-Aprontar? Eu não diria que ele aprontou. - Jongin disse saindo do banheiro. - Eu diria que ele me ajudou. - Parou de frente para mim. - Então quer dizer que é pra mim desconsiderar a sua existência? Mas se eu disser que é impossível para eu fazer isso? - Sorriu ladino.
-Faz um esforço, não deve ser tão difícil assim. - Me virei de costas pra ele e comecei a fazer cara de quem estava assustado.
-Você sabe que o Chanyeol não sabe mentir muito bem né? Eu acabei descobrindo o plano de vocês dois...
-E por isso você veio no lugar dele? - Me virei para olhá-lo.
-Ninguém melhor que eu pra explicar essa história, não é mesmo?
-Eu preferia o Chanyeol. - Cruzei os braços.
-Preferia mesmo, ou só está falando isso pra me machucar? - Se aproximou.
Pra te machucar.
-Eu preferiria. - Me afastei.
-Ok, vou ignorar essa sua resposta...
-Igual você ignorou a minha mensagem? - O interrompi. - Mas por uma teimosia indescritível não está ignorando a minha existência? - Perguntei alterado.
-Ignorar mensagens é fácil Sehun, agora ignorar quem você gosta é impossível.
Então ele gosta mesmo de mim?! Mas ok, mantenha a calma, espere a explicação e veja se você pode fazer tudo que está passando na sua mente.
-Que seja. - Revirei os olhos. - Agora me fala o que você tem pra falar. - Me sentei no sofá.
-Devo começar desde quando eu e ele nos conhecemos?
-É, eu agradeceria.
-Ok...eu conheço o Min a um ano e meio...
-Posso te pedir um favor? Não o chame pelo apelido perto de mim, quer chamá-lo assim quando estiverem em um momento íntimo, ótimo, mas não o chame pelo apelido perto de mim.
Ele concordou com a cabeça e voltou a falar.
-Faz um ano e meio que eu conheci o Minseok. Nós nos conhecemos pela internet, e desde que ele me chamou não passamos um dia sem conversar. Ele era divertido, me fazia rir, me fazia bem, fazia sentir-me único. Ficamos bem mais íntimos conforme o tempo foi passando, eu não conseguia ficar um dia sem conversar com ele, combinamos de nos encontrar em um feriado, e quando esse dia chegou eu fiquei tão nervoso. - Fez uma pausa. - Ao ver o Min..Minseok, meu coração ficou eufórico. Nós apenas conversamos nem parecia que tínhamos aquela intimidade quando conversávamos por mensagens. O tempo passou e a gente continuou se encontrando, a intimidade ficou ainda maior. Eu pretendia pedi-lo em namoro, mas você se mudou pro apartamento de frente ao meu, e o sentimento que eu jurava que havia morrido estava mais do que vivo dentro de mim. - Colocou uma das mãos no peito. - Tentei te ignorar, você abriu a porta apenas de camiseta e cueca, tentei te ignorar você pediu pra mim te beijar, mesmo estando bêbado, tentei te ignorar e você abriu a porta vestido apenas avental e cueca, tentei te ignorar você bateu na minha porta pra me xingar, tentei te ignorar mas eu te vi pelado, tentei te ignorar você me beijou e depois correu, tentei te ignorar e você me deu cinco segundos pra dizer o que eu realmente sentia por você. - Ele dizia andando de um lado para o outro. - Eu não conseguia te ignorar, você sempre estava lá, sorrindo, caindo, bêbado, causando desastres...você sempre estava lá. - Afirmou. - Quando o Yifan apareceu, eu pensei que ver vocês dois não me afetaria, mas me afetou, afetou e muito, eu ando nutrindo um ódio enorme por esse cara. No dia em que ele apareceu no seu apartamento com suas chaves e pizza em mãos eu fiquei possesso, eu adentrei o meu apartamento e beijei o Minseok, um beijo que eu nunca tinha dado ao mesmo. O beijo foi ficando mais quente e nós transamos, aquela não foi a nossa primeira transa, mas foi a que mais me marcou, porque mesmo estando com ele, foi em você que eu pensei. De manhã eu vi ele sair do seu apartamento com uma camiseta sua, e novamente eu entrei no meu quarto e transei com o Minseok, só que dessa vez, sem proteção alguma. - Respirou fundo e sentou-se do meu lado. - Sim, ele está grávido. - Afirmou.
As lágrimas que eu prendia com tanta força caíram de uma só vez, eu queria gritar, xingar e bater no Jongin até não ter mais forças. Como ele pôde jogar a culpa em mim, sem ao menos saber o que realmente tinha acontecido naquela noite e naquela manhã. Foi irresponsabilidade dele, não minha.
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