1. Spirit Fanfics >
  2. O Despertar de Jin: Ressonância Geno-PX8 >
  3. Uma situação lancinante

História O Despertar de Jin: Ressonância Geno-PX8 - Uma situação lancinante


Escrita por: 1bolinhofofinho

Notas do Autor


hey galerous, não morri. só ando atarefada mesmo, desculpa gente
espero que gostem ;-;

-

lancinante: que produz dor ou sensação de pontadas agudas, aflitivas e/ou atormentadoras

Capítulo 7 - Uma situação lancinante


... "Jin se sente desconfortável, mas não faz nada, apenas olha para baixo.

Ah, difícil entender, mas fazer o quê?"

-

Mesmo que Lucie tenha pedido para ambos irem embora quando Koutaro acordasse, foi decidido por eles mesmos que iriam apenas no dia seguinte. Pois Koutaro, relutante, pediu que esperassem até amanhecer por estar um pouco tarde. Naquela noite, Jin e Koutaro conversaram sobre os últimos acontecimentos relevantes que o levaram até a casa da médica, e também decidiram o que fariam ao amanhecer. Além disso, Jin resumiu sua parte da história para ele, desde as noites em claro até estar trancado naquela cela.

O que pregou uma dúvida na cabeça de Jin era que Koutaro havia dito que não se lembra de nada. Não foi intenção dele de ter vindo para onde estavam. Ele só lembra de ter transladado com Jin, e após isso, um nada. Jin acreditava não ser uma coincidência que Koutaro não possuía mais a capacidade, ou pelo menos não conseguia no momento de se deslocar até lá, a somente lá, e logo após de ter sido capturado. Era inevitável para ele correlacionar tais detalhes.

{…}

Ambos acordaram entre 5h e 6h, Jin teve uma noite limpa de sonhos e Lucie ainda não havia chegado (para alívio dele). Eles se alimentaram, escovaram os dentes e tomaram banho, e então se despediram do marido de Lucie, que até então Koutaro não tinha conhecido, e foram até uma estação de trem para poderem prosseguir.

- Tem certeza de que não quer ir lá agora? - Jin questiona Koutaro calmamente enquanto esperam o transporte, sentados em um banco. - Ainda dá tempo de mudar de ideia, eu concordei em te deixar na sua casa.

Koutaro apenas balançou a cabeça confirmando, com um olhar de receio. Ele havia dito para Jin que estava com medo de ir até lá, e pediu para que não o pressionasse em dizer o por quê. Então, Koutaro disse que Jin devia seguir suas visões, que não precisava se preocupar com ele pois havia outra prioridade. Apesar de ter insistido durante todo o trajeto que eles fossem a casa de Koutaro, com a tentativa de entender o que ele escondia, o loiro parecia que choraria sempre que Jin exagerava nas palavras, então, no momento ele resolveu deixar as coisas como estão. O novo percurso era Jin voltar para sua casa.

{…}

- Que casa bonita! - Koutaro fala com os olhos brilhando ao observar a parte da frente da casa de Jin. Uma casa espaçosa, totalmente mobiliada de estilo moderno que foi deixada nas mãos de Jin depois que seus pais se foram. As paredes da casa eram de cor amarela em seu exterior em conjunto de um pequeno quintal, que estavam cercados por um grande muro. O interior era decorado por pinturas, a maioria delas retratavam o abstrato, e outras pinturas eram de paisagens. Além de se ter um toque de artesanato, que era especialidade de sua mãe.

- Você tem isso tuuuudo só pra você!? - Koutaro questiona maravilhado girando no mesmo lugar enquanto olha em sua volta, no interior da casa de Jin.

- Sim, a casa é minha... - Jin responde enquanto fecha a porta.

- Não se mexe! - Ele se vira ao trancar a porta e vê Koutaro se aproximando de uma escultura religiosa na mesa do canto da sala de estar, e como reação imediata não poderia deixar o menininho hiperativo tocar em nada. Koutaro fica estático com as pernas pouco abertas e os braços na frente do corpo, já que estava andando até a escultura. - NÃO toca naquilo.

- Mas o que é aquilo? - Koutaro relaxa os braços e fica de frente para Jin.

- Buda.

- Bunda o quê? - Koutaro pergunta envergonhado de olhos arregalados.

- Eu disse “Buda”, não bunda. - Jin olha para Koutaro com um olhar de repreensão.

- O que é isso?

- Nada. Só não toca, não é meu.

- Mas você não disse que a casa é sua?

- Mas isso era da minha mãe, só não mexe. Eu vou mostrar o quarto que você vai ficar. - Jin fala e então vai até seu quarto pegar um molho de chaves na gaveta da sua escrivaninha, e vai até um outro quarto para destrancá-lo, que era de seu irmão mais novo, que faleceu há aguns anos. - É aqui.

- Oh, obrigado. - Ele agradece sorrindo.

- Bem, você dev... - Jin abaixa seu tom de voz aos poucos sem terminar o que iria dizer. Ele estava olhando para o quarto de seu irmão que acabara de abrir, sentindo-se um pouco incomodado por estar ali dentro novamente depois de tanto tempo. Seu olhar pesava com a expressão de uma lembrança que preferia deixar esquecida.

- Jin...? - Koutaro o chama e ele permanece em silêncio olhando fixadamente para o quarto.

- Jin! - Koutaro eleva o tom de voz e foi o suficiente para trazer Jin de volta ao presente.

- O que foi? - Ele olha para Koutaro como se não tivesse percebido que aparentava estar atordoado momentos atrás.

- “O que foi?” digo eu! Parece que viu um fantasma.

- Ah, eu... - Jin engole seco e desvia o olhar. - Para de inventar, é impressão sua. - Ele puxa Koutaro pelos braços quase que o jogando dentro do quarto, e continua falando, tentando trocar de assunto. - Enfim... Vou te dizer mais uma vez: NÃO encosta em nada nesse quarto, entendeu? Depois eu trago algumas roupas pra você. Tem comida na geladeira, pode pegar. Eu vou resolver uma coisa na minha escola e você fica quieto aí.

- Você estuda em escola?

- Sim. Por que não estudaria?

- Ah, não sei, como é lá? - Koutaro se joga na cama e se estica todo nela enquanto conversa com Jin.

- Como todas as outras escolas, ué. - Jin responde rápido, querendo encerrar logo a conversa, mas Koutaro insiste.

- Mas eu só sei as coisas que mamãe e papai explicaram pra mim. Eu nunca fui em uma.

- Hm? Como assim? Você nunca foi pra escola?

- Não. Eu nunca sai muito de casa porque mamãe e papai nunca deixam. Eu estudo em casa com eles.

Tentando protegê-lo? Provavelmente.

- Sorte sua, é um saco ficar lá, vai por mim... - Ele diz enquanto sai do quarto e vai fechando a porta.

- Espera! - Koutaro chama a atenção de Jin antes que ele fechasse totalmente a porta.

- O que foi?

- Posso ir com você?

NÃO.

- Não.

- Por que “não”?

Quero ficar sozinho.

- Porque eu não quero.

- Ai. - Diz Koutaro com uma carinha triste. - Deixa eu ir, quero ajudar.

- Ajudar no quê? Eu que estudo lá, e não você.

- Mas você vai ir lá saber o que aconteceu com o carinha, né? Você disse que ele estudava lá.

- Hm, Shun? Sim, ele estudava lá e vou ver se consigo alguma informação de alguém que o conhecia.

- Então! - Koutaro, que estava estirado na cama, senta-se rapidamente nela. Juntou as palmas de sua mão como um gesto de suplica e fez um biquinho de tristinho. - Deixa eu ir, por favor.

Jin, com o corpo tenso, arregala os olhos com uma expressão de desconforto em relação a Koutaro. Mas o loiro se levanta, e com passos curtos na ponta do pé vai até Jin, continuando a insistir. Koutaro balançava a cabeça em conjunto das mãos enquanto ainda fazia o biquinho tristonho. Olhar de perto aquela expressão bobinha sendo feita para ele o fez ficar com um pouco de constrangimento.

- É... - Jin desvia o olhar e balança rapidamente a cabeça negando várias vezes e então bate a porta na cara de Koutaro, o deixando sozinho no quarto. Ele olha para cima por alguns segundos enquanto segura na maçaneta da porta, e inspira fundo.

- Ufa... - Diz ele enquanto relaxa os ombros.

Ele não para nunca?

Jin então, se moveu, e ao se virar e dar dois passos, ondas de energia de energia se formavam. Era Koutaro que subitamente aparece na frente dele a poucos centímetros de distância. Com tamanho susto e totalmente surpreendido, Jin tropeça e cai com as costas na porta atrás dele, batendo com a cabeça nela.

- Puta que p-

- Deixa eu ir! - Koutaro surgiu com os braços abertos e esticados na direção de Jin.

- CARALHO, QUE SUSTO, KOUTARO. - Jin grita enquanto com as duas mãos na cabeça pelo impacto que acabou de receber.

- Que susto, puta que pariu, que susto. - Ele começa a sussurrar com as mãos no rosto irritado com Koutaro. E Koutaro não parava.

- Por favor, por favor, por favor!

Jin com as mãos no rosto, olha para Koutaro entre os seus dedos.

Inacreditável...

- Por favooor!

- Tá, tá, tá. - Jin aceita com uma voz enfezada, se levanta, e empurra Koutaro para sair andando. - Vamos logo e cala a boca pelo amor dos deuses.

- Posso mesmo ir? - Koutaro questiona retoricamente com uma voz surpresa. Ele levanta os dois braços totalmente feliz em saber que pode acompanhá-lo. - Oba!

{…}

Ao chegar perto do colégio, Jin e Koutaro se deparam com uma multidão no portão, impedindo que eles conseguissem passar por ele. Eram a maioria estudantes, e talvez os mais velhos presentes fossem pais ou responsáveis deles. Além disso, tinha viaturas policiais estacionadas nas redondezas e alguns policiais entrevistando algumas pessoas.

Haviam cartazes com fotos dos estudantes que foram vítimas nos últimos meses por todo o muro da escola, inclusive no portão. Jin não esteve por perto nos últimos dias para acompanhar tais mudanças. Até agora foram dois, um desaparecido e um morto chamado Shun Kuzo. Jin se aproxima para pedir informação sobre o que está havendo, e disseram que havia um corpo lá dentro.

- Jin, o que faremos? - Koutaro pergunta.

- Não sei. Se não tiver ninguém na diretoria, seria uma oportunidade de buscar informações enquanto temos essa distração. - Jin possui a intenção de verificar os registros de Shun.

Então Jin e Koutaro checam o muro da escola, procurando algum jeito de entrar. Mas as entradas estão trancadas. E há uma área no muro, localizada na parte de trás do colégio, que possui um buraco do qual eles poderiam passar. Porém está com uma movimentação regular de pessoas do outro lado. Não há nada que eles possam fazer no momento.

Jin para por alguns segundos olhando para o cartaz de Shun.

Meu sonho com Shun foi por isso? Eu sonhar com ele e ao mesmo tempo com o bar significa que ele tem uma conexão com Loe?

Então Jin sugere ir para uma região afastada do colégio para ficar em algum estabelecimento qualquer para aguardar por um tempo. Enquanto eles andavam pela rua se afastando do local, Jin sente uma vibração estranha passando pelo seu corpo, e pensou por um segundo em olhar para trás pelos ombros, mas hesitou e continuou andando.

- Koutaro, pode nos tirar daqui?

- Agora?

- Sim. Pode ser agora?

- Mas estamos na rua, alguém pode nos ver.

- Jura? - Jin escuta algo que o impressionou.

Sinceramente não achei que ele ligasse pra esse tipo de coisa. Que bom que ele se importa mas...

Que sensação é essa?

- Por que? O que foi? Algum problema?

- Nada. Vamos apenas apertar o passo. - Então eles passam a andar um pouco mais rápido, e após virar em algumas esquinas, Jin olha para trás e não vê ninguém que parecesse estar seguindo eles. Então eles continuam andando. E ao sentir a vibração estranha passando pelo seu corpo outra vez, ele puxa Koutaro pelo braço direito por impulso, o jogando á sua esquerda na entrada de uma loja de roupas.

- Ai. Pra que isso? - Koutaro pergunta enquanto passa a sua mão esquerda no braço direito, pois Jin o puxou com força.

- Foi mal. É que acho que estamos sendo seguidos.

- Uh? Por quem...? - Ele pergunta enquanto ameaça olhar para o lado de fora da loja, mas Jin o puxa antes.

- Fica quieto, não olha.

- Por que não?

- Éer, não sei. Foi só uma reação minha, não sei explicar. Eu... Eu sinto como se algo ruim fosse acontecer.

- Isso tem algo com seu poder?

- Ahn, uhn, não sei... Acho que não. Acho que eu sinto mais como se fosse um instinto.

Eles permanecem em silêncio por alguns minutos na entrada da loja, e Jin ficava encarando Koutaro que não parava de se mexer (balançando as pernas no mesmo lugar, para lá e para cá, e também olhando para o resto da loja).

Até que um funcionário vai na direção de Jin perguntar se eles estavam precisando de ajuda. Quando Jin se distraiu para falar com o funcionário, Koutaro foi para fora da loja olhando para o lado do qual eles vieram, e para o lado oposto também. Quando Jin percebe isso, ele vai para fora até Koutaro.

- O que está fazendo!? - Jin pergunta um pouco tenso, enquanto olha para os lados assim como ele.

- Não tem ninguém perseguindo a gente, Jin. Só tem essas pessoas na rua passando pra lá e pra cá e atravessando a rua. E essa gente não parece que vai atacar algum de nós dois ou coisa assim. Tá paranóico? - Koutaro fala soltando um breve riso.

Que sensação é essa?

- É alguém que eu conheço? - Jin começa a falar consigo mesmo enquanto na presença de Koutaro, olhando para os lados várias vezes.

- Mas como eu saberia se é alguém que eu conheço? Não tem ninguém aqui que eu conheça.

- Ahhh, obrigado por fingir que não estou aqui! - Koutaro acena para Jin enquanto fala, mas é ignorado.

Acho que realmente não tem ninguém seguindo a gente. Então, por que eu...?

- Não sei. Mas eu senti que tinha alguém por perto.

Impressão sua.

- Talvez.

É a mesma energia negativa do...

- É a mesma energia negativa. Parece ser o que eu sinto quando... - Jin se vira de costas para Koutaro e fica olhando fixamente para última esquina que acabaram de passar, pois retornar por aquele trajeto o levaria de volta ao colégio.

É ele que tá seguindo a gente?

- Na verdade, não acho que esteja seguindo. Acho que é pior.

- Ei, o que é pior que o quê!? - Koutaro tenta interromper o monólogo de Jin mas ele nem reagiu, apenas continua a olhar fixamente para a esquina.

Jin, faça algo.

Jin sente sua cabeça um pouco pesada e põe a mão esquerda sobre sua testa entre seus fios de cabelos brancos.

Só tem um jeito de saber.

- De acordo. - Jin vira de frente para Koutaro, com sua mão esquerda ele pega o braço direito dele novamente e o começa a puxar, retornando o trajeto.

- Ai, ai, ai. Espera! - Koutaro diz reclamando da força que Jin pôs no braço dele.

No caminho, Jin com uma mão segura com força o braço de Koutaro, enquanto que a outra mão fica sobre sua testa, ainda sentindo sua cabeça um pouco pesada. Conforme andava ele se lembrava do último sonho que teve (com Shun e o bar), as imagens passavam de relance na sua cabeça. Ele não estava confuso, estava numa espécie de transe, concentrado e seguindo o que sentia por instinto, talvez por impulso.

Eles retornam até a região que fica a parte de trás do colégio. Estavam em uma calçada, e se caso atravessassem até o outro lado da rua, eles ficariam de frente ao muro do colégio onde se tem o buraco que eles planejaram passar anteriormente. Depois do loiro reclamar o caminho todo pedindo para soltar o braço dele, Jin finalmente o larga.

- JIN! Dá pra parar de fingir que não estou aqui?

- Não estou fingindo. - Ele conversa com Koutaro ainda com a mente dispersa, olhando para os lados como se procurasse por algo.

- Diz o que foi, por favor. - Koutaro olha para Jin com uma expressão preocupada.

Jin suspira fundo e então vira pra esquerda, ficando de frente para Koutaro.

- Me escuta, eu achei que antes estávamos sendo seguidos e que algo ruim iria acontecer com nós dois... Mas agora... - Ele gesticula enquanto fala, abrindo os braços.

- Agora...?

- Agora eu acho que talvez não seja com nós dóis, e talvez já esteja acontecendo algo. Só preciso achar o babaca pra ter certeza.

- Que babaca!?

- É um garoto da minha esc... - Jin interrompe a própria fala ao ouvir um grito breve.

Ouviu isso?

- Ouvi. Ouviu isso, Koutaro?

- Ouvi, mas-

- Vamos. - Jin sai correndo na direção do som de repente. E Koutaro o segue, tentando acompanhá-lo, mesmo Jin sendo mais rápido que ele.

Jin foi na direção da rua á leste do colégio, ele correu na direção do grito que tinha escutado que não parecia estar longe, mas ficou confuso pois não sabia de onde exatamente o som tinha vindo. Então ele escutou mais uma vez aquele grito, um grito de agonia e medo pedindo ajuda. O som estava mais próximo desta vez então ele pôde identificar a direção correta. Ele chegou em uma casa que ficava em uma rua sem saída. A entrada da casa era de uma garagem com uma porta menor ao lado, ambas fechadas. Ele logo escuta Koutaro gritando seu nome, que não demorou muito para alcançá-lo.

- Então, o que faremos? - Koutaro ao chegar na casa, questiona-o estando um pouco ofegante.

- Precisamos entrar de alguma forma, tem alguém lá dentro precisando de ajuda.

E aquele último grito parecia ser dela. Mas ficou tão quieto agora.

Essa rua fica muito perto da escola, sem contar as outras casas ao lado. Se for ele, deve estar tentando fazer o máximo possível de silêncio.

- Será que não tem algum jeito de entrar por cima? - Koutaro indaga quando começa a tocar uma música eletrônica consideravelmente alta, vindo dos fundos da casa.

- Não sei, não estou vendo nenhuma janela aberta no andar de cima. E não tem nenhum lugar para ajudar a gente subir. - Ele diz olhando para a casa.

- Você tem a mim. - Koutaro fala sorrindo para Jin.

- Hm? - Jin passa a encarar Koutaro.

- Não se trata de estar em um lugar e depois em outro, Jin. Se trata de me movimentar com facilidade. Eu acho que é isso, foi o que papai me explicou uma vez.

- Oh, certo... - Jin olha com uma expressão confusa para Koutaro mas assentiu para ele. - Então o que você sugere que a gente faça?

- Vamos até o teto procurar uma forma de entrar! - Koutaro fala de maneira empolgada, enquanto aponta para o teto da casa com os dedos indicadores das suas duas mãos.

- Tá... Mas como eu disse não tem nada para usarmos.

Koutaro riu. E ficou de costas para Jin, com as costas um pouco inclinadas para frente, e com os braços esticados para trás.

- Suba enquanto não tem ninguém por perto. - Koutaro fala enquanto olha para Jin pelos ombros.

Jin hesitou por alguns segundos, mas lembrou do salto que ele deu com facilidade naquele prédio, na noite em que se conheceram, então ele entendeu e subiu nas costas de Koutaro.

- Segure-se firme – Koutaro avisa Jin, então ele envolve seus braços no pescoço de Koutaro.

- Hoa, nidvín, trín... - Koutaro sussurra tais palavras do qual Jin não sabia o que significava. E então dá um grande salto até a janela do segundo andar que estava fechada, Koutaro segura-se no pequeno espaço da borda da janela com metade dos dedos de suas duas mãos.

- Ai, ai, pesado, pesado, pesado! - Koutaro fala rapidamente com dificuldade de se suportar junto com o peso de Jin.

- Kout- Jin solta por um breve segundo seus braços do pescoço de Koutaro, mas consegue manter os braços ali novamente.

- Tá me enforc- Koutaro tenta falar mas os braços de Jin estavam sufocando Koutaro com o peso e a pressão.

Koutaro faz força com os dedos das mãos tentando se impulsionar enquanto tenta por os pés na parede, até que se impulsiona para mais acima da casa, conseguindo agarrar a borda do teto. Ele estica um dos braços mais a frente no teto da casa tentando se agarrar à ele e subir, até que consegue se jogar junto com Jin para cima do teto reto.

- Você conseguiu, Koutaro. - Jin fala suspirando fundo, enquanto sai de cima de Koutaro e fica de pé.

- Obrigado... - Koutaro responde estando um pouco ofegante.

- Vamos até onde a música está. - Diz Jin estendendo a mão para ele.

Koutaro pega na mão de Jin, que o ajuda a se levantar.

Eles vão andando pelo teto extenso, até chegar ao outro lado. Eles, no teto, observam a varanda dos fundos, protegida por paredes que serviam de divisão para outras casas nos lados e na frente. Lá em baixo haviam três garotos, um estava na ponta esquerda da varanda, encostado perto da churrasqueira mexendo no celular. Um outro estava na ponta direita da varanda, mexendo em uma câmera de vídeo. E mais outro estava no centro da varanda amolando uma faca que segurava com a mão direita enquanto sentado numa cadeira.

- Eu sabia! - Jin fala sabendo que o que estava suspeitando está correto.

- O que foi, Jin?

- Aquela energia negativa... Só podia ser dele.

- De quem daqueles três ali embaixo você tá falando?

- O do meio. O nome dele é Nagai, ele não é da minha turma mas é do 3° ano também. O que está perto da churrasqueira se chama Katyusha e o outro eu não lembro o nome.

De repente um quarto garoto sai da casa. Ele vem arrastando pelos cabelos uma garota amordaçada, com os pulsos presos a fitas adesivas cinzas, o mesmo acontece com as pernas. Ela estava descalça, vestia uma saia preta e estava apenas de sutiã branco. Sua barriga e ombros possuíam alguns cortes e um pouco de sangue escorria pela testa vindo da região do cabelo. Totalmente imobilizada, ela é arrastada por ele pelos seus cabelos longos, castanhos e trançados.

- JIN! - Koutaro grita assustado ao ver a garota, e Jin tapa sua boca com a mão direita.

- Xiu. Sorte que a música tá alta, fica quieto. - Ele diz enquanto observa melhor a garota. Jin estava calmo por ter encontrado o que havia de errado, não estava nem um pouco surpreso e nem assustado.

Aquela é...

- Yume?

Jin tira a mão da boca de Koutaro.

- Não fale nada, Koutaro.

- Jin, o que faremos? Precisamos fazer algo. - Koutaro fala em um tom apreensivo.

- Eu sei disso.

Eu sabia, aquela sensação estranha...

O que eu faço? Nunca vi Nagai mexer com Yume...

- Não que eu reparasse com frequência em alguma coisa, mas...

Pegar pesado desse jeito? O que ele pretende?

Pretende o que todo desgraçado pretende fazer, ser um merda.

...

Eu acho que posso detê-los, mas preciso chegar em Yume antes que eles façam mais alguma coisa.

Jin analisa a varanda brevemente, vendo se tem algo que ele possa usar. Além da churrasqueira, há algumas cadeiras, um banco, uma bola de futebol, uma vassoura e o aparelho de som que tocava a música. Enquanto isso, Nagai se levantava da cadeira e colocava Yume onde ele estava sentado.

O que eu faço? Talvez se Koutaro...

- Koutaro, consegue saltar daquela distância até o teto de novo?

- Consigo, mas mamãe e papai disseram que não posso fazer nada anormal na frente de ninguém.

- Mas Koutaro, isso é importante.

Koutaro desvia o olhar relutante.

- Koutaro.

Koutaro fica em silêncio.

- Koutaro! Você mesmo disse que precisamos fazer alg- Koutaro interrompe a fala de Jin ao empurrar ele para longe da borda. Koutaro vai empurrando Jin no peito até que ele deitasse, e ele também se deita. Eles ficam deitados de frente um para o outro.

- O que foi!?

- Você falou alto, um deles olhou para cá. - Diz Koutaro sussurrando.

- Merda. Eles nos viram? - Jin passa a sussurrar também.

- Não sei.

- Koutaro, eu sou uma pessoa que você não conhecia, certo? E você não teve medo de usar a translação perto de mim, certo?

- Sim, mas era porque precisávamos fugir.

- Exato. Precisávamos de ajuda. E ela também precisa.

Koutaro se vira ficando deitado de frente para o céu. Ele fecha os olhos pondo as mãos no rosto, e balança a cabeça em negação várias vezes.

Ele está com medo? Ele não teve medo antes, por que teria agora?

- Koutaro, seja o que for que tá te incomodando, não precisa ficar assim... Eu-

A música para de tocar de repente. E Jin fica em silêncio ao perceber.

Merda. Será que...?

- Ei, vocês também querem participar da festa!? - Ouve-se uma voz sarcástica vindo lá debaixo. Era Nagai gritando.

Koutaro tira as mãos de seu rosto e passa a olhar para Jin.

- Jin?

- Vão nos ignorar, é isso mesmo? Fiz um convite tão educado! - Nagai continua a gritar, debochando dos dois.

- Koutaro, precisará confiar em mim. Okay?

O loiro assentiu para Jin.

- Eu já confiava.


Notas Finais


obrigada por lerem até aqui~
vou enviar mais um capítulo até terça
gostaram? o que estão achando?
sintam-se livres para comentar x)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...