Não sabiam dizer quando tinham começado a se beijar.
Naruto só se lembrava de ter passado mel na bochecha de Sasuke e antes que ele pudesse reclamar, limpou seu rosto com a língua. No segundo seguinte, Sasuke revidou a brincadeira e em algum momento, as línguas se encontraram num beijo melado na cozinha.
A noite anterior tinha sido bastante proveitosa e aquela manhã prometia o mesmo. Estavam novamente sozinhos já que Kushina só chegaria a noite então aproveitaram para continuar com a brincadeira. Os beijos de Naruto desceram pelo pescoço pálido, percorrendo o peitoral desnudo. Sasuke sorriu, porque o Uzumaki havia decidido praticar o sexo oral com muita força de vontade. Depois da primeira experiência, tentou mais uma vez quando Sasuke decidiu retribuir o favor.
Pelo caminho que seguia nesse momento, sabia que ele queria chupá-lo outra vez.
Naruto ajoelhou-se, dando um sorriso malicioso enquanto baixava a bermuda do moreno apenas o suficiente para livrar seu membro e testículos. Passou a língua pelas bolas, encarando-o divertido enquanto Sasuke chiava. Lambeu toda a extensão devagar, apreciando a expressão que o Uchiha fazia. Sasuke era sempre fechado, parecendo desinteressado em tudo, mas naqueles momentos, os traços de seu rosto contorciam-se em expressões tão eróticas que Naruto mal cabia em si.
Chupou a cabeça, como havia descoberto que ele gostava, brincando com sua língua pela carne rígida, mergulhando-a em sua boca. As mãos se apressaram em massagear os testículos enquanto continuava a felação, animado quando Sasuke finalmente segurou seus cabelos.
Devia ser algum tipo de gosto esquisito, mas desde que sentira seus fios loiros serem puxados com certa rudeza, descobriu sentir excitação com esse tratamento grosseiro. Sasuke percebeu, já que os movimentos que o Uzumaki fazia com aquela boca libidinosa ficaram mais ávidos. Naruto fez como Sasuke havia feito com ele na noite passada, comprimindo as bochechas, apertando a ereção em sua boca e quando chegou novamente a ponta, colocou a língua pra fora esfregando a glande nesta.
— Você virou uma bela de uma boqueteira – Sasuke sorriu ladino enquanto puxava os cabelos do loiro – Continua que eu vou gozar.
— Não vai, não – o Uzumaki soltou o falo, e virou Sasuke de costas pra si, deixando os braços pálidos apoiados na bancada de mármore – Vai gozar comigo dentro de você.
O Uchiha estava prestes a rir com aquilo. Naruto era realmente do tipo que logo aprendia e ele não tinha do que reclamar. No entanto, sua risada morreu na garganta, tornando-se um gemido quando os dedos morenos entraram em sua boca. Sasuke chupou-os com vontade enquanto ouvia o Uzumaki gemer em seu ouvido ao observá-lo. Deixava leves mordidas em seu ombro, até que deixou sua boca e os dedos melados encontraram sua entrada.
O moreno fechou os olhos, separando mais as pernas para recebê-lo melhor. Jogou a cabeça pra trás, num gemido longo, quando Naruto alcançou sua próstata com os dedos.
— Vai logo com isso, dobe – pediu.
Dessa vez foi Naruto quem riu, sem dizer nada. Apenas moveu-se até se encaixar atrás dele, e empurrar-se para dentro com cuidado. Dessa vez sem exageros, um pouco mais acostumado ao ritmo que Sasuke gostava. Não demorou até o próprio Uchiha começar a se mover e Naruto segurou-o pelo tórax, mantendo seu corpo perto enquanto se movia para dentro e para fora.
O cheiro dele era tão bom. Havia notado isso já havia algum tempo, mas quando estavam daquele jeito era impossível ignorar o quanto amava o aroma que exalava de Sasuke. Sua língua correu pela nuca e pescoço. Amava o gosto também. Ele era inteiro como um afrodisíaco suave.
Naruto acertou-o no ponto certo outra vez, arrancando um gemido alto do moreno. A voz, sim, adorava aquela voz. Agarrou o membro esquecido de Sasuke enquanto continuava a estocar, procurando acertar o mesmo ponto. Levou a mão até os lábios finos, tentando abafar os sons que soavam mais altos.
Os olhos, antes fechados, abriram-se numa fresta apenas para encará-lo. O rosto corado daquele garoto devia ser um crime, um pecado.
— Eu vou… - não terminou a frase.
Segurou-se mais firmemente na bancada, enquanto o loiro metia mais rápido e mais fundo. Também estava perto. Sasuke virou mais o rosto, puxando o Uzumaki de encontro a si, beijando-o quando o ápice finalmente o alcançou. Naruto sentiu a contração ao seu redor, demorando um pouco demais para sair de Sasuke, deixando que um pouco do sêmen escorresse pelas pernas e sujasse a bermuda. Nenhum dos dois ligava muito pra isso na hora.
Apenas seguraram-se um no outro, esperando a respiração voltar ao normal para que pudessem limpar a bagunça.
Aquele foi um de seus melhores cafés da manhã.
⁕
Era hora do lanche quando Naruto separou-se um tempo de Sasuke.
Passaram boa parte do tempo juntos, levando Sakura e Hinata a trocarem olhares cúmplices, já que foram as primeiras a notar o clima entre os dois e irremediavelmente saber que estavam tendo alguma coisa.
Naruto ajudava algumas das crianças maiores enquanto via Sasuke tentar lidar com Aya e companhia. Era sempre divertido observá-lo e muito satisfatório ver que, por mais difícil que fosse, ele estava se acostumando. Naquele dia, inclusive, ele havia deixado a garota colocar uma presilha na parte solta de sua franja.
— Posso fazer uma pergunta? - Gaara chegou perto do loiro, daquela forma sutil de sempre.
— Pode – respondeu.
— Você e Sasuke estarem se comendo não era pra ser um segredo, né? - o ruivo perguntou, genuinamente curioso – Por que se for, ‘tão fazendo um trabalho de merda.
Naruto arregalou os olhos azuis e aquilo fez os esverdeados do Sabaku se fecharem enquanto ela deixava um sorriso leve pintar os lábios.
— Vindo de você, não me admira.
— Gaara – Naruto puxou o amigo pelo braço, levando-o mais pra longe das crianças – Primeiro, não é possível que esteja tão na cara assim.
— É possível, sim – afirmou o outro – Não é como se vocês fossem sutis. Já falou sobre isso com sua mãe?
— Não. Claro que não. Não é nada sério.
— Hum – o ruivo cruzou os braços – Amor de verão?
— Amor é uma palavra muito forte – Naruto riu.
— Então está me dizendo que vocês só estão transando e quando ele tiver que voltar pra casa você vai ficar inteiramente bem com isso?
O Uzumaki piscou algumas vezes, absorvendo a pergunta. Na teoria, sim. Ele ficaria muito bem. Já sabia que era isso que ia acontecer. Então por que não conseguia responder?
— Não é como se não fôssemos nos ver nunca mais.
— Claro, porque vocês se viam todo fim de semana antes dele vir pra cá – ironizou – Fazia o que? Três, quatro anos?
— Cinco – devaneou o loiro – Mas era diferente, eu acho. Nós nunca tínhamos estreitado nossa relação como agora.
Gaara observou o rosto confuso de Naruto, sem saber o que dizer. Era uma ilusão achar que poderiam permanecer daquele jeito sem acabar se ligando demais um ao outro. Mais ilusão ainda acreditar que depois que Sasuke voltasse, eles poderiam manter algum tipo de brotheragem colorida, uma vez que Sasuke estava pra se formar e ainda faltava um ano para Naruto. O Uchiha provavelmente iria entrar numa faculdade na cidade grande enquanto Naruto, provavelmente continuaria ali em Konoha, vivendo uma vida simples.
Se eles realmente quisessem, talvez pudessem transpassar essas barreiras. Gaara sabia bem disso.
Seus pais eram divorciados desde que ele era bem pequeno. Os dois irmãos mais velhos foram criados pela mãe, mas Gaara ficou com o pai. Nunca entendeu o porquê, nem qual o tipo de acordo feito legalmente para que as coisas acabassem daquele jeito. Rasa era um homem extremamente frio e rígido. Embora tentasse dizer a si mesmo que ele era seu pai e que este devia amá-lo, a falta de demonstrações sempre o assolaram quando percebia que seus irmãos cresciam com um tratamento diferente. Chegou a acreditar por algum tempo que a mãe não o amava como amava os outros dois.
Todas essas inseguranças só vieram a tona na adolescência, quando também se descobriu homossexual. Sua ânsia em ser amado misturava-se com uma ideia insana de que talvez não merecesse tal sentimento de outra pessoa. Chegou a fazer uma tatuagem na testa. Um grito, de peito aberto, clamando pelo que mais ansiava.
Era mais fácil vê-lo como um rebelde, no entanto. Mais fácil achar que tudo aquilo era uma fase e que passaria quando ele amadurecesse. O único que se preocupava mais era Naruto, que já era seu amigo há mais tempo, mas infelizmente o loiro não era muito bom com palavras, nem sabia como lidar quando Gaara estava em seus piores dias. Preferia a reclusão a preocupar o Uzumaki.
Mas um dia conheceu Lee.
Não gostou dele imediatamente. Pra ser sincero, tinha algo naquela animação constante que o irritava. Rock Lee era o extremo da felicidade, otimismo e sensibilidade. Era tão oposto de si, que demorou até se acostumar com a presença dele quando Naruto e o moreno fizeram amizade.
Não contava com a possibilidade de ficarem sozinhos e muito menos que se encontrassem acidentalmente num dos dias ruins do Sabaku. O transtorno o fez dizer algumas grosserias ao garoto, mas ele não parecia abalado. Ainda se lembrava do cuidado que ele tivera ao levá-lo a um lugar tranquilo para que pudessem conversar.
Gaara não queria isso. Conversar era a última coisa que queria, mas havia algo naqueles olhos escuros inocentes que o deixavam incapacitado de ignorá-lo. Sentiu-se um tanto egoísta ao notar que despejou no rapaz todas as suas frustrações durante longos minutos, aproveitando-se de sua boa vontade porque era muito difícil encontrar alguém disposto a ouví-lo.
Sua surpresa maior veio quando, ao fim de seu monólogo, notou Lee chorando. As sobrancelhas grossas unidas e os cabelos desajeitados caindo pela testa vincada enquanto os olhos lacrimosos o encaravam.
— Como alguém incrível como você pode achar que não merece ser amado?
A pergunta ecoou na mente do Sabaku, surpreso ao perceber que tinha dito tanta coisa. Inclusive algo como aquilo. O rosto esquentou, tanto pelo elogio como pela vergonha de ter se exposto tanto. As mãos grossas e um tanto calejadas do moreno alcançaram as suas.
— Desculpa – o ruivo pediu – Eu não queria jogar tudo isso no seu colo… - balançou a cabeça, puxando a respiração.
— Não se desculpe – Lee se aproximou – Não guarde coisas assim, por favor. Eu estou aqui. Pode jogar esse peso em mim quantas vezes for preciso. Eu prometo que vou aguentar junto com você.
Gaara nunca tinha ouvido nada como aquilo. Os dois se falavam graças aos amigos em comum, mas nunca pensou que Lee pudesse se preocupar tanto com ele. A partir daquele dia, o rapaz parecia cada vez mais empenhado em estar por perto e fazer o Sabaku se sentir bem de alguma forma.
Numa dessas vezes, Gaara o beijou.
A verdade era que Lee se dava bem com todo mundo, mas romanticamente e sexualmente falando, ainda não tinha nenhuma experiência. Nunca se imaginou ficando com alguém desconhecido e nem via sentido em se entregar a alguém que não amasse. Por isso, quando decidiu que queria ser de Gaara, sabia que só havia um nome para dar ao seu sentimento.
Os dois eram diferentes, sim. Sabiam que suas vidas ainda estavam no começo, mas não se importavam de crescer e amadurecer juntos. Era por isso que Gaara sabia que um relacionamento entre Sasuke e Naruto não era impossível, se eles assim o quisessem.
Mas ambos pareciam muito cabeça-dura pra reconhecer o que tinham como sendo mais do que sexo de verão.
— Tudo bem, Naruto – o ruivo deu de ombros – Você que sabe.
— Espera – o loiro puxou o braço do amigo outra vez – Eu queria te fazer uma pergunta.
— Faça.
Naruto corou um pouco, balançando-se de um lado para o outro, deixando o Sabaku impaciente.
— Diga de uma vez.
— É que eu queria saber… Uma coisa.
— Saber o que?
— Eu queria saber o que fazer antes… De…
— De…
— De dar… Cê sabe.
Gaara fechou os olhos, franzindo os lábios para esconder a risada.
— Curioso em ser passivo, é?
— É, caralho.
— Entendo. Bem, acho que você devia pesquisar sobre o principal quando chegar em casa.
— Que seria…
— Pesquise sobre uma coisinha chamada chuca.
Naruto arqueou a sobrancelha, repetindo a palavra mentalmente pra não esquecer. Gaara gostaria de ser uma mosca para ver a reação do loiro com a nova descoberta.
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