História O impossível - Reescrevendo - Primeiro dia de aula

P.o.v Selena

Acordo com o despertador do meu celular tocando alto me fazendo resmungar alguma coisa indecifrável até mesmo por mim. Desligo o alarme e vou direto pro banheiro tomar um banho. Procuro por uma roupa e pego a primeira coisa que vejo pela frente, pego meu colar da sorte, me sento em frente a penteadeira e arrumo meu cabelo. Desço e vejo minha mãe adotiva fazendo café.

 - Olá - Digo, ela me olha e sorri em seguida.

Não sou muito apegada a minha mãe adotiva, na verdade ela nem me adotou oficialmente, quem o fez foi sua irmã mas a alguns meses ela morreu para o câncer. Eu senti um impacto tão grande que acabei desenvolvendo depressão, ainda tenho crises às vezes e por isso tomo remédios. A verdade é que eu acho que ela só aceitou cuidar de uma garota fodida da cabeça como eu porque se sentiu obrigada e não porque queria. Porém eu não reclamo, ela poderia de qualquer modo me devolver ao orfanato e não o fez e sou grata por isso. Nosso único problema é que eu quase nunca dirijo a palavra a ela, não por algum motivo idiota como ódio gratuito mas sim porque é o meu jeito. Termino meu café e pego minha bolsa.

- Adeus - Digo antes de sair.

- Adeus. Eu coloquei dinheiro na sua bolsa. - Ela diz.

- Obrigada. - 

Espero Max na esquina de casa impaciente, até que avisto um carro preto se aproximando.

- Olá - Ele diz sorrindo

- Olá. - Respondo me sentando no banco do carona.

Max é atraente, pelo menos até o ponto em que amigos se consideram atraentes, ele possui olhos azuis, pele clara e cabelos escuros. 

Flashback on

Chego em um lugar completamente estranho. Olho ao redor e percebo que estou cercada por crianças da minha faixa etária e até mesmo mais velhas. Uma mulher se aproxima sorridente, dizendo que aqui eu ficarei com crianças como eu. Não entendo de princípio mas depois de um tempo entendo oque ela quer dizer.  As crianças aqui não tem pais assim como eu, algumas até tinham mas as abandonaram.

Eu estou sentada comendo pois é a hora do almoço, ninguém quis se sentar comigo, estava tudo bem aparentemente,  até que alguns meninos maiores que eu se aproximam  e começam a puxar meu cabelo.

- Ela é bem bonitinha não é?  - Um deles diz pros outros garotos, enquanto eu tentava me livrar deles em uma tentativa completamente falha.

- Pois é, e gostosinha também. - O outro responde.

A este ponto eu já havia desistido de me soltar, até que vejo um menino de cabelos negros da mesma idade dos outros se aproximar e dizer:

- Soltem ela agora. - Ele diz com um tom autoritário.

- E quem vai fazer?  - Os outros perguntam.

- Eu mesmo. - Ele diz calmo. Ele parte para cima deles e dá um soco no queixo de um dos garotos  o jogando em seu amigo e logo depois se vira dando um chute nas partes íntimas de um outro garoto. O garoto que ele empurrou se levanta e dá um soco em sua boca mas isso não impede o garoto de cabelos negros o bater novamente, uma moça chega gritando e parando a briga, percebo que foi a mesma moça que falou comigo assim que cheguei.

- Vocês 4 serão punidos!! Mas antes tratem de me explicar oque aconteceu. - O menino de cabelos negros diz a verdade e os outros 3 mentem, porém a moça me pergunta qual história é a verdadeira e eu, obviamente, digo a ela que é a do menino de cabelos negros.
- Vocês 3 vão limpar os banheiros durante uma semana como punição. - Ela diz se dirigindo aos garotos que me encheram o saco. - E você, irá passar hoje e amanhã no seu quarto sem sair de lá, nem para comer, alguém levará sua comida para seus aposentos. - Ela continuou olhando para o garoto que me defendeu, o mesmo bufa e assente subindo as escadas - indo para o seu quarto - deduzi.
- E você - Ela disse olhando pra mim e eu já me preparo para ouvir minha punição por literalmente nada - Está bem?  - continuou perguntando preocupada, eu assinto e me retiro.
Eu pergunto para algumas crianças onde é o quarto do garoto que me defendeu, porque eu quero agradece-lo. Subo uns dois lances de escadas e chego ao seu quarto, bato na porta e ouço sua voz calma falar:

- Entre - Assim faço e ele me encara sem expressão.

- Oi, eu queria agradecer por me defender hoje mais cedo. - Eu digo tímida.

- Não foi nada, eu faria isso por qualquer um. Aqueles caras adoram encher o saco de garotas bonitas. - Ele fala sorrindo de canto.

- Obrigada. - Digo sorrindo.

- Você está machucado. - Eu digo me aproximando e ele toca em sua ferida sangrenta perto de sua boca. Me aproximo e me sento em sua cama pegando seu rosto e examinando a ferida.

- Isso não foi nada. - Ele diz olhando no fundo de meus olhos. Eu o olho ironicamente e faço um curativo.

Depois deste dia viramos melhores amigos, e nada nem ninguém  nos separou, até que ele foi adotado por um casal e nunca mais voltou ao orfanato para me ver, porque os seus pais adotivos não deixavam. Eu fiquei brava e magoada no início mas depois, ele fugiu de casa e voltou escondido de todos apenas para me ver e passar um tempo comigo. Max me passou seu novo número e redes sociais, mas, infelizmente a sua estadia no orfanato não demorou muito para acabar pois o descobriram no orfanato e mandaram ele de volta para sua casa. Eu chorei feito uma criança estúpida mimada e não quis falar com ninguém.

Flashback off

- Ei? Ei!! - Max me chama, me tirando do transe de memórias.

- Oi? - Pergunto.

- Está ansiosa para o primeiro dia de aula? -

- Eu não, odeio primeiro dia de aula sempre tem umas pessoas idiotas pra encher o saco. - Ele ri.

- Verdade - Diz com um sorriso simpático nos lábios. Eu adoro vê-lo sorrir, acho que é pelo fato de que ele quase nunca sorria quando éramos crianças.
- Chegamos. - Ele diz parando o carro. Observo a escola grande a minha frente. Max estaciona o carro nas vagas que se encontram nos estacionamento e saímos do carro,  tiro meu caderno da mochila nas minhas costas e vejo os horários.

- Temos ciências na primeira aula. - Eu digo sorrindo pois eu adoro ciências, diferente de Max.

- Que azar - Ele fala bufando, me fazendo rir dele.

Estamos na sala e Max está sentado na minha cadeira pois estamos dividindo meu fone.

- Coloca Doubt. -

- Do Twenty One Pilots? 

- Óbvio - Ele diz sorrindo. Reparo em algumas garotas olhando para Max e cochichando animadas demais,  eu até esperava por isso mas não tão depressa.

- Acho que ela tá afim de você. - Eu digo apontando com a cabeça para uma garota sentada ao nosso lado um pouco mais a frente da nossa cadeira ( Minha cadeira que o Max invadiu sem o meu conceito.) Ele olha para garota que enrola o cabelo com os dedos enquanto mastiga um chiclete olhando com um olhar safado para ele que pisca para ela, a garota esconde o rosto corada.

- Idiota. - Eu digo dando um soco em seu ombro.

- Owwnt ela tá com ciúmes, eu também te amo nanica. - Ele diz me abraçando e eu murmurei um "besta"  mas não me livrei dos seus braços.

Havia passado algum tempo até que a professora finalmente entrou e passou a matéria. Max havia saído da minha cadeira a pedido da professora que me fez ficar corada pois suas palavras foram " Tem como o  lindo casal se separar por favor? ". Eu copio a matéria que a professora havia passado quando um garoto com cabelos castanhos claros entra na sala fazendo barulho e diz:

- Foi mau professora. - 

- Pra variar o senhor Bieber está atrasado...

Para o meu azar a professora depois de um tempo lembra de que sou nova e diz:

-  Eu havia me esquecido turma, hoje temos dois alunos novos, eles se chamam Selena e Max. Por favor se apresentem.
Me levanto e faço o que foi pedido e acabo  reparando que o garoto que chegou atrasado me encarou sem expressão a minha apresentação inteira, porém quando Max se apresenta ele abaixa a cabeça e começa a fazer sua lição, sem - aparentemente - prestar atenção em uma misera palavra que Max diz.