História O Menino que não enxergava (Sendo Revisado) - Sakura

– Onde estamos? – Falou Kyungsoo depois que se instalamos na casa onde ficaríamos por uma semana antes das voltas as aulas.

– Estamos em Wakkanai no Japão. – Dei um sorriso em com sua cara de surpreso. – Não se preocupe é a ponta do Japão mais próxima da Coreia.

– Mesmo assim, minha mãe vai me matar. – Dei uma gargalhada com o comentário dele e logo beijo aquela pequena pessoa fofa.

– Não se preocupe ela sabe. – Falei em seu ouvido. – Ainda mais quando tive que implorar para ela.

– Vocês vão ficar aí, ou vão pôr as coisas no quarto? – Falou Leo impaciente.

Seguimos para o quarto onde eu e ele iriamos ficar, a casa que nós estávamos é da minha família, eles compraram mais para mim que para eles passarem as férias. A casa era aquela clássica moderna, com uma linda vista para o mar, apesar de estar nevando onde estamos, gosto daqui porque é onde sakura floresce o ano todo e eu amo sakura.

A casa em si era bem ampla, tinha quatro quartos e duas suítes, uma delas é a minha onde eu e o Kyungsoo vamos ficar. Wonsik e o Taekwoon vão ficar no quarto de hóspedes que fica um pouco mais afastado do meu, eu até agradeço, pois, uma vez dormi na casa do Kyungsoo e o Leo ronca demais e eu evito isso.

Chegamos no nosso quarto e logo a rumo as coisas para o Kyungsoo, já era de noite quando chegamos, por conta da viajem estávamos exaustos, eu apenas jantaria e depois iria para o banho e dormir. Kyungsoo reclamou que estava sendo um peso para mim, pois eu queria arrumar as coisas sozinho, para me ajudar pedi para ele sentar do meu lado e pegando e me alcançando.

Despois que organizamos para ficar uma semana ali, logo fomos chamados para jantar, eu estava morto da fome, não comi nada durante a viajem toda e ainda só estava com o almoço no estomago. Caminhamos de mão dadas pela casa até a sala de jantar, onde tinha alguns empregados, o meu cunhado e o Leo já na mesa nos esperando.

Sentei na frente do Leo e do lado do Kyungsoo, durante o jantar o Wonsik falava animadamente sobre a neve que caia lá fora e sobre a bela cidade que tinha. Fez planos para nós visitarmos vários lugares e pontos turísticos, ele sabia que eu entregaria as alianças para o Soo amanhã no meu aniversário, tanto que ele fez questão de no horário que eu combinei só ele e o Leo saírem e deixar só eu e o Soo.

O resto do jantar foi bem agradável, logo que vi já estávamos voltando para o quarto, eu estava muito ansioso para entregar a aliança para ele, ainda mais quando eu deixei tudo preparado. Quero que seja algo especial e único, uma coisa que nunca fiz com ninguém quero que ele se lembrasse sempre de mim, e o mais importante quer que seja romântico.

Lhe entrego sua parte de cima do pijama e pego minha parte de baixo, posso ver várias vezes seu corpo, mas sempre tenho a mesma reação, quando o vejo basicamente desnuo só de cueca. Ele se aconchega em meus braços, queria perguntar se estava tudo bem por causa de ontem, mas não sei como começar a falar ou muito menos saber o que falar para ele.

– Soo?

– Hm? – Perguntou ele.

– Você está bem? – Perguntei preocupado, eu não quero que ele se sinta mal, pois um dia vai dar certo.

– Estou sim, Nini. – Ele deu um sorriso, o sorriso que eu tanto gosto. – Não se preocupe com aquilo, eu vou conseguir outro doador.

– Vai sim. – Dei um beijo nele e logo comecei a fazer carinho de costume até ele pegar no sono. – Boa noite meu pequeno.

– Boa noite meu grandão. – Acabamos caindo na gargalhada.

XX

– Bom Dia, amor. – Falou Kyungsoo em meu ouvido. – Feliz aniversário.

– Bom... – Ele não deixou eu terminar de falar e logo me beijou. – Belo dia.

– Vamos que o Ravi, já venho aqui dizendo que não é para demorar que já temos que sair. – Falou ele suspirando alto. Meu pequeno é sedentário, então sei como é difícil para ele caminhar. – Ah, feliz aniversário, amor.

Ele me beija mais uma vez, mas dessa vez foi apaixonante e muito quente, tive que me segurar, para não me excitar apenas com aquele beijo. Dei um belo de um sorriso assim que o ósculo acabou, ficamos assim por um tempo até o Ravi gritar da nossa demora.

Me levanto faço minha higiene matinal e logo vou com o Soo tomar café com o resto do pessoal, Leo como sempre com cara de morto e o Ravi estava animado e queria conhecer todos os lugares possíveis que a pequena cidade tinha de interessante. Ele era o único animado do grupo, na verdade eu estava mais animado para jantar com o meu pequeno, onde daria as alianças, estava animado e ansioso ao mesmo tempo.

Ficamos falando sobre os lugares que íamos primeiro, Wonsik disse que eles estariam fazendo casa de neve na praia e queria ver como era e essa seria nossa primeira atração do dia. Cape Soya não era muito distante de onde nós iriamos primeiro e esse seria nosso segundo ponto a ser visitado, por último iriamos em Hokumon Shrine que tinha um aquário, seria ali que deixaria o Leo e o Ravi para trás e seguiria para o jantar com o Soo.

Não demoramos muito para sair de casa em direção à praia, todos estavam bastante animados inclusive o Leo que nunca demonstrava suas emoções sorria, pois é ele está sorrindo. Depois de muitas músicas cantadas ou tentadas, chegamos ao nosso destino, por causa do frio e da neve tinha poucas pessoas no local, na verdade tinha pouco turistas naquele lugar.

O lugar era lindo, tinha grande iglu que tinha luzes dentro, atrás deles tinha estátuas de gelo que decorava o lugar, podiam-se ver pessoas saindo do iglu e outras tentando construir algo na neve. Caminhamos devagar para que não caíssemos na neve, o que seria desastroso e vergonhoso para algum de nós e logo já estávamos dentro de um iglu.

Eu narrava todo lugar para o Kyungsoo, suas características e além do que continha dentro, falava sobre que tinha botado dentro dela e uma pequena cama que nela continha. Ele escutava muito atento sobre o lugar e tudo que ele tinha, às vezes ele me perguntava de coisas sobre a estrutura e eu respondia que era em meia esfera assim conseguia driblar o tempo. Eu sabia de bastante coisas sobre aquilo, meu avô sempre me trazia quando era pequeno e sempre me falava as curiosidades que tinham os iglus.

Fomos ver as estátuas que tinham no local, umas das estátuas continha uma pessoa vestida com roupas de inverno, com características surreais para uma estátua de neve. Logo em seguida vinha uma com formato de lobo uivando para a lua e o mesmo tinha aquelas características surreais que a estátua da pessoa tinha.

– Essa é a última. – Falei para o Soo, eu narrava todas as estátuas que tinham ali. – Ela mostra uma Sakura, com folhas quase se desprendendo dela.

– Deve ser lindo. – Falou ele, ele sempre bota esse verbo “dever” o que faz uma dor no meu coração surgir.

Sei como é difícil para ele não enxergar as coisas, ainda mais quando ele descobre que o doador cancela a doação, sei que ele ficou bastante magoado com isso, pois isso prometi a mim mesmo que farei ele esquecer isso um pouco. Eu já contava as horas para o jantar com ele, somente ele e eu, já tinha combinado tudo e agora só falta realizar.

– Soo, vem vamos que temos que ir para o Cape Soya. – Falou Wonsik puxando o irmão de perto de mim.

– Posso falar com você? – Perguntou Leo para mim.

– Pode.

Seguimos para a direção da praia, onde ninguém ousaria entrar naquela água a baixo de zero.

– Sabe Jongin, eu nunca gostei de você. – Falou o Leo, uma coisa que não me surpreendi. – Mas eu participei da sua história desde o começo.

– É eu sei. – Falei com um sorriso fraco.

– Me lembro até hoje o menino inocente que sempre sorria para todos. – Ele parou de caminha e me encarou. – Sempre tão alegre do lado do Zitao.

– Não fala no nome dele. – Falei sério, odiava quando as pessoas tocavam nesse nome. – O que quer dizer com isso?

– Quero dizer que você voltou a ser ele. – Deu um sorriso sincero para mim. – Mas tem algo que eu descobri e espero que não seja verdade.

– O que seria?

– Descobri que você está tentando apaixonar o Kyungsoo e depois terminar com ele. – Ele agora olhou sério para mim. – Eu quero muito acreditar que você não esteja fazendo isso, mas preciso que você fale com suas palavras que não está.

Fiquei surpreso por um tempo, pois antes eu estava, mas agora só quero proteger o Soo, ele é diferente de todos, ele era inocente, dócil e muito gentil e fez eu amar ele com isso. Hoje não penso mais machucar ele e se um dia acontecer farei de tudo para conquistar ele de novo, pois quando se ama uma pessoa não pode se perder e sempre proteger.

– Para ser sincero, antes era verdade. – Confessei e elogio ele me olhou surpreso, mas logo voltou a ficar sério. – Mas hoje em dia, apenas quero seu bem. Eu quero proteger ele. Eu amo o Kyungsoo.

– Então me promete que tentará não machucar ele. – Falou e eu apenas confirmei com a cabeça. – Kai, vou confiar em você, mas se um dia acontecer de você machucar ele e eu ver que foi sua culpa, você vai se machucar também e eu terei o prazer de fazer isso. – Falou sério, o que fez um arrepio em mim. – Se um dia ver que alguém sabotou vocês eu tentarei meu máximo para convencer o Kyungsoo te dar uma chance, mas isso vai depender dele e ainda mais não vou força-lo a nada, mas te ajudarei de alguma forma.

– Obrigado. – Disse sorrindo. Eu nunca tinha visto esse lado protetor do Leo e isso me admirava, pois ele parecia o pai do Kyungsoo. Não considero o Leo como um amigo, mas algo próximo disso, eu ainda quero me tornar amigo dele, se ele quiser também.

– Agora vamos que eles devem estar nos esperando. – Falou ele rindo e logo andamos de volta. – O Wonsik falou sobre o que vai fazer hoje. Faça o Kyungsoo a pessoa mais feliz do mundo.

– E eu farei. – Dei um sorriso para o mesmo e logo chegamos.

Paramos para almoçar para depois seguirmos para nosso destino, escolhemos um restaurante tradicional, a minha escolha e todos aprovaram, era um restaurante que eu ia muito quando era pequeno. Lá relembrei um pouco do passado e como eu era feliz do lado do meu avô, agora sou feliz do lado do Soo. Depois que comemos resolvemos ir direto para a nossa segunda parada do dia.

Durante a ida ficamos conversando sobre essa ponta cidade ser muito bonita, além da ótima vista que o lugar dava para o mar, sua arquitetura era extremamente contemporânea onde mostra uma flecha de duas pontas, onde uma aponta para o norte e outra para o sul. Quando chegamos lá o Wonsik ficou maravilhado, tanto que o Soo teve que acalmar os ânimos do menino, depois que ele estava quase se jogando lá embaixo.

– Tem uma grande estátua em forma de triangulo. – Falei no ouvido do Soo. – Ela é feita de mármore cinza e em seu meio tem uma flecha de duas pontas de ferro de cor preto enferrujado, ele aponta para o Norte e o Sul.

– Deve ser lindo. – Repetiu aquelas mesmas palavras, me fez querer dizer para ele parar com esse verbo.

– Pode para de dizer “deve”. – Falei um pouco irritado, o mesmo se virou para mim com uma cara de confuso.

– Quer que eu faça o que? – Sua voz não saiu nada boa. – Eu sou cego se você se lembra.

– Kyungsoo, eu não quis dizer isso. – Falei chegando perto dele. – Mas use sua imaginação e enxergue além do que pode. – Falei mais sussurrando pela nossa proximidade.

– Desculpe, Nini. – Falou ele e me abraçou. – Só que não vou mentir para você que estava tudo bem sobre o cancelamento da doação.

– Ei, não precisa ficar assim. – Dei um beijo em sua testa. – Pense que ainda vai conseguir. Sei que quer enxergar, mas não desista como está fazendo.

– Vou tentar. – Disse por fim.

Deixamos aquele clima de lado e logo tiramos mais fotos que tanto insistiu meu cunhado chato, mas rimos bastantes, eu estava extremante feliz ainda mais por ter o Kyungsoo do meu lado. Ficamos lá observando a paisagem e conversando bastante sobre como tudo aconteceu nesse último mês e o quanto o amor estava presente em nossas vidas.

Logo seguimos para o nosso último destino, que era o aquário, na verdade eu e o Kyungsoo só íamos deixar os amantes ali e eu levaria ele de volta para casa, onde provavelmente o jantar já está quase tudo pronto. No carro inventei uma desculpa dizendo que estava com dor de cabeça e precisava voltar para casa, que deixaria o Kyungsoo com eles, mas o moreno logo recusou em me deixar sozinho, apenas sorri satisfeito da minha atuação.

Sigo com Soo de volta para casa, antes tinha mandando mensagem para um dos empregados, logo ele me responde que está tudo pronto para nossa chegada. Durante a ida para a casa, ele se mostrava um namorado preocupado, perguntando o que eu sentia e o que deveria fazer, eu apenas pedia carinho e beijos, resultado foi nossos lábios inchados quando chegamos.

– Vem comigo. – Digo em seu ouvido, ele me olha desconfiado.

– Você não estava doente? – Perguntou assim que ele percebeu que estamos no gramado. – Porque estou sentindo cheiro de sakura.

Apenas dei uma risada e nada falei, apenas fui até no meio do jardim onde tinha uma linda mesa a dois, apenas para nós. Tudo estava como eu tinha pedido, até mesmo as flores de camélia que ele gostava tinham ali. Sentei ele e depois fui me sentar do outro lado, o mais interessante era que estávamos embaixo de uma sakura, uma arvore que eu acho linda.

– Bom acho melhor eu explicar. – Digo um pouco sem graça. – Não estou doente, apenas quis te trazer em um jantar romântico no meu aniversário.

– Por que não me falou?

– Queria fazer uma surpresa. – Dei um sorriso, mesmo sabendo que ele não veria.

– Pelo jeito é boa, mas deviria ter me falado. – Fez um bico.

– Desculpe. – Fiz uma voz manhosa para ele.

O jantar se seguiu com risadas e lembrança desse último mês, já que faziam um mês de nosso namoro, o que deixava muitas lembranças para pouca data, e deixaria mais e mais durante nossos meses de namoro e até anos. Já planejávamos sobre o nosso futuro, sei que somos muitos novos para isso, mas é algo que queremos e que devemos ter em mente.

Eu acho engraçado a cena que estamos tendo, é como se tivéssemos em um típico filme clichê, onde os dois planejam o futuro bem em um jantar romântico. Eu gosto desse clichê na verdade, ele mostra a mais puro amor, um amor que poucos tem e poucos podem adquirir, eu me considero sortudo por experimentar esse amor e dividir com o Kyungsoo, ele é como se fosse minha energia.

– Por que estou sentindo cheiro de camélia? – Perguntou ele e eu apenas ri.

– Porque pedi para colherem para nós. – Indaguei ainda com um sorriso bobo no rosto, não somente o sorriso, eu estava todo bobo por ter ele do meu lado. – O principal é a sakura.

– Por quê? – Me olhou confuso.

– A sakura aqui no Japão é muito importante para a cultura. – Minha vó sempre falou sobre isso para mim, e que seu primeiro beijo foi em baixo de uma sakura. – Ela mostra a felicidade e alegria, é isso que eu sinto por você, tudo que eu sinto quando estou em seu lado é felicidade e alegria, nunca me senti assim com ninguém. – Confessei, acho que era melhor fazer o pedido agora. – Kyungsoo você é a minha sakura.

– E você é meu Sasuke. – Eu apenas ri daquela piada, não porque eu entendi a referência, mas sim por ele ter aliviado a atenção que eu mesmo estava criando.

– Bem, como eu estava falando. – Suspirei. Me levantei e caminhei até ele e me ajoelhei. – Pode alevanta e virar para mim?

Minhas mãos suavam e tremiam assim como meu corpo inteiro, o nervosismo batia em mim, parecia que eu estava pedindo ele em casamento, o que não seria ruim, mas era apenas a entrega das alianças de namoro, mas me deixa muito nervoso de tudo dar errado. Ele me obedece e logo esta virado para mim e minha respiração falha um pouco, mas tinha que fazer agora.

– Kyungsoo, sei que já pedi para ser meu namorado, sei que não foi um jeito clichê de se pedir, na verdade pensei que você não ia aceitar. – Confessei e ele apenas riu. – Mas agora em minhas mãos estão duas alianças de namoro, e com elas pergunto. Kyungsoo, você aceita namorar comigo do jeito mais clichê?

– Deixa eu pensar. – Ele elevou sua mão em seu queixo e fez uma pose de reflexão. Confesso que aquilo me deu um pouco de medo de receber um não na cara. – Aceito.

Uma alegria transbordou de mim, logo estou botando a aliança em seu dedo e depois ele no meu. Eu estava feliz e ainda mais quando se tem um sim da pessoa que você mais queria, ele era tudo que eu quero e agora poderei confessar para o mesmo o quanto eu o amo.

– Posso cantar? – Pergunto

– Claro.

”Sakura hirahira

The leaves will flutter to the ground

It reminds me of the days

When you were here to hold my hand

And the promises we've made along

Still keep me hanging on

Hold me now just like other lovers

Sakura maichiru”

“As flores de cerejeira caíram

As folhas voarão para o chão

Isso me lembra dos dias

Que você estava aqui para segurar minha mão

E as promessas que fizemos

Ainda me mantém de pé

Abrace-me agora apenas como outros casais

A desunião das flores de cerejeira”

Ele não deixou eu terminar de cantar, seus lábios já estavam no meus, mas esse beijo era necessitado e ainda mais com esse desespero que ambos nós tínhamos para executar o ósculo. Ficamos assim até sentir falta de ar dos nossos pulmões, nos separamos ofegantes e cada um com um sorriso no rosto e voltamos para o ósculo.

– Jongin, acho que estou pronto. – As palavras dele me arrepiaram. – Vamos para o quarto.

Preview in the cap. 13:

"Ele me deita de vagar na cama, com beijos e carinhos, logo ele passou a beijar meu pescoço e ali também começou a dar pequenos chupões, fazendo com que gemidos falhos saíssem de minha boca e que fizesse um único som continuo, em nosso quarto. Ele continuou até chegar de novo em minha boca em busca de mais um ósculo e não neguei, assim como não negaria sempre que eu necessitava."