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História O Dragão e o Lobo - Daenerys Targaryen


Escrita por: HenriqueVietri

Notas do Autor


Boa tarde galera, perdoem a demora. Estive ocupado em projetos pessoais, inclusive em algumas obras mais pessoais. Enfim, respondam-me nos comentários - caso desejem: sentiram saudade? kkkkkk Enfim! Eu estive escrevendo este capítulo e o mesmo é o prelúdio dos grandes eventos que vão se desenrolar. É uma obra baseada em Martin, portanto todos vocês sabem que vai haver desgraças - contudo, não contarei quais.
Costumo a escrever todas as minhas obras ouvindo música. É intrigante como ela inspira você, eu jamais consigo escrever sem ouvir uma boa música. Este capítulo foi escrito ao som de "Destiny of Love - Olivia Orr" da Trilha sonora do game Dragon Age 2 - por mais que eu goste mais de Dragon Age Origins. kkkkk. Além de ter sido escrito ao som da também adorável música "While Your Lips Are Still Red - Nightwish", uma música gótica, sombria e adorável. Inspiradora, admito. Enfim! Espero que gostem! O próximo vai iniciar uma cadeia de eventos incessante.
Abraços!

Capítulo 7 - Daenerys Targaryen


Daenerys

Os dias se passavam velozmente, de tal forma que Dany sentia todo o peso do evento que se aproximava. Nada poderia ser mais perturbador do que a insana ideia de um casamento tão pomposo. A presença de muitos Lordes de todos os Sete Reinos era esperada, sem contar a imensa festa que seria promovida, a grandiosa guarda que seria provida a fim de manter o evento. Contudo, Dany não conseguia mentir para si mesma e dizer que tudo estava bem, que o mundo estava em paz, e que nada a amedrontava. Sentia um calafrio percorrer a sua espinha, corroendo sua alma em meio à perturbação e a agitação de Porto Real. Esse era o primeiro problema.

O segundo era a forma óbvia como Rhaenys tentava roubar o que lhe pertencia. Sim, a mulher tinha poderes de sedução incomparáveis, técnicas no sexo que muitos diziam serem inalcançáveis – aprendidas por ela em Lys, segundo muitos. Dany tinha somente uma boa dose de inocência e um pouco de sagacidade, além de ter sido muito bem criada por Rhaella e Viserys. Foram uma família feliz depois do fim do Rei Aerys II, o Louco, e isso lhes proporcionou uma paz que alguns diziam ter enfraquecido a dura casca dos dragões.

Mas a Draconata jamais seria assim. Diziam que ela era Visenya por inteiro, a reencarnação da mulher mais temida dos Sete Reinos em toda história. Dany se sentia mais como Naerys, a Rainha de Aegon IV, a medrosa, aquela que desejara a vida inteira ser uma irmã silenciosa. Uma fraca. Não, você não deve aceitar isso. Jaehaerys ama você, e não aquela bruxa de pernas bambas de tanto dar a...

- Está pensativa, querida.

Às vezes a vida tinha as suas doses de ironia, mas ela estava na Fortaleza Vermelha, então não deveria esperar menos. Rhaenys Targaryen andava de um lado para o outro como um porco a chafurdar o lixo – pois diziam que ela e Varys tinham habilidades extremamente úteis ao ouvir “sussurros”. Graças a estes ditos “dons”, ela conseguia aparecer de repente em todos os lugares do castelo quase como se brotasse do chão. A mulher trajava a jaqueta negra de sempre e o chicote preso juntamente ao cinto, juntamente com uma mecha de cabelo jogada sobre o olho esquerdo. Ela tenta seduzir tudo a sua frente, mas somente um ela deseja. Aquilo que é meu.

- Gostaria de ter parado para pensar em outro lugar.

- Não fique assim, você vai se casar. – Rhaenys sorria. – É um momento de alegria entre você e Jaehaerys, então eu não vejo motivos para tanta infelicidade. Anda! Dá um sorriso, mesmo que seja falso!

- Nem mesmo sorrisos falsos brotam quando você tenta tirar o que me pertence.

Rhaenys coçou o queixo.

- Então é disso que se trata. – ela pareceu pensativa. – Ouça bem, não é nada disso. Jaehaerys e eu vivemos umas boas partes de nossas vidas juntos, afinal, somos meios-irmãos. Eu o adoro da mesma forma que você, e não nego que o desejo. Mas ele te pertence, não é? O que posso fazer?

- Pode tentar tirá-lo de mim.

- Aparentemente eu não posso mesmo se quisesse. – notou a suavidade da sinceridade naquela voz. – Direi a verdade clara e objetiva: Jon te quer, e é tudo o que ele mais quer. Aceite, sim? Porém... – Rhaenys se aproximou dela e seus rostos quase se tocaram. – Cuide bem dele, ou eu vou enforcá-la com o meu chicote. Entende? Nada pessoal, mas odiaria saber que você não dá prazer a ele.

- Sua...

Lorde Renly surgiu com alguns amigos nobres das Terras da Tempestade, então Dany supôs que Rhaenys ia de encontro a eles quando – fatidicamente – encontraram-se. Odiava tê-la encontrado, de fato, mas fazia parte do destino. Esfregou os olhos e lamentou-se por sentir tanta fraqueza, por sentir um medo que Rhaenys não sentia. Ela sente sim, mas consegue escondê-lo habilidosamente. O que eu consigo além de me lamentar? O casamento estava chegando e odiaria dividir o púlpito com aquela mulherzinha, mesmo que em um evento tão glorioso. Ao menos, depois disto, teriam a chance de partir e deixar tudo para trás.

Recordou-se do que faria. O casamento aconteceria em três dias – somente três dias – e ela estava indo conversar diretamente com o Rei Rhaegar a fim de definir pouca coisa a respeito de si própria: para onde iria? Viserys governaria como Lorde de Pedra do Dragão permanentemente, isso era fato, mas e ela? Tinham seus planos, contudo não custaria nada compreender o que o irmão pensava a respeito. Aqueles salões de pedra eram abafados de modo perturbador, adoraria deixar aquele lixo fétido chamado “Porto Real”. Aegon Targaryen deveria ter escolhido governar as Cidades Livres em um Novo Império Valiriano. Mas que diabos ele pensou quando decidiu conquistar Westeros? De fato ela jamais o compreenderia.

Amava Jaehaerys, mas toda vez que estes pensamentos passavam pela sua cabeça, começava a se sentir uma tola desesperada. Seu espírito jamais seria impetuoso como o de Rhaenys e caminhou com este pensamento irresoluto em sua mente.

- Eu sei que você me ama tudo bem?

A voz de Jaehaerys ressoava próxima do quarto dele. Estive tão pouco aqui na Fortaleza Vermelha que quase me esqueci. Lamentou-se.

- Pensei alto demais?

- Um pouco, principalmente quando falava a respeito do seu ódio por Rhaenys. – respondeu Jon. – Lamento por permitir que você se sinta assim, e lamento também por você achar que é frágil demais para mim, mesmo que eu não concorde com isso. Existe uma maneira de fazê-la não pensar nisso faltando três dias para o casamento?

- Não sei se há uma forma. – disse Daenerys um tanto decepcionada. – Mas eu posso tentar melhorar neste quesito.

- Seja você. – insistiu Jon. – Por que você quer se parecer com Rhaenys? Se eu preferisse amar alguém como ela, eu a teria escolhido, não acha? – ele coçou a cabeça e sorriu sem jeito.

- Faz sentido. É só insegurança.

- Desnecessária, mas compreensível. Eu não sei de muita coisa a este respeito, mas compreendo.

Aproximou-se lentamente dele e abraçou-o calorosamente. Adorava como a sua pele era quente, como os seus abraços sempre eram amorosos e ele compreendia exatamente como ela se sentia em determinados momentos. Por mais que adorasse tudo isso, ainda reconhecia a extrema necessidade de deixar a criança morrer dentro dela. Sonhava em viver em algum lugar silencioso nas Cidades Livres, em uma que fosse especificamente valiriana, caso concordassem com isso. Lamentava ter que passar por um casamento extremamente pomposo.

- O casamento pomposo faz parte da mágica. – brincou Jon. – Rhaegar e Lyanna não tiveram isso, pois o fizeram durante a Rebelião. O nosso será um prelúdio, e é exatamente isso que o Rei tenta transparecer: o segundo e não herdeiro casa primeiro, logo após ele vem o herdeiro e legítimo Rei de Westeros.

- Melhor que nós nos livremos deste peso primeiro. – respondeu Dany.

- De fato.

Ao menos ela estava casando com alguém que amava.

- Margaery ou Arianne? – indagou Dany.

Os Sete Reinos continuavam se perguntando a este respeito. Havia muita coisa acontecendo, principalmente em relação à disputa pelo futuro Rei. Reconhecia que nenhum Stark se casaria com Reis – não mais. Pelo menos não em um futuro próximo. – Sansa estaria destinada a outro, e este possível destino seria Viserys. Contudo, a quem Rhaegar buscaria agradar? Arianne Martell era filha mais velha de Doran, herdeira de Dorne. Para que se casassem, ela deveria abdicar de seus direitos em favor de Tristane ou Quentin – mesmo que Dany reconhecesse que este não era um empecilho. Margaery Tyrell era um caminho teoricamente mais fácil, mas que poderia indispor o Trono de Ferro com Dorne novamente.

- Arianne é a escolha óbvia. – concordou Jon. – Meu pai não pretende se indispor com Dorne novamente.

- Mas a Campina também deseja atenção.

- Todos querem atenção neste Reino, por isso eu quero ir embora.

Gargalharam juntos. Notou que adorava isso. Seus pensamentos voltaram ao casamento que ocorreria em três dias, a viagem longa que fariam em busca de um novo lar, e em uma nova vida que tentaria encontrar. Caso tudo desse errado, simplesmente voltariam com o rabo entre as pernas – mas não para Porto Real, e sim para Pedra do Dragão ou Winterfell. A Rainha Lyanna odiaria tê-lo longe, porém as coisas tinham de proceder daquela forma. Eu tenho que levá-lo para longe comigo, escapar de toda esta intriga e ódio. Rhaenys, por mais que fosse odiosa às vezes, não costumava a ser dada a intrigas – a despeito de ser espiã.

- Vamos falar menos disto por enquanto. – disse Jon. – Deixemos tudo desenrolar lentamente, sem muita interação da nossa parte.

- Gosta de surpresas? – perguntou.

- Às vezes cai bem.

A forma como Jaehaerys a fazia sorrir demonstrava o quanto desejava tê-lo junto de si. Três dias, são somente três dias. Nada vai estragar este momento e, quando ele acabar, nós estaremos distantes o suficiente daqui. Tenha paciência. Pensou consigo mesma. Cuidara dos detalhes pessoalmente, nada poderia incomodá-los.

- Pretendo surpreender a todos aqui também. – disse Jon. – Quero que eles vejam o quanto suas profecias ao meu respeito eram infundadas.

Nada o atormentara mais durante a vida do que a ideia de ser Azor Ahai renascido, o motivo da Rebelião e do caos que foi instaurado nos Sete Reinos há bons anos atrás. Dany conhecia Jon em seu íntimo e sabia o quanto isto o atormentara durante uma vida inteira, e nada poderia ser mais perturbador do que o peso do mundo nas costas de uma criança que, segundo todos, nascera para ser o Herói de Todas as Eras, aquele que empunharia a Lumínifera novamente. Este suposto dever o atormentara durante uma vida inteira e ela já não desejava mais vê-lo assim. Não mais.

- Não posso dizer que desejo não vê-lo como Azor Ahai, caso este seja o seu destino, mas... – Dany acariciou o rosto dele delicadamente. – Lamento que tanto peso tenha sido colocado em suas costas, mesmo uma criança, que sequer sabia realmente o que queria ser quando crescesse. Por mais que Rhaegar e Lyanna tenham se amado incondicionalmente, eu ainda não posso compreender tudo com exatidão.

- Imagine eu. – respondeu Jon com ares de decepção. – Como eu disse: em breve isso não fará mais diferença. O mundo não vai acabar, a não ser que haja outra guerra como a Rebelião de Robert.

Daenerys beijou-o delicada e suavemente, suas mãos abraçavam o rosto dele, segurando firmemente as suas bochechas. Alimentou-se daqueles lábios carnudos e quentes, sentindo o sabor, a forma como ele se entregava toda vez que Dany o procurava. Permaneceu com o rosto próximo do dele com um sorriso terno em sua face, lamentando por não ser dele ainda e, acima de tudo, que Jaehaerys ainda não lhe pertencesse diante dos deuses. Beijou-o novamente e esperou silenciosamente com os olhos semicerrados e a boca próxima da dele. Era apaixonada pelo hálito quente e suave de menta dele.

- Sem mais guerras para nós dois, eu creio. – suas mãos passeavam pelo rosto dele. – Oh, Jon! Beije-me, beije-me enquanto meus lábios estão vermelhos, enquanto eles ainda estão em silêncio. Descanse em meu colo intocado, sinta-se seguro em minhas mãos, mergulhe nos meus olhos enquanto eles ainda não estão cegos. Ame-me eternamente enquanto a noite ainda esconde a manhã. Lembre-se do que eu sempre te disse.

Jaehaerys rendia-se de todas as formas quando estava próximo dela. O seu encanto possuía uma forma diferente de sedução. Rhaenys poderia ter todos a sua volta, mas Azor Ahai – ou pelo menos aquele que todos diziam sê-lo – pertenceria somente a ela.

- Perdoe-me, eu...

Ela tocou os lábios dele com ternura utilizando o indicador da mão direita.

- O primeiro dia de amor nunca retorna, uma hora de paixão nunca é um erro, como uma harpa na mão do poeta. Todo o coração gentil toca a nossa música em homenagem ao nosso amor eterno. Jamais se esqueça disso.

Beijou-o mais uma vez com a mesma delicadeza de outrora. Três dias, somente meros três dias e depois tudo acaba. Liberdade.

Tudo o que precisavam era de liberdade.



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