Não vi mais Sehun pelo resto do dia. Ele havia faltado todas as aulas e não havia aparecido no intervalo ou para o treino de basquete. Todos vieram me perguntar onde ele estava, e eu menti, inventando uma desculpa qualquer, já que eu não fazia a mínima ideia onde ele estava. E Sehun também não atendia minhas ligações ou de qualquer outro, pois pedi para Junmyeon e Jongin também tentarem. E muitos ficaram irritados com seu “sumiço”. Sehun é um dos melhores jogadores e um dos mais altos do time de basquete. O time titular junto com os reservas sempre costumam se dividirem e jogarem uma partida durante o intervalo. Era sempre os sem camisas contra os com camisas. Esse com certeza é o momento mais esperado e divertido daquele colégio, exceto para mim. Eu odiava ver aquelas garotas ou garotos gritando e surtando por Jongin. E até por Sehun também. Eu sou bastante ciumento com o que é meu.
Como se não fosse só a infelicidade e péssimo dia para os admiradores e as admiradoras de Sehun que não viram seu incrível corpo magro e definido coberto por gotículas de suor e distribuindo sorrisos a cada ponto marcado, o time dos sem camisas, que também era composto pelo meu namorado, acabaram perdendo.
Agora eu me encontrava sentado na quadra, esperando Jongin, que como prometi, eu iria a casa dele, e provavelmente dormiria por lá também. Mas ele estava atrasado.
– Baek, me desculpe.
Jongin gritou, ainda na entrada da quadra, enquanto vinha correndo em minha direção. Ele vestia o uniforme de treino do time de basquete e isso me fez estranhar. Jongin não costumava usar esse uniforme, aliás, esse era apenas o de treino e ele odiava o tom vermelho fluorescente daquele uniforme. E eu concordava, pois ele ficava muito mais bonito e atraente no uniforme oficial azul dos Tigres Asiáticos, com o enorme número 88 estampado em branco nas costas.
– Por que você está com o uniforme de treino? – indaguei, assim que ele se aproximou e parou em minha frente. Ele não estava suado, mas seus cabelos castanhos claros estavam bagunçados. – Você estava treinando?
– Não. É que tem um novo aluno querendo entrar para o time, e de acordo com o treinador, ele é bom. Porém isso não era tarefa minha, e sim de Sehun, mas como ele não aparece no colégio desde manhã e nem atende as nossas ligações, o treinador acabou me pedindo para fazer – explicou.
– Então eu não vou à sua casa hoje? – questionei, não conseguindo esconder a decepção em minha voz e formar um biquinho chateado.
Jongin e eu não estávamos tendo muito tempo juntos nos últimos dias. Ele sempre estava ocupado com o treino do time ou sempre dizia ter outro compromisso. Sinceramente, eu não me lembro da última vez que dormimos juntos ou apenas passamos o dia namorando.
– Baek, me desculpa… – Ele se inclinou em minha direção, entrelaçando nossas mãos e se aproximando do meu rosto até que sua testa ficasse encostada na minha. – Eu prometo que vou ter o final de semana inteirinho para nós. Apenas nós dois.
Eu assenti, mesmo contragosto e ainda chateado, forçando um sorriso quando ele deixou um beijo em minha testa e foi descendo ponderadamente até meus lábios, onde começou deixando leves selares. Envolvido em suas provocações e pela saudade de seus toques, gemi baixinho quando Jongin puxou meu lábio inferior com seus dentes. Mas quando nós estávamos aprofundando o beijo, escutamos a porta do ginásio se abrindo.
– Ele deve ter chegado – disse Jongin, ainda rente aos meus lábios, soltando um risinho abafado e se afastando. – Você pode assistir o treino enquanto me espera – sugeriu, e eu acabei concordando por falta de alternativas, já que de qualquer forma esperaria por ele. E nós também já não passávamos mais tanto tempo juntos, vi esse convite como uma oportunidade de nos reaproximarmos.
– Sim, eu vou.
Ele sorriu, e eu senti meu coração aquecer diante aquele sorriso e acabei retribuindo.
– Vou ser rápido, eu prometo. – Jongin se aproximou uma última vez, selando nossos lábios rapidamente e se afastando. – Agora eu realmente preciso ir.
Soltei um risinho quando ele contorceu os lábios e fez um biquinho chateado e manhoso com eles.
– Eu vou te esperar – respondi, vendo-o assentir e então sair saltitando animado pela quadra.
Meus olhos, curiosamente, percorreram pelo ginásio a procura do novo aluno. Acabei parando em um garoto de estrutura alta, ainda de costas, seus cabelos eram tingidos em um ruivo vibrante e sangue. E ele era realmente bem alto e magro. Seu porte físico era diferente de Jongin, e mais semelhante ao de Sehun.
Senti um leve frio na barriga.
Eu tinha impressão de que o conhecia de algum lugar.
– Então você é o famoso Chanyeol! – gritou Jongin.
Chanyeol…
O garoto se virou, revelando seu rosto, enquanto carregava um grande sorriso nos lábios.
– Sim, Park Chanyeol.
Aquela voz.
Meus olhos foram se voltando até ele: orelhas grandes, lábios pequenos e fartos e um par de cálidos olhos grandes e castanhos.
Não, não...
Senti meu estomago embrulhar e um nó se formar em minha garganta.
Não podia ser ele. Mas se for, então...
Ele não vestia o uniforme do time, mas sim uma calça jeans e uma camisa grande demais para seu já grande corpo, mas as mangas da camisa não eram tão longas o suficiente para cobrir seus braços.
E eu consegui ver. Não perfeitamente e com certeza qualquer outra pessoa não reconheceria, mas eu poderia ver e identificar até mesmo de longe. Eu reconheceria aquela tatuagem de todas as formas, porque eu também a conhecia de todas as formas. O desenho de traço delicado e colorido em vermelho tão bonito como de seus cabelos marcavam do dorso de sua mão até o cotovelo, formando um perfeito e belo desenho de grandes rosas entre espinhos que cobriam toda a pele de seu braço.
Era ele.
– Eu estou com meu namorado, Baekhyun, espero que não se importe e que isso não afete seu teste – Jongin ecoou pelo ginásio, e logo em seguida a voz dele também.
– Baekhyun?
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