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História O Menino que não enxergava (Sendo Revisado) - Perdas


Escrita por: ThaN1 e Park_Stylison

Notas do Autor


Olá,
Esse cap, me fez chorar muito, muito mesmo, escrevendo ele, betando ele
Chorei muito, quando chegar na parte do pôr do sol escute Miracles in December, por que foi a musica que eu estava escutando para descrever o cap.
Sem enrolação, prepare os paninhos, muitos e vem com a sofrência
Qualquer erro me desculpe, pois chorei muito betando o cap sauashasushash sou sensivel desculpe
Saranghae <3
LEIAM AS NOTAS FINAIS, TEM FANFIC MINHA NOVA

Capítulo 19 - Perdas


Saio com um sorriso no rosto do quarto, minha proposta de me casar com o Kyungsoo não era brincadeira, na verdade, eu estava pensando nisso desde que fiquei aquela semana longe dele. Foi ali que percebi que o Soo era algo mais importante para mim, tanto em sua presença, quanto pelo seu carinho, sei que nessas últimas semanas está sendo difícil para mim, poxa saber que sua vó pode morrer a qualquer momento não é a melhor notícia a se dar.

Caminho em direção a cozinha, o piano é inicializado e dou um pequeno sorriso, pois sei que a senhora Heemin está nele, ela sempre está quando a saudade atinge minha vozinha. Quando passo perto da sala onde o piano é localizado, um estrondo é dado, olho em sua direção e vejo a senhora Heemin caída no chão, um desespero bateu em meu corpo, corri até a mesma gritando seu nome. Ela me olha e faz um sinal com a boca para ficar quieto e diz:

– Jongin, fale baixo, Kyungsoo pode escutar. – Pego em seu pescoço e ponho sua cabeça em minhas pernas. – Levanta e começa a tocar, não vou conseguir terminar. Faça isso para ele não sofrer, faça por mim.

– Mas vó, não posso deixar a senhora assim. – Digo já com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, a dor no meu peito é quase insuportável.

– Eu vou ficar bem, apenas termina a música e depois me ajuda. – Ela deu seu sorriso fraco para mim.

Me levantei e sentei no banco em frente ao piano, fiquei pensando em qual parte foi parada, minha vó percebeu e me falou. Começo a tocar, a cada nota era uma dor se dissolve no ar, fazendo com aquela melodia saísse triste, as lágrimas caiam de forma lenta e doloridas e olhar para senhora Heemin ali no chão, fraca e me olhando com um sorriso também fraco, faz com que meu coração se despedace.

A melodia era de forma dolorosa, ainda mais quando a senhora Heemin fechou seus olhos, queria terminar de tocar ali mesmos, mas como estava no final achei melhor terminar, mesmo que minha dor seja grande, ainda tinha o Kyungsoo. Quando o último acorde tocou, me levante na pressa e me ajoelhei em sua frente, chamando seu nome, ela abre e me lança um sorriso, aquilo me fez ficar aliviado em saber que ela ainda estava ali, ainda estava viva.

Levanto a mesma, que apenas pede para levar ao seu quarto, nada falo apenas pego ela no colo e carrego até seu quarto, deitando ela na cama de forma que fique mais confortável possível. Ela me pediu para levar o Kyungsoo para casa dele, pois ela sabia que não duraria muito e não queria que ele descobrisse, ainda não.

Saiu do quarto, fecho a porta e escorrego pela mesma em um choro mudo, a dor da perda era algo que você sempre vai ter, mas o nível dela é tão grande, que pode ser comparado a uma quebradura. Tente me acalmar antes de ir para cozinha, segui pela aquela casa ainda com algumas lágrimas teimosas caindo de meus olhos, chego na cozinha pego o copo de suco e levo volto para o quarto.

Entro e vejo o Kyungsoo parado na de frente para a porta, ele mantinha os olhos vidrados nela, dou um sorriso para ele, mesmo sabendo que ele não me vê. Acho que se não fosse por ele, não estava sendo tão forte como estou sendo agora, ele era minhas forças, é a minha resposta para viver, ele era meu tudo. Olhando para ele agora, percebo que o Kyungsoo é alguém que vai viver sempre do meu lado, mesmo que eu lute para isso acontecer, mesmo que isso demore para acontecer.

– Voltei. – Lhe informei e sigo até ele, dando um pequeno selar em seus lábios. – Então vamos casar?

– Como me trouxe, sim vamos casar. – Ele me deu um sorriso, beijo sua testa, me afastando para ele beber. – O que houve?

– O que?

– O piano, ele deu um estrondo. – Eu precisava de uma desculpa, mas não sabia qual usar.

– Ah. – Cocei a parte de trás da minha cabeça em forma de nervosismo. – Caiu o copo que a senhora Heemin estava bebendo. – Ele me olha com uma das sobrancelhas levantada. – Ela deixou o copo na ponta.

Ele nada falou, apenas terminou de tomar o liquido e se sentar do meu lado botando a sua cabeça em meus ombros, pego sua mão e começo a fazer carinho nela e digo em um sussurro o “eu te amo” e ele responde também em um sussurro “te amo mais”. Ficamos assim até o sono bater e deitarmos, fazendo ele me abraçar, sinto seu cheiro, que confesso que amo, antes do sono me pegar.

XX

Melhor jeito de pensar é estar em uma viagem de carro em direção a casa onde a família Kim surgiu, onde meu avô morreu e está enterrado, me pergunto como eu consigo pensar, se sei que eu e meu irmão estamos vindo aqui apenas para passar os últimos dias da minha vó ao nosso lado. Mesmo que doa em saber disso, faria isso por ela e meu irmão que pegou alguns dias de folga do seu serviço e conseguiu arranjar uma baba para seus filhos.

Seguimos em silêncio até o chalé onde minha vó criou meu pai, era um lugar bastante afastado da cidade, poderia ser considerado interior, mas foi ali que surgiu os negócios do meu avô e que tornou nossa família rica. Senhora Heemin não teve mais aquele ataque desde aquele dia, o que achei algo muito bom, ela até sorriu muito antes de cairmos na estrada. Ela até me ajudou a levar o Kyungsoo para casa do mesmo e até conversou com a mãe do mesmo e fez a paz dos dois.

Finalmente chegamos a tão aguardada casa, que por anos escutei ser assombrada, tinha medo de vir aqui quando era pequeno, na verdade vinha aqui com meu avô e meu irmão e nós brincávamos de tudo, desde pega a pega até cobra cega. Eu pude dizer que fui feliz naquela época, não que eu seja hoje, mas se meu avô fosse vivo, ele me apoiaria com o Soo e além também não precisava ter conhecido o Tao quando eu estava me sentindo sozinho.

O chalé se localizava no meio de um bosque, tinha várias árvores em volta da casa e também nos fundos, na frente tinha uma estrada de volta para uma cidade mais próxima dali. Nos fundos da casa antes do bosque, tem uma piscina e uma pequena trilha para onde meu avô está enterrado e também tinha um pequeno galpão onde era guardado coisas de utilidade da casa. Podia se dizer que era um lugar bastante calmo, tendo uma bela paisagem.

A casa parecia enorme quando era pequeno, mas olhando agora, considero de um tamanho normal, a última vez que vim aqui foi para o funeral do meu avô e depois nunca mais pude voltar. Minha vó todo ano vem, mas eu nunca consigo, às vezes por causa da escola e outras não queria lembrar do meu avô sabendo que iria chorar, fazendo a senhora Heemin se culpar pelo meu choro.

Desço assim que a senhora Heemin me chama, olho para a mesa onde ela preparava algo para comer, achei estranho, pois tínhamos empregados ali, mas nada questionei. Na verdade, tudo que a senhora Heemin faz ultimamente não questiono, sei que ela apenas faz aquilo que gosta, aquilo que quer e sabe que se não fazer hoje, será tarde demais para fazer.

Me sento de frente para meu irmão que estava animado por estarmos assim, ficamos conversando sobre tudo que aconteceu em nossas vidas, foi quando descobri que ele quem ajudou o meu Soo a chegar na minha casa quando ele brigou com sua mãe, eu apenas dei um pelo de um sorriso com aquilo, pois sei fiquei pensando como meu Soo tinha chegado ali. Em pensar nele agora, me dá uma falta, pois poderia estar deitado com ele, ou até mesmo conversando sobre o futuro, talvez também ele me ensinado a ler Brailler.

Ficamos assim até a senhora Heemin chamar nós para irmos ver meu avô, ela levaria comida para ele e também queria conversar com ele um pouco¹. Seguimos em direção onde meu avô está enterrado, era um pouco mais afastado da casa, quase no meio do bosque, lá estavam meu avô, seus pais e alguns dos seus parentes próximos.

Minha avó preparou tudo na frente do mesmo, organizou a comida, cravou o hashi no arroz em sinal de respeito, assim meu avô poderia comer em paz, ela serviu um pouco de soju para que ele tivesse algo para beber junto com a comida. Se ajoelhamos de frente a tumulo dele, fizemos uma pequena rezam e se curvamos três vezes em sinal de respeitos aos mortos, se sentamos e ficamos em um silêncio confortável.

– Olha quem eu trouxe para ver você. – Falou minha vó em direção ao tumulo do meu avô. – Seus queridos netos. Digam olá crianças.

– Olá Ajushi. – Falou meu irmão, ele sempre chamou meu avô dessa forma só para provocar o mesmo. – Desculpe a demora por vim te visitar.

– Oi, vô. – Digo em um sorriso tímido e envergonhado, mesmo sabendo que era uma tumulo. – Tem passado esse tempo bem?

– Viu só Yeobo. – Falou minha vó com um verdadeiro sorriso no rosto. – Prometi que antes de morrer traria seus queridos netos.

Eu e meu irmão apenas se entre olhamos, sem pronunciar nenhuma palavra, apenas com pequenos sorrisos tristes. Minha vó conversou bastante com meu avô e nós também, contamos de nossas vidas para o mesmo, contei sobre o Kyungsoo e sobre a doação que minha vó está fazendo para ele. Hakyeon falou sobre ele ter casado com um professor e já ter filhos adotados com o mesmo, dizendo que ele estava feliz.

Por fim, minha vó contou que ela estava partindo para o outro mundo com ele e que seria em breve, ela falou sobre ele estar preparado para ela chegar já no estilo. Rimos disso, ela começou a falar de suas lembranças que ela sentia sobre ele, suas saudades e sua dor, ambos começamos a chora em silêncio sem atrapalhar o choro do outro.

Antes de voltarmos para casa, cumprimentamos os outros da família, alguns chegamos a conhecer, outros estavam ali a anos, antes mesmo de meu pai nascer. Se curvamos perante a eles, depois voltamos para casa, entramos na mesma com um sorriso no rosto, apenas para quebrar aquele clima triste que pairava sobre nós. Seguimos para a sala, onde iriamos ficar um pouco antes do pôr do sol, minha vó queria ver ele.

Eu e meu irmão sabíamos o que isso significa, quando meu avô morreu ele falou as mesmas palavras para meu pai e seu irmão, que queria ver o pôr do sol, foi nesse dia que ele morreu. Foi a primeira e única vez que vi meu pai chorar na vida, me lembro perfeitamente ele dentro do quarto, sentado em um canto e chorando, eu perguntava o que tinha acontecido, ele apenas respondeu, “Às estralas ganharam um irmão”.

Ficamos na sala jogando caça-palavras, gong-gi² e entre outros, minha vó era muito boa nesses tipos de jogos, não dava nem graça de ela jogar com nós, mesmo sabendo que ela iria ganhar. Ela tinha explicado que foi por causa desses jogos que conheceu meu avô, se ela não fosse boa suficiente, ele nunca tinha olhado para ele e os dois nunca teriam ficados juntos.

Me lembro que meu vô contava essas histórias para mim e meu irmão, mas sempre de seu ponto de vista, dizendo que naquela época que conheceu minha vó, era difícil de se casar, pois seus pais que tinham que aceitar seu namoro e não você. Ele me explicou que era muito comum e que agradeceu todos os deuses por seus pais terem gostado da senhora Heemin, tudo porque ela ganhou de seu pai em um jogo que ninguém ganhava dele.

O relógio marcava que estava quase na hora do pôr do sol, eu e meu irmão pegamos as cadeiras de madeira e botamos na varanda, assim podíamos ver o pôr do sol mais relaxados. Senhora Heemin apenas nos observava com um sorriso no rosto e toda hora afirmava que estava extremamente feliz com por estarmos aqui, pois era muito importante para ela.

Senhora Heemin sentou na cadeira do meio, fiquei na ponta direita e meu irmão na ponta esquerda. O sol estava já dando seus últimos raios de sol, senhora Heemin como muito humorada começou a bater palmas, dizendo que sempre quis fazer isso e se sentir mais da paz e na vibe, eu e meu irmão apenas sorrindo. Às estrelas já apareciam em cima das nossas cabeça, formando um céu lindo, um sorriso foi dado por mim e meu irmão quando a senhora Heemin apontou as mãos para as estrelas dizendo que era as mais lindas que já viu no mundo.

– Sabe, eu vou me tornar uma delas. – Falou a senhora Heemin, chamando cada vez mais nosso foco, ela pega a mão do Hakyeon e a minha entrelaçando os dedos. – Quero que vocês não fiquem tristes, pois eu estou feliz. As estrelas vão ficarem felizes, já que vão ganhar uma irmã para acompanhar elas pela eternidade.

Eu e meu irmão ficamos em silêncio, pois estava na hora de dizer adeus a nossa querida vó. Lágrimas se formaram em meus olhos, mas não caíram, apenas permaneceram ali e não só nos meus como também de meu irmão.

– Quero dar um conselho para cada um de vocês. – Ela disse apertando nossas mãos, olhando para aquelas estrelas que brilhavam forte naquele dia. – Posso?

– Uhum. – Falamos juntos.

– Hakyeon. – Ela fez uma pausa olhando para meu irmão. – Você é a pessoa que fez com que uma família percebesse o valor que tem um filho. Sei que a mágoa que tem com seu pai é grande, por isso peço que o perdoe, mesmo que seja difícil converse com ele e põe tudo que sente, pois sei que ele te ama. – Ela deu um suspiro e logo voltou a falar. – Sabe quando me mostrou a foto da sua família, eu já sabia, pois, seu pai tinha ido na apresentação deles, ele chorou aquele dia, pois viu o erro dele. Se quer que seus filhos tenham um avô, perdoa seu pai, como também sua mãe, ela mesma fez com que ele percebesse o erro que cometeu em brigar com você. – Mais uma pausa. – Hoje eu vou partir, será uma ótima oportunidade para conversar com ele em meu enterro. Mais uma coisa, sempre faça seus filhos felizes, nunca brigue com eles que não achar necessário e o mais importante ame eles como ame a si mesmo.

– Obrigado Ahjumma. – Disse meu irmão, que chorava.

– E você Jongin. – Ela se virou para mim com um sorriso. – Saiba que tenho muito orgulho de você, pois superou tudo pelo amor com o Kyungsoo, saiba que amo vocês dois de uma maneira tão grande que não sei explicar. Quero que me prometa que sempre vai fazer o pequeno anjo feliz, fará de tudo para proteger ele do mal. Prometa isso por mim.

– Prometo. – Falei com a voz embraçada.

– Também quero que perdoe seu pai, mesmo que ele brigue com você e diga que você é uma vergonha, é porque ele quer seu bem, quer que você cresça com seus erros. – Falou ela com um sorriso. – Ele provavelmente vai te mandar embora assim que eu morrer, faça isso, mesmo que seja doloroso deixar o Kyungsoo, eu fiz ele me prometer que ajudaria com o hospital do Kyungsoo e além também de dar uma faculdade para o mesmo. Então quando seu pai pedir para ir embora diga sim, pois você voltará para ficar com seu pequeno. E lembre-se que só contará da minha partida depois que você voltar do exterior. – Ela deu um suspirar e fechou os olhos com dificuldade. – Nunca conte que fui eu que doei os meus olhos para ele, mesmo que ele ínsita nunca diga que fui eu.

– Nunca direi. – Dou um sorriso.

– Isso é para você. – Ela me entrega um caixinha de anel na cor preta, que logo identifiquei sendo do meu avô. – Esse é o seu e esse é o do Kyungsoo. – Ela retirou o seu do seu dedo e botou em outra caixinha de cor vermelha. – Como eu sei que pediu ele em casamento, entrega isso para ele, antes de partir.

– Ok. – Falei já chorando.

– Agora quero falar algo antes de ir embora. – Ela voltou a olhar para o céu. – Seu avô pediu para me dizer essas palavras para vocês. – Deu um suspirar na memória. – “Flores são como almas, elas brotam, crescem e se toram lindas e morre. Tem suas exceções, como as que criam erva daninha juntos delas, assim nunca ficam bonitas e morrem cedo. Isso é o que acontece com nós, seres humanos, nascemos, crescemos, madurecemos e morremos, mas se não cuidarmos, teremos pessoas erradas em nossas vidas. Quando perceber que isso irá ocorrer, nunca magoe essa erva daninha, apenas seja educado com ela, assim ela sairá com mais facilidade de seu caminho. Não importe o quanto tempo demore, mas o amor chega e com ele toda a paz do mundo, mas como tudo que é bom dura pouco, terá pessoas que irão prejudicar vocês e também vão julgar seu trabalho e também sempre irá ter aquele tipo de pessoa fará com que seu sucesso ser bem visto, assim como os floristas fez isso e terá aquela pessoa que te ajudará nesse caminho, como os jardineiros que estão ali para deixarem você crescer fortemente. Então, tudo tem seu tempo, tudo pode ser resolvido com o tempo, saibam que nem um império cresceu de uma noite por dia, mas quase todos caíram de uma noite para o dia. Lutem pelos seus objetivos e sempre sonhem alto, mesmo que seja impossível de alcançar, mas nada é impossível. Lembre-se o que está em jogo é sua vida e não uma planta. ” – Ela parou. – Ele me disse isso antes de morrer, para eu passar para frente e vocês também precisam passar isso para suas futuras gerações. Eu estou partindo agora, mas sempre estarei do lado de vocês. Eu amo vocês, nunca esqueçam disso e sempre vou amar, não há nada nesse mundo que amo mais. Mais uma coisa, cuidem de coisas que valem apenas e nunca, mas nunca desistam de seu futuro ao lado de quem os amam. Agora vamos aproveitar às estrelas, pois estão mais bonitas hoje, para a minha chegada. – Ela olhou para cima e deu um lindo sorriso. – Seu avô venho me buscar.

Permanecendo quietos, apenas observando aquela escuridão com pontos brilhantes, elas piscavam e faziam diversa cores se transformando em um espetáculo espacial. Senhora Heemin sussurrou sua última palavra “Adeus” e fechou os olhos, baixou a cabeça de forma calma e deu seu último suspiro antes que seu corpo parasse completamente de se movimentar, anunciando sua partida para outro mundo.

Meu choro surgiu, os soluços também, a dor cresceu tão grande no meu peito, que fez com que toda as coisas que sentisse não se comparasse essa dor, perdi minha vó, perdi meu mais bem preciso e não pude fazer nada diante disso. Meu choro ficou mais forte, às lágrimas desciam de forma descontrolada, faziam que o borram impedisse que ver o corpo já falecido de minha avó ali, na minha frente, eu queria ela, queria que ela voltasse, essa dor está grande e sufocante, eu não consigo espirar.

Caio sentado com aquela dor forte, os soluços estavam causando cada vez mais dor, meu corpo está me matando. Um grito sai de minha garganta pedindo para aquela dor passasse, meu irmão me abraçou, ele chorava também, ele dizia que tudo ia melhorar, era o que eu queria, era algo que mais queria, que tudo melhorasse logo, porque a dor é grande.

XX

Sentado olhando para a foto da minha vó é doloroso, eu chorava silencioso, me perguntava se ela realmente não tinha cura, se ela foi egoísta de me deixar sozinho nesse mundo, como é capaz de fazer isso comigo, porque ela foi e me deixou. Eu apenas queria mais um dos seus sorrisos, mais um dos seus kimchis, mais dela me dizendo o que fazer desse mundo imundo de pessoas más, porque aquelas que não merecem morrer tem que ir?

Olho para as pessoas em minha volta, sinto cada vez mais vontade de chorar, cada vez mais de sumir e tenho vontade de voltar no tempo, dizer para minha vó todos os dias que eu a amava e sempre amarei. Eu me arrependo de não dizer essas palavras, eu me sinto tão inútil de quando ela me convidava para sair, eu me sentia a pior pessoa daquele mundo, porque eu sempre fui tão frio com ela, porque eu não aproveitei todos os momentos que tive a oportunidade.

– Jongin. – Escutei a voz do meu pai, me virei para o mesmo, via em seus olhos que ele sofria. – Preciso conversar com você.

Eu nada falo, apenas levanto e sigo em direção a sua que vai até em uma pequena sala onde é disponibilizada aos familiares no caso de querer ter uma conversa em particular. Entramos e ele aponta a cadeira para mim, me sento e ele em minha frente, sei o que ele vai falar e prometi a minha falecida vó que iria para o exterior por ela e pelo Kyungsoo.

– Você vai para o exterior. – Ele falou e eu apenas concordei com a cabeça. – Sei que você gosta muito do seu atual namorado, mas no futuro você vai assumir a empresa e precisa de experiência fora do país. – Ele pegou um envelope e me entregou.

– Me promete que nunca vai fazer nada com o Soo. – Falei olhando para ele, o mesmo deu um sorriso.

– Não se preocupe com ele, vou pagar todas as despesas do Hospital e também farei ele fazer a faculdade da preferência dele. – Suspirei aliviado, meu pai pode ser ruim, mas ele sempre cumpre as suas promessas. – As passagem que lhe entreguei é para amanhã de noite, provavelmente vai nem dar tempo de ver seu namorado lhe enxergar, sei que é difícil, mas é mais fácil para ambos assim.

– Eu sei. – Disse, não adiantaria pedir para que ele me veja e depois eu desaparecesse da noite por dia e ele sofreria mais e eu não quero que ele sofra.

– Mais uma coisa, você só poderá voltar para Coreia depois da sua faculdade e pós-graduação que está em torno de sete anos. – Ele se levantou e seguiu para porta. – Você pode até casar com o seu namorado, mas primeiro vai ter que ter a faculdade e estar já trabalhando na nossa empresa.

Ele saiu pela porta, me deixando pensativo com o que acabou de dizer, eu sabia que seria um longo período longe dele, mas sabia que ele me esperaria, sabia que ele ficaria meu noivo durante esses sete anos. Me levanto e caminho em direção a porta quando meu celular que até então estava fora de uso jogado em cima daquela mesa brilhando, me chama atenção. Peguei o celular vendo que tem várias notificações de ligações todas com o mesmo nome “Amor Soo” e todas tinham uma mensagem de voz e que não demorei a escuta-las.

“– Oi amor, estou ligando para informar que o hospital ligou dizendo que farei a cirurgia. – Falou ele do outro lado da linha, sua voz saiu animada e muito feliz, sorri com aquilo, em pensar no sorriso que ele está no rosto. “

“– Sabe amor, quero você lá, sei que você e a senhora Heemin tiraram umas férias de mim, mas quero que esteja lá. – Outra mensagem e mais uma vez um sorriso meu foi dado, mas com tristeza, pois sei ele não sabe de nada sobre a senhora Heemin. ”

“– Estou no carro com o meu irmão e meus pais...

Kyungsoo, deixa o menino curtir às férias dele, ele vai te ver assim que ouvir isso. – Escutei a voz do senhor Do.

Vou desligar amor. – Ele falou. “

Antes de outra começar olhei faz quanto tempo elas tinham sido enviadas, percebi que a última fazia cinco minutos que tinha sido envida. Para não atrasar, peguei essa e botei para escutar o que Kyungsoo falando e sua voz começou com aquele tom doce e calmo.

“– Oi amor, já estou no hospital, esperando para começar a minha cirurgia. Estive pensando sobre minha cirurgia, eu não deveria estar feliz, pois sei que alguém teve que morrer para me dar um par de olhos, alguém teve que partir para só eu ter essa alegria. Será que eu devo ser feliz com isso? – Escutei sua voz sair triste, meu coração apertou com aquilo. – Queria que existi uma forma que pessoas não precisasse morrer para a outra ser feliz, queria que existisse algum tipo de olhos robôs e que faz com que nós se sentíssemos como um Robocop. – Ele deu uma risada da própria piada. – Mas falando sério, será que a pessoa que me doou os olhos, me perdoaria se eu chorasse por ela, mesmo não a conhecendo, mesmo que ela não queria que a pessoa chorasse, será que ela me perdoa por ter tirado a vida dela? – Um soluço seu foi dado, sabia que ele se sentia culpa, mas ele não tinha culpa e muito menos sabe quem é. – Mas tirando isso, tem um lado bom, eu vou poder te ver, vou poder dizer sobre o quanto você é lindo e principalmente vou ver nosso casamento, meu noivo. Vou desligar que já vão me chamar, quero você aqui quando eu acordar. – A linha fica muda e sei que terminou a mensagem de voz. “

A única coisa que eu fiz foi sair daquela correndo, por sorte o Luhan estava aqui com o Sehun, os dois estavam em uma mesa, um pouco mais perto da entrada. Sehun quando descobri a morte da minha vó chorou muito, quando ele chegou mais cedo, um dos primeiros até passou mal quase desmaiando, ele era muito apegado a senhora Heemin e sempre estavam juntos e eram quase uma máquina de fazer fofoca da minha vida, sorri me lembrando que os dois falando sobre a minha relação com o Kyungsoo e que torciam para nós ficarmos juntos.

Chego perto deles, Sehun que até a pouco chorava, parou me olhando e me abraçou caindo mais no choro, eu retribuo o abraço e permaneci forte e tentar não chorar. Depois que ele me largou, pedi para o Luhan me levar até o hospital, primeiro contei sobre a doação e o mesmo se levantou correndo para me levar. Sehun disse que não tinha condições de sair dali, foi então que percebi que o mesmo estava bêbado, ele tinha tomado os soju que estavam dando li.

Durante o caminho para o hospital, contei sobre minha viajem e também sobre o quanto tempo vou ficar fora, Luhan não aceitou ao princípio, mas falei que era porque a senhora Heemin pediu, ele nada falou e disse se é o melhor a fazer eu tinha que fazer. Ele falou que não era para eu me preocupar com isso, pois ele há de cuidar do meu pequeno durante a minha ausência do país, o agradeci muito por isso.

Mal chegamos, eu saí em disparada em direção a sala de cirurgia, sabia que ele já deve estar entrando, corri por todo aquele hospital, pedindo informações até achar o corredor certo. Lá estava ele em uma cama hospitalar com já todos os aparelhos ligados em volta dele, dou um suspiro, sai correndo tento chegar antes que a porte se feche e ele ir para sua cirurgia.

– Eu vou estar aqui, meu amor. – Gritei quando percebi que não chegaria a tempo. – Eu amo você, vai dar tudo certo. E-U T-E A-M-O.

Segui até um banco, nem vi a aproximação de Wonsik, só me dei conta quando o mesmo me cutucou com um sorriso no rosto, olhei para o lado vi sua família que até agora não tinha percebido que estava ali. Eu dei um sorriso para os mesmos, mas então puxei o Wonsik para conversar, precisava contar sobre o que estava acontecendo comigo e porque demorei para chegar.

Seguimos para a lanchonete do local, ela se encontrava vazia, quase ninguém ia no hospital nesse horário, só se for uma emergência a parte, tudo estava em um silêncio, eu me sentia triste e ainda mais quando vou deixar meu pequeno. Ele se sentou em minha frente, perguntei se ele queria algo para beber e o mesmo negou, sigo em direção a máquina de café pegando um extraforte, já que esse dia está difícil para mim.

Comecei a contar tudo para ele, desde quem era a doadora do Kyungsoo até mesmo a minha viajem para o exterior, ocultei a parte dos sete anos e algumas coisas. Contei também sobre meu pai irá pagar todos os custos do hospital, que irá pagar a faculdade para o Kyungsoo, ele pareceu inseguro com isso, mas expliquei que foi eu quem pediu isso e que quero um futuro para o Soo e que era questão de tempo para eu voltar para ele, mas até lá é bom ele manter os estudos.

– Preciso de um favor seu. – Olhei para ele.

– O que seria?

– Quero que esconda todas as fotos minhas, tudo que tem a ver com meu rosto, quero que ele olhe para mim quando eu voltar, mas que me reconheça pela voz. – Falei pelo seu irmão, ele me olhou confuso. – É a única coisa que eu peço para você.

– Posso fazer isso. – Falou calmo. – Mas quero entender o porquê esconder isso do Kyungsoo, sabe que vai querer ver você pelo menos uma vez.

– Eu sei disso, eu quero que ele se lembre do Jongin pela voz, não esse Jongin, pois posso mudar com o tempo. – Falei ainda olhando em seus olhos. – Quero que quando ele escute minha voz, sinta tudo que sente hoje em escutar em minha voz. Sei que ele quer ver meu rosto, mas não sentirá a mesma emoção quando me encontrar, talvez ele poderá contratar alguém para me procurar e algo do tipo. Apenas esconda todas as fotos minhas dele.

– Ok, mas espero que ninguém tenha sua foto. – Bebo meu café, sabia que ninguém tinha foto minha além do Wonsik.

– Não se preocupe, ninguém tem. – O tranquilizei.

Uma pessoa que nunca vou esquecer nessa vida é o Wonsik, ele sempre vai ser meu cunhado preferido, não que eu tenha outros, mas podemos dizer que o Lay também é meu cunhado, mas o Wonsik sofre quando eu e o Kyungsoo sofremos, ele ri quando rimos e o principal ele ajudou nós termos um futuro um do lado do outro. Me levanto e dou um abraço no mesmo, eu teria ainda que ir para casa arrumar minhas coisas, mas depois voltaria para cá, queria passar a noite do lado do Kyungsoo.

– Preciso ir embora, mas voltarei ainda essa noite. – Avisei ele antes de sair do hospital.

XX

Olhar para meu pequeno com aquela venda nos olhos era algo gratificante, pois agora ele poderia enxergar, a única coisa que me entristece é que não sei o primeiro que ele vai ver, na verdade seria o último das pessoas que ele conhece que vai enxergar. Toco em seu rosto de forma leve, evitando que ele acorde só com aquele toque, Kyungsoo estava dopado desde que acabou a cirurgia que por sinal foi um sucesso e que deu tudo certo para ele voltar a enxergar.

Ele tinha uma respiração leve, sua expressão trazia um conforto bom e sua pele que estava macia e cheirosa. Ele estava perfeito assim, seria mais quando tirasse aquela venda dele, não poderei estar aqui, mas sei que ele vai estar perfeito e como sei ele vai estar lindo como sempre. Me inclino e dou um beijo em seus lábios e deixou uma carta do seu lado, dou um último sorriso para ele e digo:

– Eu te amo. – Dou mais um selinho em seus lábios. – Você é meu primeiro amor.

Saio do quarto com o coração na mão, mas era preciso, tanto por ele como por mim, mas ainda estamos noivos e iremos casar futuramente, ele só precisa ser paciente. Mesmo que seja sete anos, parece muito tempo, mas quando menos esperar estou de volta para ele, estarei beijando ele todos os dias perdidos do seu lado, estarei matando a saudade que vou estar sentindo do mesmo.

Caminho em direção a saída do hospital, as lágrimas caiam com forme eu me afastava, eu estava partindo, eu estava lhe deixando, com medo de ele me deixar, com medo de quando voltar ele não me querer mais. Eu tinha meus medos e pavores, a única coisa que eu queria é que ele não me esquecesse, já que nunca vou lhe esquecer e nunca pensaria em esquecer meu único amor, meu amor verdadeiro e meu primeiro amor.

Já estava no carro, pensando no que poderia ocorrer com o Soo nesses sete anos, como ele será capaz de sobreviver, como ele será capaz de não me esquecer, era tudo que eu queria nesse momento, que ele não me esquecesse. Meu celular vibra no bolso, tirando minha atenção dos pensamentos, olho para a tela do celular e vejo o nome do meu cunhado na tela do telefone.

– Alo? – Atendo, mil coisas passaram sobre a minha cabeça em relação ao Soo.

Jongin, o médico vai tirar os curativos do Soo, para ver se deu certo o procedimento. – Meu coração parou, olhei para o relógio ainda tinha umas duas horas antes do voo. – Você pode chegar aqui?

Pedi para que dissesse eu já tinha partido se eu não chegasse a tempo e era para o Soo ler minha carta, mas que tentaria voltar e fazer o Soo me ver. Peço para o motorista voltar para o hospital, ele obedece em hesitar, não demoramos muito a chegar no local, corri por aqueles corredores brancos, esbarrando em médicos e pacientes, até que avistei a porta do quarto do Soo.

Quando estava chegando perto de abri-la, me lembrei do que eu tinha falado antes para o Wonsik, de o meu pequeno me ver só quando eu voltar e que seria difícil para ele, ver eu partir, sua primeira lembrança de quando abrir seus olhos. Então olhei pela janela o médico já tirava a venda dos olhos do menor, eu estava com o coração agitado e só queria ver essa cena e ir embora. Meu rosto já estava banhado em lágrimas quando vejo o rosto do meu noivo sem nada, olhando para todos ao redor e perguntado alguma coisa que não entendi, mas seus olhos se vidraram em mim, ficamos nos fritando por alguns segundos até eu sair correndo, não saberia se ele me reconheceu, mas desejaria que não e que ele nunca pensasse que eu estava ali.

Eu estou deixando ele, mas voltarei em breve. Me espere Soo e nunca me esqueça, pois eu te amo muito e nunca te esquecerei. 


Notas Finais


¹ é super normal para os coreanos levar comidas e conversar com os mortos quando vão os visitar, isso é uma pratica bem respeitosa lá, eles acreditam que se fizer isso, as futuras gerações sempre estarão fortes.
² é um jogo tradicional coreano.
Olá de novo.
Tudo bem depois desse cap? Acho que não, pq eu também não estou, tanto que responderei comentários só amanha.
A fanfic está chegando ao fim, infelizmente, mas tudo que é bom(sofre) termina, ela tem apenas mais 3 ou 2 caps, depende muito ainda do tamanho do cap que irei postar.
Mas não se preocupe, estou de fanfic nova: https://spiritfanfics.com/historia/revolution-7499419 Para quem gosta de Star Wars e Star trek vai curti a fanfic, ainda só tem o prologo, mas na próxima semana sai o primeiro cap.
Por favor, não me matem com esse cap, apenas tive que fazer o necessário para o Soo, mas prometo que vai ter final feliz, sim vai ter sim, eu prometo.
Mais uma coisa att a playlist da fanfic dê uma olhada lá e chore com as músicas.
E a maioria acertou sobre eu ter me inspirado na cena final passada, que isso conhece tudo.
Acho que é isso.
Até qualquer dia, não sei quando voltarei, sorry, meu emocional depois desse cap, me acabou.
Saranghae<3


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