pensar em uma resposta pra ela. Em algumas noites de insônia voltava a lembrar. Durante uma longa época admitir apenas ser uma coisa da imaginação infantil, como um amigo imaginário ou coisa do tipo. Durante outra acreditei que ele possuía um poder que somente pessoas com esse dom conseguiam ver. Em outra que na verdade o coelho existia, mas foi embora com Tae. Não exatamente nessa ordem.  

 
 

Porém, a que eu acabei aceitando foi a resposta que sempre me deram. Meu olho nunca possuiu um coelho brilhante, ele só refletia-o, e no fundo o coelho sempre fora somente Tae, com todo seu jeito doce, fofo, amigável e feliz. Meu olho o refletia assim pois era como eu o via.  

 

Mas talvez, só talvez, apenas eu tenha adotado essa hipótese esperando que um dia o coelho voltasse, pois sua volta significaria o retorno dele também. 

                                                                                        


Notas Finais


Mais uma OS do otp, porque sim. Quando o OTP chama você escreve...
Desculpem a ausência de capa, é que eu fiz isso só pra desestressar um pouco de todas a provas, então não é nada muito elaborado.
Obrigada por ler!!


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