O Halloween surgiu entre o povo Celta, em que praticavam um antigo festival pagão denominado Samhain (termo que significa "fim do verão").
O Samhain durava três dias – os Celtas acreditavam que no último dia do verão, 31 de Outubro, os espíritos saiam dos túmulos para se apoderarem do corpo dos vivos – e era conhecido também pelo ritual em homenagem ao "Rei dos mortos".
Mas o maior destaque desse festival eram as enormes fogueiras e a celebração da abundância de comida.
Com o tempo, o Samhain foi se multiplicando e sendo celebrado em outros lugares até que se definiu, de forma irrevogável, com o nome popular de Dia das Bruxas. Porém, seu maior destaque se deu quando a prática do festival passou a se adequar a cultura americana dos Estados Unidos, foi ali que o Halloween ganhou força e se multiplicou mais ainda entre as nações.
Atualmente, o festival tem diferentes finalidades, celebra os mortos ou a época de colheita, marca o fim do verão e o início do outono no hemisfério norte. Mas o tema mais comum continua sendo as festas, as fantasias, decorar casas, fazer lanternas de abóboras e fazer uso da tão famosa frase gostosura ou travessura.
- Hey... Hina, olha pra mim – O loiro chamou a atenção da morena e a mesma desviou o olhar da pesquisa na tela do notebook e o fitou – Eu sou o Espírito do Halloween – Ele colocou a abóbora já “esculpida” em frente ao rosto – E vim aqui levar a sua alma – Brincou, imitando a voz do Espírito que o colocara naquela empreitada.
- Não brinque com coisas sérias, Naruto-kun – Advertiu, mas havia achado engraçado a imitação dele.
- O que esta fazendo ai? – Deixou a abóbora de lado e aproximou-se dela.
- Buscando respostas – Proferiu, voltando a se concentrar no texto da tela do notebook.
- Rei dos mortos? – Perguntou ao ver as palavras destacadas.
- Sim – Ele a fitou, esperando que continua-se – Acho que essa é a verdadeira origem e o verdadeiro nome do Espírito do Halloween.
- Bem, eu não ligo qual o nome dele. Só sei que quando isso acabar, vou encher aquela abóbora de porrada – Bateu com o punho fechado na outra mão, o olhar raivoso.
- Você não pode bater no Espírito, Naruto-kun – Ela riu – Então... – Fechou a tela do notebook – Vejo que terminou sua abóbora.
- Sim! Veja – Pegou a abóbora novamente, mostrando para ela.
- Ficou boa – Sorriu.
- O que vamos fazer agora? – Questionou curioso e a morena deu um sorriso sapeca. – Ah... Você tá com cara de quem vai aprontar – Era uma afirmação óbvia.
○ ○ ○
- Vai Naruto-kun, força! – Incentivou a perolada.
- Estou fazendo força – E realmente estava, tanto que o rosto estava vermelho, uma gotícula de suor escorria pela testa e os músculos estavam tensos. – Consegui! – Vibrou, a tampa numa mão e o pote de açúcar na outra.
- Muito bom – Bateu palminhas comemorando – Mas chegou uma hora que pensei que estava pra parir – Brincou – Seu rosto ficou vermelho, parecia que ia explodir – Riu.
- Hahaha... Muito engraçado – Ironizou, mas logo riu também.
- Vamos terminar esses doces, não queremos que pratiquem travessuras conosco, né? – Perguntou de forma divertida.
- Sim – Abriu o saco de farinha com força, rasgando o mesmo e fazendo com que a farinha espirrasse neles e se espalhasse pela cozinha.
- Naruto-Kun! – A morena tentou se proteger em vão.
- Perdão – O loiro riu em meio a tossidas. O rosto e o cabelo totalmente brancos e cobertos de farinha.
- Sujamos tudo de farinha – Ela o olhou e riu – Você está todo sujo de farinha. – Se aproximou e limpou o rosto dele.
- Arigato – Passou a mão no cabelo, retirando um pouco de farinha. – Vamos ter de limpar isso aqui – Exclamou olhando ao redor.
A grande e espaçosa cozinha da cafeteria estava com o chão - em volta deles - e com a bancada totalmente sujo de farinha.
- Sim, vamos ter que limpar isso aqui – Repetiu o mesmo que ele e sorriu.
○ ○ ○
Já era por volta das 18h00min, eles haviam se ocupado bastante durante a parte da manhã e da tarde conversando e fazendo doces, e as pessoas – desde cedo – continuavam a aproveitar o dia de Halloween. Como o festival era apreciado pelas pessoas daquela pequena cidade, o dia das bruxas era quase feriado e por isso os estabelecimentos estavam fechados, isso incluía a cafeteria de Hinata.
- Os biscoitos estão prontos – Avisou a morena. A mesma estava de avental e luvas de pano, estava retirando a forma de biscoito do forno.
- Por favor, me diz que podemos come-los – Pediu e o estômago roncou em expectativa. – Está com um cheiro ótimo – Elogiou, sentindo o cheirinho bom da massa doce com chocolate.
- Sim, podemos – A morena disse e o loiro quase comemorou, como se fosse uma vitória.
- Adoro seus doces, principalmente os biscoitos – A confissão fez com que ela o olha-se.
- Isso foi inesperado.
- Uhm? – A olhou – Meu dia esta sendo inesperado e inusitado. – Exclamou e a perolada assentiu.
- Isso eu concordo – Riu – Vamos comer então? – Pegou novamente a forma de biscoitos que tinham forma de abóbora.
- Você tá fazendo isso de propósito, né? – Indagou ao ver o formato dos biscoitos – Eles ficaram menos atrativos agora – Bufou.
- Não seja bobo, garanto que estão deliciosos – Afirmou – Esqueça aquele Espírito por um momento e se concentre no presente.
- Falar é fácil, não foi você que sofreu uma maldição – Resmungou.
Hinata suspirou, mal sabia ele que ela sofria de uma maldição chamada amor platônico. Ao menos era o que parecia e o que ela achava.
- Faça um esforço, um biscoito não vai te matar – Ela pegou um e levou a boca dele. – Coma.
- Um biscoito não, mas o cabeça de abóbora sim – Revirou os olhos e deu uma mordida, sentindo as gotinhas de chocolate derreterem na boca. – Uhm... – Ele sorriu – Isso está uma delícia.
- Eu disse – Ela sorriu também e pegou um biscoito para comer.
- Ah... – Suspirou mastigando – Que saudade estava desses biscoitos caseiros – Murmurou de boca cheia.
- Olha a boca – Alertou e sorriu com o olhar de desculpa dele – Quer algo para beber?
- Tem algo que não seja relacionado a chás e cafés? – Perguntou depois de engolir.
- Você deveria beber menos – Exclamou logo de cara, já sabendo que o que ele queria era uma bebida alcoólica. – Não acha que esta frio para uma bebida fria? – Questionou pegando dois copos.
- Meu sangue circula quente por minhas veias – Aquela era a desculpa mais esfarrapada que Hinata escutara – E também, se nada der certo e por ventura eu perder a minha alma, gostaria que minha última bebida tenha sido comemorando com você.
- E o que exatamente estamos comemorando? – Indagou e retirou uma garrafa de vinho de dentro de um dos armários da cozinha.
- Ao presente! – Ele sorriu.
○ ○ ○
Naruto não fizera com má intenção, ele havia esquecido que amiga era fraca pra bebidas e agora o resultado era uma Hinata com as bochechas coradas e que estava flertando com ele. Não que isso fosse ruim, muito pelo contrário, o loiro estava adorando.
O loiro sabia que a morena o amava, mas o que ela não sabia era que o sentimento era correspondido, porém com a morte dos país, o rapaz de olhos azuis havia guardado esse amor à sete chaves dentro do coração. Mas era impossível esquecer o que sentia, porquê por mais que tenha tentado se afastar a perolada não se afastava, então escondeu e mascarou o sentimento que foi substituído pelo torpor do luto.
Ele não queria agir errado, mas ter ela ali tão venerável e entregue, sem as barreiras da timidez que concedia limites para ela, era quase como um convite para abrir o jogo.
- Eu senti tanta falta de partilhar momentos assim com você, Naruto-kun – Proferiu, a voz continuava num tom gentil e carinhoso que ele adorava.
Era incrível como estar perto de Hinata o fazia se esquecer de tudo, como se nada mais preocupa-se ou importa-se.
- Estava parecendo um mendigo moribundo, todo largado naquele sofá e trancafiado dentro de casa – Exclamou brincalhona. – Gosto de você assim... Aqui comigo – Proferiu – É desse Naruto-kun que eu gosto – O abraçou e fez questão de afundar o rosto contra o peito másculo dele.
- É, acho que você bebeu demais – A afastou e olhou no fundo dos olhos perolados dela.
- Sua culpa – Ela acusou fazendo um biquinho.
- Você poderia ter recusado – Alfinetou e o bico contrariado da morena aumentou ainda mais – São seis horas da tarde e você já está bêbada.
- Não estou bêbada, só levemente alcoolizada – Esclareceu – E caramba, já é isso tudo? – Indagou surpresa – O tempo passou rápido. – O olhou novamente – O tempo passa depressa quando estamos com alguém especial, né? – Sorriu, enlaçando o braço no dele.
- É – Respirou fundo – É sim, Hina – Confirmou a afastando um pouco – Você fica manhosa e grudenta quando bebe.
- Isso é um problema? – O olhou novamente, colocando uma das mãos na coxa dele, próxima a virilha.
- Bem... – Suspirou – Torna-se um problema quando se é amiga e esta bêbada – Afastou-se totalmente, ficando em pé e deixando uma morena confusa sentada sob o balcão – As coisas tem que ser feitas da maneira certa – Esclareceu tentando explicar.
- Estou consciente dos meus atos, Naruto – A falta do sufixo “kun” foi o suficiente para saber que ela havia se chateado – Tão consciente que entendo uma rejeição – Exclamou com mágoa e o loiro arregalou os olhos.
- Não, não Hinata...
- Não adianta negar, Naruto – Proferiu, não deixando o mesmo falar – Estou cansada das suas rejeições – Levantou-se – Eu fiz o possível, mas parece que não foi o suficiente – Comentou indo em direção as escadas, pois a moradia dela ficava em um cômodo acima da cafetaria.
- Você entendeu errado... – O loiro continuava parado no mesmo no lugar, a olhando.
- Tudo que eu entendi é que minha parte eu já fiz – Proferiu e sumiu da vista do loiro ao subir a escada.
“Puta que pariu, que merda eu fiz”
Esse foi o último pensamento do loiro ao deixar o estabelecimento. Ele sabia que não ia adiantar falar com Hinata agora, ela estava bêbada e magoada, com certeza não ia escuta-lo.
Mas ele não havia a rejeitado, só não queria ser um idiota e fazer as coisas com ela alta, porém o problema ali foram as outras rejeições, ela não aguentaria para sempre.
- Eu sou um idiota – Bateu na própria testa e sentiu um sussurro sob o ouvido, como se alguém confirma-se aquela frase e isso fez os pelinhos da pele se arrepiarem, mas não era um bom arrepio.
Naruto interpretou aquilo como um mal sinal. Estava ferrado.
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