1. Spirit Fanfics >
  2. O destino de Kelsey - Fanfic >
  3. Um beijo e uma maldição

História O destino de Kelsey - Fanfic - Um beijo e uma maldição


Escrita por: RafaelaAzv

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 7 - Um beijo e uma maldição


Fanfic / Fanfiction O destino de Kelsey - Fanfic - Um beijo e uma maldição

Pela manhã, Ren e Kishan arrumaram em um Jp tudo o que eles julgaram necessário para nossa excursão pelo templo de Durga. 


Na minha imaginação, esse templo sagrado estaria escondido no meio da selva, onde ninguém pudesse encontrá-lo e descobrir a verdadeira magia que permanece nele. Mas enquanto eu ajeitava minhas coisas, os garotos me disseram que os templos na verdade são pontos turísticos muito famosos na Índia, e que se quiséssemos passar despercebidos teríamos que entrar neles pela parte da noite sem que ninguém nos visse. 


Então durante a tarde, passamos o dia na sala de cinema assistindo filmes de lutas marciais, os irmãos e eu opinando a cada golpe coreografado. Me vi rindo ao perceber que eles vinham assistindo aquilo sem cessar.


Com frequência, notei que Ren me encarava do outro lado do sofá. O peguei me observando três vezes, e a cada vez ele sorria para mim, os olhos se estreitando, me fazendo desviar o rosto. Mal pude dar atenção ao que passava depois disso.


Entre um filme e outro, me levantei para ir ao banheiro e lavar minhas mãos de salgadinho. Quando sai, Ren me esperava encostado na parede com as mãos no bolso. Fiquei alerta imediatamente. 


- Aconteceu alguma coisa? - perguntei, olhando nervosa para os lados do corredor. 


Ren se desencostou da parede, caminhando com passos de gato para onde eu estava na porta. 


- Por enquanto nada.


E foi o modo como ele falou, grave e com malícia, que me fez o encarar.


- Onde está, Kishan? - entrei no banheiro conforme ele se aproximava.


- Não se preocupe com ele. - respondeu, seus olhos fixos nos meus. - Ele está vidrado no filme, essas coisas o interessam, mas não a mim.


Fechando a porta com um clique atrás de si, ele nos prendeu no cômodo. 


- Ren, me deixe sair. - Olhei ansiosa para a janela, mas era pequena demais para eu passar por ela. O corpo de Ren bloqueava toda a minha visão da porta, sua cabeça quase batendo no teto baixo.


Ele se aproximou, com calma, erguendo a mão para tocar meu rosto mas parou com ela a centímetros de mim.


- Não quero assustá-la, Kells. - disse com a voz macia. - Mas precisamos conversar sozinhos, e como Kishan insiste em ficar em cima de você o tempo todo, eu tenho que pega-lá de surpresa. 


Segurei a pia e o enfrentei, não o deixando me encurralar ainda mais, ou acabaríamos dentro da banheira. 


- Então diga logo. Ele vai desconfiar que nós dois estamos demorando muito. 


Os braços de Ren, de repente, estavam de cada lado meu, agarrando o mármore atrás de mim. 


Não me movi, mesmo quando ele parou a pouco menos de um suspiro entre nós. Seu perfume de sândalo abafando o cheiro de limpeza do lugar.


- Não quer que ele a veja sozinha comigo? Você não pareceu tão nervosa assim quando estava sozinha com ele. O que você acha que eu penso sobre isso, Kelsey?


- O que você pensa ou não, é problema seu. - levantei a cabeça para fitá-lo diretamente 


- Fico melhor sozinha com Kishan porque ele não me pressiona dessa forma, nem faz avanços que eu não desejo.


O grunhido de Ren saiu baixo. Ele me estudou por um momento, e sua mão se levantou para roçar meu pescoço, enviando um arrepio pela minha espinha. 


- Mas eu sei que você me deseja, Kells. - murmurou, dando um sorriso felino. - Só que você sempre foi teimosa demais para admitir. 


Minhas mãos traidoras de fato tremeram com a vontade de tocá-lo, e sentir seu calor mais de perto. Então disse a única coisa que poderia afastá-lo naquele momento. 


- Então deveria saber que eu também desejo Kishan. 


A mão de Ren parou de me acariciar, e seu olhar poderia muito bem ter me congelado no lugar se eu já não estivesse petrificada. 


- Você está mentindo para si mesma. - o ciúme era claro na sua voz. - Só porque você um dia já foi noiva dele isso não significa que tem a necessidade de se casar com ele por pena.


- Não estou com pena. - falei com irritação. - Como pode pensar que eu faria uma coisa dessas com ele?


- Porque você já fez. - Ren respondeu com ressentimento. - Você só aceitou ser noiva dele por medo de seus sentimentos por mim. Porque não queria abrir os olhos e ver que eu estava arrependido por tudo o que fiz bem ali na sua frente. 


- Você deveria ter me dado um bom motivo para isso. - espalmei seu peito, pronta para empurrá-lo, quando sua mão prendeu a minha. 


- Eu amo você, Kelsey. - Seu olhar e voz eram tão intensos que me perguntei como ainda estava de pé, quando senti sua mão deslizar e envolver minha cintura. - O motivo da minha decisão foi esse. Mas qual foi o seu?


Mostrei os dentes. 


- Eu não me lembro. 


Seu olhar suavizou. 


- Você me ama. Porque é tão difícil admitir? Não quer magoar, Kishan? Podemos conversar com ele.


- Não quero magoá-lo, e também não quero conversar com ele. - eu podia sentir os batimentos fortes de Ren na minha palma. 


- Porque eu também não escolhi você.


Os batimentos aumentaram, como se eu tivesse atravessado a mão e esmagado seu coração, agora frenético por um pouco de vida.


- Essa indecisão é o que me mata, Kells. - ele me puxou, pressionando nossos corpos mais ainda. - Você não vê como eu fico quando está perto dele? - ele sussurrou no meu ouvido. - Não vê como tenho que desviar o olhar quando sorri para ele e não para mim? Não vê que quando você o toca e ela a toca de volta eu preciso me conter para não atacá-lo com meus punhos? Isso está me sufocando aos poucos, Kells. 


Ele parou, sem fôlego, e a dor, a mágoa e a tristeza em seu olhar me fizeram tocar seu rosto. 


- Por favor. - seus olhos brilhavam, nossas respirações se misturando. - Me salve, Kelsey.


E fui eu quem acabou com aquela tortura. 


Ren ainda me encarava, os olhos azul cobalto fixos nos meus, mudaram para um brilho predatório ao ver qualquer coisa que eu tenha mostrado pelo olhar.


Quando fiquei na ponta do pés, aproximei nossos rostos e o beijei. 


E o que eu senti ao tocar seus lábios foi o ardor de uma paixão imensa. 


Ren não perdeu tempo, abaixou a sua cabeça para me dar melhor acesso e me segurou amorosamente. Eu me dissolvi em seus braços. Sua outra mão soltou a minha e segurou meu rosto, traçando minha bochecha com o polegar. 


Eu estremeci. Ele se afastou para me olhar, sorriu com ternura e um pouco de satisfação. Roçou seus lábios nos meus, provocando, me fazendo querer mais. Eu estava ansiosa por mais daquela sensação. Agarrei sua camisa e o puxei.


Ele suspirou de prazer e tornou a me beijar, aprofundando o beijo que correspondi com entusiasmo. Reunindo todas as minhas forças para não me desfazer em líquido bem ali, enrosquei meus braços em seu pescoço e deslizei as mãos para seus cabelos. Puxei o corpo dele ainda mais para perto do meu e o abracei com toda a necessidade que vinha negando durante esses dias. 


Fiquei desconcertada por um breve instante, não sabendo que meu corpo precisava tanto estar tão perto assim dele. Um completo desconhecido para mim, mas alguém com quem meu coração estava acostumado e necessitando a sua presença e seu toque.


Ren não ficou para trás, respondendo à minha intensidade com a sua própria em uma batalha de vontades. Corri as mãos por seus braços e ombros poderosos e em seguida pelo peito. Seu cheiro era delicioso, e eu estava ofegante quando paramos para respirar, sem parar de nos tocar em todos os lugares.


Finalmente, Ren sorriu para mim com contentamento e acariciou meu lábio inferior com o polegar.


- Vamos. - Ren murmurou no meu pescoço. - Kishan deve estar te esperando. - ele deixou um suspiro de beijo ali antes de se afastar.


Me sobressaltei e o empurrei, dessa vez de verdade e com força, ele se moveu alguns centímetros e eu avancei pela porta.


No exato instante que virei o corredor, Kishan saiu pela porta e sorriu para mim.


- Porque demorou tanto? - ele me abraçou, me guiando de volta para a sala. 


- Oh, minhas mãos estavam muito sujas. - respondi trêmula, e a culpa me corroeu por dentro. 


Pude ouvir o som de uma risada baixa no fim do corredor.


- Tudo bem com você? - Kishan perguntou, me olhando divertido, e nós sentamos no sofá - Parece que viu um fantasma.


Ren apareceu ao nosso lado, sorrindo de orelha a orelha, mas passou por nós sem nem me olhar.


- Vi coisa pior. - murmurei, e soube que ele me ouviu quando sentou e piscou para mim.


!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!


Antes de embarcar na traseira do carro, dei a Nilima um aceno de despedida, e me perguntei se ela estaria pensando na conversa que tivemos ontem. 


Kishan pegou a mochila da minha mão e segurou a porta enquanto eu subia no Jeep. Sorri para ele agradecida e ele fechou a porta retribuindo um sorriso idêntico. Ren me olhou com intensidade pelo retrovisor, mas não comentou nada.


- Boa viagem. - Nilima gritou e saímos da garagem. 


Desviei a atenção da janela para os meninos no carro, eles estavam conversando sobre qual templo visitar primeiro. 


- Não faz sentido. Esse está mais longe. - Kishan apontou no mapa e me inclinei entre os bancos para espiar. - Porque não ir nesse que está logo aqui? 


- A caverna de Kanheri. - Ren me explicou. - Foi nossa primeira parada. 


Percebi que ele hesitava. 


- O que foi?


- Creio que deixamos um pequeno desastre para trás ao sairmos de lá. - Ren respondeu. - Mas não se preocupe, o templo está intacto. 


Ele adicionou rapidamente quando abri a boca. 


- Que tipo de desastre? - perguntei com cautela. 


- Uma inundação e um pequeno desmoronamento, nada com que devemos nos preocupar. 


- Oh, mas então qual é o problema? 


- O problema e que não há uma estátua de Durga lá. 


Kishan nos olhou com curiosidade por cima do mapa. 


- Vamos invocar Durga? - perguntou. 


Ren apertou as mãos no volante.


- Teremos que fazer isso, ela talvez possa nos ajudar. 


- E se a deusa não nos atender? - Kishan duvidou. 


- Mesmo assim devemos ir para um templo que realmente tenha a sua imagem e arriscarmos. 


- Então não fará mal nós irmos na caverna primeiro. Já que estamos a caminho dos templos é melhor visitar todos os lugares que passamos durante a travessia. 


- Ren, podemos encontrar alguma dica nessa caverna também. - falei sem muita convicção. - Então não perderemos tempo indo em lugares mais distantes. 


Ren refletiu minhas palavras por um momento.


- Era o que eu estava dizendo. - Kishan concordou, sorrindo. - Dois contra um, irmão. Vamos para Kanheri.


- Tudo bem. - Ren disse a contragosto, mas concordou. 


A partir disso, o silêncio se sobrepôs no carro. Cada um perdido em seus próprios pensamentos. Eu particularmente não entendi como chamaríamos uma deusa para atender nossos pedidos como o gênio da lâmpada, mas confiava em Ren e Kishan para me guiarem. Se eu realmente era a protegida de Durga ou não, o que quer que acontecesse nesse templo daria um novo rumo para a minha vida. Então eu descobriria se o que os irmãos e Nilima me disseram era verdade. E decidiria se iria embora para casa ou não. 


Os irmãos também pareciam pensar nessa possibilidade. 

E se Durga não aparecesse? Quem confirmaria as palavras deles além deles mesmos? Como poderiam me fazer acreditar?


Seguimos por algumas horas antes de Ren parar em uma estrada de terra deserta com a saída dos turistas. 


- Agora vamos andar um pouco até a caverna. - Ele me ajudou a descer, apertando minha mão mais tempo do que o necessário, e me encarando até que eu ficasse completamente vermelha. 


Soltei ela discretamente quando Kishan apareceu do nosso lado com minha mochila nos ombros. Disfarcei dando um passo a frente e entrando no parque, iniciando a caminhada.


Enquanto andávamos entre as árvores, avistei macacos e outras criaturas da região. Nos mantemos em silêncio, apenas admirando a beleza do lugar, e mal percebi quando uma construção de degraus surgiu a nossa frente. Era a entrada que levava a caverna lá no alto. Ren comentou que levamos menos tempo do que antes para chegar ali agora que não precisamos esconder um tigre.


Os últimos turistas desgarrados demoravam uma eternidade para tirar fotos então fizemos uma pausa para descansar. 


Kishan disse para esperarmos ali e entrou no mato para procurar um lugar longe o suficiente para não sermos incomodados, e comer nosso piquenique em paz.


Ren aproveitou a oportunidade para se proximar de mim, tocando meu ombro e deslizando os dedos para baixo. Senti um arrepio, e encarei seus olhos azul cobalto. Ele sorriu e deu um beijo suave nas costas da minha mão.


Ren me fitou com tanto fascínio que me esqueci completamente do que estávamos fazendo ali. Ele se abaixou para me dizer alguma coisa, quando foi interrompido pelo som que só ele podia ouvir. Sorriu-me novamente antes de soltar minha mão. Alguns segundos depois, Kishan apareceu nos dizendo que encontrou o lugar perfeito. 


Ele caminhou para mim e ofereceu a mão, aceitei e deixei que ele me levasse para dentro da selva, sem olhar para trás, para os olhos que perfuravam minha nuca.


Ren nos seguiu silenciosamente. 


Encontramos o lugar escondido entre os arbustos e Kishan abriu minha mochila, retirando uma toalha e as embalagens de comida que eu e Nilima preparamos. Ajudei ele a espalhar os lanches com cuidado na toalha xadrez e me sentei debaixo de uma árvore. 


- Não é um banquete como o Fruto Dourado costumava fazer, mas servirá. - Kishan riu e atacou um prato de sanduíches. Ren encheu as mãos de biscoitos. 


Observei as porções mais do que suficientes para um lanchinho desaparecerem rapidamente e duvidei que sobraria alguma migalha para mim. 


Ren gentilmente me entregou um pacote de bolachas, antes de beber meio litro de suco de um só gole. 


- Como é que podem estar com tanta fome? - perguntei.


- Estamos na estrada a horas. Como você não está com fome? - Kishan perguntou, enfiando um pãozinho de mel na boca. 


A verdade é que eu não estava. Andava me alimentando mal esses dias e a fome não vinha como antes, mas para tirar aquele tom de preocupação da sua voz devorei a minha bolacha. Até eu estava faminta a essa altura.


Pouco tempo depois, arrumamos tudo e voltamos para a entrada da caverna. Kishan andou pelo lugar para confirmar que não havia mais ninguém e finalmente entramos no templo.


Como Ren já sabia o que fazer, ele foi na frente com a lanterna, comigo e Kishan seguindo-o. Mesmo com a luz aquele lugar parecia mais uma tumba empoeirada. Provavelmente de manhã ele se parecesse menos assustador, mas no momento eu sentia como se as paredes fossem desabar em cima de nós. 


Comecei a respirar fundo, com uma sensação estranha de estar sendo observada, até começar a sentir o peito comprimido e o coração esmurrando o peito.


Na câmara principal, Ren parou em frente à algo que parecia uma porta entalhada na pedra, e puxou um cordão do pescoço com o Selo, pressionando-o em uma reprodução perfeita do pingente. Aquilo serviu como uma chave e imediatamente a pedra começou a se mover magicamente para trás. 


Parei de respirar com dificuldade para observar aquela demonstração de engenharia tão perto de mim, mas logo que a porta de assentou a escuridão do outro lado pareceu me consumir. Ren deu um passo e eu também. 


Quando atravessei a abertura senti garras afiadas me agarrarem.


- Espera! - falei angustiada, puxando o ar entre os dentes. - Não posso entrar aí! 


Assustado com meu grito, Kishan apontou a lanterna na minha cara. Eu devia estar muito pálida, por que seus olhos se arregalaram.


- Kelsey, o que aconteceu? - Ele me fez sentar em um banco de pedra, e eu me dobrei no meio apertando o punho no coração. 


Ren se ajoelhou do meu lado e sentiu minha temperatura.


- Ela está fria. 


- E-está doendo muito. - Gemi de dor, e ouvi os irmãos falando um com o outro, mas eu só conseguia pensar que estava prestes a sofrer um enfarto. 


Um estrondo soou pelo corredor escuro.


- Estamos sendo atacados, o que há aqui dentro? - Kishan perguntou furioso para o irmão. 


Não ouvi a resposta de Ren, mas senti que estava levitando e sendo levada para o céu, abraçada e carregada no colo de um anjo. Mas enquanto ele me resgatava, aquela mão negra se aprofundou ainda mais na minha carne, meu coração estava sendo esmagado com crueldade, e eu gritei com todas as forças do pulmão. 


Meu anjo estava tendo dificuldade para andar quando aquela coisa o agarrou pelo pescoço. Vindo da escuridão, um outro anjo usou sua espada celestial para cortar os braços que nos arrastavam para trás. Fomos jogados pelo portal com um solavanco, caindo os três esparramados no chão. A sensação da morte passava conforme eu respirava fundo, aliviada por um momento.


- Kelsey. - ouvi um chamado baixinho e olhos em mim, mas antes que conseguisse responder, desmaiei. 



!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!*!



Acordei horas depois, no meio da madrugada. O quarto escuro e silencioso. Me levantei lentamente, preocupada com possíveis lesões, mas senti apenas o roçar da minha colcha de retalhos na pele quando me movi.


Até que um braço surgiu do nada e agarrou minha perna. 


Soltei um grito e chutei-o, antes de pular em direção a janela.


- O que foi isso? - Alguém perguntou e ouvi o barulho de cobertas sendo jogadas e pisadas suaves no chão de madeira, e então a luz foi ligada.


Kishan me encarou da porta, e Ren... era ele quem estava deitado ao meu lado. Segurei a moldura da janela, a mão na garganta.


- Desculpe, Kells. - disse Ren, esparramado na cama, me observando com divertimento. - Coloquei a mão para impedir você de cair da cama.


Kishan segurou a risada. 


- Então foi isso. Pensei que estava tendo um pesadelo. 


Apontei os dois. 


- O que exatamente vocês estão fazendo na minha cama? - exigi.


- Dormindo, o que mais seria? - respondeu Ren, ainda com aquele brilho no olhar. 


Fiquei boquiaberta, larguei meu aperto e caminhei para a beira da cama. Kishan veio atrás de mim e deitou do seu lado, deixando um espaço no meio. Para mim. Entre os irmãos. 


- Quem teve a idéia genial de dormimos todos na mesma cama? - perguntei cruzando os braços. - Não posso acreditar nisso. Vocês são príncipes! E nem estamos mais viajando pela selva para termos que dividir um lugar assim.


Eles tiveram a decência de parecer envergonhados. 


- Nós decidimos que queríamos ficar mais próximos de você. - Kishan começou, dando um olhar para o irmão que acenou. - Mas não podíamos fazer isso sem tirar a vantagem do outro, então tudo que Ren fizer com você, eu também farei.


- Porém sempre respeitando a sua vontade, Kelsey. - Ren acrescentou quando eu estava prestes a objetar. 


Kishan concordou. 


Fuzilei Ren com o olhar, lembrando aquele beijo que me deu mais cedo.


- E se por acaso um fizer alguma coisa escondido do outro? Vocês vão ficar trocando fofocas sobre o que fazem ou deixam de fazer comigo? 


Ren também pareceu se lembrar, e sorriu, passando o dedo pelos lábios como se pudesse ter aquela sensação de volta. 


- Não pense assim, Kells. - Ren puxou as cobertas e percebi que ele estava dormindo sem camisa. Os dois estavam. Fiquei mortificada.


- Vamos ficar perto um do outro, e sempre saberei o que Kishan faz.


- Isso é tudo muito estranho. - respondi, desconfiada. 


- Será melhor mostrar na prática do que explicar. - Kishan bateu no meio da cama, no meu lugar. - Se não se sentir confortável paramos com isso agora mesmo e vamos dormir no chão. A última coisa que quero é que você se sinta mal perto da gente.


Encarei-os por um tempo e depois suspirei, arrastando os pés, apaguei a luz. Sem ter que vê-los diretamente seria mais fácil, mas o luar era suficiente para iluminar um pouco do quarto. 


Subi na cama sem ter outra opção e engatinhei para o meu lugar.


- Tudo bem, vamos tentar. - falei me aconchegando no travesseiro. - Mas se isso ficar estranho demais podem esquecer tudo.


- Combinado. - Ren disse do meu lado esquerdo e me arrepiei com sua proximidade. 


- Feito. - piorou quando Kishan respondeu do meu lado direito. 


Me senti encolhendo no lugar, e gemi com uma dor imaginária. Isso não poderia dar certo. 


- E sobre o que aconteceu hoje? - perguntei com um soluço, mais para afastar aquele nervosismo. - O que foi que aconteceu lá na caverna? 


Kishan se mexeu inquieto na cama, fazendo o colchão afundar ao se virar para mim. 


- Conversaremos sobre isso amanhã, Kells. Por enquanto tente dormir e descansar mais. - senti a preocupação em sua voz e me virei para ele, estava de fato com sono e fiquei agradecida.


- Tudo bem, boa noite, Kishan. - sorri e beijei sua testa, ele fechou os olhos, mas pude ver o amor que brilhou dentro deles mesmo na escuridão.


- Boa noite, bilauta. - ele suspirou. 


Me virei para Ren, seus olhos intensos observando os meus e não pensei duas vezes antes de beijá-lo na testa também. 


- Boa noite, Ren.


- Boa noite, iadala.


O mesmo brilho faiscou em seus olhos, mas neste o que eu vi. Era desejo.




Notas Finais


Não sei o que foi que aconteceu aqui.

Se alguém ainda lembra dessa fic comentem o que acham.

Bjs.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...