História O Inesquecível e Sempre - Rosas Vermelhas

– Você está atrasado...

Me assustei ao sentir braços percorrerem minha cintura, entrelaçando-a e puxando meu corpo contra uma parede de músculos firmes e estrutura alta.

– Jongin? – arrisquei, enquanto tentava olhar por cima dos ombros.

– Chamar o nome de outro alguém na cama é broxante, Baekhyun – disse Sehun, deixando um beijo no topo da minha cabeça e soltando minha cintura.

– Ah, eu pensei que fosse o Jongin... – comentei, rindo quando ele revirou os olhos. – E suas comparações sexuais que são broxantes, isso sim.

– Posso prometer que o ato não.

Agora fui eu quem revirei os olhos, desacreditado das palavras de Sehun e da piscadela em minha direção.

– Não posso acreditar que tenho Oh Sehun se oferecendo para mim – zombei, fazendo ele dar a língua em um típico ato infantil e provocativo enquanto imitava meus passos e seguia ao meu lado.

Apesar de ter muitos amigos, Sehun é o melhor e o mais duradouro, mesmo que ele seja dois anos mais novo e o mais irritante entre todos. Mas eu acho que não gostaria e nem o suportaria se ele não fosse exatamente como é: um irritante, convencido e galinha.

Ao adentrar no refeitório, avistei meus amigos sentados na nossa costumeira mesa. Não havia nomes ou identificações, mas todos sabiam o lugar que deviam ficar no refeitório: líderes de torcidas perto dos jogadores do time de basquete; os nerds e “estranhos” o mais longe possível; e os populares no meio, como uma linha de um campo que divide um time do outro, no caso entre os atletas pegadores e os virgens sedentários. Eu, no caso, faço parte do grupo dos populares. Nem sempre foi assim, já que Sehun entrou esse ano no colegial, e foi esse ano que eu o conheci. Certamente se não fosse por Sehun, eu seria apenas o garoto normal que alguns conheciam ou já haviam ouvido o nome pelo menos uma vez.

– Vocês viram o Jongin? – indaguei, me aproximando da mesa dos meus amigos e procurando pelo meu namorado.

– Ele estava aqui há minutos atrás... – disse Jongdae. – Mas ele disse que precisava encontrar você e saiu.

– Me encontrar? – Olhei confuso para Sehun, que deu os ombros e contorceu os lábios.

– Ele deve…

Sehun estava falando, mas foi interrompido pelo barulho de cadeiras afastando e vários gritos, assobios e murmúrios. Olhei para trás, confuso e curioso para saber porque todos estavam tão animados e surpresos.

Eu não posso acreditar…

Jongin vinha caminhando em minha direção, com um buquê de rosas vermelho em mãos e com uma embalagem bonita e branca na outra.

– Jongin, o que é isso? – eu disse, nervoso quando ele esticou o buquê em minha direção, com um sorriso grande e encantador nos lábios.

– Isso? Nada. Eu só acho que você merece ser presenteado todos os dias por ser a melhor coisa que já me aconteceu. Por ser a melhor pessoa que já conheci. Por ser meu incrível e lindo namorado. Eu sei que pode ser um pouco constrangedor e exagerado, mas eu não conseguia mais esperar e nem pensar em outra surpresa, Baekhyun.

– Jongin, eu…

Eu não tinha palavras. Sentia lágrimas acumularem no canto dos meus olhos, talvez de felicidade ou emoção, eu não sei, apenas sentia meu coração acelerar e minhas bochechas queimarem de vergonha. Eu nunca havia recebido uma declaração como essa.

– Eu te amo, Baekhyun!

– Eu também te amo, J-Jongin.

ღ

– Vocês não vão parar de se beijar, não? – implicou Sehun, jogando uma batata frita que pegou da bandeja de Jongdae e atacou em nós.

– É ciúmes ou carência, Sehun? – indagou Jongin, fazendo ele revirar os olhos e sorrir debochado.

– Para começo de conversa, vocês não fazem meu tipo. E, segundo, carência? –  Ele sorriu. – Ei, Sana, você pode vir até aqui? – ele gritou, para o refeitório inteiro, atraindo atenção de todos. Em poucos segundos, uma garota de cabelos loiros e que trajava uma roupa minúscula de líder de torcida se aproximou e sentou em seu colo. Sehun sussurrou algo no ouvido dela, e eu apenas a vi corar e assentir, para então sair e voltar para a mesa junto as outras líderes de torcida.  

– Você não presta, Sehun – eu disse, revirando os olhos e recebendo um sorriso convencido e indecente dele.

– O que eu posso fazer? Sou irresistível.

– E idiota. E ele está te olhando – disse Minseok.

“Ele”. Eu não precisava nem olhar para trás ou perguntar a quem Minseok estava se referindo. E Sehun também não, mas mesmo assim ele procurou com seus olhos castanhos e cálidos pelo refeitório, parando em um ponto fixo e encarando, para logo sorrir e abaixar a cabeça.

– Deixe olhar – ralhou Sehun, do qual talvez só eu tivesse notado a alteração e o tom estressado em sua voz.

– Se você não fosse tão idiota e orgu-

– Eu não me importo. –  Ele se levantou, interrompendo Minseok. –  Eu tenho mais o que fazer… Baekhyun, eu te espero na saída.

– Por quê? Você não vai assistir às aulas? Você está bem? – perguntei, mais preocupado do que curioso pelo seu comportamento repentino.

–  Eu estou bem. Mas não vou assistir  às aulas. A gente se vê depois.

E ele foi. Olhei para trás, observando Sehun dar passos largos e rápidos pelo refeitório, podia ver seus ombros tensos e de que ele estava mentindo. É claro que ele não estava bem. E eu sabia o porquê.

– E-eu não queria… –  Minseok começou.

– Está tudo bem –  eu disse, o acalmando e tranquilizando o clima estranho e pesado que ficou entre nós. – Eu converso com ele depois, vocês sabem como o Sehun é impulsivo e fica de cabeça quente fácil – menti, pois no fundo minha vontade era ir atrás dele, porém havia Jongin ao meu lado, e Sehun sabia se cuidar. Mas…

– Jongin? – o chamei. – O Sehun ele…

–  Pode ir –  ele concordou, e eu me levantei apressadamente da mesa, mas ele segurou meu pulso antes. – Mas eu quero você no meu apartamento depois, certo?

– É claro que vou – respondi, me inclinando e levando minhas mãos até seu rosto antes de selar nossos lábios levemente. – Nos vemos depois então.