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História O Inlíbido - Trabalho


Escrita por: KamiKaseBear

Capítulo 3 - Trabalho


  Durante uma semana ela saiu para dar "bom dia" ao o vizinho, certo dia ele perguntou o nome de Jully, e se apresentou como Evans.
  Apesar de conversas curtas feitas entre cumprimentos, ela sentiu que podia confiar no mundo outra vez, a "terapia" fazia resultado, em seu íntimo, agradecia ao rapaz pela ajuda, mesmo que não disse-se a ele o seu trauma.
...
  Três anos antes, encontrou um garoto mais velho por quem acabou se apaixonando, foi seduzida pelos olhos verdes até um motel, em poucos minutos ele fez memórias que a infernizaram por anos.
  Ele sumiu da vida dela, deixou nela apenas um trauma, quando caiu em depressão a mãe desesperada a mandou para uma psicóloga, três anos depois, sentia os primeiros indícios de alguma melhora.
...
  Jully ficou esperando encostada no muro dessa vez, era óbvio que ela saía de casa no mesmo horário que ele, depois de tanto tempo era impossível não perceber.
  Quando ele chegou, estendeu para ela um cartaz, era um anúncio de uma loja que estava contratando pessoas, ele não parecia esperar algo dela, Evans sempre estava sem expressão, como se ser sentimental não vale-se o esforço.
  Jully pegou o cartaz por educação, nele dizia que não era preciso ter qualquer experiência, apenas saber manter a calma e, curiosamente, dizia que era necessário "ser honesto e ter uma boa memória", imaginou sua psicóloga dizendo "sua tarefa de casa hoje é conseguir um emprego".
  Mostrou para sua mãe, mesmo parecendo meio insegura ela disse que poderia ser uma boa ideia já que Jully passou tanto tempo se isolando em casa.
  Pela primeira vez em muito tempo ela acordou cedo, sete da manhã para ser mais exato, Evans esperava por ela no portão da casa, quando viu Jully, cumprimentou-a com um sorriso, "uau, ele sabe sorrir afinal" pensou, o que a encorajou a sorrir também.
  - Vamos, novata?
  - Eu ainda não fui contratada, não precisa me chamar assim.
  Ela seguiu ele até o portão do condomínio, olhou para fora quase sem movimento devido o horário, por segurança, tentou memorizar as ruas durante o caminho, mas eram tantas voltas que começou a ficar em pânico, a confiança escorrendo entre os dedos.
  Pararam em frente a uma doceria, Evans tirou um molho de chaves do bolso e começou a destrancar a porta, por dentro era um quadrado branco com cadeiras e mesas redondas espalhadas no centro, bancadas com vitrines vazias em dois dos lados separavam a área comum das estantes onde eram colocados doces para exposição.
  - Seu teste começa agora, pegue um pano e uma vassoura e limpe as mesas e o chão.
  Ele apontou para uma porta em um dos cantos, provavelmente alguma despensa onde estariam os panos e vassouras, enquanto Jully fazia o primeiro exercício doméstico em anos, Evans foi para a cozinha atrás do balcão conferir os ingredientes, entediada, tentou puxar conversa com o seu vizinho confeiteiro.
  - Você é dono dessa loja?
  - Sou só o gerente, logo a chefe vai chegar, não demore muito ou vai ser demitida!
  - Mas eu ainda não fui contratada!
  Ele não respondeu, quando enfim terminou a limpeza a loja tinha um ambiente leve, como se fosse uma segunda casa, "nada mal para uma terapia" pensou.
  Evans havia terminado de conferir a cozinha e agora segurava uma pá de limpeza para ajudar Jully, assim que terminou de varrer os dois sentaram em uma mesa, esperando a chefe chegar.
  - Você tem medo de pessoas?
  A pergunta de Evans pegou-a de surpresa, ela respondeu algo como "hmm, ah, beem..." antes de pensar em uma boa resposta.
  - Não, na verdade um pouco, mas não medo extamente, entende?
  - Não. - Ele começou a rir baixo, deixando ela constrangida - Jully.
  - O qu...
  Ele apertou a bochecha dela de modo delicado para não machucá-la, estranhamente, ela não se sentiu em pânico como seria algumas semanas atrás, movida por um instinto de vingança infantil, apertou a dele também, os dois riram juntos, sem soltar a bochecha um do outro.
  - Se eu não te conhece-se, diria que está paquerando em serviço.
  - Não fume aqui dentro, Diane.
  Uma mulher alta com olhos azuis por baixo do comprido cabelo preto apareceu na porta, ela tinha um corpo escultural como o de uma modelo, mas usava um vestido verde claro com mangas e fita na cintura.
  - Cale a boca Evans, quer ser demitido?
  - Sem mim esta espelunca não sobreviveria um dia!
  Eles discutiam como bons amigos, Jully se apresentou para a chefe da confeitaria, qualquer breve ideia de que ela seria uma cinquentona bem humorada que passa fica o dia todo regando flores simplesmente explodiu no ar.
  Depois que ela limpou as sandálias no tapete e apagou o cigarro Evans deixou que ela entra-se na própria loja, quando tentou abraçar Jully para cumprimentá-la ela tremeu, os sentidos fizeram-na recuar para trás do Evans, em sua cabeça ele não a deixava nervosa como as outras pessoas, ele era como uma pedra.
  - Ela é como eu era.
  - Ah. - Um sorriso malicioso surgiu nos lábios da doceira - Desculpe-me por te assustar, você pode ajudar o Evans na cozinha até que se acostume com os clientes.
  Ele já estava passando pelo balcão em direção a cozinha sem que as duas percebessem, Diane olhou para na direção dele e sorriu como se fosse uma mãe preocupada, acenou para que Jully o segui-se e foi até a despensa para começar a organizar os doces, do outro lado da rua, uma garota observava os três.



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