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História O Doce Missionário - CAPÍTULO UNICO


Escrita por: pussyixing

Notas do Autor


esse plot eu peguei NOVAMENTE no EF e eu amei escrevê-lo por mais que tenha sido um parto encontrar uma capa que ficasse do jeito que eu gosto mas a ~RK fez uma capa lindissima e eu fiquei apaixonada, ficou do jeitinho que eu queria <333

não foi betado mas eu vou dar uma lida depois pra tentar encontrar qualquer errinho que tenha passado despercebido.
espero que gostem e boa leitura <3

Capítulo 1 - CAPÍTULO UNICO


— Jongdae, levanta! — Pôde ser ouvido o grito daquela mulher ecoar por cada cômodo daquela casa, os ouvidos do rapaz se tornaram um covil de moscas, pelo menos era o que ele achava. Um zumbido incômodo preencheu os ouvidos dele e um resmungo escapou por entre seus lábios, os olhos que nem estavam abertos já pesavam uma tonelada.

 

O punho fechado dela batia freneticamente na porta e Jongdae só pensou no quanto queria estar morto. Em plena seis horas da manhã, o rapaz fora obrigado a se levantar, tomar banho e seguir para a missa matinal que acontecia todos os domingos. O sentimento de ter que comparecer a um lugar que você não quer estava estampado no rosto de Kim Jongdae que fora largado em frente aquele enorme portão de vidro que dava acesso a Igreja.

 

Ele não queria estar ali, de maneira alguma, não com aquelas roupas, não com aquele cabelo e principalmente, não naquele horário. A mãe do garoto fez questão de pentear o cabelo do mesmo com gel, em um topete para trás e ele odiava quando ela fazia isso, o cabelo esticado com as pontas encostando na nuca e pingando aquele gel viscoso no finalzinho de sua nuca, roupas extremamente diferentes das que ele costumava usar, os seus clássicos coturnos pretos estavam no armário e agora ele estava usando um sapatênis que o fazia sentir calafrios de nervosismo, suas roupas eram algo que ele preferia nem comentar já que era vergonhoso ao extremo.

 

Ele entrou naquele lugar bagunçando as madeixas com os próprios dedos, sentindo a agonia que era passar os dedos entre os fios melados com aquele gel fixador. Aos poucos mais e mais fiéis iam entrando na Igreja e se sentavam em seus devidos lugares naqueles bancos enormes de madeira, era óbvio que Jongdae poderia sair pela porta e passar o tempo da missa na rua, fazendo qualquer coisa que não fosse escutar coisas que ele achava ser baboseiras durante algumas horas.

 

Mas ele estava fazendo um sacrifício, um enorme sacrifício, e estava fazendo por causa dele. A gracinha que sempre estava presente nas missas que Jongdae era obrigado a comparecer, Junmyeon.

 

Um rapaz com cabelos descoloridos penteados de uma forma perfeita, utilizando óculos com uma armação preta que ele usava somente para ler as letrinhas miúdas da bíblia, quase sempre utilizando roupas mais simples e com um crucifixo enrolado na mão. Jongdae comparecia a todas as reuniões que sua mãe o obrigava a ir somente para admirar aquele rapaz que ele considerava um anjo, muitas vezes eles conseguiram conversar, mas em algumas delas, Junmyeon ficava extremamente envergonhado e Jongdae se lembrava claramente dos dedinhos pálidos do outro tremendo de leve.

 

Era como diziam na atualidade, Jongdae estava com um “crush” no menino que conheceu na Igreja, para sua felicidade o rapaz era provavelmente bissexual e isso dava alguns pontos positivos para o Kim que já se sentia eufórico em ver o outro entrando pela porta e se dirigindo para seu lugar de costume.

 

De imediato, Jongdae se levantou e rumou para se sentar ao lado do outro, que o encarou assustado. Desde que ambos começaram a se falar, por mais que tenham sido poucas vezes, Jongdae sempre tentava se aproximar mais e mais de Junmyeon, mas é claro que respeitando o seu espaço e suas vontades. O loiro de fato estava interessado, mas sua timidez deixava tudo mais complicado.

 

— Oi, tudo bom contigo? — Falou o moreno com um sorriso enorme nos lábios.

 

— Eu já te disse que seu sorriso parece o de um gatinho? — Disse Junmyeon com um sorriso pequeno, e esse foi o momento que Kim Jongdae sentiu todo seu corpo tremer e sua face esquentar e pintar-se em um tom avermelhado que entregava sua vergonha. A língua de Junmyeon passou por entre os lábios para molhá-los e claro que isso não passou despercebido pelo moreno.

 

— O que essa língua faz além de lamber esses lábios bonitos? — Perguntou Jongdae com um sorriso completamente malicioso e Junmyeon respondeu logo em seguida.

 

— Lambe meus dedos… — Falou o loiro abrindo a bíblia, Jongdae arregalou os olhos e analisou o rapaz que até então ele acreditava ser completamente puro. — Para que eu possa virar as páginas da bíblia com mais facilidade para pecadores como você! — Alfinetou o crente, Jongdae colocou a mão no peito, fingindo estar completamente atingido e ofendido.

 

Junmyeon ajoelhou-se para poder fazer a oração que sempre fazia antes da reunião começar e Jongdae não perdeu a oportunidade de tentar atiçar o outro.

 

— Não é só porque você ajoelhou que você tenha que somente orar… — Falou se aproximando da orelha do outro e devido a proximidade dos dois, Jongdae pôde perceber alguns pelos do corpo do loiro se arrepiarem com a voz sussurrada em seu ouvido.

 

— C-Cale a boca! Não é nem dez horas da manhã e você já está nesse pique… Meu santo Jesus Cristo! — Junmyeon balbuciou em meio a um gaguejo envergonhado, Jongdae deixou escapar uma risadinha e voltou a se sentar, encarou as paredes brancas daquele lugar e olhou ao redor, vendo alguns olhares tortos vindo em sua direção, era capaz até mesmo de adivinhar o que aquelas pessoas pensavam.

 

“Ele está corrompendo o doce Junmyeon!”

 

No caso, Jongdae tinha certeza que eles pensavam isso pois ele já havia escutado essas palavras dos lábios de um dos senhores que frequentavam aquela igreja, isso em um dia que Jongdae abraçou Junmyeon na saída da Igreja. Digamos que o Kim não tinha uma boa fama naquele bairro, e digamos que Junmyeon também não ligava muito pra isso.

 

Junmyeon voltou a se sentar e Jongdae se sentou ao seu lado, os mindinhos ficaram entrelaçados em cima da coxa do mais novo, a bíblia aberta no colo de Junmyeon e os óculos pretos em seus olhos. Jongdae uma vez levou Junmyeon para comer algodão doce em um parque quando foi guiá-lo até a barraquinha, segurou em seu mindinho com o próprio mindinho dele e isso de fato pegou e sempre que eles estavam próximos, isso acontecia de forma involuntária, era como se os dedos estivessem entrelaçados.

 

O padre foi para o lugar que ele deveria estar e logo começou a reunião com uma breve oração, Junmyeon olhava atento para o mesmo e lia os versículos conforme eles eram citados, o outro sentia um tédio enorme pois não estava prestando atenção em nada. Toda a reunião seguiu de forma extremamente chata para Jongdae e extremamente interessante para Junmyeon.

 

—Junmyeon, posso falar com você por um instante? — O padre disse ao se aproximar dos dois rapazes que estavam prestes a sair da igreja, os dedos mindinhos ainda grudados um no outro. Junmyeon saiu do lado de Jongdae com um sorriso no rosto como se dissesse que voltava logo, não é à toa que deixou sua bíblia com o outro.

 

— Pois não, padre? — O loiro perguntou arrumando os óculos em seu rosto e encarando o padre, ele era como um pai para si e sempre se preocupava em saber se ele se sentia confortável na igreja e se havia gostado da reunião.

 

— Desculpe-me se estou sendo muito invasivo mas não é novidade nenhuma que eu me preocupo bastante com você, como se fosse um filho. — Falou colocando a mão no ombro do loiro que somente assentiu deixando que o senhor falasse — Mas o que está acontecendo entre você e aquele outro rapaz?

 

— Perdão Padre, mas não entendi. — Falou o garoto com um olhar inquisitivo.

 

— Está acontecendo algo a mais entre vocês? Romanticamente falando. — O senhor disse tentando parecer o menos agressivo e invasivo possível mas aquela pergunta era até mesmo indelicada aos olhos do mais novo.

 

— Desculpe-me a grosseria Padre, mas o que isso tem a ver com o senhor? — O jovem perguntou removendo os óculos que faziam um certo suor acumular em seu nariz e aproveitando para encarar o homem mais velho.

 

— Tudo bem se não quiser falar, mas nós sempre estaremos aqui para tentar ajudá-los se vocês quiserem a ajuda. Você sabe que eu sempre penso no meu bem, Junmyeon. — O padre falou com um sorriso mínimo nos lábios e logo se retirou deixando Junmyeon com uma cara emburrada de indignação.

 

Junmyeon voltou ao encontro de Jongdae e permaneceu quieto a todo momento, pensativo em como as pessoas lidavam com o simples fato de dois homens se gostarem de uma forma que ninguém decidia se realmente iria acontecer.

 

Jongdae havia levado o loiro para tomar café de verdade já que ambos saiam bem cedo de suas casas para assistir a missa na Igreja, ele se sentia incomodado com o silêncio dele que havia se instaurado logo depois que ele voltou da conversa com o padre.

 

— Aconteceu algo, Jun? — Perguntou Jongdae após engolir um pedaço do croissant que havia pedido.

 

— Não, só estou pensando. — Respondeu o loiro sem muito ânimo.

 

— Pensando no que? — Perguntou Jongdae se apoiando na mesa para conversar com Junmyeon o olhando nos olhos. — Desde que você conversou com aquele cara lá, você está todo esquisito e quieto, me conta o que houve.

 

— Só estou pensando em algumas coisas, coisas que envolvem nós dois. — Junmyeon disse sem pensar e isso atiçou algo que estava adormecido dentro do peito de Kim Jongdae. Ambos sentiam algo um pelo outro, Junmyeon custava para admitir mas de forma nenhuma era capaz de negar as carícias que o outro fazia em si.

 

A cadeira de Jongdae que estava do outro lado da mesa, do lado contrário da de Junmyeon, agora estava encostada ao lado da cadeira dele e Jongdae tinha seu polegar acariciando a bochecha do outro, na expectativa de que aquilo o deixasse mais relaxado para que ele falasse logo de uma vez o que aquele homem havia dito.

 

— O que envolve nós dois, bae? — Perguntou depositando um beijo de leve nas bochechas pálidas do loiro que logo se esquentaram levemente, tão leve que Jongdae não foi capaz de sentir, mas Junmyeon sentiu e sentiu tanto quanto as outras vezes que o outro lhe tocava, eram sensações e sentimentos que eram difíceis de explicar.

 

— Você sabe… — Respondeu de uma forma baixa que Jongdae achou adorável, os braços de Jongdae envolveram o corpo de Junmyeon e apertou de leve o corpo do outro.

 

— Jun, me dá um beijinho? — Pediu o moreno rente ao ouvido do outro que sorriu de uma forma envergonhada escondendo o rosto no pescoço de Jongdae.

 

— Deus não gosta disso, Dae. — Falou Junmyeon segurando o riso e se afastando um pouco para olhar o rosto de Jongdae que provavelmente tinha um sorriso estampado nos lábios do mesmo.

 

— Poxa, é só não contar pra ele. — Falou em um tom de brincadeira, aquela leve bobagem entre os dois foi capaz de arrancar um sorriso enorme nos lábios de Junmyeon e que logo em seguida colou os próprios lábios nos de Jongdae.

 

— Nós estamos meio que… — Junmyeon iniciou a frase mas não soube como terminá-la.

 

— Ficando. — Jongdae disse terminando de comer o que havia pedido.

 

— Não me agrado muito dessa palavra, eu gosto bastante do que temos… Não sei o que dizer. — Junmyeon apertava os dedos de Jongdae que estavam emaranhados nos seus, eles se encararam e sorriram de imediato.

 

— Eu quero oficializar algo contigo se te fizer feliz, mas quero que seja em um outro momento… Talvez na minha casa durante esta tarde na qual meus pais estão fora de casa. — Falou Jongdae com um sorriso sacana nos lábios, Junmyeon revirou os olhos mas não deixou de sorrir.

 

— Por mim tudo bem.  

 

~~

 

Os dois rapazes estavam jogados no sofá-cama que tinha na sala dos pais de Jongdae, um balde de pipoca no meio dos dois e um filme de terror passando na televisão, Jongdae só estava tentando tomar coragem para dar o primeiro passo, mas Junmyeon estava tão concentrado nas cenas que a personagem estava sendo exorcizada por um padre qualquer que Jongdae não sabia nem como tentar avançar.

 

Os lábios de Jongdae foram de encontro ao pescoço imaculado de Junmyeon, beijos suaves foram deixados por toda a extensão do pescoço do loiro, pequenos suspiros escapavam dos lábios do mesmo e ele já não estava tão concentrado assim naquele filme, até mesmo aquela pipoca parecia menos saborosa naquele momento.

 

O balde foi parar longe de alguma maneira, os dedos de Junmyeon já estavam no couro cabeludo de Jongdae, puxando de maneira que ele tentava diminuir todo o fogo que se acumulava dentro de si, as mãos percorriam livres pelos corpos de ambos e os estalos daquele beijo eram audíveis para qualquer um que chegasse ali naquele momento.

 

Todo aquele momento foi interrompido por Jongdae que desgrudou os lábios de seu amado e logo demonstrou sua ofegância, mas isso não o impediu de falar o que estava entalado em sua garganta.

 

— Pelo sangue de Jesus Cristo, namora comigo! — Gritou as últimas palavras e Junmyeon começou a rir pela forma afobada que Jongdae havia pedido.

 

— Sim! — Gritou da mesma forma e logo voltou a beijar seu novo namorado, ele nem sabia como iria contar aquilo para seus pais e nem se iria contar, mas isso não importava, não seria uma religião, seus pais ou qualquer coisa que iria impedir que ele namorasse com Jongdae, ele o fazia feliz e o fazia bem e isso era o que importava. — Me perdoa senhor, mas hoje irei pecar. — Disse Junmyeon arrancando uma risada pervertida logo em seguida de Jongdae que logo entendeu o que seu namorado queria dizer.

 

Deus que os perdoem, mas eles pecam e não se importam nenhum pouco com isso.

 


Notas Finais


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