1. Spirit Fanfics >
  2. O lado bom da vida >
  3. Enfermaria

História O lado bom da vida - Enfermaria


Escrita por: DiaeNoite

Notas do Autor


04. 08. 2015

Capítulo 3 - Enfermaria


Fanfic / Fanfiction O lado bom da vida - Enfermaria

A garota se encontra caída no chão, desacordada. Seu nariz parece estar sangrando, olhando daqui. Ela não havia percebido o momento em que foi acertada, antes de cair em estado de inconsciência. Eu não arremessei tão forte, era pra ser só um susto. Ela podia se desviar fácil, se estivesse prestando atenção no jogo, como o resto do seu time. Foi só uma jogada. Seu impacto no chão foi mais forte do que o arremesso em si.

Os alunos saem aos poucos do estado de estupor diante da cena. Estão passando a perceber que se trata da garota Chase, a Monstrinho. Acho que só tiveram tempo de ver uma bola, um tombo, uma cabeleira loira. Logo passado o estado de choque, todos passam a se aproximar para ver mais detalhadamente o que aconteceu. A Monstrinho foi acertada por uma bola de vôlei na cabeça, por mim.

- SENHOR JACKSON, TRATE DE ME EXPLICAR ISSO! - Treinador vem correndo pela quadra enraivecido.

Falo a primeira coisa que me vem à cabeça. Não posso levar uma advertência logo agora, no começo do ano, porque a ratinha não desviou de uma bola de vôlei no meio de uma partida. - Foi um acidente, professor, eu nã...

Antes de terminar minha frase, sou cortado por Thalia, que vem na minha direção gritando.

- MENTIROSO! - Seu soco acerta a boca do meu estômago e arfo pela surpresa e pelo impacto. Minha prima pode não ser grandalhona, mas é forte.

Enquanto me recupero pelo ataque, Nico não perde tempo e segura Thalia, que reage instantaneamente tentando se afastar de ser contida. Para uma pessoa sem muitos músculos e massa muscular, tem uma força tremenda. Thalia dá chutes no ar, socos na tentativa de se soltar de Nico, faz ameaças, dá beliscões e tudo o que vier à sua cabeça, mas Nico não a solta. O aperto que mantém é firme, impossibilitando-a de se livrar dele facilmente.

- VOCÊ É UM CRETINO! UM CÍNICO DE MERDA QUE NÃO PENSA NOS OUTROS! - Esbraveja Thalia, cuspindo as palavras na minha cara.

Enquanto atrás de mim, Katie Gardner apoia a cabeça da Monstrinho desacordada em seu colo.

Piper tosse, todos nós olhamos pra ela, que abaixa a cabeça apontando para o lado. - A garota.

- SENHOR JACKSON, LEVE A SENHORITA CHASE ATÉ A ENFERMARIA E...

Piper interrompe o treinador novamente para a garota. - Está acordando.

A Monstrinho reage, levantando a cabeça do colo de Katie e depois volta a tombar novamente no apoio da garota. Com a sua franja lhe encobrindo o rosto, me impressiona que vá conseguir ver alguma coisa.

- SENHOR JACKSON, O QUE ESTÁ ESPERANDO? ANDE, LEVE A SENHORITA CHASE À ENFERMARIA. - O treinador volta a reforçar com seus gritos de louco.

- Que seja! - Desisto. Me aproximo da Monstrinho. 

 

POV. Annabeth

Ao abrir os olhos uma dor de cabeça aguda e nas costas me atinge, nos tornozelos também, por culpa do tombo. Assim que faço isso, me arrependo. Escuto Piper McLean dizer alguma coisa e então todos estão olhando pra mim. Quero estar com o meu óculos no mesmo instante. É como se todos aqui estivessem me fulminando com o olhar, e meu óculos é minha tela protetora. Tento me levantar, mas a tontura que me pega no caminho me derruba.

Escuto vozes ao meu redor, mas não consigo prestar atenção no que dizem. Tento focar minha audição no treinador.

- SENHOR JACKSON, O QUE ESTÁ ESPERANDO? ANDE, LEVE A SENHORITA CHASE À ENFERMARIA.

O que?

Por favor, não. Por favor, não. Por favor, não.

Ele não. Ele não, Thalia sim, ele não.

Meu corpo passa a tremer absurdamente enquanto ele chega mais perto. A cada passo mais próximo que fica de mim, me encolho. E também não entendo o porquê de Katie Gardner estar me ajudando, nunca nos falamos, não somos próximas. Perseu chega mais perto.

Ele tentará alguma coisa na enfermaria, só pode. Por favor, ele não, ele não... ele vai me machucar e eu... e eu... por favor.

Meu corpo já se encontra como um escudo quando ele finalmente para na minha frente. Minha franja encobre a visão do seu rosto, e isso é bom para me poupar de ver sua raiva. De braços cruzados o acompanho até a saída da quadra sem falar nada.

Sei que está furioso por ter que fazer a minha escolta até a enfermaria por ordem do treinador. Sei que odeia receber ordens. O escuto resmungar que o treinador poderia só ter lhe dado uma bronca e mandado qualquer um vir me acompanhar. Sua raiva por mim me deixa apavorada, me lembra Patrick. Ele me odeia ao mesmo ponto? Faria tudo o que Patrick é capaz de fazer?

Depois de passar pela quadra, ele sai andando na frente, de forma que preciso quase correr para conseguir o acompanhar. Isso me atrapalha, porque ainda sinto dores e tontura. Reuno todas as minhas forças para não chorar. Tenho medo que a qualquer passo em falso meu ele parta pra cima de mim. Sem a menor chance, eu levaria a pior como sempre.

Na porta da enfermaria ele para e se vira pra mim.

Não posso vê-lo por conta da franja, mas sei que ele me encara. Não quero ter de levantar a cabeça. Meu nariz não sangra mais, mas ainda sinto os vestígios de sangue no meu rosto. Meu coque provavelmente está tombado para um lado, por isso algumas mechas caem soltas no meu rosto.

- Ah, hm... v-você nã-não precisa fazer isso. P-pode ir se você quiser.

- Olha só, até queria, mas não posso. Então trate de entrar logo nessa merda para eu poder voltar aos meus afazeres e você continuar sendo a santa puritana dos fracassados.

Seu modo de falar me atinge com força. Expressa sua opinião agressiva de forma tão natural e calma que talvez não perceba o quão ameaçadora ela parece. Tento deixar pra lá. Sei que me vê como um verme. Que todos me vêem assim. Pensar nisso me fará chorar.

Deixo pra lá.

Entro na enfermaria e ele me acompanha.

- Olha só, a enfermeira não está aqui, e agora, o que eu faço?

- Ah, pe-pegue a caixa de primeiros socorros.

- Onde está isso?

Me adianto para buscar a caixa, está em cima da estante branca que há na enfermaria. Só que, apesar de ficar na ponta dos pés, não alcanço.

Sinto seu corpo entrar na minha frente e alcançar a caixa pra mim. Faz isso com certa impaciência. Apesar de sua atitude me irritar, devo agradecer para não piorar as coisas.

- O-obrigada. - Ele me entrega a caixa - Pode deixar que e-eu faço.

- AI MEU DEUS, O QUE HOUVE AQUI?! - Levo um susto com a enfermeira entrando no local, mas sei que o susto é recíproco. Uma aluna ensanguentada e encolhida na frente de outro aluno, é isso o que vê.

- Um pequeno acidente na aula de educação física. - Ele pronuncia cuidadoso. Pela comoção na quadra e o posicionamento de todos, sei que foi ele quem me atingiu. E tenho certeza que foi de propósito.

- Eu não tenho como cuidar dela agora, estou ocupada cuidando de um outro caso de um aluno!

- Não tem problema. - Tomo cuidado para não sair inaudível.

- Meu rapaz, ajude ela. Ponha ela aí em cima da maca e a ajude com os ferimentos, quando der eu volto.

Perseu faz o que a enfermeira pede.

Me sinto extremamente envergonhada quando ele me ajuda a subir na maca, segurando-me pelo braço. O toque me causa um incômodo pelo hematoma encoberto. Me sento na maca de frente para ele, minha franja protege a minha visão do seu descontentamento.

 

POV. Percy

Ela mesmo sentada aqui é pequena, mesmo a maca lhe dando alguns centímetros.

Passo o algodão molhado com alguma substância que eu não identifiquei, no canto do nariz dela, a vejo se contorcer em uma careta depois do ato.

Penso no meu time enquanto estou a ajudando. Sou o capitão, é minha obrigação passar confiança para os garotos, e esse ano devo melhorar minhas notas, já que só não fui expulso do time ano passado porque o treinador me deu uma chance, mas me encheu o saco sobre tomar juízo e melhorar meu rendimento escolar, que não é lá o melhor.

E ainda tem a minha mãe sobre achar o meu comportamento totalmente irresponsável. Isso me mata, odeio preocupá-la. Sei que deseja que eu melhore nos estudos e pense no que vou querer seguir como carreira na vida, mas para mim ainda é muito cedo. Toda vez que ela me fala sobre cursos e universidades minha cabeca parece que vai derreter. Eu não faço ideia. Eu... Eu gosto de basquete.

Pressiono sem querer o algodão com um pouco de força e a Monstrinho se retrai. Seu modo mudo e anti-social me irrita.

- Vem cá, me diz uma coisa, como você consegue ficar trancafiada o dia todo naquela biblioteca? - Não entendo.

Ela não responde, continua com a mesma posição que estava. A parte descoberta da sua pele e pescoço entrega que é extremamente pálida, ainda mais que o Nico, o que faz minha observação sobre a biblioteca fazer mais sentido. Nico, e provavelmente ela, não são o tipo que gostam de pegar Sol. Seu jeito me intriga, ela parece estar prendendo a respiração. Por que faz isso? Quer conter algum tipo de comentário sobre mim?

Suas roupas também me irritam.

Não entendo como ela consegue suportar ficar com moletom o tempo todo, isso pra mim parece sufocante. Mas não dou tanta importância. Se tratando da esquisitinha, tudo é estranho.

- Já pode sair daí, Perseu, eu fico com ela agora. - Ouço uma voz feminina falar. Viro e dou de cara com Thalia vindo na minha direção com a sua marra, como sempre.

- Sem problemas. - Respondo. - Acredite, não é por vontade própria que estou fazendo isso.

- Cala a sua boca, Percy, você sabe muito bem o que você fez, só não lhe dou a surra que você merece porque não quero assustá-la.

Olho para a Monstrinho, ela realmente parece apavorada, como se a terceira guerra mundial fosse explodir aqui mesmo se eu e Thalia começássemos a discutir.

- Me sinto à vontade ficando longe dessa coisa. - Thalia me olha com aquelas suas típicas encaradas assustadoras. Thalia pode colocar medo em qualquer um com esse olhar, mas não é o meu caso. Já estou mais que acostumado. Ela parece se controlar para não demonstrar sua raiva contra mim perto da menina. Está se contendo. Seu olhar agora se dirige a Monstrinho.

- Ei, ele fez alguma coisa com você? Não o proteja, pode me responder. Ele falou coisas rudes pra você? Ele te machucou? Ele...

- Não fiz nada disso, Thalia!

- Cala a boca, Jackson! Anna, me responde.

Olho para a Monstrinho, ela apenas nega com um movimento discreto de cabeça, ainda de cabeça baixa. Depois de limpar o ferimento, a única coisa visível agora é um pequeno corte perto do lado direito do nariz.

A esquisita desce da maca, mas como a coisinha é toda atrapalhada, acaba se desequilibrando e quase caindo de cara no chão. Thalia a segura pelos ombros antes que ela realmente caia. Deixo escapar um riso e Thalia me olha com raiva. A esquisita continua de cabeça abaixada, mas agora parece estar com vergonha.

Essa é a minha deixa, então saio deixando as duas para trás.

Como já terminaram as aulas, busco os meus pertences, entro no carro e vou pra casa.


Notas Finais


E aí, gostaram? Dicas? O que acharam?


Capítulo editado 27/04/20.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...