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História O lado bom da vida - Aula de artes


Escrita por: DiaeNoite

Notas do Autor


Desculpem a grande demora, é que eu estava sem tempo. Tenho a vida muito corrida, aí fica difícil dedicar uma grande parte do tempo pra fic, mas bom, aí está mais um capítulo!
Mais uma vez desculpem a demora. Bjs!



20. 08. 2015

Capítulo 7 - Aula de artes


Fanfic / Fanfiction O lado bom da vida - Aula de artes

Fazem duas semanas desde que retirei o gesso, o alívio foi imediato, tanto para aliviar o desconforto no local, quanto para poupar o cansaço mental por conta das perturbações dos alunos em relação a isso.

Viro o corredor em direção ao banheiro das meninas. Patrick fez o trabalho de me deixar um forte roxo no olho direito por conta de uma maldita louça que derrubei enquanto ele assistia TV na sala. O hematoma me dá trabalho, preciso retocar maquiagem o tempo todo para escondê-lo, apesar de eu já ter de ficar dois dias em casa para que o inchaço diminuísse. Meu moletom me cobre até o pescoço, me dando calor e falta de ar, e o banheiro feminino parecer chegar nunca.

Ao menos, é quinta-feira, e isso me anima um pouco, a semana já está quase acabando. Uma parte de mim se alegra por não precisar lidar com os alunos desta escola. E se eu conseguir me esconder dos olhos de Patrick e ficar na minha, terei o fim de semana em paz. Posso fugir de toda essa merda lendo algum livro parado na estante ou assistindo episódios de alguma série.

Esse pensamento me deixa bem por um instante, até dar de cara com um corredor repleto de líderes de torcida e jogadores de basquete. Alguns deles mexem no celular, enquanto outros conversam alto e brincam entre si. Mas sei que se eu passar pelo caminho, a atenção será dirigida a mim. Meu olho roxo passa a me incomodar muito mais. Será que dá pra ver? Dou a volta pelo corredor, antes de ser notada, e pego outro caminho para o banheiro.

No banheiro, meu reflexo me mostra que a camada de maquiagem esconde perfeitamente o roxo por baixo, mas ainda assim, odeio a visão que tenho de mim e passo um pouco mais de base por segurança. Meus cabelos, mesmo não sendo de uma cor incomum, como os da Rachel e Nancy, me destacam, porque anunciam que é a Mostrinho quem está passando. E fora da Goode, sou só mais uma loira burra. Queria ter cabelos escuros para ser mais respeitada. Sendo loira, parece que tenho que me esforçar o dobro para não ser julgada por atitudes "burras".

Na televisão, na internet, nos grupos motivacionais e de apoio, sempre dizem para ser quem você é, não se importar com a opinião dos outros, que todos nós somos perfeitos do jeito que somos. Só não é muito mencionado o que comentários das pessoas são capazes de causar. E como eles podem evoluir para coisas piores. Confiro meu rosto e pulsos, puxo para baixo as mangas do moletom e saio do banheiro.

 

(...)

 

POV. Nico

Caminho apressadamente pelo corredor, vou conseguir chegar atrasado pela segunda vez no ano só nesse curto período de volta às aulas, e ainda na aula do professor Apolo, mais dramático impossível. Caminho tão rápido que não percebo um vulto pequeno na minha direção até colidir com ele. Bato com força contra alguém e o impacto faz a pessoa se encontrar caída no chão. Faço menção de ajudar até olhar para baixo e não acreditar no azar que tenho quando avisto uma cabeleira loira, presa por um coque, e imensos óculos cor de mel.

A Monstrinho.

Tinha que ser. Quem mais capacitado em atrapalhar do que ela para ferrar ainda mais com o resto do meu tempo? Deixo escapar um xingamento em alto e bom som. A garota olha para cima e o que vejo me surpreende. Me faz entender o motivo pelo qual a maioria das meninas da torcida a atacam. Sua aparência é muito distante do significado do seu apelido. Ela é... bonita. Do tipo que faria o Leo se apaixonar se olhasse para ela. Ela poderia ser uma das meninas bonitas da torcida, se tivesse talento. Vejo com surpresa também que seus olhos são grandes orbes cinzas. Nunca vi ninguém com esse tipo de olho. E minha irmã, Hazel, tem olhos diferentes, marrons dourados. E Piper tem olhos que mudam de cor. Mas cinza nunca vi. Me faz pensar se sou o único que não sabia da sua peculiaridade e aparência. Percy sabe disso? Caio em si quando percebo que passei muito tempo a encarando. Sendo... bondoso. Enxergando suas qualidades. Não, qualidades, não. Esquisitices.

Cinzas? Olhos cinzas?

Quem tem olhos cinzas? Pensei que, sei lá, fossem azuis, como os do Jason. Na verdade, que se foda, nunca pensei nisso.

- D-desculpa. - Levo um susto com a sua voz, mesmo que sussurrada. Tiro a máscara de raiva e coloco um sorriso irônico no rosto.

- O engraçado é que não me surpreendo em saber que foi com você que eu esbarrei. - Digo a analisando.

Tento evitar reparar para não parecer ridículo, ela não é alguém que eu daria uma chance mesmo se não fosse a Mostrinho, ela não me atrai. Mas não são só os seus olhos que me desconsertam. Ela não é... Seu rosto não é...

Ela definitivamente não parece um monstro vista de perto.

 

POV. Annabeth

Sinto um corpo bater contra mim com força e vou ao chão. Não tenho tempo de amortecer a queda com as mãos, caio com o meu lado direito com tudo no chão. Aí. Olho para cima pra saber quem me derrubou. E ser um deles me deixa ansiosa. Nicolas di Angelo parece que havia surgido das sombras. Há um minuto não havia nada e, depois, surge um garoto alto, pálido e de olhos e cabelos pretos. Na verdade, parece que todos os seus detalhes são pretos. Roupas e acessórios pretos. Cabelo preto. Olhos pretos.

- D-desculpa. - Tento dizer.

- O engraçado é que não me surpreendo em saber que foi com você que eu esbarrei.

Sua feição muda, fica mais séria, me encara fixamente. Está fazendo aquela cara de julgamentos me avaliando. Nicolas é indecifrável. O que ele vai fazer?

- Então... olhar não tira pedaço, mas vai ficar me encarando? Já estou ficando com vergonha.

Me apresso em levantar. Sinto os tremores pelo corpo assim como todas as vezes em que nos encontramos, ou quando chego perto da turminha cool do colégio. Não entendo o porquê de ele ainda não ter me lançado nenhuma ofensa, ele faz isso praticamente todas as vezes que nos vemos, e agora fala comigo como se eu fosse apenas um conhecido que esbarrou no corredor. Ele não é assim, ele é mais ofensivo. Ergo os olhos novamente. Está sorrindo em zombaria.

Sim, esse sim é o seu lado comigo.

- Espera, você tem aula comigo! Quer dizer, você também tem aula de artes agora com o Apolo. - Sinto como se alguém houvesse posto um pano molhado na minha nuca. Sinto um arrepio na espinha. Me preocupa ele saber disso, se atentar a esse detalhe. Ele terá a mesma aula que eu. E não só ele, como também o outro, o pior da turma deles.

Não, não, não. Não pode ser.

Então, como um clarão, um pensamento passa pela minha cabeça. Se ele está aqui, os outros devem estar próximos também. Queria ter pensado nisso antes. Saio apressada, dando as costas ao garoto na minha frente. Pior do que o medo de que ele possa me fazer alguma coisa, é o medo de que junto de seus amigos será algo muito pior. Ainda mais estando sem defesas em um corredor deserto.

Nicolas me alcança.

- Ei, espera! Não terminei de falar com você. - Tremo mais sob o toque dele, bem em cima de um novo hematoma no ombro, no qual Patrick tinha feito quando bêbado em casa e com uma garrafa de cerveja quebrada. - Escuta bem: eu não simpatizo por você e você sabe. Não mantenha essa sua pose arrogante para mim. E não me vire as costas de novo quando eu estiver falando com você. - Uma ameaça. - Vou junto com você, Chase. E olhe pra mim. - Levanto os olhos lentamente e me encolho discretamente, cruzo os braços para parar de tremer. Ele olha para onde estou olhando e retira sua mão de cima do meu ombro. - Não vou te bater, se é o que está pensando. Isso não é de mim. Mas não abuse da minha paciência, não é o meu forte. - Tento falar, mas ele continua. - Sei o que cada um pensa de você nessa escola, e sou capaz de piorar sua reputação ainda mais, se for minha vontade.

Seguro o choro e aperto mais os braços sobre o corpo. Quero que o chão se abra e me envolva. Sua ameaça me dá nojo e revolta. Quero gritar e bater nele, mas não posso.

Ele se afasta. - Vamos, já estamos atrasados.

 

(...)

 

Toc, toc, toc.

Chego suada na porta da sala. É Nicolas, à minha frente, quem bate. Apolo, alto e bronzeado, aparece na entrada.

- O senhor está atrasado, senhor di Angelo e... senhorita Chase?

Todos na sala se silenciam. Parecem espantados demais em encontrar Nico di Angelo acompanhado por mim, e com razão. Mas ninguém está mais assustado do que eu, que me controlo bastante para não demonstrar aqui e agora. Já era de se esperar que Nico chegasse atrasado em alguma aula, agora, esperar que eu, a "aluna mais inteligente e puxa-saco de professor, da Goode"chegasse atrasada é quase como um milagre. Ninguém esperava isso, e ainda por cima acompanhada do garoto di Angelo.

- Desculpa, professor Apolo, é que eu estava ajudando a senhorita Chase com um problema, por isso nos atrasamos.

Sinto que todos na sala nos olham desacreditados com essa história. Não preciso levantar os olhos para saber, posso sentir minha pele queimar com as encaradas. Apolo está espantado.

- Tudo bem, mas posso saber que problema era esse? - Olho para Nico e vejo Apolo nos encarando descrente, assim como a turma. Nico se mantém impassível.

- É pessoal, professor.

- Tudo bem, podem se sentar.

Nosso professor nos espera até que nós dois estejamos sentados e se vira para turma para prosseguir com a aula.

- Bom, como eu estava falando antes desse incidente. Teremos esse trabalho para nossa aula de hoje. - Apolo descobre uma grande tela branca. - Cada um de vocês tem uma dessas ao lado da mesa e eu quero que vocês se expressem nessa aula. O trabalho de vocês é pintar nessa tela o que os acalma. Um exemplo, o que me relaxa, me acalma, é a música. - Apolo descobre outra tela. - Então nessa tela vocês podem notar que eu pintei um violão, meu instrumento preferido.

Várias garotas e garotos na sala concordam com o professor, lançando sorrisos significativos e cheios de malícia.

- Com certeza, professor. O violão é um instrumento magnífico.

- Concordo, Jessica, também o acho incrível. Lindas as melodias que ele produz. - O professor não nota quando a garota lhe lança um sorriso galanteador e puxa discretamente a blusa, um pouco mais para baixo, dando uma visão privilegiada do seu decote. Ela está sendo idiota, Apolo é um imbecil. Tirando a aparência, não há o que se almejar nele. Ela está se humilhando atoa, ele não merece tudo isso.

 

POV. Percy

Pinto um conjunto de tudo o que me relaxa e me deixa tranquilo. Inclui notas musicais, um skate, o mar, entre outras coisas. Mas desenho e pintura não são muito o meu forte. Então tudo está razoável pra ruim. Mas, bem, dá pra entender. Isso o que importa.

Nico ao meu lado pinta na sua tela a palavra "Rock" no estilo grafite, que cobre quase a tela toda. O conhecendo, sei que não curte nada as aulas do Apolo e faz esse desenho como revolta. Conhece a fama de emo que tem e aproveita para provocar Apolo escrevendo "rock" em praticamente todo trabalho que faz. Mesmo quando o tema não tem nada a ver. O que me gera sempre algumas risadas vendo a cara de decepção do professor toda vez.

- Camisinha, Percy? - Olho na direção que Nico está olhando e rindo. Ele olha para a minha tela onde se tem a imagem de uma camisinha ao lado de várias garrafas de bebidas. - Apolo não vai gostar nada disso. - Comenta ainda rindo e aprovando.

É, eu não falei que Nico é o único a zombar de Apolo nos trabalhos.

- A fantasminha olhou pra cá. - Diz Luke ao meu lado esquerdo. Nós três olhamos para a mesa da Monstrinho. Ela pinta livros. Humpt, era de se esperar. Às vezes parece que ela força, não é possível.

- Vai ver é o que ela está querendo, sabe? Transar um pouco. - Nico fala tão sério que há momentos que tenho que adivinhar se é uma brincadeira ou está falando o que acha mesmo. Mas ele sorri.

Eu e Luke rimos.

- Cara, ainda não entendi o porquê de você vir com ela. - Dessa vez é Luke quem fala, sério.

- Era o que eu ia perguntar. - Falo me virando para encarar Nico.

- Topei com ela no corredor. - Ergo uma sobrancelha. - E aproveitei a oportunidade para mentir sobre o atraso.

- Hm.

- Representa o sexo. - Digo depois de alguns minutos.

- Quê? - Sinto vontade de passar o pincel na cara idiota que Luke faz.

- A camisinha. Representa o sexo. Vou comentar o contexto pro Apolo, ele vai gostar. - Os dois riem.

- Sexo seguro. Gostei. Isso aí, Percy! Meu garotão. - Rimos mais enquanto Luke me dá umas palmadinhas nas costas. - Vê se ensina para o Nico.

Nico para de rir. - Eu sei me cuidar!

Rimos ainda mais da cara que faz. Quem vê, deve achar que usamos algo.

- Ah, nosso bebê sabe se cuidar. Está vendo, Luke? Essas crianças crescem tão rápido. - Luke se contorce de rir enquanto eu aperto as bochechas de um Nico emburrado.

Apolo faz um som com a garganta chamando nossa atenção.

- Bem... Hm... Terei de me dirigir à sala do diretor num instante, assuntos pessoas. Uma pequena pausa, tempo o suficiente para uma ligação necessária. Com licença.

Enquanto Apolo sai da sala, Nico se vira pra mim. - Então, Percy, fiquei sabendo da aposta com Grover. Rachel, né? O que deu na cabeça de vocês? O que deu na cabeça do Grover?

Droga! Tinha me esquecido completamente desse acordo ridículo. Mas a pergunta é: como Nico sabe? Parece que ele tem ouvidos até nas paredes, sempre sabe quando algo está rolando. Nico é como se fosse a sombra das pessoas. Parece que não dá pra esconder nada dele.

- Bom... tinha esquecido disso. Vou começar a pensar em algo hoje mesmo. Não me orgulho disso, nem sei porque aceitei, ou o mais estranho, por que Grover propôs, mas como você sabe? Bom, agora até Luke sabe. Era só pra ser entre mim e o Grover. Vocês não deverão contar isso a ninguém, Rachel é nossa amiga.

- O que tem nessa aposta? - Pergunta Luke. - O que Rachel tem a ver com a história?

- Eu devo pegar a Rachel até um certo prazo determinado por Grover, mas ela não deve saber nem se eu ganhar a aposta, está me ouvindo? - Encaro Luke com seriedade. - Eu a beijo, não a magoo, ganho. Fim da aposta.

Luke abre a boca para falar algo, mas um barulho chama a nossa atenção. Nos viramos em direção ao som, assim como todos na sala.

Em um certo ponto da sala, perto da parede, nas primeiras fileiras, encontra-se tinta verde para todo lado, inclusive na pessoa que está caída no chão com a tinta pingando dos seus cabelos para a sua roupa. Praticamente ela toda tinha sido atingida por um furacão esverdeado.

A Monstrinho, ainda no chão, tira seus óculos tentando limpar as lentes em algum ponto limpo não atingido pela tinta em seu moletom. Seu cabelo pinga sem parar uma tinta cremosa verde-escura. Todos na sala, depois de terem absorvido a cena, começam a rir. Não sou o único, Luke e Nico riem ao meu lado também. A quatro olhos parece agora fazer o motivo de ser chamada de Monstrinho ainda mais concreto.

- Opa! Desculpa, Monstrinho, juro que não tive a intenção. É que você é tão apagadinha e silenciosa que eu não te vi aí. - Drew fala com um falso arrependimento na voz, e do jeito que a conheço, sei que seria até capaz de fazer isso de novo. Ela se encontra em pé diante da chata assustada, com um balde com restos de tinta na mão. - Ah... talvez agora eu perceba onde você está. Ficou até mais fácil, não acha, galera?

Parte da sala não responde, outra parte responde com um "isso aí" ou um "ela merece" e "sim".

- De qualquer forma, te deixa com mais atrativo. Achei verde a sua cara. Pelo menos, agora chama mais atenção e não irá ficar com essa cara de idiota que você tem, não acha, querida? - Drew fala com uma solidariedade fingida, com as mãos unidas sobrepostas sobre o peito.

A garota não lhe responde. Pega a sua mochila e seus pertences, recoloca os óculos, agora um pouco mais limpos, e corre atrapalhada em direção à porta, sumindo em seguida com a cabeça abaixada.
 


Notas Finais


Gente eu tenho uma grande curiosidade para saber qual a parte olimpiana de vcs, então me contêm.

***

Então, o que acharam? Comentem!

Capítulo editado 17/04/20.


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